Aizpúrua
sobre “Kardec, a Biografia” e “Revolução Espírita”:]
“Duas
obras que enriquecem o patrimônio bibliográfico moderno do Espiritismo”
Em sua recente viagem ao
Brasil, o pensador espírita venezuelano Jon Aizpúrua tomou contato com duas
obras de autores brasileiros acerca de Kardec e o espiritismo. Sobre elas,
manifestou-se com entusiasmo, em depoimento inserido em listas de debates ligadas
à CEPA, cujos principais tópicos reproduzimos a seguir.
Recuperando
a história de Kardec e do espiritismo
Jon
Aizpúrua, ex-presidente da CEPA, que esteve em São Paulo e Bahia,
no último mês de setembro, relata que, como sempre o faz, quando vem ao Brasil,
reservou um tempo para percorrer livrarias em busca de novidades bibliográficas
que julga de interesse e proveito em assuntos históricos, filosóficos,
científicos, éticos e sociológicos relacionados ao pensamento espírita. Entre
os cerca de vinte livros adquiridos, dois deles chamaram especial atenção do
intelectual espírita venezuelano: “Trata-se – escreveu ele – de duas biografias
de Allan Kardec, ambas de autores brasileiros, escritas em diferentes estilos,
mas com similares finalidades, eis que
os dois textos buscam recuperar algumas informações históricas sobre a vida do
fundador do Espiritismo, assim como precisar acerca de suas opiniões sobre
tópicos diversos que, às vezes, têm sido omitidas ou distorcidas para favorecer
uma interpretação religiosa, particularmente cristã, da doutrina espírita”.
Os
dois livros
“Kardec. A biografia” de Marcel Souto Maior (Editora Record, Rio
de Janeiro) e “Revolução Espírita. A teoria esquecida de Allan Kardec”, de Paulo Henrique de Figueiredo (Editora
MAAT, São Paulo, SP) são os títulos das obras que tão vivamente impressionaram
Aizpúrua. A primeira, segundo ele, “redigida em um estilo narrativo, muito
agradável, como se o escritor pensasse em uma possível adaptação ao teatro ou
ao cinema”. A segunda, destaca, “pondo em evidência que o autor realizou uma
extensa e sólida investigação em torno da vida de Rivail, mais tarde Allan
Kardec, e a época e circunstâncias em que apareceu a doutrina espírita, e suas
orientações gerais e particulares em relação com os mais complexos aspectos
teóricos e experimentais”.
Religião
espírita?
Relativamente ao controvertido
assunto de ser ou não o espiritismo uma religião, segundo Aizpúrua, “a posição
dos autores, bem interpretando o pensamento de Kardec, reitera o critério de
que seu verdadeiro caráter é o de uma filosofia científica e moral e não o de
uma religião, e isto o ratificam várias vezes em seus textos”. Acrescenta o
escritor venezuelano que “há muito mais nesses livros acerca do espírito, sua
sobrevivência, a reencarnação e a comunicação espiritual, que se distanciam
nitidamente dos escritores pautados no evangelismo e no misticismo,
aproximando-os dos critérios laicos, racionalistas, livres-pensadores,
humanistas e progressistas que caracterizam a CEPA. Com igual firmeza, rechaçam
o roustainguismo e reafirmam sua convicção acerca do caráter progressivo do
Espiritismo e a necessidade de sua atualização”.
Convite
à leitura
Na sua manifestação, dirigida
especialmente aos espíritas ligados à CEPA, Jon Aizpúrua convida à leitura
dessas obras que, segundo ele, ”sem dúvida, enriquecem o patrimônio
bibliográfico moderno do Espiritismo, e se afinizam com o pensamento divulgado
pela CEPA. Finaliza, dizendo: “Felicito-me por tê-las lido e felicito seus
autores por sua posição aberta e destituída de preconceito e, também, por terem
decidido investigar, escrever e compartilhar seu esforço intelectual, sua
busca, sua reflexão, suas ideias e suas inquietações”.
