Materialismo
o princípio do fim
O
livro O Fim do Materialismo do
pesquisador norte americano Charles T. Tart registra o sutil avanço da área das
pesquisas psíquicas dos últimos anos e classifica como infantil a visão de
mundo mecanicista ainda imperante.
O
autor
Os estudos mais modernos da
área da Parapsicologia e dos estados alterados de consciência têm no psicólogo e engenheiro norte-americano Charles T. Tart (foto) sua maior autoridade
viva. Tart é um dos pais da Psicologia Transpessoal e suas obras tratam de
temas como percepção extrassensorial, sincronicidade e psicocinesia. Dois de seus livros tornaram-se textos
clássicos: Altered States of Consciousness, de 1969, e Transpersonal
Psychologies, de 1975. É o que e informa em seu blog o pesquisador
brasileiro Carlos Antonio Fragoso
Guimarães, psicólogo, mestre em sociologia, doutor em educação e professor
da Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba-http://oespiritualismoocidental.blogspot.com.br/2014/01/o-fim-do-materialismo-e-emergencia-do.html
Para ele, Charles T. Tart, “ao
lado de Carl Gustav Jung, Lawrence LeShan, Stanislav Grof, D. Scott Rogo e Sam
Parnia, constitui em um dos autores indispensáveis e mais sérios no
controvertido e ainda pouco conhecido e tantas vezes mal-entendido, universo da
Pesquisa Psíquica ou Parapsicologia”.
A
obra
Para Tart, as pesquisas
demonstram que “há no homem algo mais que um feixe de impulsos de natureza
estritamente autoconservativa, de natureza sexual e/ou agressiva”, como pensava
Freud.
Tart, segundo Guimarães, “dá
continuidade a uma tradição de pesquisas iniciadas no século XIX com Justinos
Kerner, Allan Kardec, William Crookes, Johann Friedrich Zöellner e que foi
adentrada no século XX com os trabalhos do casal Rhine, Ernesto Bozzano,
Charles Richet, William Crawford, Ian Stevenson, Hernani Guimarães Andrade e
outros”.
Nem
materialismo nem religião
Comentando O Fim do Materialismo, o Psicólogo e
Doutor em Educação Carlos Antonio Fragoso Guimarães, que também é colaborador
da ASSEPE, Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa, assinala
que se trata de uma defesa convincente das limitações paradigmáticas atuais. A
obra sustenta que é possível, sim, a união da ciência com o estudo psi e a
espiritualidade, “sem cair no ridículo do misticismo superficial ou do teísmo
convencional, mas numa forma racional e vivencial de expansão dos limites
paradigmáticos que, de resto, é corolário próprio da Psicologia Transpessoal”, diz
Guimarães.
Não era outro, a propósito, o
objetivo de Allan Kardec, em meados do Século XIX, ao propor a aliança da
ciência e da religião, função para a qual o espiritismo se habilitaria. Sua
proposta não foi bem entendida nem pelos cientistas nem pelos religiosos. Os
primeiros, já absorvidos pelo paradigma materialista, descartaram qualquer
possibilidade de os fenômenos psi
integrarem uma categoria científica. Os eminentes e corajosos estudiosos dos
séculos XIX e XX, citados por Guimarães, sofreram, todos eles, a discriminação
do establishment oficial. Os segundos
logo trataram de conferir ao espiritismo o título, por este não reivindicado,
de uma nova religião, e, como tal, falsa, por contrariar a “palavra de Deus”,
presente em vetustos livros dos quais só a religião oficial detinha o poder
interpretativo.
Mas, essa vertente, que
caminha sobre um tênue fio de navalha e que insiste em romper com o
reducionismo materialista, sem vincular-se a qualquer crença religiosa, está
cada vez mais viva. Os Estados Unidos têm se destacado como reduto
importantíssimo na pesquisa de fenômenos cuja palpitante e comprovada realidade
contraria veementemente o materialismo. Integrante desse grupo, Tart
corajosamente prenuncia o fim da visão materialista do universo. Por isso
mesmo, Carlos Guimarães, sério estudioso dessa vertente de pensamento, diz que
a leitura de “O Fim do Materialismo” é “algo que se torna obrigatório às mentes
inteligentes e curiosas que não se deixam acomodar nem pela proposta
materialista e muito menos se sentem confortáveis diante da ingenuidade do
pensamento religioso ainda existente”. Vale conferir! (A Redação)
Capelas,
capelães, capelanias...
