A queda
do catolicismo
na
América Latina
Pesquisa do Instituto Latinobarometro
registra queda de 80% para 67%do catolicismo entre a população da América
Latina, no período de 1995 a 2013. Na maioria dos países, católicos migram para
as igrejas evangélicas ou para o grupo dos “sem religião”.
Eram
católicos, agora são evangélicos.
O Instituto Latinobarometro (Santiago, Chile)
divulgou, no último mês de abril, os resultados da sondagem feita em toda a
América Latina sobre religiões. Trata-se, possivelmente, da mais importante
pesquisa já feita sobre crenças na América Latina. O dado mais enfatizado mostra a acentuada
queda do catolicismo nos últimos 18 anos: de 80% para 67%. No Brasil, a queda é
ainda mais expressiva: apenas 63% das pessoas entrevistadas se declararam
seguidoras da Igreja Romana, quando, em 1995, o índice era de 78%. Enquanto
isso, registra-se uma crescente migração de crentes para as igrejas
pentecostais e neopentecostais, em toda a América Latina e, especialmente no
Brasil, onde os evangélicos eram 8% (1995) e hoje representam 21% da população.
A queda fica ainda mais dramática na Nicarágua, onde o catolicismo perdeu 30
pontos percentuais, e também em Honduras, país em que a comunidade católica
caiu de 76% para 47%: menos da metade da população que, no início do século
passado, era, praticamente, toda católica.
Eram
católicos, agora não têm religião.
Confirmando outra tendência não apenas da
América como, e especialmente, da Europa, o levantamento da Latinobarometro
acusou crescimento no índice dos que se dizem sem religião. No Brasil, por
exemplo, esse grupo passou de 6 para 11%. No Uruguai, outro país antes cem por
cento católico, 38% dos entrevistados responderam à pesquisa declarando-se sem
qualquer religião. No Chile, cuja população em 1995 era constituída de 74% de
católicos, hoje25% se declaram sem religião e apenas 57% seguem se afirmando
católicos romanos.
Religião
espírita: um pequeno contingente no mundo.
Na pesquisa do instituto chileno, não há
referências ao espiritismo. Entretanto, em trabalho apresentado por Guillermo Reyes Pozo, do Centro
Barcelonês de Cultura Espírita, intitulado “Retos del Espiirtismo em el Siglo
XXI”, no II Encuentro Espírita Iberoamericano (Tarragona, Espanha, 1º a 4 de
maio), é reproduzida pesquisa sobre crenças no mundo inteiro, publicada por The
Association of Religion Data Archives (ARDA) - http://www.thearda.com/QuickLists/QuickList_125.asp - Ali, a
classificação “espiritistas” aparece com o percentual de 0,2% dos habitantes
pesquisados no mundo inteiro. Pela mesma fonte, os “sem-religião”, no ano da
pesquisa (2005) perfaziam 12,08% da humanidade.
Tempos
de laicização
A grande disputa religiosa no mundo
ocidental, e particularmente na América Latina, segue sendo entre católicos e
evangélicos, com visível avanço destes últimos, para cujo rebanho migram,
anualmente, milhares de ovelhas do aprisco romano. Mas a pesquisa da Latinobarometro
salienta que, apesar disso, cresce a popularidade do Papa argentino, Francisco.
A mesma sondagem concluiu que a Igreja Católica é, hoje, a instituição com
maior nível de confiabilidade, ultrapassando 60%, na maioria dos países
pesquisados, percentagem só superada pela confiança na família.
Contradição? Não, na medida em que se analisar
a atuação do cardeal Bertoglio, desde que assumiu o papado. Seu discurso e sua
ação em momento algum se detiveram na defesa dos dogmas da fé católica. Ao
contrário, quando tomou medidas contra a corrupção do Banco Ambrosiano, ao
punir a ostentação e o luxo de alguns prelados, ao combater com veemência os
escândalos da pedofilia na Igreja, ao expressar tolerância e a compreensão com
os homossexuais, o Papa afinou a prédica e a prática da Igreja com os anseios e
as demandas da sociedade civil. A Igreja Romana, pouco a pouco, se seculariza,
e, nesse processo de laicização, se distancia do dogma e do miraculoso, pontos
fortes dos movimentos evangélicos. Do milagre, do mitológico, do sobrenatural e
do fantástico, vão se apropriando cada vez mais as novas crenças evangélicas,
especialmente nos países latino-americanos, onde crescem adubadas pelas
carências sociais e no vácuo do descaso estatal com a educação. Enquanto isso,
a Igreja, hábil e atenta às tendências de nosso tempo, ganha espaço com a
fórmula: menos crença e mais humanismo.