(Leia
em “Enfoque”, da última página, artigo de Paulo Henrique de Figueiredo)
Um
tópico do livro de Figueiredo
Em sua manifestação, Jon
Aizpúrua transcreveu este parágrafo do livro de Paulo Henrique de Figueiredo (foto),
como confirmação daquilo por ele comentado:
A
história do espiritismo no Brasil e a compreensão da doutrina espírita merecem
uma profunda e progressiva revisão a partir dos princípios fundamentais e do
paradigma original, propostos pelos espíritos superiores por meio de Kardec. Há
uma herança histórica do pecado católico arraigado na mente do brasileiro que
pode explicar a aceitação e falsa divulgação, no meio espírita, da reencarnação
como castigo, em evidente conflito com a mensagem original de autonomia
presente na lei da escolha de provas. Por outro lado, a influência do
misticismo oriental tornou voz corrente a equivocada associação do espiritismo
com as ideias de carma ou causa e efeito como castigo. Tão arraigado se
encontra esse pensamento heterônomo do carma, que se repete nas tribunas e está
transcrita em livros, folhetos, películas e demais meios de difusão, divulgando
uma teoria oposta à de Allan Kardec. Se isso ocorre é porque sua verdadeira
mensagem ainda não foi compreendida, constituindo um terreno onde se deve atuar
por meio da educação para alcançar a mudança de paradigma a que a doutrina se
propõe. A essência mesma do espiritismo está na revolução que enfrenta essas
ideias retrógradas do velho mundo. Essa é verdadeiramente sua luta: a mudança
do modelo de submissão e de castigo pelo pensamento de liberdade, autonomia,
mudança, colaboração e fraternidade...
O ano
termina. Progredimos?
As ideias se modificam pouco a
pouco, conforme os indivíduos, e é preciso que passem algumas gerações para que
se apaguem completamente os vestígios dos velhos hábitos. (O Livro dos Espíritos – questão 800).
O Brasil e o mundo passaram
por um ano difícil. A retrospectiva dos embates políticos, das dificuldades
sociais e das traumáticas rupturas institucionais vividas por nosso país, deixa
antever que a História reservará para o ano de 2016 a classificação de um
período marcado por profunda crise.
No mundo, por conta, especialmente, do avanço
do terrorismo, do incremento do fundamentalismo religioso em algumas regiões e,
também, em face da inegável reação do conservadorismo político dos Estados
Unidos, em suas eleições presidenciais do último mês, o ano termina apontando
para o risco do reavivamento de uma cultura xenofóbica e intolerante, que
parecia em vias de superação, especialmente depois que a grande nação do Norte
houvera, oito anos antes, guindado um negro de origem humilde e com clara visão
democrática, pluralista e humanista, ao exercício de sua presidência.
A lei do progresso, por nós, espíritas, apregoada como fator condutor
da História, parece, pelo menos a uma primeira vista, haver sofrido forte
abalo, permitindo mesmo a especulação de que se, ao invés de progredir, o mundo
tenha experimentado significativo retrocesso.
O progresso, contudo, não se
faz, ao curso da História, de uma forma linear e constante. A filosofia
espírita propõe se o veja como síntese dialética de alternados movimentos de
conservação e de destruição, inerentes ambos ao processo da vida individual e
social. São movimentos que vão vencendo etapas, embora sujeitos a fluxos e
refluxos, avanços e retrocessos, capazes, só ao longo do tempo, de conduzirem a
estágios de superação.
Bem por isso, O Livro dos Espíritos, na
magnífica exposição das leis divinas ou naturais, enuncia as leis de conservação e de destruição, juntamente com a de sociedade, antepondo-as à lei do progresso. Este, embora inexorável no processo histórico, pressupõe
permanentes esforços no sentido da conservação de valores reputados como
imutáveis, e de luta pela destruição daquelas tendências egocêntricas,
discriminatórias e mantenedoras da garantia a interesses de uns poucos em
detrimento do bem comum. É o que caracteriza as sociedades dominadas pelo
autoritarismo e pelo poderio econômico.
A sucessão de ciclos
renovatórios é processo lento porque depende fundamentalmente do progresso
intelectual e moral da humanidade. Os valores éticos, à luz do pensar espírita,
são forjados pelo conhecimento mais amplo das leis da vida, entre as quais
desponta como a mais relevante aquela segundo a qual o bem-estar, a felicidade,
a paz e a prosperidade de uma coletividade emanam da vivência das leis do amor, da justiça e da caridade.
Nessas expressões mediante as quais Allan Kardec e seus interlocutores
espirituais resumiram a totalidade das demais leis naturais estão contidos
todos os ideais do humanismo moderno, presentes nas estruturas
jurídico-institucionais dos países civilizados, mas nem sempre devidamente
cultivados na alma de seus cidadãos, sejam estes governantes ou governados.