Não tendo o Espiritismo nenhum
dos caracteres de uma religião (...), não podia nem devia enfeitar-se com um
título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Allan Kardec.
Com ampla divulgação no meio
espírita, a Associação Médico-Espírita do ABC está convidando para um curso
denominado “Projeto de Capelania Espírita”. Para acessar clique no link: http://www.amebrasil.org.br/2015/node/17
O projeto vem sendo
desenvolvido por todas as Associações Médico-Espíritas do Brasil, objetivando a
“assistência religiosa” a pacientes de redes hospitalares públicas ou privadas
e a seus familiares, de acordo com legislação federal específica. O denominado
“Curso de Informação e Capacitação para Voluntários”, está subordinado ao que
as AMEs resolveram identificar como “Projeto de Capelania Espírita”.
Ao tomar conhecimento do
anúncio veiculado pela AME/ABC, o presidente do Centro Cultural Espírita de
Porto Alegre, Salomão Jacob Benchaya, enviou àquela instituição, via e-mail, a
seguinte mensagem:
“Caros
amigos, quero me congratular com a realização do Curso de Informação e
Capacitação de Voluntários como oportuna realização dessa AME. Todavia, não
posso deixar de manifestar certa estranheza em relação ao título promocional de
‘Curso de Capelania Espírita’. Segundo me consta, a atividade de capelão é
exercida por padres ou pastores, funções inexistentes no movimento espírita.
Bem que o curso poderia ser denominado Curso de Informação e Capacitação de
Voluntários Espíritas para Assistência a Enfermos”, sugeriu Salomão,
concluindo: “É só uma modesta opinião”.
A mensagem de Salomão foi
enviada no último dia 10 de setembro, e até o encerramento desta edição, a
destinatária não lhe havia respondido.
Claramente, é de todo
inadequada a denominação de “capelão” a quem se dispuser, voluntariamente, a
prestar serviço de assistência, consolo e esclarecimento, com base nos
princípios doutrinários espíritas, a pacientes de hospitais e seus familiares.
Divulgado o projeto, o tema
motivou alguns comentários de debatedores da Lista de Discussão da CEPA.
Reproduzimos alguns deles, começando pela postagem de Claudiomar Barcellos
(Pelotas/RS), que foi buscar nos dicionários o significado de “Capelania:
“cargo, dignidade ou ofício de capelão”, e de “Capelão”, assim definido:
“sacerdote responsável pelos ofícios religiosos de uma capela”. Com humor,
Barcellos, acrescentou que, na contramão desses conceitos, em breve, os centros
ou sociedades espíritas poderão se denominar “templos espíritas” ou “capelas
espíritas”. Já o debatedor Fábio Duarte (Belo Horizonte/MG), entendeu essas
ações como “fruto da necessidade em ‘ter uma religião’, reflexo da cultura e da
compreensão deformada do kardecismo”.
Os comentários são pertinentes
e registram, com razão, uma distorção da verdadeira natureza do espiritismo.
Este não se alinha ao campo da fé religiosa, mas objetiva desenvolver uma área
do conhecimento que contempla o ser humano na sua condição essencial de
espírito imortal que transcende a vida física e dela leva, em cada encarnação,
as experiências, os aprendizados, os acertos e os erros que contribuirão com
seu processo evolutivo.
Não são necessários
paramentos, títulos, ritos ou nomenclaturas religiosas para o exercício desse
mister. Por isso, o também integrante daquele espaço de debates, Sérgio dos
Santos Silva (São Paulo) entendeu como “excelente sugestão de nome, mais de
acordo com a proposta espírita”, aquela dada por Salomão, para “uma tarefa que
pede mais do que altruísmo e idealismo”, pois, ainda segundo Sérgio, “lidar com
os emergentes, alguns em vias de desencarnação, é para poucos”, eis que “exige
mais do que conhecimento espírita e técnica, mas uma dose de benemerência,
humildade, paciência, fé e coragem, mesclado com positivismo e esperança”.