Entretanto, mesmo que a Igreja minimize ou
subestime as velhas questões da fé religiosa, porque superadas, subsistem na
alma humana os naturais anseios pela espiritualidade. Temas como sobrevivência
do espírito, sua imortalidade e evolução, passíveis de enfoque racional e
científico, sempre serão objeto de íntima indagação humana, tanto de crentes
como de descrentes. Nesse terreno podem se encontrar os religiosos de ontem com
aqueles que duvidam ou já não são movidos pela fé, segmento que cresce
aceleradamente. Esse é o terreno do espiritismo. Deixa de ser, no entanto, na
medida em que ele se apresente como mais uma religião. Em tempos de laicização,
é mister laicizar igualmente o espírito, enfocando-o, como propôs
originariamente Allan Kardec, como o princípio inteligente do universo. Só
assim, poderemos avançar, superando a minguada cifra de 0,2 por cento de
partícipes dessas ideias que reputamos libertadoras e capazes de oferecer
melhor compreensão acerca de Deus, do homem e do mundo. (A Redação).
Espiritismo
e “espiritismos”
“O Espiritismo não encerra mistérios nem
teorias secretas. Tudo nele tem de estar patente.” Allan Kardec – “A
Gênese”. Introdução.
Há sensíveis diferenças entre o espiritismo
que temos e o espiritismo que queremos. A ideia tem sido frequentemente
expressa pelo presidente da Confederação Espírita Pan-Americana, Dante López,
que a ratificou em discurso pronunciado no II Encontro Espírita
Ibero-americano, ao início do fluente mês, em Salou, Catalunha, Espanha.
Quando se fala em espiritismo, costuma-se
estabelecer a distinção entre doutrina e movimento. Aquela compreenderia o
corpo teórico da obra proposta por Allan Kardec e que, segundo seu fundador,
deveria se ampliar ao curso do tempo, incorporando aqueles conhecimentos
humanos capazes de corroborar os princípios fundamentais alusivos ao espírito,
sua comunicabilidade e evolução. Já por movimento espírita compreende-se o
conjunto das organizações humanas envolvidas na prática e difusão das ideias
espíritas.
Quem, no entanto, visita um centro, grupo ou
instituição que se afirme espírita nem sempre apreenderá a distinção. Para ele,
espiritismo será o que ali ele presenciar e as ideias e práticas com as quais
ali tomar contato. Há, assim, um espiritismo teórico, cognoscível por aqueles
que dedicarem ao seu estudo sério e à vivência da ética por ele proposta. Mas,
há, de outra parte, uma gama de “espiritismos”, nem sempre ou em tudo compatíveis
com o primeiro e que se fragmentam em práticas e ideias, por vezes
demasiadamente esdrúxulas e, algumas, totalmente contrárias à lúcida proposta
kardeciana.
Na Europa, onde, em conjunto com a Associação
Internacional para o Progresso do Espiritismo – AIPE -, a CEPA promoveu,
recentemente, o II Encontro Espírita Ibero-Americano, o espiritismo que
floresceu e se desenvolveu rapidamente ao curso do Século XIX, experimenta hoje
um forte processo de reavivamento, após ter praticamente desaparecido, em razão
de duas grandes guerras e da perseguição sofrida por sangrentas ditaduras,
justamente nos países onde tinha maior representatividade.
Nesse contexto, é digno de nota o esforço de
núcleos e pessoas que, no Velho Continente, buscam o intercâmbio de ideias com os
segmentos mais progressistas e livre-pensadores do espiritismo pan-americano.
Enfrentam, fruto do criminoso processo de desprestígio do espiritismo, movido
pelo establishment religioso e político por tanto tempo ali dominante,
dificuldades enormes para a difusão do espiritismo, tal como o entendem e
querem. O “espiritismo” com o qual se defrontam e que reside no imaginário
popular não passa de um simulacro de ideias e práticas prenhes de mistério e de
magia, em sentido diametralmente oposto à racionalidade kardeciana.
