QUANDO A ALMA RECORDA
Duas hipóteses de memória extracerebral em crianças, nos Estados Unidos, voltam a chamar a atenção de pesquisadores para o fenômeno exaustivamente estudado pelo psiquiatra Ian Stevenson, da Universidade da Virginia, no século passado: crianças que recordam de sua vida anterior..
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Duas hipóteses de memória extracerebral em crianças, nos Estados Unidos, voltam a chamar a atenção de pesquisadores para o fenômeno exaustivamente estudado pelo psiquiatra Ian Stevenson, da Universidade da Virginia, no século passado: crianças que recordam de sua vida anterior..
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O policial que retorna na personalidade do neto“Quando você era pequena e eu era seu pai, você também fazia bagunça e eu nunca lhe bati!”, foi a surpreendente resposta dada por Ian Hagedorn (3 anos) à mãe, Maria, quando esta ameaçou bater nele se não parasse de fazer barulho.
Não seria a primeira vez que o menino de Pensacola, na Flórida, afirmaria ser a reencarnação do avô. Em outra oportunidade, perguntou à mãe qual era o nome do gatinho que ele lhe havia dado quando ela era criança:
- Maniak, respondeu Maria.
- Não, esse era o pretinho, quero saber o nome do outro, o branco – rebateu Ian, fazendo a mãe recordar que eram dois os gatinhos dados a ela pelo pai: Maniak e Boston.
O avô de Ian era um policial, morto com um tiro no peito, um ano antes de seu nascimento. A lesão atingiu-lhe uma artéria pulmonar. Ian nasceria com uma grave deficiência respiratória na mesma artéria. Precisou fazer seis cirurgias antes de completar 4 anos. Aos 5, vive sob permanente assistência médica, devido a dificuldades respiratórias congênitas.
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Morreu em acidente aviatório,
Não seria a primeira vez que o menino de Pensacola, na Flórida, afirmaria ser a reencarnação do avô. Em outra oportunidade, perguntou à mãe qual era o nome do gatinho que ele lhe havia dado quando ela era criança:
- Maniak, respondeu Maria.
- Não, esse era o pretinho, quero saber o nome do outro, o branco – rebateu Ian, fazendo a mãe recordar que eram dois os gatinhos dados a ela pelo pai: Maniak e Boston.
O avô de Ian era um policial, morto com um tiro no peito, um ano antes de seu nascimento. A lesão atingiu-lhe uma artéria pulmonar. Ian nasceria com uma grave deficiência respiratória na mesma artéria. Precisou fazer seis cirurgias antes de completar 4 anos. Aos 5, vive sob permanente assistência médica, devido a dificuldades respiratórias congênitas.
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Morreu em acidente aviatório,
mas a paixão por aviões continua
O interesse do garoto James por aviões intrigava o casal Leiningers, de uma pequena cidade do estado de Lousiana. Desde pequenino, ele só queria falar em aeronaves. À noite, tinha pesadelos e gritava muito dizendo estar num avião que caía em chamas. O primeiro brinquedo por ele escolhido, adivinhem qual foi? Um avião, claro. Começou a fazer referências a um acidente aviatório, ocorrido muito antes de seu nascimento, na II Guerra Mundial, em 1945, dando o nome do piloto, coincidentemente também chamado James. A insistência era tanta e os dados trazidos pelo menino tão precisos que seu pai foi aos arquivos da Aeronáutica para conferir. De fato, um tenente de nome James M. Houston, de 21 anos, constava como tripulante de um avião abatido na batalha de Iwo Jima, em 3 de março de 1945.
Hoje, James Leiningers está com 11 anos. É o personagem central do livro “A Alma Sobrevivente: a reencarnação de um piloto de combate na II Guerra Mundial”, escrito por seus pais e que faz sucesso nas livrarias nos Estados Unidos. Um programa da TV ABC fez ampla reportagem com a família. Os pesadelos cessaram desde que o garoto e sua família, com a ajuda de uma terapeuta, entenderam que James era a reencarnação do jovem piloto morto na guerra.