Poderá alguém objetar
tratar-se de simples palavras que não desmerecem o verdadeiro conteúdo e a
nobreza dos fins objetivados. Entretanto, a maneira como nos apresentamos para
a sociedade é o cartão de visita que identifica tudo o que somos e buscamos. E
cuidar de nossa identidade como movimento de ideias e de prestação de serviço
de educação espiritual é fundamental para a compreensão e expansão do
espiritismo.
Madre
Teresa
Para a Igreja, canonizar
alguém é declarar solenemente que ele está no céu. É inscrever seu nome no
“cânon” dos santos. É o que acaba de acontecer com Madre Teresa de Calcutá, a
humanitária religiosa nascida na Macedônia e que, na Terra, já tinha recebido
todas as homenagens devidas a pessoas reconhecidamente beneméritas como ela,
inclusive o Prêmio Nobel da Paz, em 1979. Então,
é de se admitir que o Papa e sua Igreja nada mais fizeram do que chancelar para
ganhar validade nas glórias celestiais um conceito antes conquistado pela
freirinha no âmbito terreno. Com efeito, sua bondade, seu amor e dedicação ao
semelhante fizeram dela um ícone do bem. O bem praticado também lhe garantiria
o título de santa.
Santos
x hereges
Mas, nem sempre foi assim.
Outros personagens da História ganharam a auréola de santos não por sua bondade
ou seu humanitarismo, mas por sua fé. Santo Agostinho defendia que os hereges
tinham de ser torturados até se retratarem. E destruídos se não se retratassem.
São João Capistrano, São Domingos e São Pio V só foram agraciados com as honras
dos altares porque fizeram a Inquisição, capítulo da História da qual se
envergonham a humanidade e a própria Igreja.
Giordano Bruno, um dos maiores livres-pensadores da História teve como
inquisidor mor o cardeal Roberto Belarmino. Bruno foi morto em praça pública
por suas heresias. Belarmino tornou-se santo por defender a fé cristã e punir
quem a ela se opusesse.
Fé
e bondade
Fé e bondade nem sempre andam
juntas. Madre Teresa, que vivenciou o amor incondicional ao semelhante,
privilegiando os mais pobres, experimentou dúvidas atrozes que abalavam suas
crenças. É o que relatam seus biógrafos, a partir do resgate de cartas escritas
pela missionária. Numa delas, Madre Teresa evidencia a imensa angústia pela fé
que se esvaía de sua alma: "Onde está minha fé?” perguntava em escrito de
seu próprio punho, confessando, a seguir: “Inclusive aqui no mais profundo não
há nada, meu Deus, que dolorosa é esta pena desconhecida. Não tenho fé. Se há um
Deus, perdoa-me, por favor. Quando tento elevar minhas preces ao Céu, há um
vazio tão condenador...".
Penso que essa angústia é de
todos os que transitam da fé religiosa, antes confortadora e inabalável, para o
livre-pensamento, que é uma aventura feita de dúvidas.
O
advogado do diabo
Os processos de canonização na
Igreja de antigamente contavam com a figura do Promotor Fidei (Pomotor da Fé). Chamado popularmente de “advogado
do diabo”, cabia à autoridade religiosa para isso designada fazer o
contraditório às alegadas virtudes e milagres atribuídos ao candidato a santo.
João Paulo II, na década de 80, extinguiu essa figura. Desde então, tem sido
mais fácil virar santo. Talvez Teresa de Calcutá, com as evidências de sua
claudicância na fé, sucumbisse diante da atuação do Advocatus diaboli.
Mas, isso é bom. Mostra que,
hoje, chegam também à Igreja conceitos de que amor incondicional vale mais que
fé inquebrantável. E que dúvidas são mais estimulantes do que as certezas, no
processo de humanização do espírito.
O
ESTUDO PROBLEMATIZADOR
O Estudo Problematizador foi
implantado, no CCEPA, em março/1994, como proposta metodológica então
considerada adequada aos objetivos culturais da instituição, sem, todavia,
substituir o estudo sistematizado. Embora tenha sido essa proposta oficialmente
encerrada pela Diretoria em 1996, seus princípios continuam sendo adotados nos
estudos doutrinários, inclusive no chamado “grupo de conversação” que analisa
“O Livro dos Espíritos”.