Se já fomos capazes de avançar
significativamente na institucionalização desses valores, frutos de concepções
teóricas amadurecidas pelo processo histórico, já é mais do que tempo de
vivenciá-los na intimidade de nosso ser e no relacionamento nosso com o outro e
de todos para com as soberanas leis inspiradas na ordem natural.
Enquanto a vivência mais
efetiva desses valores não acontecer, o progresso, não obstante, continuará
ocorrendo, mas não no ritmo que o estágio evolutivo atual da humanidade e seu
avanço intelectual já poderiam comportar. Os conhecimentos e os valores éticos
teoricamente assimilados reclamam da humanidade procedimentos com eles
compatíveis. O descompasso entre a teoria e a prática talvez seja a causa maior
do mal-estar que caracteriza nosso tempo.
Cinzas
da cremação
Confesso que me surpreendi.
Tenho notado nas declarações e atitudes do Papa Francisco um sentido de
modernidade que vai ao encontro de grande parte dos costumes e aspirações de
nosso tempo, a maioria dos quais ainda ontem combatidos pela Igreja.
Mas essa de proibir se
espalhem as cinzas da cremação do corpo de um ente querido na natureza, ou
mesmo de guardá-las respeitosamente em casa, como lembrança material daqueles
que partiram, contraria uma saudável tendência ecológica e, penso, muito
saudável. Em vez disso, o Vaticano recomenda que “as cinzas do defunto devem
ser mantidas em um lugar sacro, ou seja, nos cemitérios”.
O
pó que (não) somos
Nãoo vejo nada mais “sagrado”
do que a Natureza. E isso não significa necessariamente uma adesão ao que a
Santa Sé classificou como “equívoco panteísta” ou “niilista”. Nosso corpo,
segundo a própria tradição cristã, é parte intrínseca da natureza, pó ao qual
retornará, quando dele tiver que se separar o espírito: “Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris”
(Lembra-te, homem, que és pó e em pó te hás de tornar), dizia o padre no meu
tempo de seminarista, fazendo uma cruz com cinzas em nossas testas, na
quarta-feira que se sucedia ao carnaval.
Nesse mesmo sentido, numa
perspectiva espiritualista, em que se tem o espírito como sendo nosso próprio
“eu” e o corpo como sua roupagem provisória, jogar nossas cinzas ao mar,
espalhá-las entre as árvores de um bosque ou, mesmo, guardá-las em aprazível
recanto da casa que nos serviu de morada, são manifestações de carinho e
reconhecimento à matéria que instrumentalizou o espírito na jornada finda.
A
“capsula mundi”
Rubem Alves, escritor e educador,
que nos deixou há cerca de dois anos, antes de morrer, pediu que cremassem seu
corpo e jogassem as cinzas junto a um ipê roxo que ele havia plantado. Um jeito
gostoso de mantê-lo fisicamente entre seus queridos.
Mas, agora surgiu algo bem
mais interessante. Li, esses tempos, sobre o projeto “capsula mundi”. Um
italiano bolou uma cápsula orgânica e biodegradável projetada para transformar
um corpo em decomposição em nutrientes para uma árvore. A ideia é de que o
sujeito escolha a árvore em que deseja transformar seus restos mortais.
Sina-sina
ou araucária?
Gostei da ideia. Se a moda
pegar, fico na dúvida se opto por ser uma modesta sina-sina, arbusto humilde
que povoou o cenário de minha infância, na região da Campanha do Rio Grande do
Sul, ou uma majestosa araucária, tão abundantes foram elas no lugar, então
ainda rico em matas, em que passei parte de minha juventude, na Serra Gaúcha.
O que, decididamente, não quero – e tenho
repetido com insistência isso a meus familiares - é que meu corpo se decomponha
na fria tumba de um cemitério. Não vejo nada de sagrado nisso. Se existe algo
de “sacro” na vida, é a própria vida, que transcende à morte e nos perpetua
como seres inteligentes da natureza que integramos.
