sexta-feira, 11 de maio de 2012

OPINIÃO - ANO XVIII - N° 196 - MAIO 2012


Autorizada a interrupção de gestação de anencéfalos

As Razões do Supremo
Julgando ação proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, em sessão de 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal entendeu, por maioria dos votos de seus Ministros, que não caracteriza crime de aborto a interrupção de feto comprovadamente anencéfalo.

Não se está descriminalizando o aborto
Para o Ministro Marco Aurélio, relator do processo, “não se discute a descriminalização do aborto” que “é crime contra a vida”. No caso do anencéfalo, “não existe vida possível”, porque este “jamais se tornará uma pessoa: em síntese, não se cuida de vida em potencial, mas de morte segura”, diz seu voto.
Seguindo o mesmo raciocínio, o Ministro Ayres Britto consignou que “o feto anencéfalo é uma crisálida que jamais se transformará em borboleta, porque não alçará voo jamais.”, acrescentando: “É um organismo prometido para inscrição não no registro civil, mas numa lápide mortuária”. Por isso, argumentou: “É preferível arrancar a plantinha ainda tenra no chão do útero do que vê-la precipitar no abismo da sepultura”.
Oito dos dez ministros participantes da histórica sessão sustentaram que não há aborto no caso da antecipação do parto de anencéfalo porque não há vida em potencial. Dois votos vencidos entenderam que, tecnicamente, se trata de aborto: os Ministros Ricardo Lewandowski e Cesar Peluso. Ambos mostraram-se sensíveis aos argumentos pela descriminalização, mas sustentaram que só ao Congresso Nacional, e não ao Poder Judiciário, caberia descriminalizar a conduta em tese.

Razões e contrarrazões espíritas
Antes e depois do julgamento, a Federação Espírita Brasileira posicionou-se contra a autorização da antecipação do parto de anencéfalos, por considerá-la crime contra a vida. Às vésperas da sessão do STF, uma comissão da FEB visitou os gabinetes de todos os ministros, entregando-lhes memorial nesse sentido.
Mas, essa posição, que se alinha à das igrejas cristãs, não é compartilhada por todos os espíritas. Segmentos não vinculados à FEB assumiram posição francamente favorável à decisão do Supremo, destacando o fato de não se estar obrigando ninguém à interrupção da gravidez, mas deixando a critério de cada um.
A juíza de Direito de São Paulo, Jacira Jacinto da Silva(foto), Delegada da Confederação Espírita Pan-Americana e ex-presidente da CEPA Brasil, defendeu, na lista de debates da CEPA, na Internet, a posição do STF. Sustentou que a decisão não atenta contra o direito à vida, “o maior, o primeiro, o principal direito a ser defendido, tanto do ponto de vista moral, como legal”. Sobre as posições religiosas, destacou que “as pessoas podem ter suas crenças e defendê-las ferrenhamente, mas essas crenças não podem cegá-las”. Segundo Jacira, tanto quanto a vida, “outro princípio fundamental, também garantido constitucionalmente, é a liberdade, que está na base da evolução humana”. Para ela, “o fundamentalismo religioso, espírita, católico, evangélico, para relacionar apenas os que estão mais próximos de nós, cega as pessoas, levando-as a defender o indefensável”, como no caso dos anencéfalos, e questiona: “Como defender a vida onde vida não há?”. Para sustentar sua posição, que é a do Supremo, esclarece: “Um caso de vida de criança acraniana, que, absolutamente não é a mesma coisa que anencéfala, não pode justificar a proibição à interrupção de gravidez sem possibilidade de vida” (grifo dela). Referindo-se a pesquisas científicas que teriam sido levadas em conta na decisão do STF, Jacira esclarece que não há nenhum caso de anencéfalo vivo: “o que existe é a possibilidade de bebês com acrania sobreviverem”. Acrescenta a magistrada paulista: “Pode ocorrer ainda que a criança tenha o tronco encefálico, nasce com o bulbo, responsável pela respiração”. Isso significa que “vai  respirar por algumas semanas, ou alguns meses, apenas como uma planta, pois sem cérebro não existe vida humana”.  Mesmo, pois, que defendamos o direito à vida por algumas semanas ou meses, segundo ela, “não haveria vida humana e sim vida vegetativa”, o que leva Jacira a perguntar: “Haveria alguma justificativa para obrigarmos uma mãe a desenvolver uma gravidez para cuidar de uma criança com vida de planta e por algumas semanas, apenas?”. Contudo, sublinha: “Descriminalizar não significa obrigar quem quer que seja a interromper essa vida, mas apenas não imputar crime a quem opta por interromper a gravidez em situações tais”. Assim, “que mantenha livremente a gravidez a mulher que quiser levar o projeto até o final”, conclui a magistrada espírita.

