Uma tarde para refletir sobre
Espiritismo e Fraternidade
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Agosto/16 - Domingo - das 13h30 às 18h30
Luiz Signates, um dos mais qualificados pensadores espíritas do
Brasil, ministra o seminário sobre “Espiritismo e Fraternidade”
no IETRD com a participação de integrantes do Centro Cultural
Espírita de Porto Alegre.
O expositor
Luiz Signates é jornalista, professor da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás, mestre em comunicação pela Universidade de Brasília e doutor em comunicação pela Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo. Presentemente, ministra curso de pós-graduação na Universidade do Vale do Rio do Sinos (São Leopodo/RS). No meio espírita, foi vice-presidente de comunicação social da Federação Espírita do Estado de Goiás, colaborador da ABRADE e da CEPA.
Intelectual e pensador fecundo, Signates tem se destacado no meio espírita por defender ideias de alteridade e diálogo entre todos os segmentos espíritas, independentemente das siglas e organizações institucionais. Em artigo publicado no livro “Espiritismo: O Pensamento Atual da CEPA” (Ed.Imprensa Livre/2002), sob o título de “Nós não é o plural de eu” destaca que “não é incomum, nos meios filosóficos e religiosos, falar-se de fraternidade...de modo antifraterno”, e acrescenta: “No espiritismo brasileiro, por exemplo, a maioria das atitudes de 'defesa da pureza doutrinária' inclui-se no caso em que a prática da fala acaba negando os seus próprios conteúdos, deixando-os vazios de consistência ética”.
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Agosto/16 - Domingo - das 13h30 às 18h30
Luiz Signates, um dos mais qualificados pensadores espíritas do
Brasil, ministra o seminário sobre “Espiritismo e Fraternidade”
no IETRD com a participação de integrantes do Centro Cultural
Espírita de Porto Alegre.
O expositor
Luiz Signates é jornalista, professor da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás, mestre em comunicação pela Universidade de Brasília e doutor em comunicação pela Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo. Presentemente, ministra curso de pós-graduação na Universidade do Vale do Rio do Sinos (São Leopodo/RS). No meio espírita, foi vice-presidente de comunicação social da Federação Espírita do Estado de Goiás, colaborador da ABRADE e da CEPA.
Intelectual e pensador fecundo, Signates tem se destacado no meio espírita por defender ideias de alteridade e diálogo entre todos os segmentos espíritas, independentemente das siglas e organizações institucionais. Em artigo publicado no livro “Espiritismo: O Pensamento Atual da CEPA” (Ed.Imprensa Livre/2002), sob o título de “Nós não é o plural de eu” destaca que “não é incomum, nos meios filosóficos e religiosos, falar-se de fraternidade...de modo antifraterno”, e acrescenta: “No espiritismo brasileiro, por exemplo, a maioria das atitudes de 'defesa da pureza doutrinária' inclui-se no caso em que a prática da fala acaba negando os seus próprios conteúdos, deixando-os vazios de consistência ética”.
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Público alvo
O seminário é organizado e sediado por uma entidade filiada à Federação Espírita do Rio Grande do Sul: o Instituto Espírita Terceira Revelação Divina, cuja atuação tem se inspirado em uma visão sempre aberta ao pluralismo e ao diálogo. A partir do momento em que foi anunciado o evento, o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, filiado à Confederação Espírita Pan-Americana, mobilizou seus dirigentes e associados para dele participarem. Dessa oportuna iniciativa espera-se uma participação efetivamente plural, alteritária e voltada ao diálogo e à vivência da autêntica fraternidade espírita.
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A programação
Além da programação temática com Signates, divulgada pelo IETRD e que reproduzimos abaixo, está sendo anunciada uma breve apresentação do tenor Pedro Szobot, da OSPA – Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, com músicas de seu repertório com acompanhamento de playback.
