Antevisto
por segmentos místicos e espiritualistas de diversos matizes como um tempo de
transformações, o Terceiro Milênio da Era Cristã fecha seus primeiros quinze
anos com impressionante sucessão de atos de terrorismo provocados pelo
fundamentalismo e pelo fanatismo religioso muçulmano. Esses grupos despontam
como os grandes inimigos da civilização, nestas primeiras décadas do Século
XXI.
Das
Torres Gêmeas ao Bataclan – a escalada do terrorismo
Os três primeiros lustros do
esperado Terceiro Milênio da Era Cristã fecham-se com uma sucessão de ataques
terroristas que espalham medo no mundo inteiro.
Aqui, os principais deles,
praticados pelos grupos jihadistas Al-Qaeda e Estado Islâmico:
Ø Destruição das Torres Gêmeas do
World Trade Center, em 11/09/2001, em Nova York, com a morte de 2.996 pessoas.
Ø Explosão do Metrô de Madri, em
11/04.2004. Foram 10 explosões quase simultâneas em quatro trens, deixando 193
mortos e 1858 feridos.
Ø O Massacre de Beslan, em
3/09/2004. A cidade russa foi sacudida por um massacre em escola, deixando 370
mortos, sendo 171 crianças, cerca de 200 desaparecidos e centenas de feridos.
Ø Atentados no Metrô de Londres, em
07/07/2005. Em três vagões e em um ônibus, na capital britânica, quatro jovens
muçulmanos detonaram explosivos que traziam junto a seus corpos. Além de se
suicidarem provocaram mais 77 mortes, deixando mais de 700 feridos de onze
nacionalidades.
Ø Ataques
de Bombaim, em 26/11/2008, 10 atentados terroristas sincronizados, na
capital financeira da índia, deixando 195 pessoas mortas e 327 feridas.
Ø Atentados em Mumbai, em
12/07/2011, várias explosões no centro financeiro indiano, deixando 10 mortos.
Ø Explosão em Oslo, em
22/julho/2011. Uma forte explosão no distrito governamental da capital
norueguesa, seguida de um tiroteio na Ilha de Utoya, deixou um saldo de 77
mortos e uma centena de feridos.
Ø O Massacre do Charlie Hebdo, em
07/01/2015, perpetrado contra o jornal satírico parisiense, em represália por
publicações de charges de Maomé, seguido de atentados a policiais, deixando 17
vítimas.
Ø Os atentados em Paris, na
noite de 13.11.2015, em bares, restaurantes e vias publicas, culminando com o
ataque à casa de espetáculos “Bataclan”: sucessão de fatos que se constituem no
maior atentado já ocorrido na França desde a Segunda Guerra Mundial. Saldo de
mortos: pelo menos 137, até o encerramento desta edição.
A onda de terrorismo não parou
por aí. Depois de Paris, um hotel em Mali, ex-colônia francesa da África, foi
invadido por terroristas, deixando cerca de 20 mortos. Em meio a todos esses
acontecimentos, há também casos de explosão de aviões, sequestros e mortes,
estas especialmente no Estado Islâmico, onde centenas ou milhares de “infiéis’
têm sido decapitados ou queimados vivos, sob o bordão de “Alá é o maior!”.
Inimigos
da civilização
Fanáticos muçulmanos que se
apresentam como jihadistas têm como meta o “sagrado” dever de destruir todos os
“infiéis” do Planeta. Infiéis, para eles, são os cristãos, os budistas, os
xintoístas, os liberais europeus, os republicanos e democratas norte
americanos, os laicos franceses, os anglicanos ingleses ou os luteranos da
Alemanha. São também todos os muçulmanos, xiitas ou sunitas, que não lhes
reconheçam a suprema autoridade sobre o Islã. São nossas filhas que frequentam
a Universidade. São nossos filhos que dançam com suas namoradas numa boate de
Porto Alegre, assistem a uma partida de futebol em Paris ou bebericam num pub
de Londres. São nossas mães que rezam numa igreja ou nossas irmãs que curtem os
encantos de uma praia de Mumbai. Somos, enfim, todos nós, cidadãos do mundo,
usufrutuários das conquistas de uma civilização que, a duras penas, aprendeu a
pensar e a agir livremente. Que descobriu no pluralismo das crenças ou
descrenças, das convicções ou das dúvidas, que nos assiste a todos o direito à
felicidade e o dever do respeito às ideias e escolhas dos outros, dentro de uma
ordem fundada no princípio universal de não fazer a outrem o que não desejamos
a nós próprios.
