Nova
estatística da fé no Brasil
Evangélicos
e sem religião os que
mais crescem
Em dezembro de 2016, pesquisa
da Datafolha traçou novo retrato do Brasil em matéria de religião: apenas 50%
se dizem católicos, evangélicos sobem para 29%, enquanto 14% dos brasileiros se
declaram sem religião.
Evangélicos
em alta, católicos seguem caindo
Em 1994, quando o Instituto
Datafolha, um dos mais credenciados em matéria de pesquisas no Brasil, iniciou
suas sondagens sobre a fé da população, 75% dos brasileiros se declaravam
católicos, 10% evangélicos pentecostais e 4% evangélicos não pentecostais.
Nas últimas duas décadas, em
sucessivas pesquisas realizadas pelo mesmo Instituto, duas tendências foram se
consolidando: o crescimento das religiões evangélicas pentecostais e
neopentecostais e a redução do rebanho católico. A fé católica, em 1994, era
declarada por 75% da população brasileira, reduzindo-se, na sondagem de
dezembro último, para 50%. Já o contingente de evangélicos subiu para 29% (22%
de pentecostais e neopentecostais e 7% de protestantes tradicionais).
Espiritualidade
sem religião
Na década de 90 do século
passado, somente 5% da população se afirmavam sem religião (pesquisa de 1994).
O terceiro milênio da era cristã, no entanto, passou a ser cenário de
incremento dessa tendência. Em dezembro de 2016, Datafolha registrou o percentual
de 14% de brasileiros declarando não praticar qualquer religião. Sobre esse
fenômeno, a Folha de São Paulo, em
24/12 último, ouviu Reginaldo Prandi, professor de sociologia da USP,
para quem “no mundo todo é cada vez mais comum que as pessoas não se prendam a
uma instituição religiosa” e que “exerçam a espiritualidade sem pertencer a uma
igreja”. Para ele, “a religião deixou de ser uma condição para ser um bom
cidadão”, e hoje, “socialmente, a religião não tem mais papel algum”.
“Religião
espírita” também em queda
A recente pesquisa de
Datafolha revela igualmente um dado que deve servir de reflexão ao movimento
espírita: o universo de pesquisados que respondem praticar a “religião
espírita” também experimenta sucessivas quedas. Na primeira pesquisa de 1994,
eles eram 4% da população brasileira. Uma década depois, em 2005, caíram para
3%. Na pesquisa de dezembro último, o percentual encontrado foi de 2% apenas.
Para
acessar a íntegra da pesquisa de Datafolha:
Saindo
da gaiola
Rubem Alves escreveu que “Deus
nos deu asas, mas as religiões inventaram a gaiola”. Para o pensador mineiro, o
homem voluntariamente se deixa aprisionar na gaiola das religiões.
As pesquisas de Datafolha vêm
mostrando que muitos brasileiros não têm feito mais do que trocar de gaiola. O
engorde dos rebanhos evangélicos se deve à migração majoritária de católicos,
mas se registra também nelas a presença de antigos praticantes da “religião
espírita”. Afinal, lá também tem água e óleos que curam, se fazem rezas e ritos
para mandar embora espíritos impuros e, por acréscimo, se promete uma vida
próspera àqueles que creem, sem necessidade de questionamentos filosóficos.
Basta fazer o que lhes recomendam os “guias”, investidos da condição de
pastores, missionários ou apóstolos.
De outra parte, as mesmas
pesquisas revelam um dado animador: cada vez mais brasileiros, sejam eles
católicos, espíritas e, mesmo, evangélicos, resolvem abandonar as gaiolas e
alçar voos livres. Passam a se declarar sem religião. A maioria deles preserva
e segue cultivando a espiritualidade de forma livre e consciente. São os livres
pensadores, entre os quais, segundo Allan Kardec, devem estar os espíritas. A
estes não preocupa o esvaziamento dos templos antes frequentados.