Na mesma lista de debates da CEPA, o médico gaúcho Ricardo Herbert Jones (foto) também destacou a questão da “liberdade de escolher qual o caminho a seguir, responsabilizando-se pelas rotas trilhadas e suas naturais consequências”.  Parece-lhe razoável que “uma família, com base nos seus valores – humanitários, religiosos, morais, etc. – escolha acolher uma criança nessa situação”. Segundo Ricardo, “para estas, o sofrimento, a entrega, a devoção e o cuidado podem representar um aprendizado quase impossível de ser adquirido em qualquer outra situação de vida”. Por outro lado, o médico gaúcho, de formação espírita, diz entender facilmente “que a ablação das porções superiores do encéfalo, impossibilitando por completo uma vida de relação, possa ser justificativa para abreviar – ou evitar – uma existência condenada ao mutismo relacional”.  Recordando sua juventude, no âmbito do movimento espírita, Jones confessa: “Quando tinha uns 20 anos, eu empunhei bandeira na luta contra a legalização do aborto.Tinha uma posição radical, dogmática e fechada”. E completa: “Hoje, ao contrário de assumir uma postura dogmática, fechada, cerceadora e preconceituosa, eu prefiro a dor de determinar meu próprio destino, pagando o preço inexorável das decisões complexas”. Assim mesmo, ressalva que, como médico, jamais faria um aborto em uma paciente, pois sua formação humanista e espiritualista não lhe permitem abandonar essa postura pró-vida: “Aliás, me sinto mal até fazendo ligadura de trompas, e por isso não as faço há mais de 20 anos”, aduz, esclarecendo: “Trata-se tão somente de uma posição subjetiva, pessoal, afetiva”.

Enquete na CEPA Brasil: 100% de aprovação
Enquete interna organizada por Vital Cruvinel (Delegado da CEPA em São Carlos/SP) entre associados da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA, foi respondida por 26 membros, todos concordando com a decisão do STF.
Você pode conhecer detalhes dessa enquete em www.cepabrasil.blogspot.com





Direito Divino e Direito Humano
Que pretendem os grupos religiosos, entre os quais os espíritas, que se faça com uma infeliz gestante que, recebendo o diagnóstico de anencefalia do feto presente em suas entranhas, decide pela antecipação do parto? Que se a coloque na cadeia?
Certamente, se dirá que não. Os sentimentos de caridade, justiça, misericórdia e compaixão, presentes em todas as doutrinas religiosas não autorizam solução tão drástica. Mais do que drástica, inútil: não se dará, com isso, a vida a quem potencialmente não a tem. Mais que inútil, desumana: só se aumentará o sofrimento de uma mãe já martirizada por um acidente biológico que lhe frustrara o nobre e inefável exercício da maternidade.
Quando, no entanto, esses mesmos zelosos fiscais da aplicação de presumíveis “leis divinas” buscam interferir, com passeatas, rezas, barulhentas manifestações e ofícios religiosos, na legítima decisão estatal de isentá-las de pena, estão a rigor dizendo: que se cumpra o Código Penal, que se as penalize com um a três anos de detenção, como, literalmente, manda a lei criminal vigente, datada de 1940.
Lamentavelmente, o Poder Legislativo não tem sido capaz de enfrentar, com independência e discernimento, a pressão desses grupos religiosos. O Poder Judiciário, por seu órgão máximo, encontrou um caminho. Como declarou o Ministro Ayres Britto, a decisão não foi uma proibição a quem, por motivos pessoais, quer levar a gravidez a termo. Foi a favor do direito de escolha: “Levar esse martírio contra a vontade de uma mulher que não deseja, corresponde à tortura. O martírio é voluntário. Quem quiser assumir sua gravidez que o faça. Agora impor a uma gestante, que não queira dar ao mundo,  um filho descerebrado, é tortura", declarou o eminente magistrado. No caso, a rebeldia a essa tortura daria, necessariamente, lugar a um processo penal em busca da condenação ao cárcere, conforme manda a lei.
Não é crível que esse seja o desejo dos grupos religiosos que se posicionaram contra a decisão. Mas, na prática, defendendo a vigência de uma legislação superada, é o que postulam.
Mais do que nunca, como em tantos outros episódios da História, fica comprovado que o “direito divino”, como tal entendido por empedernidos exegetas de dogmas religiosos, tem muito a aprender com o direito humano, construção consciente e progressiva do Espírito, “princípio inteligente do universo”, como o define a questão 23 de O Livro dos Espíritos. (A Redação)