Público alvo
O seminário é organizado e sediado por uma entidade filiada à Federação Espírita do Rio Grande do Sul: o Instituto Espírita Terceira Revelação Divina, cuja atuação tem se inspirado em uma visão sempre aberta ao pluralismo e ao diálogo. A partir do momento em que foi anunciado o evento, o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, filiado à Confederação Espírita Pan-Americana, mobilizou seus dirigentes e associados para dele participarem. Dessa oportuna iniciativa espera-se uma participação efetivamente plural, alteritária e voltada ao diálogo e à vivência da autêntica fraternidade espírita.
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A programação
Além da programação temática com Signates, divulgada pelo IETRD e que reproduzimos abaixo, está sendo anunciada uma breve apresentação do tenor Pedro Szobot, da OSPA – Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, com músicas de seu repertório com acompanhamento de playback.
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13h30 Recepção Recepção aos participantes
13h45 Abertura Apresentações
14h Palestra/ Jesus e a alteridade: a singularidade
Diálogo do Sermão da Montanha
15h Palestra/ Kardec e a alteridade: o exemplo do
Diálogo codificador para a ética espírita.
16h Lanche Intervalo de 30 minutos
16h30 Palestra/ Saberes e religiosidades: a fraternidade
Diálogo como experiência de ouvir e aprender
17h30 Palestra/ Espiritismo e globalização: a inserção social
Diálogo espírita como fator de transformação humana
18h30 Encerramento - Palavras finais.
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Nossa opinião
.13h45 Abertura Apresentações
14h Palestra/ Jesus e a alteridade: a singularidade
Diálogo do Sermão da Montanha
15h Palestra/ Kardec e a alteridade: o exemplo do
Diálogo codificador para a ética espírita.
16h Lanche Intervalo de 30 minutos
16h30 Palestra/ Saberes e religiosidades: a fraternidade
Diálogo como experiência de ouvir e aprender
17h30 Palestra/ Espiritismo e globalização: a inserção social
Diálogo espírita como fator de transformação humana
18h30 Encerramento - Palavras finais.
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Nossa opinião
Há 15 anos defendemos esta idéia.
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Este periódico completa 15 anos com esta edição. Nascido em um momento de definições e afirmações dentro do movimento espírita, tornou-se porta-voz de uma instituição que privilegia o livre-pensamento e a prática de sua expressão, no meio espírita, em clima de fraternidade e respeito.
Por isso, no momento em que celebramos mais este aniversário e introduzimos algumas modificações neste mensário, voltando, inclusive, a disponibilizá-lo em papel branco, como originariamente, gratifica-nos abrir esta edição com a notícia de um evento que trata de fraternidade na seara espírita. Fazendo-o, aproveitamos a oportunidade para reafirmar o verdadeiro papel deste modesto periódico: o de estimular o conhecimento e a vivência do espiritismo, em todos os seus aspectos e consequências.
“Não se pode legitimamente falar de espiritismo sem praticar sua ética”, escreveu Signates no livro “Espiritismo: o pensamento atual da CEPA”.
Muito mais que uma palavra, fraternidade é um valor a ser vivenciado, no meio espírita. E para vivenciá-lo é fundamental que se abram espaços de encontro, convivência e diálogo.
Cumprimentamos o Instituto Espírita Terceira Revelação Divina – IETRD – pela feliz iniciativa. O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre – CCEPA – lá estará para participar ativamente. E este periódico, para documentar o evento, como uma de suas pautas, na abertura de seu 16º ano de vida.
(A Redação)
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Este periódico completa 15 anos com esta edição. Nascido em um momento de definições e afirmações dentro do movimento espírita, tornou-se porta-voz de uma instituição que privilegia o livre-pensamento e a prática de sua expressão, no meio espírita, em clima de fraternidade e respeito.
