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“Segmento Padrão” começa a ser percebido
Os registros a Francisco Cândido Xavier, na grande imprensa, por ocasião de seu centenário, também consignam a existência de um espiritismo laico e livre-pensador, como contraponto à visão religiosa, assumida pelo médium de Uberaba. Estaria começando a se confirmar a previsão do pensador espírita Krishnamurti de Carvalho Dias sobre a hora e a vez do “segmento padrão”?
O espiritismo “à brasileira”
A antropóloga paulista Sandra Stoll foi entrevistada pelo caderno “Aliás” do jornal O Estado de São Paulo (18/4/10), repercutindo o sucesso do filme “Chico Xavier”, lançado em comemoração ao centenário do médium. Doutora pela USP e autora de livros e trabalhos acadêmicos sobre espiritismo, Sandra, que participou do Congresso da CEPA em Porto Alegre (2.000), descreve Chico como alguém que foi capaz de absorver do catolicismo elementos formadores da “religião espírita”, criando assim um "espiritismo à brasileira”. Para ela, baseado nos princípios e práticas do catolicismo, Chico “instaurou o que podemos chamar de uma ‘ética da santidade’, consolidada em torno da prática da caridade que exerceu por mais de 70 anos e outros valores monásticos, como a pobreza e a castidade”. Mas, a antropóloga ressalta que, ao contrário do que possa parecer, “Chico não representa unanimidade no meio espírita”, pois é questionado por setores mais comprometidos com a “tradição kardecista”.
Publicação da Editora Abril liga CEPA ao “espiritismo laico”
“Espiritismo – a trajetória de uma doutrina” foi o título de capa de Aventuras da História, publicação da Editora Abril, em março último. Toda a edição foi dedicada à história do espiritismo, uma doutrina “que se deu tão bem por aqui que surgiram várias ramificações”, escreveu Michele Veronese, redatora da revista. Matheus Laureano, presidente da Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa/PB, entrevistado, salientou: “De alguns anos para cá, novos grupos estão surgindo com uma preocupação maior em estudar o fenômeno espírita pela ótica da ciência”. Segundo ele, “muitas dessas associações se reúnem em congressos e encontros, e são vinculadas à Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA), espécie de guarda-chuva que abarca todas elas e defende o espiritismo laico”.
A publicação relaciona outras tendências que se originaram do espiritismo: ramatismo, divinismo, apometria, racionalismo cristão, transcomunicação, ufologia espírita e umbanda, segmentos que comporiam essa “árvore de muitos galhos”, como é ali classificado o espiritismo.
Apenas uma tendência ou o genuíno “segmento padrão”?
No XVIII Congresso Espírita Pan-Americano (Porto Alegre/outubro 2.000), Krishnamurti de Carvalho Dias, autor de O Laço e o Culto, apresentou trabalho com o título de “A Hora e a Vez do Segmento Padrão” (livro A Cepa e a Atualização do Espiritismo – www.cepanet.org), sustentando que o futuro do espiritismo dependeria de assumir definitivamente esse caráter não-religioso. No livro A Descoberta do Espírito, então lançado, Krishnamurti insiste: “A condição original genuína do Espiritismo é a de ser uma ciência”, e “o que vive sendo repetido sobre ele, de que seria uma religião, não passa de um terrível equívoco de seus adeptos”, ou seja, “um boato, explorado e fomentado por seus adversários, para o neutralizar”.
Dez anos depois, constata-se um significativo avanço, dentro do meio espírita, da concepção de um espiritismo científico, filosófico/moral, resultado de uma postura progressista e livre-pensadora de muitos espíritas. Algumas, ainda escassas, referências a essa tendência começam a aparecer também na grande imprensa, tendo, como pano de fundo, exatamente as homenagens que se prestam ao homem-símbolo do espiritismo religioso. Seria um indício de que, de fato, é chegada “a hora e a vez do segmento padrão”?
Nossa Opinião
Recordando Krishnamurti
Quando surgiram as primeiras contestações ao aspecto religioso, no chamado movimento espírita “unificado”, muitos afirmaram tratar-se de uma “manobra das trevas”, objetivando acabar com o espiritismo. Krishnamurti de Carvalho Dias que, na década de 80, juntamente com o “Grupo de Santos” e alguns então dirigentes da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, defendia a condição laica do espiritismo, já naquele tempo, sustentava o contrário: fugir da condição de religião e identificá-lo como uma proposta científica de consequências filosófico-morais, como o fizera Kardec, seria a melhor estratégia para o crescimento do espiritismo e a união dos espíritas, nos novos tempos.
