segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

OPINIÃO - ANO XX - Nº 215 - JAN/FEV 2014



2014 – Ano do Fórum no CCEPA

Abertas inscrições para o
VI Fórum do Livre Pensar Espírita
         
Desafios
Para o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre – CCEPA – o ano de 2014 começa com um importante desafio: organizar o VI Fórum do Livre-Pensar Espírita, evento oficial da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da Confederação Espírita Pan-Americana, que acontecerá de 5 a 7 de setembro, com a temática central: “O Espiritismo e os desafios do Século XXI”.
A decisão tomada após reunião do presidente da CEPABrasil, Homero Ward da Rosa, com os dirigentes do CCEPA, envolverá, segundo o presidente da tradicional casa espírita porto-alegrense, Milton Medran Moreira, a participação de todos os colaboradores da instituição, sob a coordenação de Salomão J. Benchaya, que presidirá a Comissão Organizadora. “A temática nos é particularmente grata” – disse Medran ao assumir seu segundo mandato como presidente do CCEPA (veja no noticiário da pag.3), - “porque nesta Casa e no segmento espírita a que estamos vinculados, o espiritismo prioriza a constante adequação aos desafios de um mundo em transformação, mediante o diálogo com todas as áreas do pensamento e oferecendo ao debate sua visão humanista/espiritualista”.

Temas contemporâneos
A Comissão Organizadora do VI Fórum do Livre-Pensar Espírita já está elaborando a programação, a partir da disponibilidade de pensadores espíritas comprometidos com a temática central do evento. Temas de diferentes áreas do conhecimento deverão ser abordados por especialistas, em conferências e mesas redondas, em formato que permita a ativa participação do auditório. Os principais desafios da contemporaneidade devem ser enfocados a partir da visão filosófica e social do espiritismo, numa perspectiva progressista e livre-pensadora.

Vagas limitadas
Os Fóruns do Livre-Pensar promovidos pela CEPABrasil, diferentemente dos Encontros Nacionais, têm caráter regional. Assim mesmo, são inteiramente abertos a interessados de todo o Brasil e mesmo do Exterior, especialmente aos Dirigentes, Delegados e Amigos da CEPA. Todos serão bem-vindos.
 O VI Fórum será realizado no auditório do CCEPA, com capacidade para aproximadamente 100 pessoas. As vagas serão, assim, limitadas ao espaço físico da Casa. As inscrições já estão abertas ao valor de 30 reais, até o próximo 31/5. A partir daí, se ainda existirem vagas, a inscrição passará para 40 reais, até 31/7. Depois dessa data, vagas eventualmente subsistentes terão o valor de 50 reais. Inclusive os expositores terão de fazer sua inscrição. Para garantir sua vaga, faça já sua inscrição, via Internet, em http://cepabrasil.org.br/index.php/eventos/item/84-vi-forum-inscricao.
 




O discurso e a prática
Se eu aliviar a dor de uns poucos, toda a raça humana se sentirá melhor. Isto é o que eu posso fazer, e representa mais do que discursos de paz. Albert Schweitzer