Quando terá fim a corrupção?
A minicâmera e o grampo telefônico ainda podem fazer mais pela política do que toda a fiscalização e todos os mandamentos cristãos juntos. L.F.Veríssimo, ZH, 26.4.12.

Aparatos eletrônicos, a serviço da investigação, estão desnudando  fantástica rede de corrupção. Agentes do poder público, mancomunados com setores empresariais, serviram-se do poder e do dinheiro para ganhos astronômicos. Apropriaram-se do patrimônio público. Fraudaram a confiança da Nação. Esta, composta majoritariamente por pessoas de bem, quedou-se frustrada. Nem um sistema legal formatado em moldes legitimamente republicanos; nem os valores mais sagrados da ética, das crenças e da moral; nem os esforços das instituições encarregadas da execução das leis e de sua punibilidade, nada impediu que se atingissem tão altos graus de corrupção. Agora, as intercepções telefônicas e outras modernas tecnologias começam a desmascará-los. E a Nação reacende a esperança da punibilidade. Com a punição, que se instaure a decência em todos os níveis públicos e privados. É o que se reclama.
Sem dúvida, um caminho legítimo. Mas ainda não é a solução. Não se redime um indivíduo ou uma nação tão só pela aplicação da pena. Amanhã, se poderão engendrar formas mais sofisticadas de burlar também esses meios de prova que têm se mostrado eficientes. Por mais que se faça, a única e definitiva garantia da supremacia do bem e da ordem é a conscientização de sua conveniência. Por essa via, muito mais do que pelos justos esforços punitivos, se haverá de construir uma sociedade incorrupta. Nesse campo, a propósito, a doutrina espírita está apta a oferecer eficiente contribuição. Quando se demonstra o postulado da imortalidade, da evolução do espírito e de sua responsabilidade individual, ordenamentos civis e religiosos começam a se fazer dispensáveis. A íntima consciência da conveniência do bem prescinde deles.
Educar para o bem e para a vida plena. Esse é o grande projeto espírita. É, precipuamente, por aí que estaremos contribuindo para o fim da corrupção. 






Voando sobre Havana
Após nove horas de um voo que começara em Porto Alegre, com escala no Panamá, já podíamos ver, lá embaixo, exuberante, cercada por águas de um azul turqueza inigualavel, a ilha de Cuba. Já se haviam iniciado os procedimentos de descida da aeronave, quando o comandante avisou: não iríamos aterrissar ainda. O aeroporto de Havana estava interditado. O Papa acabara de chegar a Cuba e estava sendo recepcionado pelo povo e por governantes. Por segurança, determinou-se, por cerca de mais meia hora, não se efetuasse qualquer outra movimentação de aviões no aeroporto José Martí. Bem que nossa amiga Nícia Cunha tinha nos advertido: a visita de Bento XVI a Cuba às vésperas do Encontro Espírita Cuba-Latinoamérica, promovido pela CEPA, poderia trazer algum contratempo. Felizmente, seria este apenas.
A religiosidade cubana
A primeira impressão se confirmaria logo: o cubano é profundamente religioso. Mais de meio século de um regime político que se autodefiniu como materialista e ateu não retirou da alma coletiva do povo a religiosidade nela impregnada. Acho que Frei Betto, pensador católico brasileiro, autor do livro “Fidel e a Religião”, foi um pouco responsável pela política de tolerância e de franca e gradual aceitação dessa realidade de parte do governo. Casualmente, Frei Betto estava lá também. Assisti a uma entrevista dele na TV. Contava que, num dos primeiros contatos tidos com Fidel Castro, entrevistando-o para o livro que escreveria, advertiu o “Comandante” de que a revolução precisava deixar de ser sectária. Ou seja, na medida em que o regime se havia definido como “ateu”, excluía grande parte, talvez a maioria, dos que desejavam levar avante a revolução socialista de Cuba. Fidel, ouvindo-o, teria, a partir dali, mudado a política inicialmente adotada de combate à religião. Uma mudança altamente estratégica. Liberada a religião pelo comando revolucionário, e agora já não mais sob o peso hegemônico da Igreja, Cuba mostrou todo a sua vocação para o pluralismo e o sincretismo em matéria de fé.
Sincretismos “espíritas
Claro que o espiritismo entendido como tal pelo povo da Ilha também não está infenso a esse caráter sincrético. Muita gente o confunde com a “santeria”, religião popular assemelhada à nossa umbanda, embora, como aqui, ela seja, muito mais, uma mistura de catolicismo com crenças africanistas. Disse-me um cubano que, por lá, todo mundo é, ao mesmo tempo, santeiro e católico. Mesmo setores espiritualistas com algumas raízes kardecistas têm práticas não tão kardecianas, É o caso do chamado “espiritismo de cordón”, onde se cultiva o estudo das obras básicas, mas, paradoxalmente, se adotam práticas ritualístico-mediúnicas sincréticas, de nítida influência indígena.
Se sobra espaço para um espiritismo genuinamente kardecista? Sim, e com o concurso de bons pensadores espíritas, que Cuba sempre os teve, mesmo antes da revolução.