O
Congresso da CEPA
em
Porto Alegre (II)
O
Convite à FEB
Interessante a reação da “Casa
Mater” ao segundo congresso que a CEPA realizava no Brasil. Em ofício de 25 de
novembro de 1998, comuniquei à FEB a sua realização em outubro de 2000, fazendo
o convite para que esta se fizesse presente ao evento. Ao mesmo tempo, convidei
o então Presidente da FEB, Juvanir Borges de Souza, “a dialogar em torno do
delicado tema que envolve a reaproximação e a convivência fraterna entre
importantes instituições representativas do Espiritismo no mundo - a FEB e a
CEPA”, argumentando que “não podemos ignorar que existem divergências
conceptuais entre as duas instituições. Mas também não podemos ignorar que
ambas são espíritas, norteiam-se pelas mesmas obras que integram a Codificação
Espírita e têm no pensamento kardequiano a base de seus programas de ação”.
A
resposta da FEB
Em resposta, Juvanir me enviou
atenciosa e fraterna correspondência, datada de 28 de dezembro de 1998,
afirmando, entre outras coisas, que “por não reconhecer nos homens nenhuma
autoridade para alterar, a qualquer título, uma Doutrina que não foi por eles
elaborada e nem revelada, mas sim pelos Espíritos Superiores, que a FEB não se
faz presente nos Congressos ou em outras quaisquer reuniões que apresentem
conclusões que impliquem modificação dos princípios e postulados da Doutrina
Espírita codificada por Allan Kardec”, acrescentando “... que temos pontos
comuns no que se refere ao comportamento fraternal dos homens - especialmente
os espíritas - mas não podemos concordar com procedimentos, encontros
congressos, ideias, etc. que se propõem a revisar o que é fundamental, que procede
do Alto e que os Espíritos fizeram questão de transmitir aos homens de forma
muito especial, na obra da Codificação de Allan Kardec.” Finalizou dizendo:
“Diante de sua carta fraternal, queremos agradecer-lhe o empenho em realizar o
melhor para o Movimento Espírita, e observar, ainda, que a FEB sempre esteve e
sempre estará aberta ao diálogo construtivo, embasado nos princípios
doutrinários, com todas as pessoas e instituições interessadas em estudar e
praticar a Doutrina Espírita.”
Em 31.08.99, convite
semelhante foi feito à Federação Espírita do Rio Grande do Sul, presidida por
Nilton Stamm de Andrade. O posicionamento então assumido pela FERGS foi além da
simples recusa em participar. Também recomendou a não participação de toda a
sua rede federada apoiando-se em deliberação tomada pelo Conselho Federativo
Nacional, da FEB, em sua reunião de 13 a 15.11.99.
Disso tratarei no próximo
número.
Carlos
Brandt
“A auréola mitológica criada
em torno de Jesus impediu que a ele se tenha dado, na história, o merecido
posto de filósofo. É certo que, passados vinte séculos de prédicas cristãs,
muito pouco se adiantou moralmente a humanidade. Esta se acha mais ou menos no
mesmo estado em que a encontrou Jesus. Mas, convém não esquecer que o mais
admirável em Jesus foi o belo de sua doutrina e a firmeza em pregá-la, e não o
êxito de impô-la ao mundo. A circunstância de uma doutrina moral não conseguir
penetrar na consciência dos homens não a desvirtua. Nesse caso, os desvirtuados
são aqueles que não conseguem adaptar-se a ela”.
(Do
livro “Jesús, el filósofo por excelencia” – Ediciones CIMA, Venezuela)
Espírito
de carona no automóvel?
“The
Sun” publica foto que pode ser de um espírito.
O fato teve grande
repercussão, especialmente nas redes sociais do mundo inteiro, depois de
noticiado pelo tabloide “The Sun”, um dos mais populares jornais do Reino
Unido, em sua edição de 16 de agosto último.
O relato é de Melissa Kurtz, uma mulher de 48 anos.
Ela levava sua filha de 13 anos para um desfile de modas, quando a menina pegou
do celular da mãe e começou a tirar “selfies”.
Dias depois, Melissa,
examinando as fotografias tiradas pela filha no interior do automóvel,
surpreendeu-se ao ver a figura de um garoto no banco de trás do veículo. Ela
disse ter ficado em choque, pois tinha certeza que, na ocasião, estavam só ela
e a filha no carro. Correu para mostrar
as fotos a umas amigas e todas afirmavam ver com certa nitidez a figura do
jovem. Resolveu, então, levar o material para estudiosos de paranormalidade e
estes, após de uma investigação, atestaram não haver qualquer manipulação
digital.