O Estudo Problematizador é uma
metodologia baseada em noções do construtivismo pedagógico. Enquanto o ensino
tradicional é centrado na figura do professor e no seu saber, onde o aluno é um
mero “receptor” de informações, a problematização estimula e desenvolve nos
alunos atitudes críticas, o que requer um preparo especial do
coordenador/monitor/facilitador.
Fácil é presumir-se que a
adoção dessa metodologia no meio espírita encontra sérias resistências face à
cultura de pregação e de doutrinação usuais entre os que divulgam o
espiritismo. Os grupos de estudos que a adotam fogem do modelo de
sistematização tradicionalmente implementado para o ensino do Espiritismo, onde
a preocupação do coordenador é “transmitir” o conhecimento.
A maiêutica, de Sócrates, é
precursora da metodologia da problematização. Jesus, também, ao utilizar
parábolas e fazer perguntas aos seus ouvintes, empregava a problematização como
forma de ministrar seus ensinos.
O estudo problematizador tem
por finalidade o aprofundamento do conhecimento espírita – não só a sua
“transmissão” -, bem como a produção de cultura, retirando os integrantes dos
grupos do papel de meros expectadores e tornando-os produtores de conhecimento.
No estudo problematizador, os conteúdos não são colocados como verdades
pré-estabelecidas nem acabadas e o coordenador não é um depositário de saber
que simplesmente deve transmitir as informações. Nesse ambiente, deve-se
questionar, investigar, reelaborar as informações recebidas, problematizar,
enfim, numa postura condizente com a própria natureza da Doutrina Espírita -
dinâmica e progressista.
Nesse sentido, o coordenador
atua como um provocador, devendo fomentar o questionamento, a problematização
entre os participantes.
No Estudo Problematizador não
há a preocupação com o "vencer conteúdos". O programa vai sendo
paulatinamente elaborado e cumprido com e pelo grupo, com flexibilidade,
corrigido e aprofundado, a partir dos seus interesses e necessidades, com
intenso envolvimento dos seus membros. Aqui é fundamental que o coordenador estimule
o grupo a refletir, que não responda às dúvidas, mas que ajude o grupo a
saná-las, promovendo o crescimento do mesmo, o de seus membros e crescendo
junto.
O saber acumulado
(conhecimento construído por outrem, contido nos livros) não é considerado definitivo,
mas a base sobre o qual o grupo constrói o seu próprio saber.
Rubem Alves
“Somos assim. Sonhamos o voo,
mas tememos as alturas. Para voar é preciso amar o vazio. Porque o voo só
acontece se houver o vazio. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de
certezas. Os homens querem voar, mas temem o vazio. Não podem viver sem
certezas. Por isso trocam o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as
certezas moram. (...)
Os homens preferem as gaiolas
ao voo. São eles mesmos que constroem as gaiolas onde passarão as suas vidas”. (Do livro “Religião e Repressão).
WGarcia - Jornalista, Mestre em Comunicação -Recife
- PE.
O
just in time e o real time do momento cultural humano pedem ações em que o time não se perca no esquecimento do que
existe e é.
O jornalismo periódico em que
o tempo entre uma edição e outra mantém as fórmulas tradicionais – quinzenais,
mensais, bimestrais e semestrais – está, e já não é de hoje, a solicitar uma
mudança radical na publicação da notícia e dos artigos. Já Machado de Assis, em
seu século, dizia que a notícia da manhã lida à tarde perdia importância. O
sentido imediato de notícia é a novidade e num mundo em que os meios ligaram a
máquina de escrever à rede, os segundos determinam a novidade ou a caducidade
da notícia. Ou seja, determinam a surpresa e o interesse do destinatário, o seu
prazer pelo conhecimento do que acontece, ou, então, o leva ao desprezo pela
ausência da novidade, uma vez que o acesso à notícia ou não ocorreu no tempo
ideal ou já aconteceu por outras fontes.
O mesmo ocorre com uma centena
de artigos e crônicas escritos com base no factual, com o objetivo de refletir
e expressar opinião sobre ou a respeito de acontecimentos que geram interesse
no autor e em parte da sociedade. O tempo se mostra cada vez mais premido pelo
imediato, como meio de garantir a relação entre a ocorrência e o contexto, pois
funcionam como imagens que vão perdendo significado à medida em que se
distanciam do momento fixado.