O Encontro da Confederação Espírita
Pan-Americana

Os cerca de 300 espíritas que prestigiaram o I Encuentro Cuba-Latinoamerica, no Habana Riviera Hotel, promovido pela CEPA, representavam, de uma certa forma, as diversas tendências espíritas da Ilha. De se registrar, no entanto, a tranquila e não contestada aceitação da tese da CEPA defendendo que o espiritismo não é uma religião.
Foi um encontro muito rico. Saí de lá com a nítida impressão de que a religiosidade do povo cubano, diferentemente do que ocorre no Brasil, não é empecilho para que amplos setores do espiritismo avancem no sentido de reconhecerem na proposta kardeciana o “terreno neutro” definido por Kardec, onde se possa assentar uma filosofia genuinamente espiritualista, arreligiosa, livre-pensadora, e progressista. Uma filosofia, enfim, capaz de conviver com todas as religiões, respeitando-as, sem necessidade de “enfeitar-se” com um título que não lhe pertence, como também aludiu o fundador do espiritismo, no seu Discurso de Abertura, de 1º.11.1868.





O Santos de todos os tempos
Uma homenagem ao centenário do clube de futebol da cidade sede do XXI Congresso da CEPA
Eugenio Lara - eugenlara@hotmail.com - arquiteto e torcedor do Santos, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc)

Lembro-me como se fosse hoje, a primeira vez que fui à Vila Belmiro para ver o Santos de Pelé, meu time de coração, uma de minhas grandes paixões nesta vida. Foi em 1974, acompanhado por meu pai. Naquela noite quente, um sábado de verão, também vi jogar o grande craque do século 20, o Rei do Futebol: Pelé. Quando ele tocava na bola, parecia em câmara lenta, como no saudoso Canal 100. E o Rei deslizava, naquele gramado vistoso, diante dos refletores e da intrépida torcida santista, como se fosse um sonho. Vê-lo ao vivo com a camisa 10, em carne e osso, foi uma experiência indescritível. A camisa branca reluzia.
Todavia, para minha desgraça e da torcida alvinegra, o grande Peixe perdeu por 3 a 1, de um timeco que nem existe mais, um tal de Saad, de São Caetano do Sul-SP. Zebra total. Meu “pé-frio” ficou registrado naquela fatídica noite e morreu ali mesmo, no nascedouro. A alegria de ver o Glorioso e Pelé, pela primeira vez, ao vivo, superou a tristeza da derrota. Aquele clima todo, o barulho ensurdecedor da torcida, os cânticos e hinos entoados, como se fossem mantras, foi uma verdadeira festa, como na primeira vez que assisti a um espetáculo de circo. Momento especial, mágico.
Dois meses depois, no final daquele mesmo ano, retornei com meu pai à vila mais famosa do mundo para presenciar a despedida do Rei. Ganhamos de 2 a 0 da Ponte Preta e, em determinado momento da partida, para surpresa dos torcedores, Pelé se ajoelha no meio de campo, bem no círculo central e é reverenciado vibrantemente pela torcida, como o rei que sempre foi. Desta vez fiquei realmente triste, os olhos aguaram, pois nunca mais iria vê-lo com o manto sagrado do Santos. O Rei já havia se despedido da Seleção. E agora, do meu time de coração: sniff...
Pelé se foi para o Cosmos, nos EUA, deixando um vazio. O Santos prosseguiu em seu caminho de glórias. Surgiram os Meninos da Vila: Santástico, o Show da Vila; Giovanni; Diego, Robinho e, hoje, os craques Neymar e Ganso. Ninguém fez mais gols do que o Santos. Ninguém jogou mais bonito e com a mesma eficiência. Foi o maior time de todos os tempos e nenhum outro clube teve um ídolo do porte de Pelé. Fosse o Peixe oriundo da Capital, aí talvez tivesse o reconhecimento que merece de seus adversários, ao menos em São Paulo. Todavia, tinha mesmo que sair daqui, do Litoral, da Baixada Santista, o grande time vencedor que em seu centenário, comemorado em 14 de abril deste ano de 2012, celebra o vistoso futebol arte praticado desde que foi fundado.

