segunda-feira, 9 de junho de 2014

OPINIÃO - ANO XX - Nº 219 - JUNHO 2014

Temas de vanguarda

O Espiritismo do Século XXI
A abordagem de temas como meio ambiente, sexualidade, justiça social, ética e ideologias, no II Encontro Espírita Ibero-Americano, realizado na Espanha, pode estar sinalizando para um novo período a ser vivido pelo espiritismo internacional: a melhor integração com outros movimentos mundiais voltados ao humanismo e ao progresso ético, político e social da humanidade.

O (bom) exemplo de Salou
Os segmentos mais progressistas do movimento espírita da Europa e das Américas, embora minoritários relativamente ao tradicional movimento religioso, revelam a tendência de se inaugurar um novo período na abordagem de temáticas em eventos espíritas. No II Encontro Espírita Ibero-Americano, que aconteceu na cidade de Salou, Tarragona, Espanha, no início de maio último, painéis como “Espiritismo e Sociedade”, “Espiritismo e Problemática Social” e “Espiritismo e Consciência” abriram espaço para temas de palpitante atualidade, vistos a partir de fundamentos espíritas. No primeiro desses painéis, Gustavo Molfino (Rafaela, Argentina) abordou “Responsabilidade social e ambiental do espírito na sociedade atual”; Mauro de Mesquita Spínola (São Paulo, Brasil) enfocou “O espiritismo combate as injustiças sociais”; e Jacques Peccatte (Paris, França) falou sobre “O papel do espiritismo moderno em nossas sociedades”.
No painel “Espiritismo e Problemática Social”, desfilaram temas como: “Sexualidade e Espiritismo” (Alcione Moreno – São Paulo/Brasil); “Criminalidade e Direitos Humanos” (Jacira Jacinto da Silva – São Paulo/Brasil) e “A essência da mensagem do espiritismo como resposta aos desafios atuais do ser humano” (Oscar Garcia – La Palma, Espanha).
A partir do tema “Espiritismo e Consciência”, Maria Cristina Zaina (Curitiba/Brasil) abordou conceitos modernos distinguindo “Pecado e Erro”. No mesmo painel, Mauro Barreto (La Palma, Espanha) enfocou “Espiritualidade e Consciência” e Nieves Granero (Valencia/Espanha) fez atualizada reflexão sobre “Ser Consciente”. Já o painel “Motores do Espiritismo” oportunizou que se discutissem temas como amor, ética e ideologias, a partir dos vetores do pensamento contemporâneo. Assim, Moacir Araújo Lima (Porto Alegre/Brasil) abordou “Amor, a arte de viver”; Milton Medran Moreira (Porto Alegre/Brasil) enfocou “A ética espírita no Século XXI” e David Estany (Tárrega/Espanha): “A crise do materialismo”.
O papel do centro espírita no mundo moderno foi tema do painel “Inserção Social do Espiritismo”, onde José Carlos Miranda Lucas (Óbidos, Portugal) tratou do “Centro Espírita no Século XXI”; José Arroyo (Porto Rico) reportou-se a históricas inserções espíritas em temas políticos e sociais de seu país e o engajamento atual na campanha contra a implantação da pena de morte; e Victor da Silva (Caracas/Venezuela) abordou “O grande objetivo do espiritismo”, a partir de uma visão laica e livre-pensadora.
O próprio enfoque de temas clássicos, como a mediunidade, mereceu, em Salou, uma abordagem voltada ao desafio das mudanças: Dante López (Rafaela, Argentina) falou sobe “Os desafios da mediunidade frente ao Século XXI”; Gláucia Lima (Lisboa, Portugal) tratou de aspectos psiquiátricos relacionados à mediunidade, em “Mediunidade: caminho ou transtorno?”; e Leonor Leal (Alcoçaba, Portugal) trouxe “Provas científicas da fluidoterapia”.