Para conhecer um pouco mais sobre essa história real e fascinante, basta conferir www.youtube.com/watch?v=AQcegAnZwe8 . Ali, o pai do garoto afirma que antes era um cético: não acreditava em nada que se referisse à vida após a morte. Graças à experiência com seu filho, passou a ver na reencarnação a grande lei, capaz de explicar os enigmas nem sempre esclarecidos pela ciência e pela religião tradicional. (A Redação)
.Nossa Opinião
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Razão e CiênciaJá havíamos selecionado estes dois casos sugestivos de reencarnação, quando a mídia se ocupou de outro não menos expressivo. O programa Fantástico (Rede Globo, 23/8/09) exibiu reportagem com Ákrit Jáswal, conhecido como “o pequeno gênio da Índia”. Aos 7 anos, em um vilarejo da Cordilheira dos Himalaias, ele entrou para a história como o mais jovem cirurgião do mundo, ao fazer delicada cirurgia que recompôs os movimentos da mão de uma garota, vítima de graves queimaduras. Hoje, aos 16, Ákrit está formado em ciências biológicas e começa a fazer mestrado nessa área.
Casos semelhantes se multiplicam no mundo todo. A ciência não tem uma explicação plausível para o fenômeno, a menos que, definitivamente, se considere a palingênese como genuína categoria científica. Diante da multiplicidade das ocorrências e da escassez de pesquisadores dotados de autênticos espírito e método científicos, corre-se o risco de se desperdiçarem valiosos materiais de estudo. Karl E.Muller, autor de “A Reencarnação Baseada em Fatos” aponta o fenômeno da genialidade precoce como forte indício da reencarnação.
De qualquer sorte, são sempre os fatos que forçam a pesquisa científica. Especialmente quando, no meio em que ocorrem, as partes resistam às explicações fundadas no mistério e na sobrenaturalidade e busquem na razão e nas leis naturais a chave para o fenômeno. Racionalidade é sempre uma boa aliada da ciência.
(A Redação)
O interesse do garoto James por aviões intrigava o casal Leiningers, de uma pequena cidade do estado de Lousiana. Desde pequenino, ele só queria falar em aeronaves. À noite, tinha pesadelos e gritava muito dizendo estar num avião que caía em chamas. O primeiro brinquedo por ele escolhido, adivinhem qual foi? Um avião, claro. Começou a fazer referências a um acidente aviatório, ocorrido muito antes de seu nascimento, na II Guerra Mundial, em 1945, dando o nome do piloto, coincidentemente também chamado James. A insistência era tanta e os dados trazidos pelo menino tão precisos que seu pai foi aos arquivos da Aeronáutica para conferir. De fato, um tenente de nome James M. Houston, de 21 anos, constava como tripulante de um avião abatido na batalha de Iwo Jima, em 3 de março de 1945.
Hoje, James Leiningers está com 11 anos. É o personagem central do livro “A Alma Sobrevivente: a reencarnação de um piloto de combate na II Guerra Mundial”, escrito por seus pais e que faz sucesso nas livrarias nos Estados Unidos. Um programa da TV ABC fez ampla reportagem com a família. Os pesadelos cessaram desde que o garoto e sua família, com a ajuda de uma terapeuta, entenderam que James era a reencarnação do jovem piloto morto na guerra.
Para conhecer um pouco mais sobre essa história real e fascinante, basta conferir www.youtube.com/watch?v=AQcegAnZwe8 . Ali, o pai do garoto afirma que antes era um cético: não acreditava em nada que se referisse à vida após a morte. Graças à experiência com seu filho, passou a ver na reencarnação a grande lei, capaz de explicar os enigmas nem sempre esclarecidos pela ciência e pela religião tradicional. (A Redação)
.Nossa Opinião
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Razão e CiênciaJá havíamos selecionado estes dois casos sugestivos de reencarnação, quando a mídia se ocupou de outro não menos expressivo. O programa Fantástico (Rede Globo, 23/8/09) exibiu reportagem com Ákrit Jáswal, conhecido como “o pequeno gênio da Índia”. Aos 7 anos, em um vilarejo da Cordilheira dos Himalaias, ele entrou para a história como o mais jovem cirurgião do mundo, ao fazer delicada cirurgia que recompôs os movimentos da mão de uma garota, vítima de graves queimaduras. Hoje, aos 16, Ákrit está formado em ciências biológicas e começa a fazer mestrado nessa área.