As conquistas que nos querem
eles solapar só as pudemos concretizar quando substituímos o sagrado pelo
natural. Quando deixamos de ver o mundo como produto de uma ordem sobrenatural,
de exclusiva alçada de privilegiados intérpretes da verdade eterna, promotores
da guerra e da paz, juízes do bem e do mal, senhores da vida e da morte.
Quando, enfim, fomos capazes de nos descobrir partes integrantes do universo,
onde o espírito, seu princípio inteligente, se reconhece regido por leis
naturais, e onde a liberdade, a igualdade e a fraternidade podem nos assegurar
o exercício da dignidade humana.
Talvez não seja ainda neste
século. Oxalá ocorra no milênio. Dia virá, entretanto, em que os usurpadores da
ordem e da paz não mais habitarão a Terra. (A
Redação)
Nosso
Jesus
“Era nosso demais para fingir
de segunda pessoa da Trindade”.
Fernando Pessoa.
Pelos séculos em que a
civilização ocidental foi tutelada e conduzida pela Igreja, a única fonte
disponível sobre a vida de Jesus foram os evangelhos canônicos. Estes, sabe-se,
resultaram de meticulosa seleção de textos presumivelmente escritos no Século I
de nossa era, mas que só ganhariam forma definitiva em fins do Século IV, com o
trabalho de São Jerônimo, sob rígida orientação do Papa Dâmaso. Nessa época, o
cristianismo, fundado por Paulo de Tarso, adotado pelo Imperador Constantino e
erigido à religião oficial do Império Romano por Teodósio, já se constituíra em
poderosa organização religiosa, detendo poderes temporais e espirituais que se
estenderiam pelos séculos seguintes. Um panorama que somente começaria a se
alterar com o final da Idade Média.
É justamente do contexto
histórico dos primeiros séculos de sua existência que emergem os principais
dogmas do cristianismo, logo impostos como artigos de fé a serem cegamente
obedecidos por todos os súditos dessa verdadeira teocracia, herdeira do Império
Romano e que se impusera a todo o Ocidente. Nada mais eficiente para legitimar
um poder assim constituído do que atribuir sua origem ao próprio Deus. Foi o
recurso utilizado pelo cristianismo, “divinizando” a figura de Jesus de Nazaré,
e transformando, assim, o humilde carpinteiro da Galileia, que religião alguma
houvera criado, na figura de “Jesus Cristo”, seu fundador.
“Cristo” é palavra originária
do grego “Christos”, que significa “ungido”. O dogma cristão por excelência,
sincretizando crenças e mitos bem mais antigos, atribuiu a Jesus a condição de
“filho unigênito de Deus”, por ele “ungido” para salvar a humanidade do “pecado
original”. Mais do que isso: Jesus Cristo seria, ele próprio, juntamente com o
Pai e com o Espírito Santo, o próprio Deus que, por um mistério inacessível à
compreensão humana, seria único, embora formando uma trindade de “pessoas”.