Homenagens e Caminhada pela Paz
Três figuras importantes do espiritismo latino-americano e espanhol que, em seu respectivo tempo, contribuíram para a atualização doutrinária e a inserção do espiritismo na cultura foram recordadas: Jaci Régis, teve sua vida e obra exposta por Alexandre Cardia Machado (Santos/Brasil); Josep Casanovas Llardent, fundador do Centro Barcelonês de Cultura Espírita, recebeu a homenagem de David Santamaría; e Amalia Domingo Soler foi recordada por Yolanda Clavijo (Caracas, Venezuela), que sustentou a plena vigência do pensamento da grande dama do espiritismo espanhol.  
Ao final do Encontro, os participantes fizeram uma Caminhada pela Paz que se estendeu pela linda orla marítima da cidade mediterrânea da Catalunha. 

   




Um Novo Tempo
Muitos dos temas apresentados no II Encontro Espírita Ibero-Americano já o haviam sido no XXI Congresso Espírita Pan-Americano, de Santos, em 2012. Reprisá-los ou ampliá-los no cenário espírita europeu é indicativo de que há, lá e aqui, segmentos interessados em dar um passo a frente na abordagem da teoria espírita e suas consequências.
No artigo “Período de Luta” (Revista Espírita, dezembro/1863), Allan Kardec prognosticava que, após um período religioso, seguido de uma fase intermediária, as ideias espíritas tenderiam a ganhar o mundo, propiciando o que denominou “Período de Regeneração”.  
Para o fundador do espiritismo, esse processo haveria de ser mais rápido e seria alcançado já nos primórdios do Século XX, por conta do avanço da compreensão mundial acerca da proposta espírita. Percalços como duas grandes guerras mundiais, o incremento de regimes de força, o consequente sufocamento de liberdades individuais, fizeram dessa caminhada algo bem mais lento. O próprio espiritismo, na sua feição mais conhecida, resignou-se em se apresentar ao mundo apenas como uma nova religião, estratégia que já não faz sentido, num mundo pluralista, laico e livre-pensador.
Mais do que se desejar a expansão do espiritismo como uma doutrina religiosa ou moral regeneradora da humanidade, quase messiânica, a melhor estratégia, neste momento, parece ser a de harmonizar suas propostas com as tantas tendências progressistas de um mundo em transformação.
Cabe demonstrar a quem de nós se aproxima que estamos de acordo com os grandes movimentos em favor da paz, da democracia, das liberdades, do avanço das ciências, do pluralismo e, enfim, da felicidade humana. E que nossos fundamentos filosóficos, todos eles, dão suporte racional a esses objetivos. Parece ser esta, hoje, a melhor estratégia, felizmente bem compreendida por um segmento espírita, ainda pequeno, mas com enorme potencial de expansão, porque afinado com a consciência de um novo tempo. (A Redação).
                    
         



E por falar em lógica
“Todas as escrituras sagradas(...) ‘encerram os germens de grandes verdades’. Nos livros do Cristianismo, que incluem os livros fundamentais do Judaísmo, esses germens aparecem de maneira mais acessível a nós, por se dirigirem especialmente ao nosso tempo, através do processo histórico da evolução cristã”.  (J.Herculano Pires, em “O Espírito e o Tempo”) ]