A passagem, no ano que acaba de entrar, do 50º aniversário do golpe militar de 1964, enseja algumas reflexões sobre os tantos períodos históricos que se sucederam desde então.
Anos de chumbo com graves violações aos direitos humanos. A corajosa rebeldia de alguns. O lento processo de redemocratização. A anistia. Eleições. Uma nova Carta Magna. Após esta, e na sua esteira, a conquista de modernos estatutos legais. Pouco a pouco, consolidaram-se, no plano legal, avanços significativos como os de proteção às crianças, às mulheres, aos idosos, aos consumidores, às minorias sexuais e aos segmentos étnicos marginalizados. Estatutos legais que, mais do que criar direitos, implantaram uma cultura nova, removendo do seio da sociedade, conceitos e práticas arrogantes e discriminatórios, antes enraizados na alma coletiva do povo e, inconscientemente, aceitos por segmentos prejudicados. A lei tem também essa função, a de modificar hábitos. Veja-se, a propósito, o que está acontecendo, agora mesmo, com o processo de conscientização social acerca da relação entre ingestão de bebidas alcoólicas e direção de veículo automotor. Exemplo patente de que a lei pode modificar conceitos culturais e práticas por tanto tempo toleradas e até estimuladas.
Legislações mais justas, mais consentâneas com a lei natural – aquela que “está gravada na consciência” e indica “o que devemos fazer ou deixar de fazer”, segundo O Livro dos Espíritos – são indicativos da Lei do Progresso e atestam o aprimoramento moral de um povo.
Mas a lei não basta. Às vezes, ela não passa de mera formalização do discurso, expressão demagógica de legisladores ou de governantes oportunistas e populistas. A lei só será inteiramente eficaz quando, mais do que iniciativa do legislador sancionada pelo administrador, represente desejo íntimo de cumprimento de seus destinatários. Aí ela passará a ser efetivo comando moral que independerá de coercitividade e prescindirá de efeito punitivo. Direito e moral, nesse estágio, se irmanam e se harmonizam. Tornam-se sinônimos.
Mesmo reconhecendo-se os avanços sociais e políticos das últimas décadas, nossas práticas – as dos governantes e governados – ainda giram muito mais em torno do discurso do que da efetiva ação. O bem, aquele realmente desinteressado e inspirado no amor sincero ao próximo e à coletividade como um todo, ainda está a pedir passagem, mesmo no seio de povos ditos civilizados e protegidos por sistemas democráticos, teoricamente direcionados ao bem comum.
 Um dia, cansados do discurso vazio e pouco produtivo, lhe daremos guarida como instrumento e meta do verdadeiro progresso. É a lei. 
A lei só será eficaz quando represente o desejo íntimo de seus destinatários.







O médium católico
Muitos espíritas me escreveram, entusiasmados, convidando-me a assistir à entrevista da comunicadora Marília Gabriela com o jovem médium carioca Pedro Siqueira. O Brasil está “assim” de médiuns! A maioria deles se qualifica como espíritas ou umbandistas. Mas, Siqueira faz questão de marcar sua identidade católica, apostólica romana. Pelo que pude ver do vídeo no Youtube - http://youtu.be/oUNvKH5Waws -, ele faz jus a todos esses adjetivos que autenticam a fidelidade à Igreja Romana. Diferentemente da maioria dos sedizentes católicos, ele pode rezar o “Creio em Deus Pai” com total coerência. Crê na Santíssima Trindade, na fecundação de Maria, sempre virgem, pelo Espírito Santo, na ressurreição da carne, no juízo final, na vida eterna (no céu ou no inferno), amém. Crê, sobretudo, na “comunhão dos santos”, uma coisa meio parecida com mediunidade, assim denominada no vocabulário romano.

Anjos, santos e demônios
Entretanto, apesar de suas crenças, tão fortes (na entrevista, diz que sua mulher ainda tem mais fé do que ele), Pedro Siqueira é, genuinamente, o que nós podemos chamar de um médium. Afinal, ninguém tem culpa por nascer com essa faculdade.   Quando ela aparece na vida de alguém, com a intensidade como ocorreu ao Pedro, não dá para segurar. Na vida dele o fenômeno eclodiu desde muito criancinha. Um “anjo da guarda” com ele brincava e o afastava, com conselhos e ações físicas, de todos os perigos. Santos lhe apareciam e lhe aparecem a todo momento. Maria Santíssima também. E tem horas que demônios o atormentam.
Se Pedro tivesse nascido numa família laica, ou espírita, ou umbandista, sua mediunidade teria sido tratada de forma diferente. A família procuraria um psicólogo que o ajudaria a administrar o fenômeno, ou o levaria a um centro espírita, a um terreiro, para desenvolver a faculdade.