Somente a Modernidade iria
abrir caminho para uma visão racional e não mitológica de Jesus. Em tempos mais
próximos de nós, no Século XIX, Ernest Renan, na França, questionaria a
interpretação eclesiástica do Nazareno, em “A Vida de Jesus” (1863), onde busca
resgatar sua condição humana, negando-lhe a divindade. Um ano após (1864),
Allan Kardec publicaria “O Evangelho Segundo o Espiritismo” em cuja Introdução
reconhece que os atos materiais da vida de Jesus, os milagres a ele atribuídos,
as profecias e os dogmas das igrejas cristãs, formavam uma verdadeira nebulosa
mítica e que, por isso, ao espiritismo os Evangelhos só interessariam naquilo
que atestava sua inequívoca autenticidade: o ensino moral de Jesus. Kardec,
claramente, distinguia, com essa opção, Jesus Cristo, mítico, do Jesus de
Nazaré, homem, apontado em “O Livro dos Espíritos” como “modelo e guia” da
humanidade.
Ao curso do Século XX, com a
descoberta de originais de outros Evangelhos e com valiosas pesquisas
históricas, foi emergindo, com contornos mais reais, a figura humana de Jesus,
destituída daqueles mitos que lhe foram agregados na construção do Jesus Cristo
das igrejas.
Entre nós, J. Herculano Pires,
na Introdução do livro “Revisão do Cristianismo”, aponta para a existência de
um verdadeiro “abismo”, separando “Jesus de Nazaré, filho de José e Maria,
nascido em Nazaré, na Galileia, e Jesus Cristo, nascido da Constelação da
Virgem, na Cidade do Rei Davi em Belém da Judeia, segundo o mito hebraico do
Messias”. Para ele, “a Civilização Cristã, nascida em sangue e em sangue
alimentada, não possui o Espírito de Jesus, mas o corpo mitológico do Cristo,
morto e exangue”.
Mesmo assim, por um atavismo
só explicável pelos longos séculos de dominação teológica, ou por não nos
havermos preocupado ainda com a assunção de uma genuína identidade espírita,
continuamos nos afirmando “cristãos” e nos referindo, sistematicamente, a
“Jesus Cristo” ou ao “Cristo”, quando não ao “Cristo de Deus”.
É, pois, tempo de nos
questionarmos: qual é, efetivamente, o nosso Jesus? Será ainda o Jesus Cristo,
mitificado pela religião, ou, simplesmente, o admirável Jesus de Nazaré,
apontado pelos interlocutores de Allan Kardec como “modelo e guia” da
humanidade?
Religião
faz bem ou faz mal?
Até um determinado ponto de
nossa caminhada, as religiões fizeram bem. Enquanto permanecíamos sob o domínio
do mito e da magia, e o embate do bem e do mal se dava entre supostas potências
angelicais e diabólicas, nos convinha ser bons. Pelo menos, aparentemente bons,
para ganhar a proteção dos deuses, que, em troca, nos exigiam lhes
tributássemos glórias e louvores. A eles e a seus mandatários.
Mas, o bem e o mal não são
galardões disputados em batalhas cruentas travadas em planos siderais. Virtudes
e vícios, bondade e maldade, moram na alma da gente. Nascem de nossa capacidade
de fazer escolhas. Escolhas movidas por nosso maior ou menor discernimento
acerca das leis soberanas que regem o universo e a vida. Delas, e só delas,
resultarão estágios mais ou menos felizes.
Religião,
egoísmo e generosidade.
Agora, estudos sugerem que
pessoas não religiosas são, em geral, mais generosas que as adeptas das religiões.
Na Universidade de Chicago, o neurocientista Jean Decety coordenou pesquisa entre mais de mil crianças de 5 a 12
anos, de diferentes culturas e religiões, nos Estados Unidos, África do Sul,
Canadá, China, Jordânia e Turquia. Distribuiu a cada uma delas 30 bonitos
adesivos, orientando-as a compartilharem as figurinhas com outras crianças. Os
filhos de pais sem religião foram os mais generosos, enquanto a atitude
predominante entre as crianças praticantes de religiões era a de não
repartirem, guardando o maior número de adesivos para si próprias.