Casos semelhantes se multiplicam no mundo todo. A ciência não tem uma explicação plausível para o fenômeno, a menos que, definitivamente, se considere a palingênese como genuína categoria científica. Diante da multiplicidade das ocorrências e da escassez de pesquisadores dotados de autênticos espírito e método científicos, corre-se o risco de se desperdiçarem valiosos materiais de estudo. Karl E.Muller, autor de “A Reencarnação Baseada em Fatos” aponta o fenômeno da genialidade precoce como forte indício da reencarnação.
De qualquer sorte, são sempre os fatos que forçam a pesquisa científica. Especialmente quando, no meio em que ocorrem, as partes resistam às explicações fundadas no mistério e na sobrenaturalidade e busquem na razão e nas leis naturais a chave para o fenômeno. Racionalidade é sempre uma boa aliada da ciência.
(A Redação)
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Editorial
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Liberdade religiosa,
deturpação e estelionato
Editorial
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Liberdade religiosa,
deturpação e estelionato
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Parecemos tão livres e estamos tão encadeados...
Robert Browning
"Por históricas distorções sedimentadas na cristandade,
fé, poder e dinheiro têm sido fatores difíceis de se dissociarem".
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Parecemos tão livres e estamos tão encadeados...
Robert Browning
"Por históricas distorções sedimentadas na cristandade,
fé, poder e dinheiro têm sido fatores difíceis de se dissociarem".
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A liberdade de crença é uma das grandes conquistas da modernidade. Por longos 1000 anos, estivemos, no âmbito da cristandade, condenados a professar um único sistema de fé. Naquele 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg as 95 teses questionando alguns dogmas e práticas da Igreja de Roma. Seria o marco inicial da Reforma Protestante, graças à qual a cristandade do Século XVI e seguintes se libertaria do jugo da crença única.
Desde então, têm se multiplicado por todo o mundo as igrejas cristãs. Algo positivo, pois, preservados alguns dogmas fundamentais com os quais todas elas comungam, abriu-se o leque do pluralismo religioso, estimulando-se, teoricamente, a liberdade de pensamento. Mas, por históricas distorções sedimentadas na cristandade, fé, poder e dinheiro têm sido fatores difíceis de se dissociarem. Mesmo que, ao curso de toda a história das igrejas, almas nobres, fiéis à autêntica mensagem de Jesus de Nazaré, hajam combatido aquela espúria associação, o certo é que a proliferação das igrejas, notadamente nos últimos 50 anos, tem se orientado justamente por essa fórmula. É ela a própria garantia de seu êxito.
As bases a sustentarem o modelo desse cristianismo de nosso século partem dos seguintes pressupostos: a fé é inquestionável, pois se funda na própria palavra de Deus; o poder emana diretamente da autoridade divina, a serviço da qual cada uma dessas igrejas afirma estar; o dinheiro empregado na “obra de Deus” retornará ao doador, multiplicado em bens de consumo, saúde, prosperidade e venturas no amor, benesses só concedidas aos crentes. Estes, por acréscimo, ainda obterão a salvação eterna.
O marketing empregado se afina com a economia de mercado, adotada por uma sociedade ainda movida por políticas excludentes, onde uns poucos são agraciados pelos bens da vida e muitos outros condenados à marginalidade. Enquanto esse modelo perdurar, as Igrejas cultivadoras da teologia da prosperidade seguirão crescendo, à custa de vítimas incautas ou de espíritos atrasados, presos às malhas do egoísmo e da ignorância. A grande motivação para a adesão a esse sistema de fé é o apelo que se faz a um sonhado “upgrade” social e econômico.
Poderão se inscrever essas práticas nos modernos postulados da liberdade de crença? Com certeza não. Trata-se, antes, de um verdadeiro estelionato da fé, astuciosamente engendrado, no seio da sociedade moderna e de suas garantias de liberdade de pensamento e crença. O modelo defrauda tanto os magnânimos projetos dos reformadores religiosos, como dos humanistas, livre-pensadores e laicos, que, no nascer da modernidade, ousaram contestar coisas como vendas de indulgências, autoritarismo e corrupção religiosa.
.Opinião em Tópicos
Milton Medram Moreira.
Um território para a IURD?