Krishnamurti defendeu ardorosamente essa ideia até os últimos dias de sua vida física. Compareceu ao Congresso de Porto Alegre (outubro/2000) já em estado terminal, vítima de insidioso câncer. Corajoso e lúcido, terminou seu trabalho, dizendo: “De coração desejo isso: que nos entendamos”. Nas palavras finais de sua peça, apelava no sentido de que “nos procuremos, solidários, solícitos uns com os outros, embora as por vezes abissais diferenças”. Atribuía as divergências aos “milênios de religiosismo e religiosidade” de alguns, tendo como contraponto “apenas algumas décadas de desconfessionalização e dessacralização” de outros. Ciente de sua desencarnação breve (ela se daria em janeiro de 2001), prestou, em seu trabalho, homenagem ao que chamou de “segmento padrão”, então representado pela “luminosa CEPA cuja volta ao Brasil”, apregoou “tive a felicidade de presenciar”.
Os espíritas brasileiros ligados à CEPA buscam cultivar esse legado, convictos de que o conhecimento das bases fundamentais do espiritismo é a própria garantia de seu crescimento e da união de todos os espíritas. Por isso, elegeram como tema do II Encontro Nacional da CEPA no Brasil (Bento Gonçalves/RS, 3 a 6 de setembro/2010): “O que é o Espiritismo – A questão da identidade”. Queremos continuar merecendo a qualificação que nos outorgou Krishnamurti: segmento padrão. Para isso, só uma coisa temos de fazer: estudar, divulgar e desenvolver o espiritismo nos moldes propostos por Allan Kardec. Todos os que quiserem se somar a nós nessa tarefa serão bem-vindos. (A Redação)
Editorial
Vida e morte – novos desafios
Ninguém pode fugir ao amor e à morte
Publílio Siro
O Brasil tem um novo Código de Ética Médica. O progresso da ciência, na área da saúde, levou o Conselho Federal de Medicina a adequar suas normas às novas e sempre crescentes exigências éticas daquele ofício. Entre as demandas atuais, uma partiu desta constatação: os recursos científicos e tecnológicos hoje postos a serviço da medicina possibilitam, cada vez mais, o prolongamento da vida de pacientes portadores de doenças chamadas terminais. Enfermidades que, ainda ontem, levariam o doente à morte em poucas semanas ou meses, hoje, embora sigam classificadas como terminais, podem, graças aos chamados tratamentos paliativos, prolongar significativamente sua vida.
Ante essa realidade, não raro, o profissional da medicina se defronta com situações éticas desafiadoras. Cuidados paliativos prolongam a vida, mas nem sempre são capazes de evitar sofrimentos atrozes, tanto de ordem física como emocional e psíquica. Ou seja: há um momento em que o doente cansa do sofrimento e passa a desejar a morte. Esta também é vista pelos familiares como verdadeiro alívio. Daí a norma de conduta consubstanciada no artigo 41 do novo Código de Ética Médica: “Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal”. (grifo do editorialista).
A mesma ordem jurídica que condena a eutanásia – prática igualmente apontada como condenável em O Livro dos Espíritos (q.953) – reconhece, agora, como legítima a chamada ortotanásia, autorizando o médico a suspender os tratamentos agressivos e inúteis dispensados a portadores de doenças incuráveis e irreversíveis, desde que essa seja a vontade do enfermo ou de seu representante legal.
A partir de uma visão religiosa de cunho mais ortodoxo, poder-se-ia alegar que só Deus sabe o momento da morte de alguém e que só a Ele compete fixar o instante final de sua vida física. Contrapõe-se a esse posicionamento, a ideia de que o conhecimento progressivo do fenômeno da vida e da morte, aliada aos modernos conceitos de humanismo e dignidade, legitima o ser humano a uma melhor e mais lúcida interferência nesse mesmo processo. Mais do que isso, para nós, espíritas, que temos da vida uma concepção imortalista, a morte física perde o conceito de finitude, dando passo à transição e, desta, a outras e sucessivas etapas de progresso e dignificação do espírito.
No campo da ética, é de se reconhecer nada existir melhor que a própria experiência histórica para a aferição do adequado comportamento humano frente os desafios de cada tempo. A chamada revelação religiosa que supriu, de forma compatível com seu tempo, a escassez do conhecimento humano sobre as leis da vida, deve ceder diante da razão gerada pela experiência. Isso não significa desprezo à espiritualidade. Admite-se que, na condução desse processo, está o espírito, fagulha divina ofertando luz ao agir humano. A racionalidade e os sentimentos humanos, desenvolvidos ao curso da experiência cultural e evolutiva do espírito, são, precisamente, o mais eloquente sinal da presença de Deus a iluminar a caminhada ética da humanidade.
