A
humanidade fracassou?
extrema
pobreza
Número acaba de ser divulgado
pela UNICEF, com base em dados levantados pelo organismo, juntamente com o
Banco Mundial, no ano de 2013.
Crianças
são mais atingidas que adultos
Os números são de 2013, mas a
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância – divulgou-os em 4 de outubro
último: cerca de 385 milhões de crianças até 17 anos, viviam, naquele ano, em
extrema pobreza. Segundo o relatório, crianças têm duas vezes mais
probabilidade de viver em pobreza extrema – considerada esta quando alguém
sobrevive com menos de 1,90 dólares diários – do que os adultos.
O
mapa da pobreza
Entre os 385 milhões de
crianças em pobreza extrema, 122 milhões têm até 4 anos, 118 milhões têm entre
5 e 9 anos, 99 milhões entre 10 e 14 anos e 46 milhões estão na faixa etária
entre 15 e 17 anos.
O relatório resultou da
análise de dados de 89 países, que representam 84% da população dos países em
desenvolvimento. As crianças que vivem em pobreza extrema estão concentradas
sobretudo na África subsaariana, onde 49% delas vivem em pobreza extrema: 51%
de todas as crianças pobres no mundo vivem nessa região. Segue-se o sul da
Ásia, com cerca de 36%, com destaque para a Índia, com mais de 30% das crianças
vivendo nessas condições.
A
humanidade não está fracassando
Nada justifica que seres
humanos, e especialmente crianças, morram de fome. O Livro dos Espíritos assevera que as desigualdades sociais são
obras do homem e não de Deus, e que, numa sociedade organizada conforme as leis
de Jesus, ninguém morreria de fome.
As leis de Jesus não são
outras que não as do humanismo e da justiça social, movimentos dos quais o
jovem nazareno foi arauto. E estas, devemos reconhecer, avançam, apesar da
crueza dos números que, numa primeira vista, parecem denunciar o fracasso da
humanidade.
Não, a humanidade não está
fracassando. O mesmo Banco Mundial, parceiro da UNICEF, registrava em 1981 que
44% da população mundial vivia na pobreza extrema. Hoje, a parcela se reduziu a
menos de 10%, e “esta é a melhor história no mundo hoje em dia”, declarou
recentemente Jim Yonk Kim, presidente do Banco Mundial.
Em artigo reproduzido por Zero Hora (8 e 9/10/16), com o título de
“A melhor notícia que você não sabia”, Nicholas Kristof (foto), articulista de The New York Times, registra dados como
estes: Durante toda a história da espécie humana até a década de 1960, a
maioria dos adultos era analfabeta. Agora, 85% dos adultos do mundo inteiro
sabem ler e escrever. Nas duas últimas décadas, o número de pessoas vivendo em
pobreza extrema no mundo, caiu pela metade. Igual proporção ocorreu no número
de mortes de crianças pequenas, salvas por campanhas de vacinação, promoção de
aleitamento materno, remédios para pneumonia e diarreia. Há um projeto em
andamento na ONU que pretende erradicar a pobreza extrema até 2030. Os avanços
têm sido registrados por estatísticas absolutamente confiáveis.
Enfim, é preciso, sim,
denunciar as injustiças, que são injustificáveis. Mas é necessário também
reconhecer, e sempre, que, apesar das desigualdades que nos revoltam – e às
quais, antes, se mostravam indiferentes os poucos afortunados do mundo -, há
uma lei de progresso que está gravada na consciência do espírito humano e se
expressa em nossa capacidade de indignação, diante das desigualdades ainda
existentes. Estas, de fato, são obra do homem e ao homem caberá reduzi-las,
para que o mundo se torne, ali adiante, um lugar melhor para se viver. (A Redação).
Humanidade
e Paz
Quantas estradas um homem
precisará andar antes que possam chamá-lo de homem? Bob
Dylan.
O verso de Bob Dylan
questionando sobre a longa caminhada do ser em busca da genuína condição humana
sugere se reavive o sonho da integração plena entre humanidade e paz.
O recém eleito Prêmio Nobel da
Literatura, em sua famosa canção “Blowin’ In The Wind” denuncia a radical incompatibilidade entre humanidade e
guerra, e aponta para a paz como meta suprema da raça humana.