Por isso, no momento em que celebramos mais este aniversário e introduzimos algumas modificações neste mensário, voltando, inclusive, a disponibilizá-lo em papel branco, como originariamente, gratifica-nos abrir esta edição com a notícia de um evento que trata de fraternidade na seara espírita. Fazendo-o, aproveitamos a oportunidade para reafirmar o verdadeiro papel deste modesto periódico: o de estimular o conhecimento e a vivência do espiritismo, em todos os seus aspectos e consequências.
“Não se pode legitimamente falar de espiritismo sem praticar sua ética”, escreveu Signates no livro “Espiritismo: o pensamento atual da CEPA”.
Muito mais que uma palavra, fraternidade é um valor a ser vivenciado, no meio espírita. E para vivenciá-lo é fundamental que se abram espaços de encontro, convivência e diálogo.
Cumprimentamos o Instituto Espírita Terceira Revelação Divina – IETRD – pela feliz iniciativa. O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre – CCEPA – lá estará para participar ativamente. E este periódico, para documentar o evento, como uma de suas pautas, na abertura de seu 16º ano de vida.
(A Redação)
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Editorial
Ética na Política
“Ética nada mais é que reverência pela vida”
Albert Schweitzer
Ética na Política
“Ética nada mais é que reverência pela vida”
Albert Schweitzer
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Um manifesto firmado por cerca de uma dezena de instituições nacionais ligadas ao Direito, difundido pela Internet, convocava para um Fórum pela Ética na Política, e marcava um encontro para o dia 27 de julho, no Pacaembu, em São Paulo, denominado “Reunião com os Operadores do Direito”.
O grupo, declarando não ter presidente ou diretores, mas apenas coordenadores, está impulsionando a criação de um movimento para mobilizar a sociedade civil, formadores de opinião e cidadãos em geral “para pôr fim à degradação do Senado, reduzir drasticamente seu orçamento e o número de funcionários da instituição e lutar por uma reforma política que propicie a democratização do poder público, maior controle sobre parlamentares e dirigentes, maior transparência e etc.”.
Ao produzirmos este editorial não tínhamos ainda conhecimento do resultado do encontro. Assim mesmo, pela iniciativa e em face da manifestação de, pelo menos, uma liderança espírita, no caso o professor e jurista Marcelo Henrique Pereira, Assessor Administrativo da ABRADE – Associação Brasileira de Divulgadores Espíritas – pareceu-nos importante fazer o presente registro. Em sua manifestação, destaca, com propriedade Marcelo Henrique: “Ao contrário do que alguns possam pensar, os temas que estão na ordem do dia são fundamentais e imprescindíveis quanto à mobilização e a participação dos espíritas, construindo uma sociedade melhor, materialmente falando, além, é claro, dos componentes de caráter espiritual propriamente ditos”. Com esse argumento, promete colocar à apreciação de seus companheiros da ABRADE, “a aproximação e o envolvimento da entidade nessa feliz iniciativa”.
Há alguns momentos na história de uma nação que, mesmo sendo eminentemente políticos, provocam demandas que extrapolam ou até contrariam interesses radicais de seus organismos políticos. Esses organismos, aliás, por injunções da própria democracia, tendem a criar estruturas de poder distanciadas do interesse público e cujo distorcido objetivo central passa a ser a criação de privilégios a seus integrantes. É nesses momentos que entidades verdadeiramente livres e voltadas ao bem comum devem agir politicamente. Os organismos espíritas, segundo abalizadas conclusões, teriam se omitido em momentos de graves violações aos direitos fundamentais e à democracia deste país. Diferentemente, a maçonaria e importantes segmentos progressistas da Igreja, apenas para citar duas vertentes, levantaram a voz e agiram concretamente contra a opressão, o autoritarismo e a ditadura, em momentos oportunos.
Este é um momento oportuno. Não para responsabilizar apenas um homem, por mais que esteja ele vinculado às práticas corporativistas contra as quais a sociedade verbera, em uníssono. Mas, fundamentalmente, para contribuir com o aprimoramento institucional, punindo-se, sim, eventuais culpados, e, especialmente, criando-se mecanismos políticos mais funcionalmente sujeitos ao controle social, à transparência e à ética pública.