A mesma ordem jurídica que condena a eutanásia reconhece agora como legítima a ortotanásia.
Opinião em Tópicos
Milton R. Medran Moreira
De Málaga a Roma
Após o Encontro Espírita Ibero-Americano, na Espanha, viajamos à Itália. Fui a Roma não para ver o Papa. Mas, como, na Cidade Eterna, todos os caminhos levam ao Vaticano, ao atravessarmos, Sílvia e eu, uma daquelas majestosas pontes sobre o rio Tibre, lá estava, esplendorosa, a Basílica de São Pedro. Em todas as alamedas que conduziam à entrada da Praça da Santa Sé, grupos de pessoas ofereciam ramos de oliveira aos transeuntes, em troca de doações em dinheiro. Dei-me conta que estávamos no Domingo de Ramos. Avançamos entre a multidão. Logo estaríamos em meio a milhares de pessoas do mundo todo, e, lá em cima, sentado em portentoso trono, ele, Bento XVI, em pessoa, celebrando a missa, rodeado por cardeais, bispos e padres solenemente paramentados, como convinha ao ato. Será mesmo impossível ir a Roma sem ver o Papa?
A Igreja e a pedofilia
Demos uma volta por entre a multidão. Comprei “L’Osservatore Romano” que, em sua primeira página, repercutia matéria de um bispo alemão, da região sede do, então, mais recente caso envolvendo a questão da pedofilia na Igreja. As declarações do prelado faziam ardorosa defesa de Bento XVI e de sua atuação no caso dos padres pedófilos. Segundo ele, ninguém, na história da Igreja, fizera mais que o atual pontífice, para combater essa chaga que envergonha o catolicismo. Pensei comigo: talvez até seja verdade. Durante séculos esse problema existiu. Todo mundo sabia. Não havia quem, em pequenas ou grandes cidades, não conhecesse a história de um vigário, de um confessor ou professor de escola católica que teria molestado sexualmente um coroinha, um aluno ou um catequizando. Sabia-se, mas não se falava. Num mundo que, hipocritamente, havia separado o sagrado do profano, até os mais abjetos pecados cometidos no território do sagrado eram insuscetíveis do julgamento humano. Era como se os sacralizássemos também.
O dilema do Papa
Agora, homens e mulheres maduros, animam-se a denunciar os crimes de que foram vítimas quando crianças. Bem maior há de ser o número dos que silenciaram. Talvez tenham administrado convenientemente o trauma, preferindo sepultá-lo no fundo da alma. Mas, a Igreja já não pode administrar secretamente, como antes o fazia, os frequentes casos de abuso. A sociedade laica exige que, como quaisquer outros mortais, padres e bispos sejam convenientemente julgados pelos mecanismos humanos que cuidam das questões do direito e da justiça.
Esse talvez seja o maior dilema daquele homem que vi, pensativo e absorto, sentado em majestoso trono, naquele Domingo de Ramos: reconhecer publicamente que padres e bispos são cidadãos comuns e, logo, estão sujeitos aos mesmos direitos e obrigações de todos.
Sentimento de justiça
A dura lição também há de apressar o entendimento de que, diferentemente do que se pregou por séculos, não existe uma justiça divina e uma humana. Há, sim, um sentimento de justiça que paira acima das crenças e dos sectarismos, das castas e dos privilégios. Ela está gravada na alma de cada criatura. Indica-lhe o que é certo e o que é errado. Distingue, com clareza, o bem do mal. Sua presença na consciência do ser humano, crente ou não, é, ao mesmo tempo, o mais eloquente atestado da presença de Deus no homem. Talvez, um dia, essa justiça, que alguns filósofos chamaram de direito natural, e que o espiritismo tratou como lei natural, seja capaz de reger as relações humanas, deslocando as funções das cortes de justiça para o tribunal da consciência. Mas, enquanto esse dia não chegar, não é justo que alguém, por prerrogativas de fé ou de poder, se subtraia da justiça dos homens. Ela é imperfeita, como imperfeito é o ser humano, mas é a própria garantia de nossa igualdade.
Notícias
No CCEPA, Mauro fala sobre Webcurso de Espiritismo
Em visita ao Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, na noite de 22 de abril último, Mauro de Mesquita Spínola (São Paulo), do CPDoc – Centro de Pesquisa e Documentação Espírita, discorreu, para integrantes de grupos de estudo da instituição, sobre experiência recentemente iniciada, que implantou o Curso de Espiritismo à distância, pela Internet.