Paz! Quando a atingiremos? De
um lado, nos países ocidentais, formalmente democráticos e teoricamente regidos
por princípios inspirados na sacralidade dos direitos humanos, persistem
elevados níveis de desigualdade social, de violência e de corrupção pública e
privada, fatores que inibem a harmonia e a paz social. De outro lado, os
conflitos civis, em países ainda dominados por fundamentalismos religiosos e
estruturas de poder infensas à ordem democrática, geram crise humanitária sem
precedentes na História, obstaculizando o advento da tão sonhada paz mundial.
Hordas de criaturas famintas, provindas especialmente de nações africanas e
asiáticas submetidas a esses regimes buscam os países do Ocidente postulando
refúgio. É uma tragédia que se encena diariamente e se mostra distante de um
epílogo feliz. Governantes temerosos de que a estabilidade e a prosperidade
conquistadas por seus povos sofram revezes e retrocessos com a chegada e a
convivência de gente de cultura e necessidades díspares às suas, hesitam em
adotar políticas de acolhimento e inserção social às multidões que tentam
transpor suas fronteiras.
Está aí o grande desafio da
pós-modernidade: fazer concretos e efetivos os valores antes teoricamente
apregoados de universalização da justiça, da fraternidade, e da real igualdade
do ser humano, independentemente de suas etnias, crenças e tradições culturais.
Esse processo de transição, de fato, não é fácil. Exige renúncias de todos os personagens
partícipes do novo cenário mundial. Requer sejam superados preconceitos e
discriminações arraigados nas culturas de uns e de outros, para que só um fator
seja levado em conta: o de que formamos, os seres inteligentes da Terra, um só
gênero e uma só raça - a humana.
A visão de homem e de mundo
que o espiritismo propõe pode ajudar esse processo de transição. Na medida em
que nos enxergarmos mutuamente, todos, como espíritos nascidos simples e
ignorantes, viajores de muitos tempos e tantas estradas, no processo contínuo
de humanização, e formos capazes de difundir esses mesmos princípios de
evolução e progresso, estaremos dando testemunho de integração à nova ordem
mundial e contribuindo no sentido de que ela se torne real em todos os
quadrantes do Planeta.
O espírito não foi criado para
a guerra, mas para a paz. Mesmo que nos demoremos em fases marcadas pela
barbárie, alimentada esta pelo egoísmo que apequena e pelo orgulho que cega,
chega o tempo de entendermos o verdadeiro sentido da vida. Bob Dylan diz que as
respostas para a superação das angústias humanas produzidas pela violência,
pela guerra e pela ausência de liberdade, estão soprando ao vento. Kardec diria
que se encontram gravadas na consciência desse ser que tem como compromisso
aprimorar, vida após vida, sua própria humanidade.
As estradas são muitas, as
existências múltiplas, mas a humanidade caminha para atingir, um dia, sua plena
integração à paz.
Em
busca de justiça
Os leitores do jornal Zero Hora se surpreenderam e, com
certeza, se comoveram, ao ver, em uma de suas edições diárias do mês de
setembro, o desabafo de um pai, numa página inteira do mais importante
periódico da capital gaúcha, no dia em que se completavam 11 anos do
assassinato de seu filho, sem que, até então, se tenha identificado e punido o
autor do homicídio.
Diante da impunidade, que é
regra nos casos de delitos contra a vida, no Brasil, onde só cerca de 8% dos
homicídios dão origem a processos criminais, os religiosos, a título de
consolo, dizem: a justiça dos homens falha, mas a divina jamais.
Justiça
divina/justiça humana
A dicotomia justiça divina/justiça humana pode ser
consoladora, mas não aplaca o sofrimento de quem vê se perenizar a impunidade.
Afinal, nem todos creem em Deus ou em algum sistema infalível de justiça a se
operar, ali adiante, depois da morte. Querem
que ela se faça aqui mesmo.
Pergunta-se, então: Seria
possível conceber uma justiça infalível? Só mesmo numa sociedade em tudo o mais
infalível, composta também de infalíveis indivíduos. Mas aí estamos falando em
perfeição, coisa que ninguém ousa atribuir a um indivíduo ou a qualquer
comunidade deles.
Para
sair do caos
Definitivamente, então,
estaria a humanidade condenada ao caos? Se os mecanismos da vida não lhe
asseguram a realização da justiça, a própria vida não tem sentido.
Parafraseando Dostoievski, que em Os Irmãos Karamazov afirma, através de um
de seus personagens, que “se não existe Deus, tudo nos é permitido”, poderíamos
apregoar: se a justiça não existe, tudo está liberado.
Há um jeito de se sair disso.