Estudiosos atribuem esse
comportamento ao que chamam de “licença moral”: o indivíduo que pratica
obrigações religiosas, como as de ir regularmente à igreja ou à mesquita ou
rezar todas as noites, se permite atitudes egoístas, julgando-se especialmente
protegido de Deus. Faz isso dentro de um padrão totalmente inconsciente.
A
institucionalização dos valores do espírito
Estudos desse tipo permitirão
concluir no sentido da superioridade da concepção materialista da vida sobre o
espiritualismo? Penso que não. Religião e espiritualidade são coisas
diferentes. Há no ser humano uma forte intuição à transcendência e ao cultivo
dos chamados valores do espírito. A religião pode ter sido, historicamente, o
fio condutor da espiritualidade. Mas foram o conhecimento e a convivência
humana que a aprimoraram. Desenvolveram no indivíduo e na sociedade o
patrimônio espiritual ínsito na intimidade de sua consciência e expresso em
atitudes de solidariedade, generosidade, compaixão e fraternidade. A
institucionalização desses valores na sociedade moderna deu-se, o mais das
vezes, não por força da religião, mas contra ela, e, frequentemente,
obstaculizada por esta. A isso chamamos civilização.
Laicismo
e espiritualismo x fanatismo religioso
O estudo da Universidade de
Chicago conclui também que o egoísmo detectado naquelas crianças cristãs e
muçulmanas cresce na medida em que as pessoas ficam mais velhas.
O fanatismo religioso é o
egoísmo em sua mais elevada potência. O terrorismo, em seu nome praticado, só
pode ser debelado por uma cultura autenticamente laica, mas calcadas nos
valores perenes do espírito. Só uma concepção filosófica espiritualista pode
sustentar a plena igualdade de todos os homens e mulheres, independente do berço
em que hajam nascido e da cultura em que estejam inseridos. Somente o laicismo
pode viabilizar a plena vigência desses valores, em dimensões globais.
Os Critérios para
Atualização
do Espiritismo
Herivelto Carvalho, servidor
público; Delegado da CEPA em Ibatiba ES; Membro do Centro de Pesquisa e
Documentação Espírita. E-mail: heriveltocarvalho@gmail.com/.
Quando se fala em atualização
do Espiritismo, uma polêmica logo se estabelece, pois uma parcela significativa
dos espíritas considera esse processo perigoso. Geralmente o temem sob a
alegação de que atualizar o Espiritismo seria admitir que o mesmo se encontra
defasado, enfraquecido, ou que, ao se admitir modificações em determinados
princípios, estaríamos transformando a Doutrina Espírita em outra filosofia
espiritualista.
Este temor fez com que o
caráter progressivo do Espiritismo fosse, ao longo da história, negligenciado
pelos espíritas, principalmente entre os adeptos brasileiros. Tal postura se
consolidou apesar de Allan Kardec, durante a formulação de sua obra, ter
declarado que esta natureza transitiva constituía um dos aspectos essenciais
para a garantia da permanência e continuidade do sistema doutrinário, evitando
que o mesmo caia no obscurantismo e perca sua capacidade de contribuir para o
desenvolvimento da sociedade.
No texto Constituição do Espiritismo, presente em Obras Póstumas, estão patentes os seguintes objetivos da
atualização doutrinária:
1º - Promover a coesão dos
princípios que compõem o programa doutrinário: “O princípio progressivo, que ela inscreve no seu código, será a
salvaguarda da sua perenidade e a sua unidade se manterá, exatamente porque ela
não assenta no princípio da imobilidade”;
2° - Acompanhar o progresso: “Se não se quiser que com o tempo ela caia
em desuso, ou que venha a ser postergada pelas ideias progressistas, será
necessário caminhe com essas ideias”;
3° - Garantir a sobrevivência da Doutrina: “acompanhar ou não o movimento propulsivo é
uma questão de vida ou de morte”.