O Século XXI, aqui como lá, pois, nos está a
oferecer imensos desafios para que se ponha no devido lugar o espiritismo que
queremos, diante da imensa gama de “espiritismos” que, de fato, ainda temos,
aqui e alhures. Um trabalho que só pode ser enfrentado com a união de esforços,
nos moldes daquilo que alguns segmentos espíritas ibero-americanos estão
fazendo.
O novo
santo
Eufórica, diante da câmera de TV, a moça
dizia: “Maravilha! Agora, este país vai pra frente. Teremos um santo rogando a
Deus pelo Brasil!”. Ela vibrava com a canonização do Padre José de Anchieta que
o Papa havia procedido por decreto, mesmo sem a comprovação de dois ou três
milagres, tradicionalmente exigíveis pela Igreja, quando se trata de elevar
alguém às honras do altar.
Para quem supõe a existência de um Paraíso,
onde mora Deus, sentado em um trono, rodeado de anjos e santos que disputam
oportunidades de audiência para lhe pedir favores, a euforia da jovem fazia
todo o sentido. Como santo, Anchieta estaria, agora, mais perto do trono de
Deus e com mais chance de falar com ele. Por que não rogar pelo Brasil, país
que ele viu nascer?
Um deus criado pelos homens
Os homens criaram Deus a partir de velhos
modelos terrenos de hierarquia e poder. Para agradá-lo, prostram-se diante de
sua imagem, entoam hinos de louvor, fazem oferendas, ritos e sacrifícios. Mesmo
assim, nem sempre são ouvidos. Por isso, elegem intermediários: anjos, santos e
espíritos protetores. Mais próximos do Senhor, eles poderão lhe encaminhar seus
preitos. Assim como a gente costuma fazer quando tem um amigo influente nas
altas esferas do poder.
Mudando
conceitos
Mesmo nos dizendo espíritas, quase sempre nos
pegamos pensando em Deus ou estabelecendo nossas relações com ele, a partir
desse velho modelo. Entretanto, a questão número 1 de O Livro dos Espíritos, ao
definir Deus como “Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”,
nos sugere avançar sobre os conceitos judaico-cristãos para concluir que as
coisas não funcionam assim. Que Deus não está exatamente sentado em um trono e
não necessitamos de “pistolões” para chegar a ele. Já nos é possível o conceber
Deus como a suprema Inteligência, um Pensamento, uma Energia a impregnar o
Universo e a nós próprios. Manifesta-se aos homens através de leis naturais,
gravadas na consciência da gente. Se observadas, essas leis trazem paz e
felicidade. Nossa saúde, o êxito profissional, a harmonia familiar e social, a
vida e a morte, o progresso de um povo, tudo é regido por esse conjunto de leis
naturais.
Santos
laicos
Quando da morte de Betinho, o grande
sociólogo brasileiro que concebeu uma ampla campanha para reduzir a fome no
Brasil, Carlos Heitor Cony sugeriu, numa crônica, que ele fosse canonizado.
Seria o primeiro santo laico brasileiro. Acho que a sugestão do cronista não
chegou ao Vaticano que, em tempos de pluralismo e de reformas do Papa
Francisco, bem que poderia fazer isso com outras grandes figuras da humanidade,
reconhecidamente virtuosas, mesmo não sendo católicas ou religiosas, como
Mahatma Gandhi, Albert Shcweitzer, Martin Luther King e Albert Einstein.
Este último, aliás, definiu Deus como sendo
“a lei e o legislador do Universo”, um conceito com o qual concorda o
espiritismo. Se estivermos errados, com certeza, Deus há de perdoar Einstein e
os espíritas também.
Nota do Editor:
Este
espaço é, normalmente, destinado a artigos inéditos, escritos, quase sempre,
por espíritas. Abrimos hoje uma exceção, reproduzindo excelente artigo do
jornalista David Coimbra, publicado
no jornal Zero Hora, do último dia 18.4 – Sexta-Feira Santa dos cristãos. A
exceção se justifica diante dos conceitos plenamente coincidentes com a
filosofia espírita acerca de Jesus de Nazaré.
O sal
da terra
“Vós sois o sal da terra”, disse Jesus no
Sermão da Montanha. “Vós sois a luz do mundo”, enfatizou, e era para os seres
humanos que falava. Para nós.