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Opinião em Tópicos
Um manifesto firmado por cerca de uma dezena de instituições nacionais ligadas ao Direito, difundido pela Internet, convocava para um Fórum pela Ética na Política, e marcava um encontro para o dia 27 de julho, no Pacaembu, em São Paulo, denominado “Reunião com os Operadores do Direito”.
O grupo, declarando não ter presidente ou diretores, mas apenas coordenadores, está impulsionando a criação de um movimento para mobilizar a sociedade civil, formadores de opinião e cidadãos em geral “para pôr fim à degradação do Senado, reduzir drasticamente seu orçamento e o número de funcionários da instituição e lutar por uma reforma política que propicie a democratização do poder público, maior controle sobre parlamentares e dirigentes, maior transparência e etc.”.
Ao produzirmos este editorial não tínhamos ainda conhecimento do resultado do encontro. Assim mesmo, pela iniciativa e em face da manifestação de, pelo menos, uma liderança espírita, no caso o professor e jurista Marcelo Henrique Pereira, Assessor Administrativo da ABRADE – Associação Brasileira de Divulgadores Espíritas – pareceu-nos importante fazer o presente registro. Em sua manifestação, destaca, com propriedade Marcelo Henrique: “Ao contrário do que alguns possam pensar, os temas que estão na ordem do dia são fundamentais e imprescindíveis quanto à mobilização e a participação dos espíritas, construindo uma sociedade melhor, materialmente falando, além, é claro, dos componentes de caráter espiritual propriamente ditos”. Com esse argumento, promete colocar à apreciação de seus companheiros da ABRADE, “a aproximação e o envolvimento da entidade nessa feliz iniciativa”.
Há alguns momentos na história de uma nação que, mesmo sendo eminentemente políticos, provocam demandas que extrapolam ou até contrariam interesses radicais de seus organismos políticos. Esses organismos, aliás, por injunções da própria democracia, tendem a criar estruturas de poder distanciadas do interesse público e cujo distorcido objetivo central passa a ser a criação de privilégios a seus integrantes. É nesses momentos que entidades verdadeiramente livres e voltadas ao bem comum devem agir politicamente. Os organismos espíritas, segundo abalizadas conclusões, teriam se omitido em momentos de graves violações aos direitos fundamentais e à democracia deste país. Diferentemente, a maçonaria e importantes segmentos progressistas da Igreja, apenas para citar duas vertentes, levantaram a voz e agiram concretamente contra a opressão, o autoritarismo e a ditadura, em momentos oportunos.
Este é um momento oportuno. Não para responsabilizar apenas um homem, por mais que esteja ele vinculado às práticas corporativistas contra as quais a sociedade verbera, em uníssono. Mas, fundamentalmente, para contribuir com o aprimoramento institucional, punindo-se, sim, eventuais culpados, e, especialmente, criando-se mecanismos políticos mais funcionalmente sujeitos ao controle social, à transparência e à ética pública.
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Opinião em Tópicos
Milton Medran Moreira
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A divergência dos gênios
Os gênios também divergem. Discípulos dissentem de seus mestres. Aconteceu entre Platão e Aristóteles com suas respectivas teorias do conhecimento. Platão defendia a tese das ideias inatas. Para ele, a alma, e só ela, era detentora do conhecimento. Seu mais famoso discípulo discordou. Aristóteles cunhou a frase que aprendi nos velhos tempos de latim: “Nihil est in intelelectu quod non prius fuerit in sensu” (nada está no intelecto que não tenha primeiro passado pelos sentidos). Ou seja: é pela visão, pelo tato, pelos sentidos corporais, enfim, que adquirimos o conhecimento. Sem experienciar nada aprendemos. Diferente de seu mestre para quem “aprender é recordar”, ou seja, é acessar o imenso universo das ideias que deixamos lá fora da caverna, onde estamos acorrentados e permaneceremos enquanto nossa alma não se libertar do corpo.