Mas como evitar que um
processo de atualização, ao invés de promover o caráter progressivo, acabe
ocasionando uma degeneração dos princípios e da natureza do Espiritismo? A
resposta se encontra na aplicação de critérios de resistência que garantam a
correta atualização doutrinária.
O primeiro critério estabelece
que o processo de revisão ou acréscimo de novas teorias ou princípios deverá
ser coerente com os fundamentos doutrinários, alicerces que não podem ser
alterados, sob pena de total descaracterização. Sobre os fundamentos
doutrinários é possível ampliar o seu entendimento, mas jamais modificá-los,
cabendo a revisão aos princípios secundários.
O segundo critério estabelece
que novos elementos, candidatos a integrar o corpo doutrinário, devem ser
coerentes com o conhecimento constituído, mantendo cautela na análise de novas
teorias, evitando a associação com conceitos pseudocientíficos, objetos de
controvérsia, ou seja, não serem, no dizer de Kardec, “princípios que possam ser considerados quiméricos e que seriam
rejeitados pelos homens positivos” (Obras Póstumas, II Dos Cismas, cap.
XXXVII). Esta cautela racional e sistemática deverá ser amparada principalmente
na força dos fatos positivos: “Toda
teoria em contradição manifesta com o bom senso, com uma lógica rigorosa, com
os dados positivos que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que o
assine, deve ser rejeitada.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo –
Introdução).
Um terceiro critério seria
específico para analisar novidades oriundas do exterior doutrinário, que para
serem assimiladas pelo Espiritismo, não poderiam mais ser consideradas utopias,
mas sim, ter chegado ao status de teoria consolidada, conforme é destacado em A Gênese: “O Espiritismo, pois, não estabelece como princípio absoluto senão o
que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da
observação. [...] assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de
qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades
práticas e abandonado o domínio da utopia, sem o que ele se suicidaria”.
Este mesmo critério foi
ressaltado por Herculano Pires: “Todos os
princípios da doutrina estão sujeitos à crítica e à reformulação, desde que uma
prova científica, prova comprovada, seja reconhecida como tal pelo consenso
universal dos sábios.” (A Evolução Espiritual do Homem).
Observamos que Kardec e
Herculano Pires são enfáticos ao defender que o Espiritismo somente assimilará
novas teorias que tenham atingido a condição de demonstradas ou comprovadas. É
importante lembrar que na Ciência, estes dois adjetivos não possuem um sentido
absoluto, pois nunca existirá uma teoria científica definitivamente concluída,
uma vez que uma das características capitais do conhecimento científico é a
natureza contingente de suas hipóteses, ou seja, elas passam constantemente
pelo processo de corroboração ou refutação. Neste aspecto, há similaridades
metodológicas nos procedimentos de análise de alternativas teóricas entre o
Espiritismo e a Ciência.
Estes pontos similares partem
do princípio de elaboração e obtenção de dados através do aspecto experimental
da Doutrina Espírita, sendo que os mesmos fornecem uma base empírica para seu
desenvolvimento principiológico, conforme Kardec esclarece em A Gênese: “Como meio de elaboração, o
Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas,
aplicando o método experimental”.
Portanto, o Espiritismo, tal
como a Ciência, ao aplicar o “método experimental” pode se deparar com
anomalias e sofrer uma crise paradigmática, que somente será solucionada por
uma revisão que tornará possível a integração de novas teorias mais adaptadas e
aperfeiçoadas. Essa capacidade doutrinária foi salientada por Kardec, ao
declarar que: “Caminhando de par com o
progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas
lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará
nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” (A Gênese,
cap. I, item 55). Outro importante pensador espírita que a evidenciou foi
Gabriel Delanne: “Se lhes demonstrarem
amanhã que estão em erro, abandonarão imediatamente sua maneira atual de ver,
para se colocarem ao lado da verdade, porque o seu método é, antes de tudo, o
racionalismo.” (O Espiritismo perante a Ciência).