Interessa-lhes, contudo, o desenvolvimento de uma cultura fundada nos valores
do espírito, capaz de contribuir com o progresso, a paz e a convivência
fraterna e solidária entre toda a humanidade.
Esta é a tendência dos novos
tempos, felizmente bem compreendida por alguns setores progressistas do
espiritismo. Registre-se, a propósito, o esforço nesse sentido desenvolvido pela
CEPA – Associação Espírita Internacional, que, notadamente nas duas últimas
décadas, tem investido fortemente no inadiável processo de superação da fase
religiosa que segue, engaiolando o pensamento espírita e obstaculizando os
espíritas de alçar o voo no rumo da liberdade. (A Redação)
Delinquentes
de ocasião
Age de
tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal
de conduta. (Immanuel
Kant)
Os
acontecimentos do Estado do Espírito Santo, no último mês de fevereiro,
convidam a refletir sobre o papel do Estado, da sociedade e do cidadão, no
grave momento social e político que atravessa o Brasil.
Uma
paralisação da Polícia Militar, incumbida do policiamento ostensivo e
preventivo da população, gerou onda de violência sem precedentes, ali, com
graves atentados ao patrimônio público e privado, e, bem pior, à integridade
física e à própria vida das pessoas. Resultaram disso cerca de uma centena e
meia de mortes e incalculável passivo patrimonial.
Chamou
especial atenção a quantidade enorme de pessoas, muitas das quais de boas
condições sociais e econômicas, saqueando estabelecimentos comerciais e apropriando-se de valiosos bens de consumo.
Muitos,
a maioria, talvez, desses “delinquentes de ocasião” não tinham qualquer antecedente
criminal e, provavelmente, jamais haviam sequer imaginado cometer um crime
contra o patrimônio. Dentre eles, quantos não seriam críticos severos dos atos
de corrupção atribuídos a políticos e agentes econômicos que têm trazido tanta
vergonha ao Brasil!
Sob
uma perspectiva fundada na concepção evolucionista, adotada pelo espiritismo,
vale lembrar que a caminhada do espírito é lenta e se faz num gradual processo
de superação do egoísmo. Tido, juntamente com o orgulho, como matriz de todos
os demais vícios, o egoísmo é a tendência primária do espírito humano de agir
apenas em proveito próprio, sem atentar para o bem do próximo.
Foi
a necessidade de conviver com os outros (Lei de Sociedade – 3ª Parte de O Livro dos Espíritos) o fator condutor
da normatização de procedimentos capazes de priorizar o coletivo sobre o
individual, preservando-se o respeito aos direitos naturais de cada um, para
que todos vivam em ordem e harmonia.
Está
aí, aliás, a própria origem do Estado moderno. O chamado Pacto Social
estabeleceu regras de convivência, tuteladas pela lei e pela autoridade por ela
constituída. A ausência do Estado na aplicação da ordem gera o caos, induz ao
retorno da barbárie, estimula a revivescência do egoísmo que a civilização
buscara controlar, mas que ainda dormita nos escaninhos da alma.
No
entanto, a verdadeira cidadania, entendida esta como a soma de predicados
éticos amealhados pelo indivíduo, no seu processo de convivência com o
semelhante, exige dele, justamente em momentos de graves crises sociais, como
este, a tomada de posições compatíveis com o estado civilizatório conquistado.
É a oportunidade de demonstrar que cumprir ou não cumprir a lei, delinquir ou
não delinquir, exercitar ou não a verdadeira cidadania, não estão subordinados
a fatores externos ou meramente de fachada, tampouco ao temor da repressão, mas
à íntima retidão de caráter.
Cidadania é via de duas mãos. Seu exercício
exige prestação e contraprestação de direitos e deveres entre cidadão e Estado.
A ausência do Estado, é certo, produz a derrocada de uma sociedade. Em
contrapartida, sem a integridade moral do indivíduo, base ética da verdadeira
cidadania, inviabiliza-se a própria ação do Estado no contexto social.