O pintor cego
Estou recorrendo aos dois gênios da Grécia Antiga para tentar desvendar um mistério de nossos dias. Na Turquia, não muito distante, pois, da pátria onde se deu esse embate intelectual, um homem chamado Esref Armagan encanta e confunde o mundo. Encanta porque pinta maravilhosamente bem. Uma pintura leve, cheia de cores, de gramados muito verdes, de casinhas multicoloridas com vasos de flores nas janelas e passarinhos pousando nelas. Confunde porque esse homem nasceu cego. Nunca enxergou. Sua relação com tudo o que o rodeia dá-se preferentemente pelo tato. Para pintar seus quadros toca nas flores, nas plantas, nas pessoas e, depois, reproduze-as com os acréscimos que sua alma de artista é capaz de criar.
A alma na pós-modernidade
De sua alma, eu falei? Bem, aí é que a coisa pega. O mundo pós-moderno está muito mais para aristotélico do que platônico. A alma dos filósofos idealistas, que foram tantos e tão ricos, da antiguidade à modernidade, já não conta para a ciência dos neurônios e dos bits que, juntos, pretendem explicar todas as maravilhas dos homens e das máquinas. A neurociência localiza no cérebro a sede e a causa de cada emoção, de cada gesto e comportamento, do bem e do mal. E nessa ditadura neuronial não sobra lugar para a alma. Esta, antes liberta no vasto mundo das ideias, agora é propriedade exclusiva das religiões. Prisioneira do dogma, foi encerrada no quarto escuro do mistério.
Platão não teria dúvida. O pintor que nasceu sem os olhos nem sempre teria sido cego. Sua alma, viajora do tempo, antes de aprisionar-se ao corpo, percebera e retivera as imagens que hoje pinta. Para os neurocientistas, no entanto, há um campo no cérebro onde se formam as imagens captadas pela visão. Quem não enxerga, como Esref, pode suprir isso com os outros sentidos, especialmente o tato, formando, naquela mesma área cerebral, as imagens que consegue reproduzir com seu pincel.
A síntese
Só não consigo entender como Esref, sem ver, pinta o gramado de verde, as flores com suas cores originais, os telhados vermelhos com a neve branca. Ou melhor, consigo, sim. Para isso, preciso harmonizar as relações Platão/Aristóteles: sim, é a alma que conhece, como disse um; sim, o conhecimento chega pelas percepções sensoriais, como afirmou outro. A síntese dessas duas afirmativas à primeira vista antagônicas, se dá pela lei das vidas sucessivas e pelas reminiscências que delas guarda a alma ou espírito. Uma lei em tudo racional, capaz de interpretar o fenômeno Esref. Mas para aceitá-la será preciso enfrentar dois dogmas da pós-modernidade: o de que a alma não existe, e o de que se, vá lá, possa existir, é coisa que deve ser aprisionada no quarto escuro do mistério e da fé.
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A divergência dos gênios
Os gênios também divergem. Discípulos dissentem de seus mestres. Aconteceu entre Platão e Aristóteles com suas respectivas teorias do conhecimento. Platão defendia a tese das ideias inatas. Para ele, a alma, e só ela, era detentora do conhecimento. Seu mais famoso discípulo discordou. Aristóteles cunhou a frase que aprendi nos velhos tempos de latim: “Nihil est in intelelectu quod non prius fuerit in sensu” (nada está no intelecto que não tenha primeiro passado pelos sentidos). Ou seja: é pela visão, pelo tato, pelos sentidos corporais, enfim, que adquirimos o conhecimento. Sem experienciar nada aprendemos. Diferente de seu mestre para quem “aprender é recordar”, ou seja, é acessar o imenso universo das ideias que deixamos lá fora da caverna, onde estamos acorrentados e permaneceremos enquanto nossa alma não se libertar do corpo.