Ele não está, a meu ver, exatamente na fé em uma divindade capaz de compensar,
tão logo morramos, todas as injustiças aqui cometidas. Está na crença da
perfectibilidade do ser humano, enquanto sujeito a uma lei natural de evolução
e que se opera, gradualmente, pelas instâncias todas da vida. Superar o
dualismo vida/morte pela dialética nascer/morrer/renascer/progredir sempre, nos
permite vislumbrar a perfectibilidade da justiça. É também o jeito de
identificar uma Inteligência imanente às leis naturais.
Justiça
e vingança
Fora disso, só restam duas
alternativas: negar a existência da justiça como valor inerente à vida, ou
relegá-la a dimensões para além do humano. Se inviável a realização da justiça,
inviáveis também a bondade, o perdão, a tolerância, que o humanismo nos legou.
Quando não alcançável a justiça, que, com razão, queremos se perfectibilize,
sobrará apenas a dissimulação do desejo de vingança, mesmo que verbalizado como
de justiça.
Por certo, não é o que deseja aquele pai, mas
é o que a sociedade estimula, quando descura de seu dever de, permanentemente,
buscar a justiça, alimentando a crença de ser ela humanamente viável sem que,
para isso, se tenha de ferir a dignidade humana.
O
Congresso da CEPA em Porto Alegre (I)
Há 16
anos, o CCEPA organizou e promoveu, em Porto Alegre o XVIII Congresso Espírita
Pan-Americano, (11 a 15.10.2000), com o tema “Deve o Espiritismo Atualizar-se?” objetivando “discutir
a questão da atualização doutrinária do Espiritismo”. Recordo esse histórico evento para
homenagear os 70 anos da CEPA, fundada em 05.10.1946, na Argentina.
Nesse congresso, pela primeira
vez, estudiosos espíritas apresentaram trabalhos, no Fórum de Temas Livres,
representando diversas vertentes do movimento espírita.
Milton Medran Moreira foi
eleito, nessa ocasião, como novo presidente da CEPA que, em razão disso, passou
a ter sua sede em Porto Alegre-RS, Brasil, até 2008.
Como era esperado, fortes
reações opuseram-se ao tema escolhido e à própria realização do evento que,
apesar disso, teve pleno êxito, tanto na organização quanto no conteúdo.
Antes
do evento, a CEPA teve o cuidado de divulgar uma “Declaração de Intenções” com
o intuito de prestar esclarecimentos ao movimento espírita e evitar
interpretações equivocadas acerca dos seus objetivos. Nesse documento, que pode
ser lido, na íntegra, no meu livro “Da Religião Espírita ao Laicismo – a
trajetória do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre”, a CEPA esclarece
seus propósitos com respeito à escolha congresso, considerando que, embora
tendo posição firmada sobre o assunto, coerente com o pensamento do
Codificador, estava ciente da existência de posicionamentos diferentes, no
movimento espírita.
Nessa declaração, a CEPA
descartava a pretensão de “em um único congresso, efetuar a revisão pontual da
Doutrina Espírita”, reafirmava a “atualidade de partes importantes e
fundamentais da obra de Kardec, não superadas pela Ciência”, considerava que
“atualizar o Espiritismo é torná-lo atual, situá-lo na época em que vivemos,
torná-lo presente e atuante em todos os setores do pensamento humano”,
acentuava que, “em hipótese alguma, sob
pena de violação de direitos autorais,
podem ser alterados os textos ou expressões das obras de Allan Kardec,
como os de qualquer autor” mas ponderava que “as ideias, concepções e teorias
expostas nas obras da Codificação e nas que lhe são complementares, como o
próprio fundador do Espiritismo afirmava, não sendo mais do que a expressão do
conhecimento dos seus autores, subordinadas ao contexto de uma época, são
passíveis de revisão e de atualização”, acrescentava que “não serão objeto de
discussão, neste Congresso, os postulados básicos do Espiritismo, mas que
“poderão ser questionados conceitos e interpretações a eles referentes expressos
na literatura espírita por autores encarnados ou desencarnados ou que se
tornaram correntes entre os espíritas”, e finalizava informando que, “embora os
congressos da CEPA possuam amplo caráter deliberativo, este não tomará deliberações no que concerne ao conteúdo
doutrinário das propostas, exposições, teses e/ou trabalhos que ali forem
apresentados. Estes se constituirão em subsídios para novas pesquisas,
experimentos e estudos, em áreas específicas, por parte de pessoas e/ou
instituições, com a participação dos Espíritos, cujos resultados e conclusões
retornarão ao debate em futuros simpósios, seminários, congressos, etc.”