O natural e o sobrenatural
Acontece que o entrevistado de Marília Gabriela nasceu em um lar católico. Aprendeu a rezar o terço desde pequeno. Daquele jeito tradicional, mesmo. Dez ave-marias, um Glória ao Pai, mais dez ave-marias, e, assim por diante. A oração, a gente sabe, predispõe o médium à comunicação com outras dimensões.  E como a casa do Pai tem muitas moradas, é natural que quem reza numa Igreja tenha percepções e vivências compatíveis com suas crenças. Um espírito protetor será um querubim ou um serafim. Uma mulher de pele alva e véu na cabeça só pode ser a mãe de Jesus. Espíritos – isso que, para nós nada mais é do que gente, vivendo, agora, em outras dimensões – passam a ser santos, anjos ou demônios. O contato com eles se revestirá da sobrenaturalidade na qual a religião aprisionou um dos fenômenos mais naturais da vida: a comunicação entre seres que se afinizam ou que têm questões a serem compartilhadas ou dirimidas.

Fé e mediunidade
Confesso que a mim não entusiasmou muito a revelação de um fenômeno genuinamente mediúnico num ambiente católico. Eles sempre ocorreram e nunca foram capazes de mudar as concepções retrógradas da teologia frente à vida. O mais das vezes só serviram para aprofundar as divergências entre religião e espiritismo, entre fé e razão. A fé não contribui para a administração natural do fenômeno da mediunidade. Sacralizando-a e sobrenaturalizando-a, os sistemas de crença terminam por descaracterizá-la. Fé e mediunidade, decididamente, não se compatibilizam.






2014 – Ano do Centenário de Herculano
O ano que começa assinala o centenário de nascimento de José Herculano Pires, um dos mais fecundos pensadores da história do espiritismo. Para marcar o início do Ano de Herculano, CCEPA Opinião publica uma pequena biografia e uma crônica, escritas por Wilson Garcia, escritor e jornalista, conhecedor profundo da obra do poeta, filósofo e escritor “que se foi” naquele 9 de março de 1979, mas “nunca partiu”.


J. Herculano Pires
WGarcia - Recife, PE

Herculano Pires, assim mais conhecido, era paulista. Paulistano, não. Nascido em Avaré, mas filho de muitos passados, numa semelhança interessante com Allan Kardec, sem nenhuma outra sugestão que não seja a mera semelhança.
E como Kardec, nasceu duas vezes numa só existência. A primeira tem data: 25 de setembro de 1914; a segunda está registrada na maternidade do mundo: foi quando conheceu a filosofia espírita. Deu-se a ela, como Kardec no-la deu. Este a construiu, aquele a explicou.
Kardec nasceu com O Livro dos Espíritos e viveu quase quinze anos totalmente voltado à obra. Herculano, nascido das entranhas do Espiritismo já um pouco caboclo, viveu quase cinquenta anos tentando compreendê-lo para explicá-lo. Mas precisou mais; em momentos cruciais, desceu da cátedra para defendê-lo sob a consciência do compromisso com o colo materno.
Bastaram quinze anos a Kardec para deixar uma obra que subverte culturas, ideologias, valores. A Herculano, cinquenta anos não foram suficientes para explicar essa obra, mas bastaram para deixá-la conceitualmente muito, muito mais clara. Ambos partiram de repente, próximos de completarem sessenta e cinco anos de idade.
Herculano casou-se no plano material com Dona Virgínia Ferraz, mas tinha certeza que nascera comprometido com a esposa de um outro momento cósmico. Com o apoio e o olhar cioso dela, construiu uma obra que não se limitou ao campo doutrinário, porque se espargiu para além dos horizontes e levou a que mentalidades outras, abertas e surpreendidas como Mário Graciotti, perguntassem: “De que distância, de que regiões, de que épocas virá esse espírito, que se instalou na engrenagem somática de um dos mais curiosos fenômenos intelectuais do Brasil nascente, o poeta, o jornalista, o escritor, filósofo Herculano Pires?”
Partiu em nove de março de mil novecentos e setenta e nove, assim, súbito, como um raio que corta o espaço e se funde com os astros.