Gol Espírita
Em times outros, observamos a ligação razoavelmente estreita com o segmento evangélico, o catolicismo, a umbanda. Já no Santos, a vinculação com o Espiritismo é também considerável. A família Teixeira, que dirigiu o Peixe por muitos anos, é espírita. Miro Teixeira, o patriarca da família, que foi presidente do Santos, é espírita. A geração de Robinho e Diego surgiu durante a gestão de seu filho, Marcelo Teixeira, assumidamente espírita. Muitos jogadores que passaram pelo Santos são espíritas. O zagueiro Adailton, revelado pelo alvinegro praiano, é um dos que adotam o Espiritismo como crença pessoal.
No entanto, na Páscoa de 2010, jogadores cristãos do Santos “pisaram na bola” ao se recusarem a sair do ônibus santista e entrar no Lar Espírita Mensageiros da Luz, instituição assistencial para deficientes mentais, aqui de Santos. Dentre eles, Robinho, Ganso e Neymar, capitaneados pelo ex-santista Roberto Brum, evangélico de carteirinha. A visita beneficente dos atletas viria acompanhada de doação de ovos de páscoa. A atitude foi condenada pelo então técnico Dorival Jr. sobrinho do lendário jogador palmeirense Dudu, espírita declarado. A diretoria e o presidente santista, Luís Álvaro de Oliveira, que não é espírita, desaprovaram, principalmente porque a atitude contrariou o manual de conduta do clube. A atual direção do Peixe tem uma postura laica, não tolera proselitismo religioso em campo ou fora dele, exemplo que deveria ser seguido por outros clubes. “A caridade está acima de tudo, porque ajudar ao próximo é também ajudar a Deus. Amor ao próximo não tem nada a ver com religião. Caridade é uma atitude universal. Não tem nada a ver com credo religioso”, afirmou, em entrevista coletiva, o mandatário santista Luís Álvaro sobre o triste episódio.
Devido à má repercussão da atitude desagradável dos jovens atletas em todo o País e nas redes sociais, dias depois voltaram atrás, se desculparam publicamente e passaram uma tarde muito agradável com as crianças do Mensageiros.
Outro fato curioso é o atual jogador do Peixe, Alan Kardec, revelado pelo Vasco da Gama e repatriado do futebol português. Quando foi contratado, fiquei a pensar não somente no nome do atleta, xará do fundador do Espiritismo, mas no fato de que ele, sendo atacante, certamente iria balançar as redes para o Peixe. Seria interessante, imaginava, se com o nome que tem, fizesse um gol espírita pelo Santos. Algo deveras engraçado. Consagraria Kardec como o “Atacante do Além”. No jargão do futebol, “gol espírita” é um termo usado por comentaristas e cronistas esportivos para definir o gol sinistro, estranho, esquisitão, feito de modo inusitado, insólito. E, vejam só que curioso, o primeiro gol de Alan Kardec no Santos foi justamente um gol espírita.