Tem mais sobre o congresso, na próxima edição.
Amalia
Domingo Soler
“Disse Allan Kardec a última palavra nas obras fundamentais do Espiritismo? Não, por que isso seria deter a marcha majestosa do progresso. Ele falou com simplicidade para que as multidões o entendessem, ele formulou muitas e variadas orações, porque compreendeu que as almas acostumadas a ter templos para rezar, não poderiam ficar sem o consolo de rezas repetidas em diversos tons. Ele fez um trabalho cuja importância ainda não compreendemos, porque só o tempo agiganta os reveladores de novas verdades”. (Amalia Domingo Soler, em “La luz de la Verdad”).
Desmitificando
o Espiritismo
e
o Centro Espírita
Postado
por Nícia Cunha (foto) (Cuiabá/MT), em sua
página de Facebook, o texto “O que
acontece quando você entra em um centro espírita?”, teve dezenas de
compartilhamentos. Sua publicação original está no blog “Letra
Espírita” - http://letraespirita.blogspot.com.br/ - e foi assinada por Sabrina. Diante da precisão dos conceitos ali emitidos, CCEPA
OPINIÃO resolveu reproduzir o artigo:
Quando você entra em um centro
espírita, você não se torna médium. A não ser que você já tenha nascido com o corpo físico preparado para
isso, você não começa a ver ou a ouvir os Espíritos.
Quando você entra em um centro
espírita, não existe nenhuma espécie de recado dos Espíritos Superiores
direcionado exclusivamente a você. Tampouco seus familiares desencarnados te
enviarão cartas dizendo o que você deve ou não fazer da vida.
Quando você entra em um centro
em espírita, as pessoas não vão te contar quem você foi ou fez em suas vidas
passadas. Se essas informações fossem necessárias você se lembraria por conta
própria. Basta saber que você colhe hoje aquilo que plantou em outras
existências até para que você passe a semear com mais sabedoria e amor no seu
dia de hoje.
Quando você entra em um centro
espírita, você não recebe a solução mágica para resolver seus problemas. Suas
dores continuarão a existir. Suas perdas, suas mágoas, suas dificuldades de
relacionamento ou o que quer que você enfrente na vida.
Quando você entra em um centro
espírita, você definitivamente não está salvo. Seu lugar no céu jamais poderá
ser comprado até porque a ideia de céu do Espiritismo nada tem a ver com anjos tocando
harpa nas nuvens, e sim com a consciência tranquila do dever cumprido.
A verdade, que poucos
compreendem ou querem compreender, é que quando você começa a frequentar um
centro espírita absolutamente nada muda em sua vida.
Acredite. Nada mesmo.
A não ser que você tome a
decisão de mudar, que você compreenda que precisa realizar melhorias em si
mesmo, que aceite o convite da reforma íntima e moral, tudo continuará da mesma
forma que já estava.
Ninguém pode viver nossa vida
ou dar por nós os passos que nos cabem. Compete a cada um de nós a construção
da nossa própria felicidade. Essa noção de responsabilidade individual, tão
pouco considerada nos dias atuais, é, com certeza, uma das primeiras lições,
entre tantas outras, que você aprenderá quando de fato entrar em um centro
espírita.
“A
violência é uma doença da alma”
Na mesma edição em que o
jornal gaúcho Zero Hora lançava, em
sua capa de final de semana (27 e 28 de agosto/2016), a campanha “Segurança
Já”, visando mobilizar Estado e sociedade para reduzir os altos índices de
criminalidade no Rio Grande do Sul, uma reportagem do mesmo jornal entrevistava
o médium espírita Divaldo Pereira Franco,
que se encontrava na capital gaúcha. Apresentado pelo repórter Rodrigo Lopes,
como “discípulo de Chico Xavier” e “o mais importante representante do
espiritismo no país”, o médium baiano respondeu a várias perguntas do
entrevistador.
Recordando que a Organização
Mundial de Saúde já definiu a violência como “uma doença da alma e deve ser
tratada na alma, do ponto de vista espiritual e de natureza psíquica”, Divaldo
sustentou que “para essa violência urbana, a única solução é a educação”.
Perguntado pelo repórter se,
com a idade que tem, seria verdadeiro ter conhecimento de quando iria morrer, o
médium respondeu que a hora da morte, segundo o Evangelho, “nem Jesus sabe, só
Deus”, acrescentando: “Eu tenho 89 anos, então meu tempo é curto”.
e o
Espiritismo
De
Lamarck a Capra *
Alcione
Moreno –
Médica, membro da CEPA e do CPDoc – São Paulo/SP
O todo é sempre maior do que a
soma das partes, este é o pensamento sistêmico que, empregando como referência
bibliográfica Fritjof Capra e Allan Kardec, serve de tema aos comentários que
faremos sobre a evolução e o espiritismo.