Já não se pode atribuir, como
antes, diferença fundamental entre aquilo que é visual e aquilo que é textual,
pois texto e imagem se confundem num mundo em que o olhar parece ser cada vez
mais o orientador dos sentidos. O texto factual – artigos, crônicas, notícias –
são cada vez mais imagens que se unem a outras visualidades para produzir
sentidos e atender aos desejos de interpretação do mundo, segundo a realidade
relativa do momento.
Claro, não estamos produzindo
uma generalização. Há estudos e pesquisas para os quais o just in time é mais adequado do que o real time, de maneira que os periódicos destinados a difundi-los
podem continuar gozando de periodicidade específica, diferenciada ou dentro da
tradição conhecida. Não apenas o tempo é mais condescendente aí como também o
espaço que estes produtos solicitam.
Qual é, pois, o desafio dos
espíritas que se lançam no campo da comunicação?
Em primeiro lugar, entender o
seu tempo para adequar-se a este. Objetivamente, agir em consonância com o
tempo a fim de obter os resultados planejados. No caso dos jornais impressos e
seus correlatos, um caminho a seguir é dotá-los de um espaço digital – sítio –
em que o material vai sendo disponibilizado à leitura à medida em que chega às
mãos do editor ou é por esse produzido, dando conhecimento disso ao seu público
por meio de envio de versões reduzidas do jornal. Ou seja, inverter a lógica
atualmente aplicada, em que o jornal digital surge após a publicação do jornal
impresso, sendo dele uma fotografia e ao mesmo tempo um arquivo disponível para
pesquisa.
Desta maneira, o jornal
digital deixa de lado ou pode dispensar fatores como quantidade de páginas, por
exemplo, uma vez que sua circulação obedece mais à necessidade do real time, que, neste caso se torna um
aliado do editor.
Para aqueles que, por medida
econômica ou por adequação aos novos tempos, já não publicam a versão impressa,
apenas a digital, a inversão da lógica também se apresenta como auxiliar
dinâmica, ou seja, muitos, embora publicando somente jornais digitais, mantém a
ideia do veículo completo, periódico, para então torná-lo público, disponível
aos seus leitores. A dinâmica da comunicação não só permite como se coloca a
favor de uma distribuição sem periodicidade fixa, ocorrendo sempre que novos
artigos e notícias sejam produzidos, de modo que a presença do veículo junto ao
leitor alcança maior intimidade e, sem dúvida, contribui para a elevação da
credibilidade do veículo e de seu corpo editorial.
É verdade que um jornal
completo, com muitas páginas, apresenta maior robustez e confere um peso
acentuado junto à categoria dos leitores tradicionais, assim como o veículo
impresso ainda se constitui na preferência de considerável parcela de
consumidores de informação, na mesma linha do que ocorre com os livros
impressos. Para atender a demandas dessa ordem, o jornal completo pode
continuar sendo distribuído na sua periodicidade normal, costumeira, mas então,
não será mais aquele veículo com conteúdo original integral, pois parte dele já
terá sido dado à publicidade nas ocasiões anteriores, o que em nada diminuirá
sua importância. É provável que esta fragmentação venha a favor do próprio
jornal por alcançar a outra gama de leitores que prefere textos menores ou em
menor quantidade e dá notória importância ao real time.
Notícias e estudos dão conta
de que os veículos e os sítios mais visitados são aqueles que apresentam maior
dinâmica em seu conteúdo, com novidades e material de interesse do público alvo
constantemente (se não, diariamente) atualizado. O diferencial mais importante,
contudo, continua sendo a qualidade do material publicado, aí considerado, em
primeiro lugar, o conteúdo, a credibilidade de seus autores e do próprio
conteúdo geral. Não se deixe de lado, porém, a importância da apresentação
estética e do sempre necessário estilo, que deixa sua marca com força.