Esta característica
epistemológica do Espiritismo já era percebida por Deolindo Amorim, em seu
artigo Atualização de Cultura,
publicado em 1965, onde afirmava: “O
Espiritismo é uma doutrina de natureza transitiva, porque procura comunicação
com o mundo exterior a fim de interpretar os fenômenos da vida e da cultura em
todos os seus aspectos”.
Ao declarar que é um processo
natural no Espiritismo, sua atualização, a tradição livre-pensadora,
representada na época presente pela CEPA, está dando prosseguimento ao projeto
aberto e progressista de Allan Kardec. Cabe, portanto, aos espíritas inseridos
nesse movimento, a responsabilidade de compreender os mecanismos desse
processo, tornando-o eficiente no aperfeiçoamento do conhecimento espírita.
Gustavo
Leopoldo e os muitos caminhos
Em visita a Porto Alegre, onde
participava de um congresso médico, Gustavo
Leopoldo Rodrigues Daré, Delegado da CEPA na cidade de Ribeirão Preto/SP,
participou de uma reunião de estudos e da oficina de dirigentes e trabalhadores
do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, na tarde de 13 de novembro.
Aos colaboradores do CCEPA,
Gustavo Leopoldo fez um relato da história e das atividades da Associação Caminhos para o Espiritismo,
por ele presidida, entidade sediada em Ribeirão Preto, com associados e
colaboradores também em Matão e São Carlos/SP, fundada em 2007. Promovendo
fóruns e colóquios espíritas, na região, a Associação, como registra seu blog
na internet - http://www.caminhosparaoespiritismo.org.br/blog/
- busca aproximar “os
diferentes caminhos do espiritismo”, através do diálogo, do debate franco de
ideias, em clima de fraternidade e de construção conjunta de ideias. Na foto, o
visitante, juntamente com os dirigentes do CCEPA, Milton Medran, Salomão
Benchaya e Maurice Jones.
Néventon
no CCEPA
Aproveitando visita a
familiares no Rio Grande do Sul, Néventon
Vargas (João Pessoa/PB), vice-presidente da Associação Brasileira de
Delegados e Amigos da CEPA, - CEPABrasil, visitou o CCEPA no último dia 27/11, tendo
participado de uma reunião de estudos e da oficina de dirigentes e
trabalhadores da Casa. Ali, deu notícias das atividades desenvolvidas pela
ASSEPE – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa, entidade
filiada à CEPA, na capital paraibana. A foto registra a presença de Néventon,
na reunião do CCEPA, entre Maurice Jones
e Dirce Carvalho Leite.
Benchaya
na nova sede da FERGS
Para a inauguração da sua nova
sede, dia 28/11, a Federação Espírita do Rio Grande do Sul enviou convite a
Maurice Herbert Jones e Salomão Jacob Benchaya, membros do Centro Cultural
Espírita de Porto Alegre e ex-presidentes daquela federativa. Benchaya ali
esteve prestigiando o evento e transmitindo as congratulações de Jones que não
pode comparecer.
A nova sede da FERGS está
situada na Travessa Azevedo, 88, bairro Floresta, Porto Alegre.
A
CEPA e a Espiritualidade
Permitam-me registrar que
gostei muito do artigo de Eugenio Lara “A CEPA e a Espiritualidade” (Enfoque, CCEPA Opinião de outubro/2015).
Como muito bem salientou o articulista, “o Espiritismo se desenvolveu no seio
do espiritualismo e é nele que sua contribuição filosófica se insere”. Por
isso, o esforço da Confederação Espírita Pan-Americana em buscar, no seu XII
Congresso Espírita Pan-Americano (Rosario/Argentina de 25 a 29 de maio de
2016), o diálogo com outras áreas do pensamento espiritualista, sem perder suas
bases kardecistas.
Dante López – Presidente da CEPA – Rafaela/AR.