Crônica do centenário
WGarcia - Recife, PE

Nós precisamos, é bom reconhecer. Nós precisamos de pessoas com lucidez. Não apenas lucidez, mas lucidez maior que nossa própria. Nós precisamos de homens que sejam capazes de descortinar horizontes, aqueles mesmos horizontes que não alcançamos apesar dos esforços, dos anseios, dos desejos.
Nós precisamos da autoridade, também é bom reconhecer. Nós precisamos da autoridade natural, que naturalmente se coloca e naturalmente se faz reconhecer. Nós precisamos de homens capazes de liderar com o pleno conhecimento da liberdade que permeia a experiência humana num planeta repleto de conflitos.
Nós precisamos, nunca será demais reconhecer. Nós precisamos de pessoas de bom-senso. Não apenas de bom-senso, mas daquele bom-senso que nos toca de imediato e nos leva a refletir se o nosso bom-senso é bom. Nós precisamos de homens que saibam tocar no fio de Ariadne e segui-lo, medida por medida, até o portal do saber.
Nós precisamos da coragem, indiscutivelmente. Nós precisamos da coragem que nos conduza ao rompimento dos diques erguidos pela mentira. Nós precisamos de homens corajosos que possam demonstrar a força que nos falta e lhes sobra na condução da jornada de libertação de mentes e corações ansiosos pela vitória.
Nós precisamos dos sonhos. Nós precisamos de pessoas que sonhem o nosso sonho, o sonho que nos alimenta as noites bem dormidas e os dias descortinados. Nós precisamos de homens que reconhecem o valor da esperança na formação do espírito que caminha sobre as águas de um mundo já bastante líquido.
Nós...
Nós precisamos do Herculano Pires que se foi e nunca partiu. Nós precisamos daquele homem que flutua nas páginas impressas de brochuras e encadernações, que escorre num farfalhar sereno sobre pedras e leitos arenosos, a nos indicar o ponto de luz que além ilumina e aquece o ser inquieto, multiexistencial, em experiências contínuas.
Nós (finalmente?) precisamos da certeza. Não da quase certeza suspensa no arame do equilibrista, ameaçada, tensa. Nós precisamos da certeza do ser imortal que sussurra como leve sopro nos ouvidos do homem a comunicar-lhe boas novas, novas e boas certezas sem negar a sua assinatura.
Nós precisamos, e como, de Herculano Pires.






Medran e Eloá reeleitos no CCEPA
Reeleitos em Assembleia Geral ordinária, realizada no último mês de dezembro, Milton Rubens Medran Moreira e Eloá Popoviche Bittencourt assumiram, dia 2 de janeiro, seu segundo mandato como presidente e vice, respectivamente, do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
Ao iniciar a nova gestão, Medran concitou seus companheiros de Diretoria Administrativa a seguirem escrevendo, com a mesma disposição e com o mesmo entusiasmo, a história progressista e sempre pioneira da antiga Sociedade Espírita Luz e Caridade que, hoje, sob a denominação de Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, se constitui numa referência mundial do espiritismo progressista e livre-pensador, inspirado em Kardec. O presidente reeleito lembrou do compromisso assumido pelo CCEPA para sediar, em setembro próximo, o VI Fórum do Livre-Pensar Espírita, evento que exigirá o concurso de todos os colaboradores da instituição e reafirmará os ideais humanistas e progressistas do segmento a que o CCEPA está vinculado.
Todos os titulares da anterior Direção seguirão nos mesmos postos na Diretoria Administrativa do biênio 2014/2015 que ficou assim constituída:
Presidente: Milton Rubens Medran Moreira; Vice-presidente: Eloá Popoviche Bittencourt; Secretário: Rui Paulo Nazário de Oliveira; Tesoureira: Marta Samá; Departamento de Estudos Espíritas e Eventos Culturais: Salomão Jacob Benchaya; Departamento Social: Sílvia Pinto Moreira. Biblioteca e Livraria: Tereza Samá. Departamento de Ação Social: Leda Beier. Com a assessoria especial de Maurice Herbert Jones, o presidente Medran acumula o Departamento de Comunicação Social, responsável pelo jornal CCEPA Opinião.
O Conselho Fiscal, também eleito pela Assembleia Geral, está constituído pelos seguintes associados do CCEPA: Magnólia da Rosa, Maurice Herbert Jones  e  Ana Heloides de Oliveira Cony. Suplentes Ubirajara Fauth Xavier e Victor Emannuel Christofari.