Mas não vou em frente antes de falar do meu
medo. Tenho medo de religiões e ideologias, porque umas e outras são matéria de
fé. São dogma. No momento em que você se torna dogmático, você tem um lado e do
seu lado está o Bem, enquanto o Mal está do lado de lá. Pessoas mataram e
morreram, matam e morrem por causa de religiões e ideologias. Além do mais,
aquelas certezas tantas e tão sólidas fazem com que as pessoas deixem de
pensar. Não precisa, já está tudo pensado, basta seguir o prescrito e dividir o
mundo em dois hemisférios, sem ponderações: aqui estão os certos, lá estão os
errados.
Dito isso, que fique claro: não estou falando
do Jesus religioso, nesta Sexta-Feira Santa; não estou falando do Jesus
cristão. Estou falando de um dos mais revolucionários filósofos morais da
História, e da peça central do seu pensamento, que foi aquele Sermão.
A filosofia de Jesus é tão inovadora que
nenhuma de suas igrejas compreendeu ou aplicou o seu principal ensinamento.
Ninguém entendeu essa passagem:
“Não oponhais resistência ao mau; se alguém
te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. E se alguém quiser
pleitear contigo para te tirar a túnica dá-lhe também a capa. (...) Amai os
vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.
Olhando assim, você pode achar humilhante
tamanha resignação. Mas Jesus não está sugerindo submissão. Ele se põe acima
disso. Está dizendo, simplesmente, que não vale a pena. Ou, como já disseram os
Beatles, a vida é muito curta para perder tempo com brigas e confusões. Life is
very short.
O Sermão da Montanha é surpreendente. O
trecho do qual Erico Verissimo colheu o título de um de seus livros “olhai os
lírios do campo”, é de rara sabedoria e de construção preciosa. Jesus dizia que
o homem não deve se preocupar com acumulação de riquezas. Não deve se preocupar
nem com seu sustento: “A cada dia basta o seu cuidado”. Que frase! O que ele
queria dizer com isso? O mesmo que falou a respeito de brigas e confusões: que
se preocupar não vale a pena. Ou, usando outro clássico dos Beatles, deixe
estar. Let it be.
Mas não, não vou fazer uma exegese do Sermão
da Montanha a partir dos Beatles. Não seria tão superficial. O Sermão da
Montanha é profundo. Algumas nesgas dele você pode levar como regra. Como
quando Jesus diz que cada um julga os outros com sua própria medida. Com essa
sentença, ele diz o mais importante sobre a alma humana. Diz que o Mal é o que
sai da boca do homem. E é.
Não são palavras santas. São palavras sábias.
Mas, de todas elas, as que mais me intrigam foram as que citei lá em cima, na
abertura do texto. Como o homem pode ser a luz do mundo, se há tanta crueldade,
se pais que matam filhos, como se suspeita acerca daquele pai de Três Passos?
Vinha pensando nisso, vinha intrigado com
isso toda a semana, até que, na quinta-feira, minha mulher me contou um caso
prosaico. Ela é arquiteta. Naquele dia, havia ligado para o eletricista com
quem trabalha, um homem muito sério, muito compenetrado. Assim que atendeu, ele
se desculpou: não poderia falar, porque seu filho tinha caído na escola,
machucara a boca e precisava ser levado ao hospital. E então, antes que ela
conseguisse perguntar como estava o menino, aquele homem sisudo começou a
chorar.
Ela me relatou essa história por telefone. Eu
estava na redação. Desliguei com o coração apertado, pensando naquele pai, no
quanto ele deve amar seu filho e em como devia estar sofrendo com o sofrimento
do menino. E, ainda na redação, fechei os olhos e roguei em silêncio para que o
pequeno estivesse bem, para que em breve os dois estejam de novo sorrindo, e
pensei que é por causa de pais como esse, por causa de amores como esse que,
sim, vós sois a luz do mundo. Vós sois o sal da terra.
Antropólogo faz pesquisa de Doutorado no CCEPA
O antropólogo Gustavo Ruiz Chiesa esteve durante vários dias do mês de abril
acompanhando as atividades do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, tendo
participado de suas reuniões de estudo, conferências públicas e sessões
mediúnicas.
Gustavo (foto) defende tese sobre Ciência,
Saúde e Espiritualidade na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde reside,
e, entre outras instituições espíritas de todo o Brasil, nas quais colhe
material para seu trabalho acadêmico, escolheu o CCEPA para algumas de suas
pesquisas.