Estado
de Direito e cidadania só se sustentam sobre firmes bases ético-morais. E estas
só se solidificam quando a prática da virtude deixa de ser imposta pelo medo à
repressão ou pelo desejo de recompensa, para fruir naturalmente dos valores
amealhados pelo espírito.
Ambulatório
Experiente
e respeitada trabalhadora de uma casa espírita comentava, em uma roda de
amigos: “Nossa instituição conta com centenas de trabalhadores que se doam o
tempo todo às pessoas que a procuram. Doentes do corpo e da alma ali acorrem em
busca de lenitivo às suas dores. Procuram-nos achando que, num passe de mágica,
poderemos acabar com seus sofrimentos. Mas nós não temos esse poder e nem
somos, como talvez suponham, melhores do que elas. Somos também almas enfermas,
buscando resgatar, mediante o serviço na casa espírita, erros de ontem dos
quais se originaram os males de que hoje padecemos”.
Pensei
cá comigo, sem nada comentar: está aí talvez o melhor retrato do modelo
geralmente vigente de centro espírita, entre nós. Ele é um ambulatório. Mas um
ambulatório sui generis. Ali, pessoas que se julgam doentes, e que, justamente por
isso, chegaram à casa espírita, buscam sua cura tratando de outros doentes.
Baixa
autoestima
Não
há nada de errado no fato de uma casa espírita se auto organizar também como
prestadora de serviços de socorro a pessoas aflitas ou doentes. O espiritismo,
graças à sua filosofia libertadora, pode muito contribuir para o equilíbrio
bio/físico/espiritual do ser humano.
Mas,
sempre que ouço afirmações como as daquela trabalhadora, recordo da observação
feita por um psicólogo amigo segundo o qual os espíritas, de maneira geral,
cultivam uma baixíssima autoestima. A partir do sentimento da culpa, introjetam
a ideia de que só são espiritas porque, em vidas passadas, cometeram faltas
muito graves: somente a frequência ou o trabalho na casa espírita lhes
oportunizarão “resgatar” essas faltas, pela prática da “caridade”.
Mudança
de paradigma
Vamos
combinar que: a) não é só no centro
espírita que se podem realizar eficientes serviços em prol do ser humano e da
sociedade, capazes igualmente de guindar o agente desse trabalho a patamares
mais elevados de progresso espiritual; e b)
o espiritismo é, mais do que qualquer outra coisa, uma proposta de mudança de
paradigma de conhecimento, tendo por base a essencialidade do espírito, sua
imortalidade, sua vocação à evolução e ao progresso, capacitando-o a contribuir
com o processo de transformação do mundo via o desenvolvimento da inteligência
e do amor.
Conhecimento
e convivência
Visto
nesse contexto, o centro espírita será, sobretudo, uma escola de conhecimento e
um rico espaço de convivência. Conhecimento e convivência que qualificam e
diferenciam seus frequentadores e ampliam seu leque de opções como organização
humana e social. Uma sociedade para atender às necessidades de seus membros não
pode dispor apenas de ambulatórios ou hospitais, em sua rede de serviços. O
universo espírita, pelo potencial transformador que lhe dá sustentação, também
deve ter como meta o desenvolvimento integral do ser humano, compreendendo
todos os seus aspectos: sociais, culturais e, especialmente,
filosófico-espirituais.
Foi,
com certeza, a partir dessa visão que o filósofo espírita brasileiro J.
Herculano Pires deixou escrita essa afirmação que pode parecer pretensiosa, mas
que dá a dimensão do centro espírita ideal: “Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais
são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o
mais importante movimento cultural e espiritual da Terra”.