Com o título de “A interpretação que excede a lógica”, o artigo de WGarcia, em “Enfoque” – pag.4 -, tece algumas críticas ao texto “Contextualizar é preciso”, de nossa edição de maio, mês do 150º aniversário do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Como é da política deste mensário, acolhemos e, na medida em que o permita seu exíguo espaço, publicamos opiniões divergentes das nossas, desde que bem fundamentadas e capazes de contribuir com o debate espírita, características sempre presentes nos textos do ilustre subscritor do aludido artigo.
Permitimo-nos, entretanto, convidá-lo, e a nossos demais leitores, para uma releitura daquele pequeno editorial, não para que se concorde ou se deixe de concordar com ele, mas apenas com a pretensão de refutar a crítica central a ele lançada: a de ausência de lógica.
Não será demais recordar a velha lição aristotélica a partir da qual identificamos em um raciocínio a presença ou a ausência de lógica. A velha fórmula “Todo o homem é mortal; Sócrates é homem; Logo, Sócrates é mortal” propõe desdobrarmos o raciocínio em duas premissas - a maior e a menor - das quais resulte uma conclusão.
O artigo “Contextualizar é preciso” pode, perfeitamente, ser submetido ao esquema proposto. Senão, vejamos: Partiu da premissa de que todas as grandes tradições religiosas contêm princípios de uma moral universal, classificada pelo espiritismo como “lei natural” (premissa maior).  Complementou considerando que o cristianismo é uma das grandes tradições religiosas, na qual estavam Kardec e muitos de seus interlocutores espirituais mergulhados (premissa menor). E finalizou por dizer que o cristianismo, como outras tantas, é uma tradição religiosa na qual estão contidos importantes elementos constitutivos da lei natural (conclusão). É possível, pois, que Aristóteles vislumbrasse alguma lógica na argumentação exposta.
Mais do que isso, o que afirmou o pequeno artigo? Que “O Evangelho Segundo o Espiritismo” deve ser visto e analisado no contexto cultural em que viveram Kardec e aqueles espíritos de forte impregnação cristã e católica que contribuíram para sua publicação. Em momento algum se afirmou que “a figura de Jesus, as ligações com o cristianismo e outros aspectos desse mesmo tema” sejam iniciativas isoladas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” ou que não estejam “amparadas na obra básicas”, que é “O Livro dos Espíritos”.
Sem a menor dúvida, a França do Século 19, berço de Kardec e ambiente cultural de todo o conjunto de sua obra, estava impregnada de ideias cristãs e, especialmente, católicas. Sem qualquer dúvida, também, o lúcido espírito de Kardec delas partiu, no planejamento e execução de sua obra, para dali extrair os valores permanentes que compõem a moral universal apregoada pelo espiritismo. Sem querer fazer da proposta espírita uma religião, buscou no cristianismo aqueles valores éticos identificados como “eternos e imutáveis”.
Subsiste, no entanto, a indagação: se em outra cultura estivesse, ou se, mesmo nos dias de hoje, e no próprio Ocidente, se dispusesse a reescrever as obras fundamentais do espiritismo, Allan Kardec escreveria “O Evangelho Segundo o Espiritismo”? E se o escrevesse, seria com as mesmas impregnações culturais ali presentes? Pensamos que não. As premissas que colocaria em seu silogismo bem que poderiam ser outras. Que, no entanto, levariam às mesmas conclusões. Porque estas tendem a ser universais.
Mas, isso é apenas uma opinião. A nossa opinião. Que, aqui, ratificamos inteiramente. E o fazemos como mero exercício intelectual, pois que a História está posta e não há como modificá-la. Podemos, entretanto, interpretá-la, seguindo a lógica que nos pareça a melhor.






Reencarnação e justiça
Tenho dito sempre: uma das questões que me aproximou do espiritismo e de sua filosofia, quando já adulto e já nas lides do Direito, foi a relação que percebi entre reencarnação e justiça. De formação cristã e católica, nunca conseguira aceitar racionalmente o dogma das penas eternas. Talvez meu “eureka” tenha se dado no momento em que, pela primeira vez, li a questão 171 de O Livro dos Espíritos, apontando como base racional da reencarnação o que os espíritos classificavam como “justiça divina”. Da resposta dos espíritos, chamou-me especial atenção esta frase: “Não te diz a razão que seria injusto privar, para sempre, da felicidade eterna todos aqueles cujo aprimoramento não dependeu deles próprios?” Vislumbrei na sentença um toque de humanismo que percebia ausente da teologia cristã: a de que a vida de relação é bem mais complexa do que o mero sentido de “certo e errado” adotado pelas religiões. E que decretar a bem-aventurança ou a danação eternas de um espírito a partir de um presumível acerto ou erro seria a mais ignóbil expressão de injustiça.