O pintor cego
Estou recorrendo aos dois gênios da Grécia Antiga para tentar desvendar um mistério de nossos dias. Na Turquia, não muito distante, pois, da pátria onde se deu esse embate intelectual, um homem chamado Esref Armagan encanta e confunde o mundo. Encanta porque pinta maravilhosamente bem. Uma pintura leve, cheia de cores, de gramados muito verdes, de casinhas multicoloridas com vasos de flores nas janelas e passarinhos pousando nelas. Confunde porque esse homem nasceu cego. Nunca enxergou. Sua relação com tudo o que o rodeia dá-se preferentemente pelo tato. Para pintar seus quadros toca nas flores, nas plantas, nas pessoas e, depois, reproduze-as com os acréscimos que sua alma de artista é capaz de criar.
A alma na pós-modernidade
De sua alma, eu falei? Bem, aí é que a coisa pega. O mundo pós-moderno está muito mais para aristotélico do que platônico. A alma dos filósofos idealistas, que foram tantos e tão ricos, da antiguidade à modernidade, já não conta para a ciência dos neurônios e dos bits que, juntos, pretendem explicar todas as maravilhas dos homens e das máquinas. A neurociência localiza no cérebro a sede e a causa de cada emoção, de cada gesto e comportamento, do bem e do mal. E nessa ditadura neuronial não sobra lugar para a alma. Esta, antes liberta no vasto mundo das ideias, agora é propriedade exclusiva das religiões. Prisioneira do dogma, foi encerrada no quarto escuro do mistério.
Platão não teria dúvida. O pintor que nasceu sem os olhos nem sempre teria sido cego. Sua alma, viajora do tempo, antes de aprisionar-se ao corpo, percebera e retivera as imagens que hoje pinta. Para os neurocientistas, no entanto, há um campo no cérebro onde se formam as imagens captadas pela visão. Quem não enxerga, como Esref, pode suprir isso com os outros sentidos, especialmente o tato, formando, naquela mesma área cerebral, as imagens que consegue reproduzir com seu pincel.
A síntese
Só não consigo entender como Esref, sem ver, pinta o gramado de verde, as flores com suas cores originais, os telhados vermelhos com a neve branca. Ou melhor, consigo, sim. Para isso, preciso harmonizar as relações Platão/Aristóteles: sim, é a alma que conhece, como disse um; sim, o conhecimento chega pelas percepções sensoriais, como afirmou outro. A síntese dessas duas afirmativas à primeira vista antagônicas, se dá pela lei das vidas sucessivas e pelas reminiscências que delas guarda a alma ou espírito. Uma lei em tudo racional, capaz de interpretar o fenômeno Esref. Mas para aceitá-la será preciso enfrentar dois dogmas da pós-modernidade: o de que a alma não existe, e o de que se, vá lá, possa existir, é coisa que deve ser aprisionada no quarto escuro do mistério e da fé.
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Notícias
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CCEPA na campanha contra as drogas
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Com o tema “Reflexão sobre a Prevenção ao Uso de Drogas”, palestra proferida pela psicóloga Mariana Canellas Benchaya, na noite de 3 de agosto, o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre aderiu às campanhas que se desenvolvem no Estado contra o uso de drogas. O cartaz que divulgava a palestra mensal, sempre realizada na primeira segunda-feira do mês, às 20h30, tomou como chamada o bordão que vem sendo utilizado pela Rede Brasil Sul de Comunicação “Crack nem pensar”.
Em sua palestra, a psicóloga convidada, espírita, integrante do CCEPA, fez abordagens envolvendo aspectos psicológicos, espirituais e pedagógicos do tema. Estiveram presentes cerca de 100 pessoas. Antecedendo a palestra, na noite de 28 de julho, Mariana foi entrevista pelo comunicador Bibo Nunes, na TV Ulbra, sobre o tema que desenvolveria.