INTERCÂMBIO CULTURAL (I)
A partir
de 1988, com a criação do Departamento Centro Cultural Espírita, assume
importância na casa a realização de eventos culturais. Expositores de renome
nacional e internacional são convidados para realizar conferências e coordenar
seminários e cursos. Entre eles, merecem destaque Alexandre Sech, Ney Paulo de
Meira Albach, André Luiz Peixinho, Djalma Motta Argolo, Adenáuer Marcos Ferraz
de Novaes, Henrique Rodrigues, Ney Prieto Peres, Jaci Regis, Jon Aizpúrua,
Bárbara Ivanova, Carlos Augusto Perandréa, Moacir Araújo Lima e Divaldo Pereira
Franco.
Em 1992,
é criado o Departamento de Eventos Externos com a função de organizar eventos
abertos ao público espírita e não-espírita. Em 1994, com a realização do I
ESPE, os eventos assumem caráter reflexivo e questionador dos rumos do
movimento espírita e passam a incentivar a produção cultural, inspirados na
experiência paulista do SBPE.
O I ESPE
– Encontro Estadual do Pensamento Espírita, ocorreu nos dias 17 e 18 de
setembro de 1994, do qual participaram 116 pessoas, sendo as principais
delegações procedentes da Capital, de Santa Maria, Pelotas e Bagé. Estiveram
presentes os confrades Jaci Régis e Roberto Rufo, da redação do jornal
“Abertura” de Santos-SP. O I ESPE, que teve caráter de prévia do IV Simpósio Brasileiro
do Pensamento Espírita (SBPE), ocorrido em Porto Alegre, em 1995, fixou os
seguintes objetivos: a) analisar as tendências do movimento espírita frente à
cultura; b) discutir o modelo atual do Centro Espírita face ao pensamento
kardequiano; c) subsidiar o IV SBPE.
A
programação teve início na tarde do sábado, dia 17 de setembro, com a exposição
de José Dornelles Budó, dirigente espírita de Santa Maria-RS, fazendo uma
análise Histórica do Movimento Espírita no Brasil. Seguiu-se o trabalho em
grupos sobre o tema “A Cultura Espírita em Questão”, tendo como provocador
Milton Medran Moreira. À noite, o jornalista e psicólogo Jaci Régis proferiu
palestra sobre a “Evolução do Pensamento Espírita no Brasil”, seguindo-se
debates com o público presente. No domingo, dia 18, pela manhã, novamente os
grupos reuniram-se para discutir a questão “O modelo atual do Centro Espírita é
fiel ao pensamento kardequiano?”, provocada por Salomão Benchaya.
No
período de 12 a 15 de outubro de 1995, após mais de um ano de preparativos,
realiza-se, nas amplas e confortáveis instalações do Centro Técnico de
Aperfeiçoamento e Formação (CETAF), da Companhia Estadual de Energia Elétrica
(CEEE), do Rio Grande do Sul, o IV Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita
(SBPE), patrocinado pela LICESPE e pelo Jornal ABERTURA, de Santos-SP, e
organizado pelo CCEPA.
Com 180
participantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, S.Paulo, Rio de
Janeiro, Espírito Santo e Bahia, além de uma delegação Argentina, o Simpósio
propiciou excelentes momentos de cultura e confraternização. Três conferências
e quatorze trabalhos previamente inscritos foram apresentados.
Esteve
presente no IV SBPE um grupo de espíritas argentinos da cidade de Rafaela,
Província de Santa Fé, integrantes da CEPA, liderados pelo seu Vice-Presidente
Alejandro Ruiz Diaz.
Zygmunt
Bauman
“Oh! É muito difícil
encontrar uma pessoa feliz entre os ricos.
Uma pessoa pobre que
consegue tomar café da manhã, almoçar e, com sorte, jantar... é automaticamente
feliz. Nesse dia conseguiu seu objetivo.
O rico – cuja tendência
obsessiva é enriquecer mais – costuma meter-se numa espiral de infelicidade
enorme.