A primeira palestra
A primeira palestra que fiz num centro espírita, quando ainda sequer me declarava seguidor do espiritismo, teve por tema “A justiça divina e a justiça humana”. Foi na Cruzada dos Militares Espíritas da cidade de Bagé, onde eu era Promotor de Justiça, na década de 70 do século passado. Decorridos tantos anos, minhas reflexões já não mais se fundam nessa visão dicotômica e maniqueísta: justiça divina x justiça humana. Busco perscrutar nas leis sábias da vida um sentido de justiça que se aperfeiçoa, etapa após etapa, por força da evolução dos seres. É certo que, num mundo desigual como o nosso, provisoriamente, podem triunfar as injustiças. Mas, nossa capacidade de indignação, que também se aprimora, etapa após etapa, é o combustível que nos leva a agir no sentido da redução gradativa das injustiças. Numa perspectiva reencarnacionista, pois, não é justo que se tome como errado um comportamento individual alheio, atribuindo-lhe uma pena matematicamente proporcional à lesão praticada. Como sugerem as entidades entrevistadas na questão 171, a consciência acerca do mal cometido nem sempre depende do próprio agente. Frequentemente deriva do entorno em que vive e de erradas estruturas sociais à sua volta. Seu aprimoramento não está a depender dele próprio. Logo, puni-lo não faz sentido.

A justiça cósmica
A justiça cósmica deve ser mais inteligente que os mecanismos crime-castigo por nós adotados e que, numa primeira e equivocada visão palingenésica, terminamos por atribuir também à reencarnação. Em uma palavra, a primeira tendência – que foi também a minha e devo tê-la explicitado na palestra de Bagé – é de substituirmos as penas eternas da teologia cristã por um rigoroso “olho por olho, dente por dente” reencarnatório. Mas, reencarnação, mais que tudo, é instrumento de progresso. O progresso, é certo, não se opera sem alguma dor. A dor do aprendizado, também é certo, é fruto de nossas deficiências. Tudo o que fazemos em sentido contrário à lei natural produz sofrimento. Entretanto, os mecanismos inteligentes da justiça natural não se comprazem com a vingança. Se, no mundo espiritual há espíritos vingativos, como gostam de mostrar certos “romances espíritas”, é equivocado chamarmos isso de justiça divina. Serão eles tão carentes de educação quanto os que, aqui, cometem crimes inspirados na vindita.

O esquecimento
Para quem visualiza na justiça uma função meramente retributiva, a memória do mal feito é essencial: “Estou sofrendo esta pena porque fiz aquilo”. As almas que penam no inferno de Dante são lembradas disso a cada instante. Já a reencarnação, porque instrumento de educação e progresso, e não de castigo, apaga da lembrança do espírito os fatos que, eventualmente, tenham contribuído para seu sofrimento. Não apaga, contudo, as intuições trazidas no íntimo da consciência a inspirarem a tomada do caminho retificador. Enfim, não se faz justiça sem amor. O humanismo espírita se nutre da tríade justiça/amor/caridade. Se não formos capazes de “humanizar” nossa visão de justiça, seguiremos tendo também da reencarnação um conceito distorcido. Muito próximo das penas eternas da teologia cristã.

        