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“Conhecer para Transformar”
Palestra de Medran em Pelotas
Notícias
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CCEPA na campanha contra as drogas
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Com o tema “Reflexão sobre a Prevenção ao Uso de Drogas”, palestra proferida pela psicóloga Mariana Canellas Benchaya, na noite de 3 de agosto, o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre aderiu às campanhas que se desenvolvem no Estado contra o uso de drogas. O cartaz que divulgava a palestra mensal, sempre realizada na primeira segunda-feira do mês, às 20h30, tomou como chamada o bordão que vem sendo utilizado pela Rede Brasil Sul de Comunicação “Crack nem pensar”.
Em sua palestra, a psicóloga convidada, espírita, integrante do CCEPA, fez abordagens envolvendo aspectos psicológicos, espirituais e pedagógicos do tema. Estiveram presentes cerca de 100 pessoas. Antecedendo a palestra, na noite de 28 de julho, Mariana foi entrevista pelo comunicador Bibo Nunes, na TV Ulbra, sobre o tema que desenvolveria.
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“Conhecer para Transformar”
Palestra de Medran em Pelotas
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Milton Medran Moreira, Diretor de Comunicação Social do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, proferirá palestra pública, na cidade de Pelotas/RS, na tarde de 29 de agosto, na Sociedade de Estudos Espíritas Vida. O trabalho, que acontece a partir das 15h, propõe uma abordagem espírita do conhecimento e suas implicações ético-morais, com interlocução com os dirigentes, colaboradores e freqüentadores da instituição.
A Sociedade Vida está situada na Rua Santa Cruz, 601, Pelotas, e o evento, como de praxe na instituição, é gratuito. Haverá, entretanto, um posto de arrecadação de leite longa vida para distribuição a famílias carentes.
A colaboração é espontânea.
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Enfoque
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Se o Estado não fosse laico, será que os
Centros Espíritas estariam abertos?
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Milton Medran Moreira, Diretor de Comunicação Social do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, proferirá palestra pública, na cidade de Pelotas/RS, na tarde de 29 de agosto, na Sociedade de Estudos Espíritas Vida. O trabalho, que acontece a partir das 15h, propõe uma abordagem espírita do conhecimento e suas implicações ético-morais, com interlocução com os dirigentes, colaboradores e freqüentadores da instituição.
A Sociedade Vida está situada na Rua Santa Cruz, 601, Pelotas, e o evento, como de praxe na instituição, é gratuito. Haverá, entretanto, um posto de arrecadação de leite longa vida para distribuição a famílias carentes.
A colaboração é espontânea.
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Enfoque
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Se o Estado não fosse laico, será que os
Centros Espíritas estariam abertos?
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Luiz Antônio Sá
Professor de filosofia, fundador e coordenador da
LEPPLE - Liga de Estudos Progressivos e Práticas à Luz do Espiritismo e delegado da CEPA - Confederação Espírita Pan-Americana
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Professor de filosofia, fundador e coordenador da
LEPPLE - Liga de Estudos Progressivos e Práticas à Luz do Espiritismo e delegado da CEPA - Confederação Espírita Pan-Americana
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Depois de uma exposição sobre problemas sociais que promovemos em um centro espírita, ao final tivemos uma breve parte de interação com o público ali presente, que pode tecer comentários e fazer perguntas. Nessa ocasião uma participação me chamou particular atenção. Foi uma colocação feita por um presidente de centro espírita, que disse o seguinte: “Na sociedade há muitos problemas porque o governo não incentiva as religiões. Infelizmente o Estado é laico.” Ao que, posteriormente, respondemos, e o fizemos, inicialmente indagando: “Se o Estado não fosse laico, será que os centros espíritas estariam abertos?”
Na condição de espíritas que somos, proclamadores de uma fé raciocinada, já não podemos nos permitir determinados enganos, como o de confundir laicismo com ateísmo, ou achar que ser laico é ser inimigo das religiões.