Muito tem se falado no crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus, exportada do Brasil para praticamente todos os países da América Latina e com forte influência também nos Estados Unidos. Pois, então, imaginemos esta hipótese: o bispo Edir Macedo recebe do governo americano uma área em pleno coração de Miami e lá instala o Estado da IURD. Reconhecida a soberania do novo estado pela ONU, Macedo estaria habilitado a fazer tratados com os demais países do mundo.
Absurdo? Claro. Impensável nos tempos de hoje. Seria o estado teocrático, regido por leis religiosas, a se valer das prerrogativas conquistadas pela sociedade laica e civil e, por aí, se imiscuindo, via direito internacional, no ordenamento jurídico de outras nações.
O Estado do Vaticano
Cada vez que um acordo ou tratado internacional é celebrado entre um país democrático e o Estado do Vaticano é mais ou menos isso que acontece. Desde 1929, como resultado do Tratado de Latrão, celebrado entre Mussolini e Pio XI, um território de pouco mais de um quilômetro quadrado, incrustado no coração de Roma, sede administrativa da Igreja Católica, constituiu-se em nação independente, reconhecendo-se no chefe daquela igreja poderes políticos antes exercidos sobre os diversos Estados Pontifícios, espalhados pela atual Itália. Se, naquele momento, o confinamento do poder temporal do Papa ao minúsculo território, era um avanço no processo de laicização da lei e do poder, hoje a simples presença de um estado teocrático no contexto do direito internacional representa uma incômoda ingerência da religião sobre a política dos povos. Um estado teocrático, embora politicamente institucionalizado, é sempre um estado religioso, regido não pelo consenso dos valores humanos, mas por dogmas imutáveis impostos pela fé.
A Lei Geral das Religiões
Só às vésperas de sua apreciação pela Câmara Federal, é que a opinião pública teve a atenção voltada para o chamado Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, um acordo celebrado entre Lula e Bento XVI em novembro do ano passado. Por meio dessa concordata, consagram-se alguns privilégios à Igreja Católica, no campo do ensino religioso em escolas públicas, no reconhecimento do casamento religioso e sua anulabilidade a partir das leis canônicas, na isenção de tributos a ministros religiosos e na proteção pública de bens da Igreja.
Um tratado internacional celebrado entre dois chefes de Estado não pode ser modificado pelo Legislativo. Ou é aprovado ou rejeitado inteiramente. As demais igrejas lideraram um movimento de rejeição, alegando privilégios a uma crença em detrimento das outras. Para resolver o impasse, criou-se, ligeirinho, uma outra lei, batizada de Lei Geral das Religiões. O que fez esta? Simplesmente estendeu a todas as demais igrejas as prerrogativas concedidas ao Estado do Vaticano.
O acordão
Dia 27 de agosto último, em votação simbólica, depois de brevíssima discussão, o tratado Lula/Bento XVI foi aprovado na Câmara. Antes da votação, um deputado evangélico, autor do projeto de lei que estende o acordo às demais igrejas, esfregava as mãos, dizendo: “Está tudo acertado. Nós aprovamos o projeto deles e eles aprovam o nosso.” (O Globo, on- line – 27/8). Quer dizer: agora é assim, privilégios concedidos a uma religião devem ser dados a todas as demais. E como não há limites e nem critérios para a criação de igrejas, a fé volta a reinar soberana, ameaçando a vigência dos valores humanistas e republicanos. Na prática, igreja alguma precisa instituir um Estado, como a Santa Sé, para garantir sua presença na formulação das leis. É a volta do Estado teocrático por vias transversas.
É verdade que, uma vez consolidado o acordão na Câmara, resta a esperança de que o Senado o barre. Uma bela oportunidade, aliás, de o Senado Federal começar a resgatar sua credibilidade perante a opinião pública nacional.
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Notícias.
Alteridade e fraternidade tiveram
qualificado Seminário.“O espiritismo requer instituições protetoras da liberdade
e não fiscalizadoras do pensamento".