Equívocos - A interpretação
que excede a lógica
WGarcia - Recife, PE

A propósito da publicação no “Opinião”, do CCEPA, mas, também, da ideia que a matéria representa, cabe um reparo amparado na lógica da doutrina que Kardec organizou e produziu, denominada Espiritismo.
A matéria diz respeito aos 150 anos de lançamento de O Evangelho segundo o Espiritismo, tão amplamente comemorados neste Brasil de nosso tempo, mas pouco, muito pouco mesmo analisada fora desse lugar comum que é o campo da religião, visto que sua lógica está para além do mero consolo e da simples aplicação da moral cotidiana.
A matéria do “Opinião” – Contextualizar é preciso – padece de um equívoco argumentativo, uma vez que deduz houvesse Kardec sido filho de uma outra cultura que não a cristã, ao seu tempo, teria escrito livro diferente para o aspecto religioso do Espiritismo. Esquece-se, contudo, da visão de conjunto necessária para compreender a posição de O Evangelho segundo o Espiritismo na doutrina de Kardec.
Talvez, ninguém melhor do que Herculano Pires tenha tido essa visão e deduzido dela a lógica do livro mencionado, lógica essa que o insere num contexto de uniformidade de vistas, de forma a constituir não apenas uma parte do conjunto, mas parte que não pode ser excluída porque deforma o todo e parte que não possui finalidade em si mesma, pois existe por conta do conjunto.
O argumento de que em outra cultura o livro seria outro exige do raciocínio um complemento: em outra cultura os Espíritos-autores seriam outros, logo as ideias também. Então, a dúvida: aquilo que é universal na doutrina seria defendido ou colocado por estes outros emissores? Os princípios fundamentais, como imortalidade, reencarnação, comunicabilidade dos espíritos, evolução, as leis naturais seriam todos integrantes elementares da obra? Haveria espaço em outras culturas para os princípios e a lógica que os une?
A questão não pode ser resumida a uma vontade de Kardec decorrente de sua submissão relativa à cultura na qual estava inserido. É o que reza Herculano Pires. A vontade de Kardec decorre do conjunto das ideias que o levou a optar por escrever um livro como sequência natural da obra iniciada em O Livro dos Espíritos e desenvolvida em O Livro dos Médiuns.
Herculano vai além: vê toda a Doutrina Espírita como sequência do conhecimento construído pela humanidade, através das civilizações. E a toma como um conjunto harmônico em que as partes se enlaçam de forma precisa, cada uma delas assumindo uma parcela da obra e a desenvolvendo, sem que haja qualquer tipo de choque com aquela que aparece na base do edifício: O Livro dos Espíritos.
Se os espíritas fizeram de O Evangelho segundo o Espiritismo o livro de maior destaque e lhe aplicaram uma importância que minimiza absurdamente o valor de O Livro dos Espíritos, numa ação irremediavelmente incoerente; e se O Evangelho segundo o Espiritismo tornou-se referência de um religiosismo exacerbado, como se o Espiritismo se resumisse a isso é uma questão para ser discutida. Outra, diferente, é ver o terceiro livro de Kardec como resultado apenas de uma situação cultural do autor, o que nos lança a um reducionismo obtuso.
Dizer que O Livro dos Espíritos é a fonte dos demais livros de Kardec é repetir o lugar-comum. Mas enfatizar que ele é o gerador dos demais para indicar que forma com eles um conjunto e que neste conjunto, independentemente de qualquer outra coisa, impera a lógica e a coerência interna é uma necessidade.
Diz o bom senso que o conjunto em referência não se refere apenas aos livros e às ideias que defendem, mas inclui, também, os autores (invisíveis e visíveis), o contexto, o tempo e o espaço dos acontecimentos. E, evidentemente, um olhar epistemológico. Qualquer conjectura, por mais legítima que seja, feita com o objetivo de apontar outras possibilidades, como essa levantada pelo “Opinião”, deveria, portanto, levar em consideração o conjunto e não uma obra isolada.
Dentro deste raciocínio, a figura de Jesus, as ligações com o cristianismo e outros aspectos desse mesmo tema não são iniciativas isoladas de O Evangelho segundo o Espiritismo, pois que estão amparadas na obra básica – O Livro dos Espíritos. Não é possível, pois, questionar aquele sem reconhecer a primazia deste e sem atingi-lo, da mesma forma que não é coerente desconsiderar os laços que unem as partes fundamentais da doutrina, como a comunicabilidade dos espíritos, as leis da reencarnação e da evolução, entre outras, laços que, eventualmente desfeitos, isolariam as partes e as lançariam à orfandade.
Em suma, a perspectiva de um outro livro implica um outro conjunto de ideias. Fora disso, não é possível refletir.