Nossa
experiência em Salou
O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre se
fez representar no II Encuentro Espírita
Iberoamericano (Salou, Tarragona, Espanha - 1º a 4 de maio), por seu
Presidente, Milton Medran Moreira,
acompanhado da esposa Sílvia; do
Secretário de sua Diretoria Executiva, Rui
Paulo Nazário de Oliveira e esposa, Raquel,
e também do colaborador da instituição, Moacir
Costa de Araújo Lima e esposa, Lúcia
Helena (na foto, a delegação de Porto Alegre).
Medran participou do Painel de abertura,
juntamente com o Presidente da CEPA, Dante
López, e Guillermo Reyes, do
Centro Barcelonês de Cultura Espírita. Os três, durante duas horas, responderam
perguntas formuladas pelo auditório sobre o tema “O Espiritismo no Século XXI”.
Moacir, juntamente com Medran e David Estany, da Associação Espírita
Otus y Neran, de Tárraga, Espanha, participou do Painel “Motores del
Espiritismo”, onde desenvolveu o tema “Amor, el Arte de Vivir”. No mesmo
painel, Medran abordou “La Ética Espírita en el Siglo XXI”.
CCEPA Opinião – Uma referência
do
espiritismo laico e livre-pensador
Diversos expositores do “Encuentro” fizeram
referência ao jornal CCEPA Opinião,
destacando-se Yolanda Clavijo (de
CIMA-Venezuela) que expôs o tema “Vigencia del Pensamiento de Amalia Domingo
Soler”. Em sua exposição, Yolanda leu trechos de editoriais do periódico
editado pelo CCEPA e destacou a sintonia de sua linha editorial com as ideias
de Amalia. Também a brasileira Jacira Jacinto da Silva (São Paulo,
CPDoc), no trabalho “Criminalidad y Derechos Humanos”, fez a leitura de artigo
do editor deste jornal, defendendo posições humanistas no campo do direito
criminal. Por sua vez, o português José
Carlos Miranda Lucas (da ADESP), que, pela primeira vez participou de um
evento da CEPA, disse que tomou contato com o pensamento “espírita laico”,
lendo matérias aqui publicadas por Milton Medran e Jon Aizpurua. Por fim, Jacques Peccatte (Cercle Spirite Allan
Kardec, Paris) recordou ter conhecido a CEPA a partir de um contato com o
Diretor deste jornal.
Para o presidente do CCEPA, “o mais
importante foi a rica troca de experiências com pensadores espíritas de
diferentes regiões do Planeta e a plena sintonia de ideias e propósitos”.
Opinião do Leitor
O
Evangelho Segundo o Espiritismo
Como
sempre brilhante o artigo de Milton Medran, agora sobre o Evangelho Segundo o
Espiritismo (CCEPA Opinião – abril)
"O espiritismo propõe um novo olhar sobre Deus, a vida e o universo,sem,
para isso, se valer do mistério e do sobrenatural . Inserimo-nos entre os
crescentes segmentos culturais que, hoje, distinguem espiritualidade de
religião " .
O
texto fala de forma clara e distinta , como dizia Descartes , sobre a nossa
posição diante da sociedade e do mundo. Entristece-me quando leio o Reformador e em vários editoriais está
escrito Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas felicito-me de caminhar em companhia
como a de Medran quando se trata de pensar o espiritismo.
Roberto
Rufo -Santos/SP.
O golpe
militar de 64
Prezado
companheiro de ideal Medran,
Preciso
parabenizá-lo quanto ao valor ético do editorial apresentado no Opinião de março a respeito do golpe
civil-militar de 64, fundador de anos sombrios para a nossa Pátria. Anos de
necrofilia, negação de direitos civis e de legitimação do desamor entre as
gentes. Ansiava ver algum periódico espírita se manifestar com a lucidez e serenidade
ali registrada.
Na
Revista Espírita de abril de 1860, o
sr. Allan Kardec teve ensejo de publicar profunda e sintética página do
Espírito Abelardo (será aquele intelectual da Idade Média que protagonizou com
Eloísa uma bela história de amor negada pelo dogmatismo de antes?) onde
encontramos exarado algo bem em sintonia com o editorial escrito. Ali é dito:
”O reino do constrangimento e da opressão acabou; começa o da razão, da
liberdade, do amor fraterno. Não é mais pelo medo e pela força que os poderes
da Terra adquirirão, de agora em diante, o direito de dirigir os interesses
morais, espirituais e físicos dos povos, mas pelo amor à liberdade.”.
Vinícius
Lima Lousada – Bento Gonçalves/RS.
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