Constatou-se, na investigação,
que, um ano antes, naquele mesmo local, ocorrera um acidente de trânsito do
qual resultaram alguns jovens mortos. Um deles foi identificado como o garoto
que aparece na foto. Segundo algumas interpretações, ele estaria ali para
alertar a menina a usar o cinto de segurança.
“The Sun” publicou a foto,
junto com esta declaração de Melissa: “Muitas pessoas acreditam em vida
pós-morte e isso foi para mim uma prova de que ela existe”.
CEPA
Brasil divulga manifesto
Homero: “Um documento apartidário, refletindo a
tensão dos dias atuais”.
Homero Ward da Rosa |
A manifestação, firmada pelo
presidente da CEPABrasil, Homero Ward da
Rosa (Pelotas/RS) , nasceu de
proposta do associado Ricardo Nunes
(Guarujá/SP) e colheu sugestões de vários integrantes da entidade.
Segundo Homero, “o manifesto
tem caráter apartidário, registrando reivindicações, desejos e expectativas que
refletem a tensão dos dias atuais no Brasil”.
De acordo ainda com o
presidente da CEPABrasil, o país encontra-se “oscilante entre a insegurança do
presente e a incerteza do futuro”. Dentro desse quadro, que compõe atual
realidade histórica, foi concebido o documento da CEPABrasil, reafirmando sua
vocação democrática, pluralista e livre-pensadora e expondo alguns princípios
com os quais comungam os cidadãos espíritas que a integram.
Ricardo Nunes |
A partir desses pressupostos
defende, entre outros temas, o combate à corrupção, que entende deva ser
“permanente”. Posiciona-se contra o congelamento de investimentos do Estado
para áreas como a saúde e a educação.
Especificamente, no campo da educação, manifesta-se o documento
“favorável a uma escola que estimule o livre-pensamento e desenvolva uma
educação voltada a formar cidadãos críticos e coerentes.”.
Também repudia “qualquer tipo
de manifestação odiosa, seja de caráter político, religioso, étnico, sexual, de
gênero, raça, classe social, etc.”.
O documento defende princípios
de ecologia, como a preservação das reservas florestais brasileiras, a par do
livre empreendedorismo e manutenção de programas sociais como o “bolsa
família”. Igualmente defende “uma imprensa livre, plural, democrática, que abra
espaço para os vários setores e interesses da sociedade brasileira e cujo
objetivo seja a busca da verdade dos fatos”.
Divulgado inicialmente nas
listas de debate da CEPA, o manifesto recebeu referências de apoio de vários
integrantes. Para o jornalista espírita Eugenio
Lara (São Vicente/SP), “o manifesto está muito bom, dá gosto de ler”. Ele
ressalta que “quem não é espírita vai ficar surpreendido ao lê-lo”, pois que,
“os espíritas, de modo geral, são muito tímidos politicamente”.
Como
participar da regeneração
de nosso planeta
Paulo
Henrique de Figueiredo – Escritor, autor de “Revolução Espírita – A Teoria
esquecida de Allan Kardec – (São Paulo).
A formação de Rivail,
futuramente Allan Kardec, foi no ambiente rural de sua família, em Saint Denis
de Bourg, um vilarejo junto à cidade de Bourg-en-Bresse, capital do
departamento de Ain. Ali viveu numa bela e grande propriedade, de sua avó
Charlotte e sua mãe Jeanne, ambas viúvas. Quando rapaz, sua mãe o levou para a
Suíça, no castelo onde Pestalozzi recebia alunos pagantes, e outros cuja
família não tinha condições de custear sua educação e estudavam de graça em
Yverdon.
No ambiente artificial das
grandes cidades, com seus prédios, calçadas, ruas tomadas de charretes e
carruagens, metidas em seus quartos escuros e úmidos, as crianças do século 19,
fechadas nas salas de aula, longe da natureza, recebiam uma formação que
poderíamos chamar de adestramento. Um professor ditando as frases, com sua
palmatória na mão, pronto a repreender qualquer iniciativa, demonstração de
emoção ou questionamento de suas palavras. O dever maior era a obediência, o
decorar, a submissão. Era o que esperavam obter os professores, durante séculos
orientados pelos religiosos, como os jesuítas.
Na sua cidade natal, porém,
Rivail podia correr os campos de trigo, pular os córregos que moviam as pás dos
moinhos, convivia com a riqueza de pássaros, pequenos animais, da florida
Bourg. Aprendia ao cavoucar a terra, colecionar pedras, observar as borboletas,
acompanhar os pássaros em seu dia a dia.