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Com esse e outros conceitos estimulando a fraternidade, a alteridade e o cultivo da liberdade de pensamento no meio espírita, Luiz Signates conduziu, na tarde de 16 de agosto, o Seminário Espiritismo e Fraternidade, no Instituto Espírita 3ª Revelação Divina, de Porto Alegre. Jornalista e Doutor em Comunicação, Signates é professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Goiás.Desde então, têm se multiplicado por todo o mundo as igrejas cristãs. Algo positivo, pois, preservados alguns dogmas fundamentais com os quais todas elas comungam, abriu-se o leque do pluralismo religioso, estimulando-se, teoricamente, a liberdade de pensamento. Mas, por históricas distorções sedimentadas na cristandade, fé, poder e dinheiro têm sido fatores difíceis de se dissociarem. Mesmo que, ao curso de toda a história das igrejas, almas nobres, fiéis à autêntica mensagem de Jesus de Nazaré, hajam combatido aquela espúria associação, o certo é que a proliferação das igrejas, notadamente nos últimos 50 anos, tem se orientado justamente por essa fórmula. É ela a própria garantia de seu êxito.
As bases a sustentarem o modelo desse cristianismo de nosso século partem dos seguintes pressupostos: a fé é inquestionável, pois se funda na própria palavra de Deus; o poder emana diretamente da autoridade divina, a serviço da qual cada uma dessas igrejas afirma estar; o dinheiro empregado na “obra de Deus” retornará ao doador, multiplicado em bens de consumo, saúde, prosperidade e venturas no amor, benesses só concedidas aos crentes. Estes, por acréscimo, ainda obterão a salvação eterna.
O marketing empregado se afina com a economia de mercado, adotada por uma sociedade ainda movida por políticas excludentes, onde uns poucos são agraciados pelos bens da vida e muitos outros condenados à marginalidade. Enquanto esse modelo perdurar, as Igrejas cultivadoras da teologia da prosperidade seguirão crescendo, à custa de vítimas incautas ou de espíritos atrasados, presos às malhas do egoísmo e da ignorância. A grande motivação para a adesão a esse sistema de fé é o apelo que se faz a um sonhado “upgrade” social e econômico.
Poderão se inscrever essas práticas nos modernos postulados da liberdade de crença? Com certeza não. Trata-se, antes, de um verdadeiro estelionato da fé, astuciosamente engendrado, no seio da sociedade moderna e de suas garantias de liberdade de pensamento e crença. O modelo defrauda tanto os magnânimos projetos dos reformadores religiosos, como dos humanistas, livre-pensadores e laicos, que, no nascer da modernidade, ousaram contestar coisas como vendas de indulgências, autoritarismo e corrupção religiosa.
.Opinião em Tópicos
Milton Medram Moreira.
Um território para a IURD?
Muito tem se falado no crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus, exportada do Brasil para praticamente todos os países da América Latina e com forte influência também nos Estados Unidos. Pois, então, imaginemos esta hipótese: o bispo Edir Macedo recebe do governo americano uma área em pleno coração de Miami e lá instala o Estado da IURD. Reconhecida a soberania do novo estado pela ONU, Macedo estaria habilitado a fazer tratados com os demais países do mundo.
Absurdo? Claro. Impensável nos tempos de hoje. Seria o estado teocrático, regido por leis religiosas, a se valer das prerrogativas conquistadas pela sociedade laica e civil e, por aí, se imiscuindo, via direito internacional, no ordenamento jurídico de outras nações.
O Estado do Vaticano
Cada vez que um acordo ou tratado internacional é celebrado entre um país democrático e o Estado do Vaticano é mais ou menos isso que acontece. Desde 1929, como resultado do Tratado de Latrão, celebrado entre Mussolini e Pio XI, um território de pouco mais de um quilômetro quadrado, incrustado no coração de Roma, sede administrativa da Igreja Católica, constituiu-se em nação independente, reconhecendo-se no chefe daquela igreja poderes políticos antes exercidos sobre os diversos Estados Pontifícios, espalhados pela atual Itália. Se, naquele momento, o confinamento do poder temporal do Papa ao minúsculo território, era um avanço no processo de laicização da lei e do poder, hoje a simples presença de um estado teocrático no contexto do direito internacional representa uma incômoda ingerência da religião sobre a política dos povos. Um estado teocrático, embora politicamente institucionalizado, é sempre um estado religioso, regido não pelo consenso dos valores humanos, mas por dogmas imutáveis impostos pela fé.