A adoção dessa nova dinâmica
na veiculação de notícias, artigos, estudos e matérias de opinião de um lado
coloca o veículo em linha com a realidade da comunicação contemporânea e, de
outro, elimina o indesejado espaço entre o recebimento do material e sua
publicação. Além disso, atende a uma necessidade dupla, ou seja, nem quem
escreve gosta mais de esperar longamente para ver seu texto publicado, nem quem
lê deseja aguardar um dispensável tempo para se colocar a par de fatos e ideias
que já estão prontos para circular.
Dirigentes da CEPA no Congresso da AIPE
A presidente da CEPA, Jacira Jacinto da Silva, e seu diretor
administrativo, Mauro de Mesquita
Spínola, participaram do II Congresso Espírita Internacional, promovido
pela Asociación Internacional para el Progreso del Espiritismo – AIPE -, de 16
a 18 de setembro, em Torrejón de Ardóz, Madri. O evento contou também com a
presença do diretor financeiro da CEPA Associação Espírita Internacional, Jailson Lima de Mendonça e sua esposa Ana Cristina.
Jacira e Mauro integraram a
mesa redonda que aconteceu na noite de 16/9, coordenada por Mercedes Garcia de la Torre, versando
sobre atualidade do movimento espírita internacional. Como expositores, também
apresentaram trabalho com a temática “Solidariedade, Justiça e
Espiritualidade”.
A delegação brasileira para o
II Congressso Espírita Internacional da AIPE completou-se com a presença do
escritor e físico gaúcho Moacir Costa de
Araújo Lima e sua esposa Lúcia
Helena (Porto Alegre). Moacir abordou o tema “Afinal, quem somos?”, que
propõe conexões entre princípios defendidos pelo espiritismo e a física
quântica. Após o Congresso, Araújo Lima cumpriu agenda de palestras em várias
regiões da Espanha.
Em seu blog http://artigosespiritaslucas.blogspot.com.br/, José Lucas, da
ADEP, Associação de Divulgadores Espíritas de Portugal, que esteve presente com
a exposição do tema “Novo mundo: novas relações humanas, novas atitudes”,
destacou o ambiente de fraternidade e a forma carinhosa com que os expositores
de vários países foram acolhidos por Rosa
Diaz (Ourense/Espanha), presidente da AIPE. Conforme deixou consignado
Lucas, em seu relato sobre o evento: “Com ideias diferentes, com gentes
diferentes, este II Congresso da AIPE teve o condão de levar a cabo o conselho
que os bons Espíritos deixaram a Allan Kardec: Espíritas amai-vos, espíritas instruí-vos”.
Na montagem fotográfica
publicada no blog de José Lucas, alguns momentos do Congresso da AIPE.
Jon
Aizpúrua: São Paulo e Salvador
Em rápida passagem por São
Paulo, rumo a Salvador/BA, Jon Aizpúrua,
escritor e conferencista venezuelano, ex-presidente da CEPA, realizou duas
importantes atividades, naquele Estado. A primeira, dia 14/9, na capital
paulista, constou de um Encontro Especial, organização conjunta da USE/SP e da
CEPA – Associação Espírita Internacional, onde tratou do tema O Pensamento Social Espírita – Por uma
sociologia com base espiritualista, evento realizado no C.E. José Barroso,
entidade que mantém filiação à União das Sociedades Espíritas de São Paulo e à
CEPA. Na foto, tomada na oportunidade, Jon aparece juntamente com Geraldo Spínola, um dos mais antigos
líderes espíritas paulistas, com vasta folha de serviços prestados ao movimento
espírita daquele Estado e que, igualmente, é colaborador da CEPA, desde os
primeiros anos que esta instituição, antes pan-americana e agora internacional,
passou a desenvolver atividades no Brasil.
Conferência
na Universidade Santa Cecília
Na noite seguinte, 15/9, Jon
Aizpúrua realizou atividade na Universidade Santa Cecília (Santos/SP), onde foi
feito o lançamento do livro, editado pela CEPA BRASIL, “Perspectivas Contemporâneas da Reencarnação”. Após o ato de
lançamento, Ademar Arthur Chioro dos
Reis, apresentou Aizpúrua aos cerca de 400 participantes do evento,
referindo que o conferencista venezuelano pode ser apontado hoje como o mais
importante pensador espírita vivo, em face da contribuição que tem trazido, nas
Américas e na Europa, com suas conferências, livros e intensa participação nos
mais variados meios de comunicação, tratando de temas científicos e
filosóficos, à luz da proposta espírita. Seguiu-se sua conferência Reencarnação e Espiritualidade.