O curso, inaugurado em fevereiro último, está começando seu segundo módulo – com o tema “O Mundo dos Espíritos e Reencarnação” -, tendo atraído cerca de 40 participantes, nessa experiência inicial. Mauro destacou que a base fundamental do curso é a proposta de Kardec, examinada sob perspectiva livre pensadora, numa dinâmica que busca a atuação, a interação e o compromisso de todos os participantes. Interessados encontram maiores informações no site do CPDoc: www.cpdocespirita.com.br .
Homero: “Somos o resultado de nossas escolhas”
Homero, graduado em Filosofia e em Direito, brindou o público com excelente reflexão sobre “Determinismo e Livre Arbítrio”, enfatizando a visão filosófica espírita que reconhece a liberdade do espírito humano, encarnação após encarnação, de fazer suas escolhas, no processo evolutivo.
“Flagelos Destruidores” é tema de Aureci
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Enfoque
Homens de Pouca Fé
Néventon Vargas - Engenheiro Civil; Licenciado em Física; membro do Conselho Executivo da CEPA e da Assepe – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa.
A sociedade humana no geral tem como móvel de suas ações as próprias manifestações da natureza, em que os fenômenos de causas desconhecidas são classificados de sobrenaturais, moldando-se fielmente às tendências de sacralização, criações de mitos, dogmas e rituais, transformando-se facilmente em questões de fé em detrimento do espírito perquiridor que impulsiona o progresso das ideias.
Personalidades evoluídas que passaram pela Terra realizaram prodígios incompreensíveis que até os dias atuais são considerados milagres e estão presentes no imaginário dos povos, compondo as mais diversas culturas e fazendo o gosto das religiões que se alimentam da credulidade humana.
Na infância da humanidade e no seio das culturas em que o avanço científico é precário, os fenômenos naturais corriqueiros foram e são adorados como manifestações da divindade. Sol, lua, chuva, vento, tempestades, raios e trovoadas, são as “vozes” de Deus!
Outros fenômenos tão corriqueiros como aqueles, mas menos comentados e mais temidos, são os que envolvem forças da natureza desconhecidas mesmo das sociedades mais adiantadas no conhecimento científico, uma vez que estão fora do alcance dos sentidos e equipamentos comuns.
Por outro lado, há conhecimentos avançados que já são dominados pelos mais adiantados estudiosos, cientistas e pesquisadores que estão inacessíveis ao grande público. Mas estes passaram pela fieira das conquistas progressivas oriundas das mentes luminosas de homens que superaram os limites da fé, insurgiram-se contra os dogmas e viram adiante das percepções tacanhas instituídas pela religião.
A fé científica, como a fé religiosa, impõe restrições ao livre pensamento, assentando-se em paradigmas carcomidos pela força da evolução, o que lhes destina fatalmente a derrocada total, sobre cujos escombros se poderão assentar os alicerces de novos paradigmas, construídos por indivíduos brilhantes que conseguem se sobrepor à fé. E, ao contrário do que se imagina, não são necessariamente ateus. São apenas homens despidos da fé dogmática da ciência, da filosofia, da religião ou de qualquer outro ramo do conhecimento humano.
Felizmente existem os homens de pouca fé ou fé nenhuma. Homens que admitem suas próprias limitações para assimilarem todo o potencial inserido nos fenômenos, mas sem relegá-los à ordem do sobrenatural, exatamente por perceberem que por estarem fora do alcance de seus conhecimentos e mesmo de suas cogitações filosóficas não significa que estejam alijados da natureza. Homens que se percebem individualidades insignificantes diante do contexto universal, mas que são partícipes na evolução do fragmento que lhes serve de experimento. Homens que se compreendem diante de um processo em que tudo está em tudo, o sobrenatural é nada e o nada não existe.
São homens de pouca fé, mas que sabem do potencial evolutivo da humanidade, por analogia e por extensão do seu próprio.
Opinião do Leitor
Inteligência e Moral
Ler a clareza das leis kardequianas, dentro dos meandros políticos, é uma vitória sem par, pois os ocupadores dos cargos por nós eleitos preocupam-se mais em fazer alguma coisa que em primeira mão, nos mostram serviços e trabalhos para a sociedade, mas por trás disso, há a existência de um comportamento imoral e fora dos padrões "principiais" pelos quais fomos criados absorvendo-os ao longo de nossa passagem pela terra.
O artigo “Inteligência e Moral” (editorial de CCEPA Opinião de abril) é fantástico, porque se a um tempo mostra uma nobreza inexistente a outro mostra os que não se deixam levar pelo comportamento inominável daqueles que deveriam ser nossos maiores defensores e propiciadores de benefícios sociais, morais, assistenciais, previdenciais de cada membro da sociedade.
Sandra Cardoso (manifestação postada na lista de discussão da CEPA, na Internet)
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