Até o século XIX, o pensamento
vigente era: todas as criaturas foram criadas por Deus, e através da reprodução
perpetuariam suas espécies na Terra. As
formas biológicas foram fixadas de uma vez para sempre, sendo imutáveis.
Lamarck foi o pioneiro em
teorizar que as espécies não são fixas, elas mudam com o tempo e dependem do
meio ambiente. Depois, Darwin e Wallace descortinaram a seleção natural: o meio
existe e os organismos vivos têm que se adaptar para não perecerem.
Nessa época não se sabia nada
sobre genética. Um monge, Mendel, através de suas experiências com ervilhas,
inicia-nos no vislumbre da hereditariedade.
Através dos estudos do
neodarwinismo e com a descoberta de genes, cromossomos, DNA, RNA, projeto
genoma, progrediu muito nosso conhecimento biológico. Dessa forma, parte do
pensamento no século XX, ficou focada nesses descobrimentos. Tudo girava em
torno do DNA, de que derivavam todas as doenças e todas as soluções.
Outra linha de pesquisa focou
na célula, principalmente na membrana celular, que é uma organela que a
envolve. Tudo seria resolvido através da troca que acontece entre o meio
interno da célula e o meio externo do ambiente.
Dividido o conhecimento em DNA
cêntrico e célulo cêntrico, ele não contemplava todo o desenvolvimento
evolutivo dos organismos vivos, tentando só estudar cada parte. Não se entendia
o todo, e muitos estudiosos iniciaram estudos multidisciplinares, unindo
biólogos, químicos, físicos, matemáticos etc. Percebeu-se que o todo é maior do
que a soma das partes, e a isso se deu o nome de pensamento sistêmico.
A palavra “sistema” indicando
organismos vivos e sistemas sociais significa uma totalidade integrada.
Pensamento sistêmico passou a indicar a compreensão de um fenômeno dentro do
contexto de um todo maior.
A raiz da palavra “sistema” é
do grego syn + histanai (“colocar
junto”). Compreender as coisas sistemicamente significa literalmente colocá-las
em um contexto, estabelecer a natureza das suas relações. Ao longo de todo o
mundo vivo, encontramos sistemas vivos aninhados dentro de outros sistemas
vivos.
O duplo papel dos sistemas
vivos, como partes e totalidades, exige a interação de duas tendências opostas:
uma tendência integrativa, que os inclina a funcionar como partes de um todo
maior, e uma tendência autoafirmativa, ou auto-organizadora, que os leva a
funcionar para a preservação de sua autonomia individual. Disso resulta uma
nova maneira de pensar – um pensamento que se processa fazendo uso de termos
como conexidade, relações, padrões e contexto.
De acordo com a visão
sistêmica, as propriedades essenciais de um organismo, ou sistema vivo, são
propriedades do todo, propriedades que nenhuma das partes possui. Elas surgem
das interações e relações entre as partes. Estas partes não são isoladas, e a
natureza do todo é sempre diferente da mera soma das suas partes.
Cada uma das moléculas do
nosso corpo já fez parte de outros corpos. Não são só as moléculas da vida que
temos em comum com o restante do mundo vivente, mas também os princípios
básicos de organização vital.
O avanço decisivo da concepção
sistêmica da vida resultou de se ter abandonado a visão cartesiana da mente
como uma coisa, percebendo-se que a mente e a consciência não são coisas, mas
processos – processo mental.
É dessa forma que também
devemos pensar na integração do meio físico com o extrafísico, ou, como nos
ensina Kardec, do mundo corpóreo com o incorpóreo. Do plano físico ao plano
espiritual, tudo se integra numa grande rede, a teia da vida.
Assim, a teia da vida consiste
em redes dentro de redes, vida corpórea e vida espiritual, integradas e ligadas
uma às outras, a interagir com outros sistemas.
* Resumo do trabalho apresentado pela autora no XIV Simpósio Brasileiro
do Pensamento Espírita – Santos/SP 2015.