TELMA
celebrou a imortalidade de
Carlos
Bernardo Loureiro
Em seminário no último dia 17
de setembro, o Teatro Espírita Leopoldo Machado (Telma) celebrou em sua sede em
Salvador/BA a memória do pesquisador espírita baiano Carlos Bernardo Loureiro, desencarnado há 10 anos.
Oito palestrantes trataram de
temas relacionados às pesquisas e à obra original do homenageado, como suas
contribuições científicas ao Espiritismo, seu método desobsessional e sua
atividade no jornalismo espírita. Dentre os palestrantes, esteve o
conferencista venezuelano Jon Aizpúrua,
que foi a Salvador especialmente para a ocasião.
Também marcou presença Homero Ward da Rosa, presidente da Cepa
Brasil, que divulgou o trabalho laico da instituição que preside e que integra
a CEPA internacional, da qual Carlos Bernardo Loureiro foi um dos primeiros
delegados no Brasil.
Durante o evento, foram
lançados os livros "Autenticidade dos Evangelhos" e "A Dor, A
Luta e O Recomeço", de Carlos Bernardo Loureiro, e "Palcos
Encantados", de Lúcia Loureiro, sendo o evento encerrado com belíssimo
recital com canções do século XIX.
Na foto, a partir da esquerda:
o presidente do Telma, Júlio Nogueira,
o jornalista Gilberto Santos, que
abriu o Seminário, com a conferência Bernardo,
o jornalista espírita, e Homero Ward
da Rosa, presidente da CEPA Brasil. (Notícia enviada por Lucas Sampaio, do Telma, Salvador/BA).
Jones
e Elba: 50 anos de SELC/CCEPA
No último dia 2 de setembro,
os trabalhadores e habituais frequentadores do Centro Cultural Espírita de
Porto Alegre deixaram de fazer o estudo semanal de O Livro dos Espíritos,
realizado às sextas-feiras, para prestar uma homenagem surpresa a Maurice Herbert Jones. No dia seguinte,
Jones completaria 87 anos de vida, 50 dos quais dedicados à Sociedade Espírita
Luz e Caridade, hoje Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
Este ano, Jones e sua esposa Elba (ausente, por motivo de saúde),
completam seu jubileu de ouro na tradicional casa espírita da Rua Botafogo.
Daí, a ideia da homenagem. Na chegada para a habitual reunião, Jones foi levado
ao auditório, para a solenidade conduzida pelo presidente do CCEPA, Salomão Jacob Benchaya.
No auditório, foi feita uma
projeção visual, sintetizando informações sobre a pessoa e trajetória do
homenageado. Em nome da instituição, usou da palavra, a seguir, o ex-presidente
Milton Medran Moreira, que destacou a
influência que, pessoalmente, recebeu em sua trajetória espírita, das ideias
sempre lúcidas e inovadoras de Jones, com quem convive há mais de 30 anos,
tendo testemunhado as grandes mudanças por ele lideradas na instituição e no
movimento espírita gaúcho e brasileiro. Manifestaram-se, ainda, os dirigentes Salomão Benchaya, Dirce Carvalho Leite, Clarimundo
Flores, Eloá Bittencourt e
diversos integrantes que destacaram a liderança intelectual e moral do
homenageado no direcionamento doutrinário e filosófico da Casa, ao longo desses
50 anos, inspirando um modelo de espiritismo progressista e transformador.
Após, foram projetadas
mensagens em vídeo, com saudações enviadas por Alcione Moreno, Ademar
Chioro dos Reis, Néventon Vargas,
Homero Ward da Rosa, Dante López, Alexandre Cardia Machado, Mauro Spínola e Jacira Jacinto da Silva.
Uma placa de prata foi
entregue ao homenageado pela ex-diretora e antiga trabalhadora do CCEPA, Leda Beier (na foto, com Jones).
Finalizando, Jones usou da palavra, manifestando-se surpreso com a homenagem.