Intercâmbio CCEPA/Amor e Caridade, de Osório-RS
Jerri Almeida e Milton Medran
No último dia 9 de dezembro, o presidente do CCEPA, Milton Medran, esteve na cidade de Osório/RS, onde, a convite de Jerri Almeida, presidente da tradicional Sociedade Espírita Amor e Caridade, proferiu palestra sobre o tema “Perda de Entes Queridos”, a partir dos conceitos filosóficos espíritas acerca da vida, da morte, do mundo espiritual e da reencarnação. A palestra do presidente do CCEPA encerrou as atividades comemorativas do 50º aniversário daquela instituição espírita da região litorânea gaúcha.
O professor Jerri, estudioso de aspectos filosóficos do espiritismo (mantém na Internet o blog http://www.jerrialmeida.blogspot.com.br/, com a temática “Diálogos Filosóficos), tem sido, igualmente, convidado, frequentemente, para proferir palestras no CCEPA. É desejo de ambas as instituições aprofundar o intercâmbio de atividades. Oportunamente, Salomão Jacob Benchaya também deverá falar naquela casa espírita osoriense.
 No próximo dia 28 de março, a S.E. Amor e Caridade irá promover um Seminário  para discutir com seus colaboradores “O Estudo do Espiritismo no Cenário Contemporâneo”. No evento, será abordada também a história do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – ESDE -. Na oportunidade, Aureci Figueiredo Martins que, por ocasião do lançamento da Campanha do Estudo Sistematizado, na FERGS, gestões de Maurice Herbert Jones, e Salomão Benchaya, integrava o grupo diretivo da Federativa gaúcha onde nasceu a Campanha, falará sobre as origens e desenvolvimento do ESDE. Também será expositor do Seminário o escritor espírita Vinícius Lousada.
As atividades da S. E. Amor e Caridade podem ser acompanhadas no site http://seacosorio.wordpress.com/ ou https://www.facebook.com/pages/Sociedade-Esp%C3%ADrita-Amor-e-Caridade/538185329549077






Opinião e Verdade
Meus parabéns pelo editorial "Opinião e Verdade". Para os membros do Conselho
Editorial do jornal Opinião quero manifestar que muito apreciei sua serena superioridade. Abraços.
Roberto Rufo - ICKS/Santos.

Jesus mitológico o e Jesus histórico. 
Milton, quiero pedirte un favor: he leído el artículo de Daniel Torres sobre Jesús, y me gustaría publicarlo en el próximo boletín de AIPE, ¿me podrías enviar el original en castellano?
Por cierto, me gusta mucho leer Opinião, por tus artículos, pero por sobre todo por la visión subjetiva que acompaña el análisis de cada concepto vertido.
Nieves Granero – Valencia – Espanha.

Fundamentals of  Spiritism
Feliz año nuevo! Estoy muy contenta de que el maravilloso libro de Jon Aizpúrua “Los Fundamentos Del Espiritismo” está ahora disponible para leer em inglês.
Con amor fraternal a todos,
Yvonne Crespo Limoges -Spiritist Society of Florida -St. Petersburg, U.S.A.

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