Tempos depois, agora professor
e diretor de escola em Paris, Rivail, ao lembrar-se desses velhos tempos,
relata:
“Vede as crianças a quem foram dadas desde cedo ideias sobre história,
história natural, física, química: estátuas, quadros, plantas, animais, os
fenômenos de que são testemunha, uma simples pedra, tudo lhes interessa. Sua
atenção está desperta e, por suas perguntas, provam o quanto se pode tirar
partido de sua inteligência, quando se sabe lidar com ela convenientemente”.
(RIVAIL,
H. L. D. Discurso pronunciado na Distribuição de prêmios de 14 de agosto de
1834).
Pestalozzi recebia os jovens
que tinham liberdade de aprender com entusiasmo e iniciativa, ao produzir
conhecimento com o uso da razão, vivenciando esse processo de forma alegre,
participativa, independente.
Essa formação de Rivail foi
fundamental para que ele compreendesse tanto o método quanto a teoria dos
espíritos superiores quando da elaboração da doutrina espírita.
Os espíritos não fizeram o
trabalho dos homens. Incitavam a manifestação de espíritos que despertavam a
curiosidade e o interesse sobre os fenômenos espirituais. Kardec e os demais
pesquisadores debatiam, questionavam, investigavam os fatos. Surgiam hipóteses,
diversas, ouviam as opiniões diversas. Somente quando estavam preparados para
compreender as razões e explicações dos espíritos superiores, só então, é que
eles transmitiam seus ensinamentos por meio do diálogo. Desse modo, o método de
elaboração da doutrina espírita respeitava e promovia a autonomia intelectual.
Por outro lado, os espíritos
revelaram que a lei que rege as relações sociais dos espíritos no mundo
espiritual está baseada na liberdade, e, tendo presente na consciência a lei de
Deus, todos nós devemos desenvolver nossa moral de forma autônoma. Seguimos as
leis que compreendemos, na medida de nossa evolução, adquirindo
progressivamente o livre-arbítrio.
Esses novos ensinamentos da
doutrina espírita superam os milenares dogmas de que Deus age castigando e
recompensando as almas, para submetê-las a regras que ninguém compreende a
razão. Essa visão heterônoma de Deus é falsa, criada pelos homens para submeter
às multidões aos seus interesses mesquinhos de poder e privilégios.
Como demonstramos em Revolução Espírita, a
teoria esquecida de Allan Kardec, a
autonomia moral é o ponto de virada do velho para o novo mundo. A autonomia
intelecto-moral deve ser a base de conduta das relações sociais na família, na
escola, no trabalho, no governo, na assistência social. Essa é a teoria
esquecida. Sua retomada colocará o espiritismo como vanguarda da transformação
moral da humanidade, revolução nas ideias e em todas as coisas, representando a
regeneração da humanidade pela liberdade!
(Publicado
originariamente no blog http://revolucaoespirita.com.br)
Amigos do CCEPA confraternizam
Como acontece anualmente,
nesta época, dirigentes, frequentadores habituais e integrantes dos grupos de
estudos do Centro Cultural Espírita reúnem-se, neste 3 de dezembro, em um
almoço de confraternização na sede da instituição.
No dia 15 de março de 2017
terá início mais um Curso Básico de Espiritismo aberto à comunidade. Será
ministrado pelo nosso Diretor de Estudos Espíritas Marcelo Cardoso Nassar (foto), no horário das 19h30min às 20h30min.
Para o dia 14 de dezembro, uma
quarta-feira, às 15h, dia e hora habitualmente reservados para atividades de
grupos de estudos, o presidente Salomão
Jacob Benchaya (foto), está convidando todos os integrantes dos grupos de
estudo para um Seminário de Integração dos Grupos, como encerramento das
atividades do ano. Na oportunidade, serão examinados aspectos relativos ao
estudo teórico do espiritismo e planejadas as atividades de 2017.
Benhaya, que também exerce a direção do Departamento de Eventos do CCEPA, manifesta-se satisfeito com os resultados obtidos com as atividades dos grupos no ano que finda.
O Seminário de Integração dos
Grupos marca, também o encerramento, com êxito, do Curso Espírita de Mediunidade
realizado sob a coordenação de Salomão Benchaya e de Donarson Floriano Machado (foto), e que se desenvolveu de março a
dezembro deste ano. Cerca de 20 participantes concluíram o curso e deverão
constituir um novo grupo de estudos
regulares para o ano de 2017.