A grande perversão do sistema dos ricos é que
acabam sendo escravos. Nada os sacia, entram em colapso, uma catástrofe!”.
(Em
entrevista concedida ao jornal espanhol “La Vanguardia”, publicada em 17/05/2014)
Agende-se:
O VIII
Fórum do Livre Pensar Espírita será na Bahia
Tradicional
evento da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA – CEPA Brasil, o Fórum do Livre Pensar Espírita chega à sua 8ª edição abrindo parceria com o TELMA –
Teatro Espírita Leopoldo Machado, em Salvador, Bahia.
O evento
vai acontecer de 26 a 28 de maio próximo. Confira os dados abaixo e agende-se.
É uma excelente oportunidade para conhecer o segmento espírita liderado pela
CEPA – Associação Espírita Internacional: um espiritismo livre-pensador, laico,
humanista e progressista. Vide cartaz do evento no topo da página.
Projeto
sobre EQM em Universidade de Portugal
Em
correspondência mantida com Maurice
Herbert Jones, do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, o médico
brasileiro Jorge Luiz dos Santos (foto), radicado em Portugal, informou sobre
projeto que começa a desenvolver sobre Experiência de Quase-Morte - EQM.
Santos, que é porto-alegrense
e, quando mais jovem, integrou os quadros da antiga Sociedade Espírita Luz e
Caridade, da qual o CCEPA é sucessor, atualmente é professor na Faculdade de
Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, naquele país. Ali, leciona
para o Mestrado em Medicina, nas áreas de Sistemas Digestivo, Cárdiopulmonar e
Pediatria, sendo também membro do Centro de Investigação em Ciências da Saúde
da Universidade.
O projeto sobre EQM envolve
aspectos neurofisiológicos, psicossociais, culturais e também paranormais.
Integra a equipe um neurologista com especialização em ondas cerebrais, uma
enfermeira oriunda da UFRGS e colaboradores da USP, além de “um brilhante
investigador em fenômenos paranormais e parapsicologia daquela universidade,
com uma formação invejável que inclui a Harvard”, informou Jorge Luiz.
O médico brasileiro, em sua
correspondência, diz estarem “estruturando estratégias que vão desde a
incidência do fenômeno na população portuguesa-brasileira, à narrativa da
experiência com avaliação por EEG associada, etc”. “Vamos ver – acrescentou –
se finalmente conseguimos produzir algo interessante nesse assunto, que é muito
rico de métodos e também de polêmicas”.
Em seu contato com Jones,
Santos reportou-se a estudos feitos por diversas universidades do mundo inteiro
sobre o tema. A New York Academy of Science promoveu um simpósio para discutir
o trabalho do cardiologista holandês Dr.
Pim Van Lommel (foto) sobre a memória, em
episódios de quase-morte, em cujas experiências, os sujeitos investigados “não
revelam uma memória de algo imaginado, mas sim uma memória de algo vivido”. É o
caso “de um homem que reconheceu uma enfermeira que guardou sua dentadura no
bolso durante a parada cardiorrespiratória, no momento em que seu
eletroencefalograma já estava plano, sem atividade”.
Em contato pessoal mantido
pelo médico brasileiro com o Dr. Pim, este ressaltou a importância de
profissionais com formação médica envolverem-se na pesquisa desse tema.
Jorge
sugere a assistência a um vídeo com o Dr. Pim Van Lommel, chefe de uma equipe
de cardiologistas intensivistas, e que pode ser visto em:
Atriz
afirma que se comunica
mediunicamente
com Marília Pêra
O
jornal Correio da Bahia, em sua
edição de 19.07.2016 repercutiu entrevista concedida pela atriz Alessandra Maestrini, ao talk show
“Incitarte”, do jornalista Paulo Fernando Góes. Alessandra, que “há tempos vem escrevendo seu nome na
história do teatro musical brasileiro em trabalhos cômicos da TV”, segundo o
jornal baiano, disse que vem recebendo recados de Marília Pêra, desde sua morte
em dezembro de 2015: “Sempre senti uma conexão forte com a Marília“, declarou
Alessandra, acrescentando: “Depois que ela faleceu materialmente, recebi vários
recados dela, muito claros”.