CEPA 70 ANOS
A CEPA – Associação Espírita
Internacional (ex-Confederação Espírita Pan-Americana) completou 70 anos de
fundação no último dia 3 de outubro. A efeméride foi devidamente comemorada por
ocasião do XXII Congresso da CEPA (maio/2016, em Rosário, Argentina), de cuja
programação constou um Painel retrospectivo da história da instituição, fundada
em Buenos Aires, no ano de 1946. Do painel participaram: Dante López (Presidente de 2008 a 2016), Milton Medran Moreira (Presidente 2000 a 2008), Mario Molfino (filho do ex-presidente Romeu Molfino, gestão
1972/1975) e Gustavo Culzoni (filho
do ex-presidente Hermas Culzoni, gestão 1975/1990).
Na data do 70º aniversário, a
CEPA, que, desde o Congresso de Rosário, tem na presidência a brasileira Jacira Jacinto da Silva, divulgou a
seguinte mensagem alusiva à efeméride:
CEPA
BRASIL 13 Anos
Também no mês de outubro, foi
lembrada a fundação da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA –
CEPABrasil, que completou 13 anos. Em
comemoração à data, seu presidente, Homero
Ward da Rosa publicou no site da instituição esta mensagem:
Um blog para analisar publicações espíritas
Do jornalista Carlos Antônio de Barros (João
Pessoa/PB), editor do blog “Kardec.com”,
recebemos pedido de divulgação de seu novo blog “Lendo e Divulgando”, voltado especificamente à leitura, análise e
divulgação de revistas, jornais e livros espíritas. O endereço é http://lendodivulgando.blogspot.com.br/ . Contatos com o idealizador desse projeto literário podem ser feitos pelo
e-mail: jornalista1938fenaj@gmail.com
Mediunidade
– Teoria e Prática
Está chegando a seu final o Curso Espírita de Mediunidade – CEM -,
iniciado em 23 de março de 2016, no Centro Cultural Espírita de Porto Alegre –
CCEPA -, sob a coordenação de Salomão
Benchaya e Donarson Machado
(foto).
No dia 26/10, a parte teórica
do curso teve seu encerramento, com a exposição de Milton Medran Moreira (foto), convidado pelos coordenadores a falar
sobre "Evolução e Consequências Morais do Espiritismo".
Nas semanas seguintes, sempre
às 4as. feiras, até 14/12, as sessões serão destinadas a experimentação
mediúnica com o grupo de concluintes do curso.
Curso
dá origem a novo grupo de estudos
Uma pesquisa feita entre os participantes do
curso, que se desenrolou durante praticamente todo o ano de 2016, identificou o
interesse da quase totalidade dos cerca de 20 concluintes em constituir um novo
grupo de estudos na Casa, com o aprofundamento de todos os aspectos
doutrinários do espiritismo. O novo grupo funcionará a partir de 08.03.2017.
Há vários anos, o quadro de
integrantes do CCEPA, uma instituição espírita que tem como objetivo central o
estudo doutrinário, tem se constituído, exclusivamente, por pessoas que
participam dos seus cursos ou que o buscam por interesse no estudo do
espiritismo.
Em breve, o CCEPA abrirá
inscrições para um novo Curso Básico de Espiritismo a ser realizado em 2017,
provavelmente, à noite.
Jones
e Elba: 50 anos de SELC/CCEPA
Maurice Herbert Jones é um
grande homem que prestou imensos serviços ao espiritismo no Brasil. Por trás de
sua discrição e sobriedade, está uma enorme contribuição à doutrina. Um marido
super companheiro e presente na vida de Elba, outra grande pessoa que aportou
sua inteligência e energia aos trabalhos sociais e de instrução espírita. Um
líder antenado, um pensador racional, lúcido, que teve enorme importância no
redirecionamento dos rumos ao espiritismo. Com imenso respeito e admiração,
junto-me aos que o homenagearam, lamentando não estar presente à celebração
carinhosa que a ele proporcionaram.
Nícia Cunha – Cuiabá/MT.
Maurice
Herbert Jones
Merecida a homenagem prestada
pelo CCEPA, noticiada em CCEPA OPINIÃO de outubro. Todos homenageamos a Maurice
por suas lições de conhecimento e paz de espírito.
Mauro de Mesquita Spínola – São Paulo/SP.
CCEPA Opinião na Venezuela
Estimado Milton: Quero
dizer-te que tenho lido Opinião destes
meses mais recentes e me sinto altamente entusiasmado com as matérias ali
expostas, muito particularmente com a orientação que dás com teu editorial e
outros artigos. No CIMA, se diz que Opinião
“é a revista do CIMA em português”.
Jon Aizpúrua – Presidente
de Movimento de Cultura Espírita CIMA – Caracas, Venezuela.
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