Juristas
espíritas paulistas
dão
atendimento judiciário
A informação transitou pela
lista de debates da CEPA, na Internet, e recebeu aplausos e comentários
elogiosos de vários participantes do grupo: A Associação Jurídico Espírita de
São Paulo, Núcleo da Baixada Santista, promoveu no dia 26 de novembro último, o
que chamou de “1º Mutirão de Atendimento e Orientação Jurídica”.
O evento inédito teve como
objetivo “promover o acesso à justiça por meio de orientação e encaminhamento
da população local, da região central e portuária de Santos/SP, com atenção e
carinho, acolhendo a cada um de forma digna e fraterna”, como expressou o autor
da comunicação, advogado Marcelo Marafon.
A prática está sendo
implementada pela Associação Jurídico Espírita de São Paulo também na capital e
em outras regiões do Estado (foto).
Saudamos a iniciativa, recordando
que, em tempos de tantos conflitos familiares, econômicos e sociais, o
oferecimento de assistência judiciária ou de orientação jurídica a necessitados
é uma forma qualificada de prática da caridade e exercício de cidadania.
Maiores informações sobre a
iniciativa podem ser obtidas através do e-mail: phbattimarchi@gmail.com .
CIMA
Caracas com novos Dirigentes
O Movimento de Cultura
Espírita CIMA, da Venezuela, que tem como presidente nacional Jon Aizpúrua, acaba de eleger a
Diretoria de sua seccional de Caracas, para o biênio 2017/2019.
O CIMA Caracas desenvolve
intensas atividades de estudos e pesquisas espíritas, na capital venezuelana,
com movimentada agenda também de conferências públicas. Para conhecer melhor
suas atividades, recomenda-se a visita à sua home-page - http://movimientoespiritacima.org/
Como Diretora Geral daquela
seccional, foi eleita Yolanda Clavijo,
pessoa inteiramente comprometida com a proposta espírita e totalmente integrada
ao movimento internacional da CEPA, com notável participação nos últimos
eventos internacionais espíritas.
Segue a nominata dos novos
dirigentes de CIMA-Caracas:
Diretora Geral: Yolanda Clavijo; Secretário Geral: Alvaro La Torre; Secretário de
Finanças: Osvaldo Campos; Secretário
de Cultura: Vicente Ríos; Secretária
de Atas: Ingrid Obelmejías; Vogal de
Comunicão: Victor Da Silva; Vogal de
Educação: Gladys Alvarado.
No próximo mês de janeiro,
serão eleitos os novos dirigentes da Seccional Maracay do CIMA, e, em março/abril,
realizam-se as eleições para a Direção Nacional.
“Boletín
Progreso” - Espanha
Enviado por sua presidente, Rosa Díaz, recebemos o boletim “Progreso”,
Ano X, nº 7, editado pela AIPE, Associação Internacional para o Progresso do
Espiritismo, com sede na Espanha.
A edição traz resumo dos trabalhos apresentados no II Congresso Espírita Internacional, organizado pela AIPE, de 16 a 18 de setembro último, e que teve o apoio e a participação da CEPA – Associação Espírita Internacional.
Opinião de...
Gostei
muito da nova secção do CCEPA OPINIÃO, com o título de “Opinião de...”.
Parabéns pela iniciativa!
Alcione
Moreno – São
Paulo/SP.
Espíritas cubanos pedem livros
Escrevo
da cidade cubana de Holguin, com o desejo de que todos, ao lerem esta mensagem,
estejam bem.
Estamos
apelando para a possibilidade de receber livros espíritas em espanhol.
Nossa
direção: “Grupo de Estudio del Espiritismo la Luz del Porvenir – Apartado de
correos 5 – Código postal 80100 – Holguin – Cuba”
Saudações
fraternas.
Walter
Pérez –
Holguin, Cuba.
Amigos do CCEPA, parabéns pela primorosa edição nº 247, referente ao mês dezembro de 2017. Está excelente. O Editorial, Opinião de...Opinião em tópicos, enfim, difícil eleger o melhor.
ResponderExcluirAgradeço, pela CEPABrasil, os comentários e a divulgação do Manifesto.
Feliz 2017 para toda a equipe e seus familiares.
Abraços.
Homero.
Corrigindo: dezembro de 2016.
ResponderExcluir