A
presumível comunicação entre as duas estrelas, encarnada e desencarnada, teria,
inclusive, se valido do que é denominado tecnicamente como “transcomunicação
instrumental”, pois, segundo Alessandra, logo após o falecimento de Marília,
apagou o nome desta em seu celular: “Apaguei o nome dela por três vezes, mas
sempre aparecia de novo”. Segundo relatou, era a própria Marília Pêra que lhe
aparecia, dizendo: “Vai apagar meu nome, é?”.
Alessandra
Maestrini informou, na entrevista, que “Marília está fazendo isso com muita
gente” e que esse tipo de comunicação “é algo espírita”, acrescentando: “Já
senti ela no palco. Marília não vai parar, é maior que isso” (a morte física).
Alessandra
e Marília Pêra trabalharam juntas em “Pé na Cova”, série humorística
apresentada pela TV Globo, sob a direção de Miguel Falabella. Os três aparecem
nesta foto de divulgação da emissora.
Reinício
das atividades no CCEPA
O
presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Salomão Jacob Benchaya, lembra que neste mês de março se reiniciam
as atividades de estudos na instituição.
Dia 8,
instala-se mais um grupo de estudos constituído pelos participantes do Curso
Espírita de Mediunidade, realizado ano passado.
Dia
22/3, 4ª feira, às 19h30, se dará início a mais um Curso Básico de Espiritismo,
sob a coordenação de Marcelo Nassar,
diretor do Departamento de Estudos Espíritas.
Jacira: “A pena existe não só para punir,
mas também para ressocializar”
Recomendamos a leitura na gazeta eletrônica Kardec Ponto Com, de fevereiro último.
Ali, uma esclarecedora entrevista da presidente da CEPA, a juíza de Direito Jacira Jacinto da Silva, sobre a
atualíssima questão dos presídios e execução da pena, no Brasil. Confira no
seguinte link: https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxlZHVrYXJhY2FvfGd4OjUzN2Q1YWNmMzU2ODYxMw
Justiça restaurativa – tema de reflexão no
Barroso
O tema “Justiça Restaurativa e Cultura da
Paz” será abordado no Centro Espírita José Barroso, domingo, dia 12/3, numa
iniciativa do CPDOc, Centro de Pesquisa e Documentação Espírita e Associação
Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA.
O palestrante será o juiz de Direito paulista
Egberto de Almeida Penido.
Esta
loucura do Século XIX
Salomão Jacob Benchaya - Economista,
presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Secretário Adjunto da
CEPA, ex-presidente da FERGS e ex-vice-presidente da CEPABrasil, autor do livro
“Da Religião Espírita ao Laicismo” e organizador e coautor dos livros “A CEPA e
a Atualização do Espiritismo” e “Espiritismo: o Pensamento Atual da CEPA”.
O título deste artigo
refere-se ao livro “Espiritismo, esta loucura do século XIX: ciência, filosofia
e religião nos escritos de Allan Kardec” (Fonte Editorial), que o mineiro Augusto César Dias de Araújo lançou, em
2016, como resultado de sua tese de doutorado apresentada, em 2014, ao Programa
de Pós-graduação em Ciência da
Religião, da Universidade Federal de
Juiz de Fora-MG, sob a orientação do Prof. Volney
José Berkenbrock que também prefacia a obra. Um dos membros da banca
examinadora foi o nosso companheiro Luiz Signates.