Referiu-se carinhosamente, e com incontida emoção, à sua companheira Elba, que com ele chegou à antiga SELC
há 50 anos, tendo ela dado significativa contribuição à construção da
identidade do atual CCEPA. Jones relembrou momentos marcantes de sua jornada
espírita e teceu instigantes reflexões sobre sua posição diante da doutrina e
do movimento espírita. Destacou que a construção contínua do pensamento espírita
também é um processo de desconstrução, o que não deixa de causar
desconforto. Mas, concluiu: “O processo
evolutivo é um processo de perda. Viver é perder”.
Depois da colocação de uma
moldura, na sala da Direção, com o texto contido no cartão de prata, os
presentes confraternizaram com um serviço de chá, sucos, salgados e doces.
A TRIBUNA destaca livro da CEPA
sobre
reencarnação
Em sua edição de 13 de
setembro último, o jornal A Tribuna,
o mais importante da região da Baixada Santista, em São Paulo, veiculou, com
destaque, entrevista com o ex-vice presidente da CEPA, Ademar Arthur Chioro dos Reis, sobre o lançamento de Perspectivas
Contemporâneas da Reencarnação.
A entrevista concedida pelo
ex-ministro da saúde e professor universitário em Santos, cidade do litoral
paulista, abordou o lançamento do livro na Universidade Santa Cecília, daquela
cidade. Na oportunidade, Arthur Chioro destacou o objetivo primordial da obra
por ele organizada, juntamente com Ricardo
de Morais Nunes: “abordar a reencarnação não sob a visão religiosa, mas por
meio de conceitos filosóficos e trabalhos científicos”.
O jornal santista registra
que, segundo o ex-ministro, “o objetivo é apresentar a reencarnação como uma
lei natural, libertadora e emancipadora para o espírito, a partir de uma
abordagem original”.
Na entrevista, Chioro destacou
que Perspectivas Contemporâneas da
Reencarnação está pautada “numa visão laica, livre-pensadora e
progressista, tratando das vidas sucessivas a partir de um olhar crítico,
desprovido das dimensões do castigo e culpa, utilizadas equivocadamente para
justificar toda e qualquer forma de miséria, desigualdade social e tragédias
humanas”.
O livro, com trabalhos de
pensadores espíritas de diversos países de toda a América, reproduz temas
apresentados no XXI Congresso Espírita Pan-Americano, em 2012, e que teve por
sede a Universidade Santa Cecília, de Santos, onde agora foi lançado, na mesma
solenidade em que o pensador espírita venezuelano Jon Aizpúrua pronunciou conferência sobre o tema “Reencarnação e
Espiritualidade”, na noite de 14 de setembro.
Opinião em Tópicos
Desculpe, mas acho que não
entendi Opinião em Tópicos de
setembro. O articulista está dizendo que o espiritismo se coloca favorável ao
aborto em alguma situação? Não devo ter entendido, pois sei que o espiritismo
não é favorável ao aborto em nenhuma situação e por nenhum motivo.
Outro questionamento, a moral
espírita tem caráter religioso sim já que Jesus é nosso guia e modelo e a
religião espírita é formada por um tríplice aspecto, ciência, filosofia e
religião! Ser racional e inteligente é para os espíritas admitir que Jesus é o
caminho a verdade e a vida e que ninguém vai ao pai senão por ele, mas acho que
devo ter entendido errado o que o autor quis dizer....só pode!
Anelise – Blumenau, SC (comentário no portal
Espiritbook, que reproduz a coluna)
Resposta do articulista Milton
Medran Moreira:
A
questão 359 de O Livro dos Espíritos, Anelise, é expressa no sentido de que o
aborto é permitido, pela lei divina ou natural, quando se trata de preservar a
vida da gestante. Quanto ao chamado "tríplice aspecto" do
espiritismo, que seria ciência, filosofia e religião, esse conceito não está na
obra de Kardec. Ao contrário, Kardec defendeu expressamente que o espiritismo
não é uma religião, mas uma ciência de consequências filosófico-morais. Nada
impede, porém, que você, ou quem quer que seja, faça do espiritismo uma
religião, como, de fato, se tornou no Brasil. Mas, no meu entender, essa é uma
distorção que sofreu o espiritismo em terras brasileiras. Distorção conceitual
que, no entanto, não desmerece o caráter eminentemente ético da doutrina
espírita.
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