Nota do Editor: Leia também o editorial “E por falar em lógica”, na página 2






Ecos de Salou no CCEPA
Na tarde do dia 21 de maio, quarta-feira, dia de reunião de Grupos de Estudos do CCEPA, a convite do Diretor do Departamento Doutrinário, Salomão Jacob Benchaya, o presidente da instituição, Milton Medran Moreira, e o secretário, Rui Paulo Nazário de Oliveira, fizeram amplo relato acerca do II Encontro Espírita Ibero-Americano, do qual participaram, em Salou, Tarragona, Espanha, de 1º a 4 de maio último. Os integrantes dos Grupos aproveitaram para discutir, a partir dos temas do evento, as perspectivas do espiritismo no presente século. A temática – O Espiritismo e os Desafios do Século XXI – será também o pano de fundo do VI Fórum do Livre-Pensar Espírita, promoção da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA, CEPABrasil, que acontece, na sede do CCEPA, de 5 a 7 de setembro próximo.

A Hitória do ESDE contada em Osório
A Sociedade Espírita Amor e Caridade, de Osório/RS, por iniciativa de seu presidente Jerri Almeida, promoveu, dia 28 de março último, o Seminário “O Estudo do Espiritismo no Cenário Contemporâneo”. No evento, Aureci Figueiredo Martins resgatou a história do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, cuja campanha de lançamento completou 30 anos em 2013, lançada que foi pela Federação Espírita do Rio Grande do Sul, quando era seu presidente Maurice Herbert Jones, tendo como Diretor Doutrinário Salomão Jacob Benchaya.

Na segunda parte do Seminário realizado em Osório, o pensador espírita Vinicius Lousada, abordou o tema “Estudar Kardec numa Perspectiva Problematizadora”, destacando, especialmente, o caráter livre-pensador da proposta espírita, que deve ser levada em conta no estudo das obras do fundador do espiritismo.
Os pensadores espíritas Jerri Almeida (Osório/RS) e Vinicius Lousada (Bento Gonçalves/RS) participarão como expositores do VI Fórum do Livre-Pensar Espírita, que acontece na sede do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, com o tema “Os Desafios do Espiritismo no Século XXI”.

O Seminário realizado em Osório está gravado em vídeo que pode ser acessado em http://seacosorio.wordpress.com/palestras-e-seminarios/ .






Le Journal Spirite
Por favor, envie-me cópia da edição 96 de “Le Journal Spirite” (referido na edição de maio do boletim América Espírita). Como espírita religioso, sou agradecido pela imensa contribuição dos espíritas laicos.
Fraternalmente
Gilberto Guimarães da Silva - gilbertoguima@uol.com.br
(Revista em PDF enviada ao leitor, e poderá sê-lo igualmente a todos os interessados).

“Opinião” na Venezuela
Informo que “Opinião” sigue  llegando regularmente a CIMA, Venezuela, aunque com um atraso de dos a três meses. Leo la version digital, pero sigo disfrutando más del papel. Realmente “Opinião” es nuestra voz, nuestra referencia, nuestra mejor carta de presentación. Espero que nunca deje de editarse. Cumple uma función isustituible. 
Jon Aizpúrua – Caracas, Venezuela.

“Opinião” em Cuba
Estimados amigos:
Mis mayores saludos para vosotros, esperando se encuentren bien. Por esta estoy tratando de comunicarme para dicir que “Opinião” y el boletin “América Espírita” estan llegando sin dificuldad. Por eso quisiera agradecer por su apoyo. Um abrazo fuerte.
Justo Pastor – La Havana – Cuba.

Espíritas: Um pequeno contingente.
Já tive oportunidade de acompanhar os dados divulgados pela ARDA (Association of Religion Data Archives) citada por Guillermo Reyes Pozo, do Centro Barcelonês de Cultura Espírita, no Encontro de Salou, (matéria de CCEPA Opinião de maio). A informação divulgada pela ARDA provoca confusão ao afirmar que existem aproximadamente 13 milhões de espíritas no mundo, pelo fato de que classificam como "Spiritists" não apenas os kardecistas, mas também os seguidores da santeria, da mesa blanca, do vudu, da umbanda, do culto marioloncero, dentre outras expressões religiosas animistas, muito comuns em todo o continente americano.
Herivelto Carvalho – Ibatiba/ES).

(Trecho de manifestação na Lista da CEPA, na Internet. CCEPA Opinião convidou Herivelto a desenvolver mais amplamente o tema em artigo a ser publicado numa de nossas próximas edições).