A Lei Geral das Religiões
Só às vésperas de sua apreciação pela Câmara Federal, é que a opinião pública teve a atenção voltada para o chamado Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, um acordo celebrado entre Lula e Bento XVI em novembro do ano passado. Por meio dessa concordata, consagram-se alguns privilégios à Igreja Católica, no campo do ensino religioso em escolas públicas, no reconhecimento do casamento religioso e sua anulabilidade a partir das leis canônicas, na isenção de tributos a ministros religiosos e na proteção pública de bens da Igreja.
Um tratado internacional celebrado entre dois chefes de Estado não pode ser modificado pelo Legislativo. Ou é aprovado ou rejeitado inteiramente. As demais igrejas lideraram um movimento de rejeição, alegando privilégios a uma crença em detrimento das outras. Para resolver o impasse, criou-se, ligeirinho, uma outra lei, batizada de Lei Geral das Religiões. O que fez esta? Simplesmente estendeu a todas as demais igrejas as prerrogativas concedidas ao Estado do Vaticano.
O acordão
Dia 27 de agosto último, em votação simbólica, depois de brevíssima discussão, o tratado Lula/Bento XVI foi aprovado na Câmara. Antes da votação, um deputado evangélico, autor do projeto de lei que estende o acordo às demais igrejas, esfregava as mãos, dizendo: “Está tudo acertado. Nós aprovamos o projeto deles e eles aprovam o nosso.” (O Globo, on- line – 27/8). Quer dizer: agora é assim, privilégios concedidos a uma religião devem ser dados a todas as demais. E como não há limites e nem critérios para a criação de igrejas, a fé volta a reinar soberana, ameaçando a vigência dos valores humanistas e republicanos. Na prática, igreja alguma precisa instituir um Estado, como a Santa Sé, para garantir sua presença na formulação das leis. É a volta do Estado teocrático por vias transversas.
É verdade que, uma vez consolidado o acordão na Câmara, resta a esperança de que o Senado o barre. Uma bela oportunidade, aliás, de o Senado Federal começar a resgatar sua credibilidade perante a opinião pública nacional.
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Notícias.
Alteridade e fraternidade tiveram
qualificado Seminário.“O espiritismo requer instituições protetoras da liberdade
e não fiscalizadoras do pensamento".
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Quase uma centena e meia de espíritas gaúchos participaram do evento. O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre esteve presente com cerca de 10 de seus integrantes, entre eles o ex-presidente da CEPA, Milton Medran Moreira. Ao início dos trabalhos foram chamados à mesa o presidente do CCEPA, Rui Paulo Nazário de Oliveira e uma integrante da Diretoria da Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Na oportunidade, o presidente do IETRD, Aureci Figueiredo Martins fez menção à presença do companheiro Salomão Jacob Benchaya, ressaltando tratar-se de uma figura marcante da história do movimento espírita gaúcho, por haver introduzido, quando de sua passagem pela FERGS, o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita.
Após cerca de quatro horas de exposição e debate, o evento foi encerrado com uma apresentação de peças líricas cantadas pelo tenor Pedro Szobot, da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. (Na foto, Signates, Aureci, Rui Paulo e Salomão)
Sociedade de Estudos Espíritas Vida -
cultura e modernidade em PelotasO Diretor de Comunicação Social do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Milton Medran Moreira, teve a oportunidade de conhecer, no último dia 29 de agosto, as modernas e amplas instalações da Sociedade de Estudos Espíritas Vida, da cidade de Pelotas/RS. Ali, proferiu conferência sobre o tema "Conhecer para Transformar" para cerca de 150 pessoas, antecedida de uma apresentação do coral da Universidade Federal de Pelotas.
Juntamente com sua esposa, Sílvia, Medran retornou entusiasmado com o interesse e a participação dos frequentadores da instituição que tem entre seus dirigentes o casal Eduardo Born e Maria Cristina Vargas (na foto, juntamente com Milton Medran) . A casa, com apenas 10 anos de existência, desenvolve qualificado programa doutrinário e cultural e costuma convidar, como expositores, pensadores dos mais diferentes segmentos espíritas.
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Homero no CCEPA falará sobre
Determinismo e Livre-Arbítrio
A conferência mensal da primeira segunda-feira de outubro no CCEPA estará a cargo do advogado e líder espírita pelotense Homero Ward da Rosa.
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