A condição de Estado laico diz respeito tão somente a uma forma de governo que não possui uma religião como sendo oficial, ou seja, é onde o Estado não toma partido religioso, o que não quer dizer propriamente que esse Estado seja inimigo das crenças religiosas. Como exemplo disso temos o Brasil, que é um Estado laico, mas garante aos cidadãos em sua Constituição a liberdade de crença.
Para continuar refletindo sobre esse assunto, é bom também voltarmos um pouco no tempo e olhar a história das religiões. No Brasil, em um passado ainda bem recente, no século XIX, quando a primeira Constituição brasileira ainda oficializava o catolicismo como a religião do Estado, dificilmente se conseguia registrar a existência de um grupo ou templo de outra denominação religiosa. Para se ter uma ideia, o primeiro núcleo espírita do Brasil, o Grupo Familiar de Espiritismo, fundado em 1865, em Salvador - BA, pelo Sr. Luís Olímpio Teles de Menezes, no ano de 1871 teve seu pedido de registro como sociedade religiosa negado, registrando-se posteriormente como uma sociedade científica, o que especificamente para a doutrina espírita não foi ruim, uma vez que esta forma de registro foi perfeitamente concordante com a “autêntica” definição de espiritismo estabelecida por Allan Kardec. Este, claramente, o define como sendo uma “ciência e uma filosofia espiritualista de consequências morais”.
Mas e os outros grupos? Os protestantes, judeus, mulçumanos, budistas, hinduístas, pessoas adeptas aos cultos indígenas, cultos africanos etc.. Será que nesse período algum grupo assim poderia se registrar como uma entidade religiosa e poderiam eles se expressar abertamente em suas ideias e crenças? Evidentemente que não!
Recuando mais no passado a história traz marcas ainda mais perversas de constrangimento, de intolerância e violência sobre aqueles que se declaravam seguidores de outras religiões, ou mesmo sobre aqueles que não seguiam a nenhuma religião, que é outro direito que foi e continua sendo muitas vezes negado e mal interpretado.
Diante do exposto lançamos as perguntas: se o Estado não fosse laico, será que os centros espíritas estariam abertos? Ou ainda, se o Estado fosse teocrático, ou seja, tivesse uma determinação religiosa outra qualquer, mas permitisse a existência de outras crenças, será que desfrutaríamos da mesma liberdade que temos hoje, de abrir as portas das casas espíritas para o público, de declararmo-nos espírita, de registrarmos instituições, de promovermos eventos, de divulgarmos, enfim, o espiritismo através das diferentes mídias? Eu particularmente acredito que não!
Se o Estado fosse teocrático, muitas coisas seriam tolhidas, não só no universo religioso, mas também no campo da filosofia, das ciências e das artes. E não me venham dizer que um Estado teocrático seria capaz de tolher somente as coisas ruins, pois o passado e o presente deixam clara essa incapacidade. Geralmente, o pensamento teocrático caracteriza-se por considerar quase tudo que existe ruim, escapando pouca coisa a esse julgamento. Logo, muitas coisas efetivamente boas e essenciais para o progresso da humanidade deixariam de existir.
Portanto, não nos iludamos, colocando em dúvida aquilo que a duras penas já foi conquistado. Para não ficarmos sujeitos a cair em terrível retrocesso.
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Opinião do Leitor
Vegetarianismo
Oportuna a matéria sobre vegetarianismo (Opinião, junho). Nos próximos 100 anos pessoas razoavelmente informadas não mais comerão carne. Os espíritas bem que poderiam se antecipar. Edy S.Roland – São Paulo/SP.
O que é o Espiritismo
Com a reportagem “Kardec e os Princípios Fundamentais”, recordando os 150 anos do livro “O que é o Espiritismo” (julho/09) vocês deixam muito claro que Kardec não desejava mesmo que o espiritismo fosse uma religião. Os padres, combatendo-o, é que fizeram dele uma nova crença. Para mim, espiritismo é essencialmente uma filosofia.
Laurindo F.de Giuliani – Teresópolis/RJ
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