Vila iluminada
Dia de jogo do Peixe, em casa, é dia de celebração. A Vila Belmiro fica iluminada. O bairro, homônimo, resplandece todo. E no Centro Espírita Allan Kardec (Ceak), localizado a duas quadras do estádio, dá para ver o brilho dos refletores, ouvir os fogos e o burburinho dos torcedores. É sempre um dia especial. Quem passar de avião e olhar para baixo irá ver, se tiver sensibilidade medianímica para isso, um grande foco luminoso: a Vila Belmiro, o Ceak e o Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS). E em setembro deste ano, durante a realização do XXI Congresso da Confederação Espírita Pan-Americana-2012, em Santos, essa mesma luminosidade se fará sentir, criando um clima de renovação doutrinária, de bem-estar, de esperança e perseverança na construção de um Espiritismo filosófico, cultural, antenado com a ciência e comprometido com as questões de nosso tempo. 
Desse grande foco emanam não somente as maravilhas do futebol arte praticado pelo Santos, mas também o arrojo doutrinário, o ideal por um Espiritismo de cultura luminosa, esclarecedora, crítica e moralmente transformadora. Nem todos os frequentadores do Ceak e do ICKS são santistas, mas isto não tem a menor importância. Ao contrário das torcidas organizadas e dos fanáticos intransigentes, no Ceak e no ICKS corintianos, palmeirenses, são-paulinos, flamenguistas, colorados, santistas convivem muito bem e se respeitam. O que vale é a alegria de estar junto e de compartilhar, não somente as glórias desse grande time, que hoje completa 100 anos de vida, mas também as glórias de uma doutrina sesquicentenária, pujante e humanista.
Parabéns, Santos! Um Século de Vida! E viva o Santos de todos os tempos!
Em setembro, durante o XXI Congresso da CEPA, em Santos, essa mesma luminosidade se fará sentir, criando um clima de renovação doutrinária, de esperança e perseverança na construção de um Espiritismo filosófico, comprometido com as questões de nosso tempo. 






Temas sempre atuais –       Palestras públicas do CCEPA
Com excelente público e interação deste com o palestrante, ocorreu, dia 2 de abril, no auditório do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, a exposição do trabalho “Experiências de quase morte: verdades e mitos”, conferência do médico porto-alegrense Jorge Luiz dos Santos.
Sempre na primeira segunda-feira de cada mês, um tema de atualidade, com enfoque ou conexão espírita, é oferecido ao público visitante, com entrada franca.
A palestra deste mês de maio – dia 7, às 20h30 – tem como título “A Dieta Alimentar e o   Espírito”, a cargo do Dr. Dálmio Moraes, pesquisador das áreas de farmacologia, alimentação e psicoterapia.

CCEPA organiza grupo
para   o Congresso da CEPA
Um delegação de integrantes do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre mobiliza-se para participar do XXI Congresso Espírita Pan-Americano, que acontece em Santos/SP, de 5 a 9 de Setembro próximo.
Realizados de 4 em 4 anos em algum país da América, os Congressos da CEPA se constituem sempre em instigantes oportunidades de estudo e atualização da doutrina espírita. O tema do evento deste ano é “Perspectivas Contemporâneas da Teoria Espírita da Reencarnação”, com expositores das Américas e da Europa.
Participantes do CCEPA estão convidando espíritas da Região Sul do Brasil para formarem caravana única, aproveitando vantagens de melhores preços de voo, traslado e hospedagem. Maiores informações podem ser obtidas com Salomão Benchaya, pelo e-mail ccepars@gmail.com .
Para saber mais sobre o Congresso: www.congressocepa2012.com.br .







Grupo Espírita Nueva Generación
En archivo adjunto, sigue nuestra revista en formato digital, en la cual incluye: El análisis de un foro transmitido por radio sobre el tema ¿Qué es el Espiritismo?; Informe de la visita que tuvo Jon y Dante a Guatemala; Y el tema “Los ideales del espiritista”.Te felicito, Milton, por la calidad de tus artículos publicados en "CCEPA Opinião", así como también la entrevista muy interesante que te realizó el PENSE, lo cual denota la profundidad de tu pensamiento, producto de la preparación y experiencia que has adquirido. 
Daniel Torres – Grupo Espírita Nueva Generación – Ciudad de Guatemala.
N.R.: Para receber, por e-mail, o boletim Nueva Generación, solicitar a g_nuevag@yahoo.com .

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