Augusto Araújo (foto) não é
espírita. Teve uma breve participação num centro espírita, por volta de 1990,
que o levou a ler as obras de Kardec e outros autores espíritas. Talvez por
isso, além de sua brilhante inteligência e lhaneza no tratamento com pessoas,
tenha conduzido sua pesquisa com admirável isenção e produzido uma primorosa
análise epistemológica da obra de Kardec. Muitos espíritas teriam ficado incomodados com o fato de um não adepto
conhecer tão profundamente a obra do Prof. Rivail e, mais ainda por, apesar
disso, não haver se convertido, ainda, ao Espiritismo.
Por cerca de vários meses,
Araújo participou como membro da lista de discussão da CEPA, na Internet, onde
demonstrou um conhecimento incomum acerca da obra kardeciana, qualificando
sobremaneira, com suas abalizadas intervenções, as discussões realizadas
naquele fórum onde, também, recolheu preciosos subsídios para sua tese.
A obra tem 305 páginas,
formato 16 x 23 e parte da problematização do chamado tríplice aspecto do espiritismo com base em pesquisa nos
textos-fonte da Doutrina Espírita e fazendo, naturalmente, referência a outros
autores que abordam a questão da identidade do espiritismo. Em seu trabalho de
hermenêutica, Araújo leva em consideração o desenvolvimento de toda a obra de
Kardec dentro da cronologia por este definida nos chamados “seis períodos da
propagação do Espiritismo” – 1. De curiosidade; 2. Filosófico; 3. Período de
luta; 4. Religioso; 5. Intermediário; e 6. De renovação social -, demonstrando
que o próprio codificador modificou sua postura com relação à identidade da
doutrina ao longo de seu trabalho.
Interessante o efeito dessa
publicação no interminável debate sobre se o espiritismo é ou não religião já
que o autor demonstra que, mesmo que Kardec não tenha se referido
explicitamente a esses “três aspectos” em sua obra – a expressão tríplice aspecto do espiritismo surgiria
mais tarde, no Brasil -, na verdade, os conceitos de Ciência, Filosofia e
Religião nela são articulados de maneira a não poderem ser tratados
separadamente. Outro ponto destacado por Araújo é a guinada no pensamento de
Kardec a partir do lançamento de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Se, durante
a elaboração dos principais tratados doutrinários – O Livro dos Espíritos (1857)
e O Livro dos Médiuns (1861) -, o codificador definiu o espiritismo como
ciência e filosofia de consequências morais (período filosófico), com a
publicação do “Evangelho” (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868),
ele definitivamente enquadra o espiritismo como a Terceira Revelação divina e
como o Consolador e o incorpora à tradição cristã (período religioso),
estabelecendo uma nova religião.
Essa percepção epistemológica
de Araújo não é exatamente nova, pois que bastante discutida pelo segmento
espírita laico. Mas, o que torna impar sua tese é a vasculhagem minuciosa nos
escritos kardecianos, infelizmente limitada pela falta dos textos originais
sobre os quais Kardec se debruçou para a construção do edifício doutrinário do
Espiritismo.
Em seus quatro capítulos,
Araújo tece considerações gerais sobre o tríplice
aspecto e aprofunda a análise e a discussão sobre cada um desses
“aspectos”. Na Introdução, o autor declara “o desejo de que meu trabalho (...)
se caracterizasse por uma tentativa de dar
voz a Kardec. Em
meio às tantas
vozes que hoje falam em nome de
Kardec, minha intenção
era a de
ouvir Kardec.” Refere-se à
estranheza que lhe causavam as afirmativas que ouvira em palestras espíritas de
que o Espiritismo era simultaneamente ciência, filosofia e religião e, ao mesmo
tempo, ser superior a essas formas de conhecimento, o que o teria motivado a
confrontar esse posicionamento com o do próprio Kardec.
Nem por isso, Araújo deixa de
oferecer sua crítica ao modo como o codificador se coloca frente aos conceitos
de Ciência, Filosofia e Religião.
Face à limitação deste espaço,
dispenso-me de comentar, em maiores detalhes, o qualificado conteúdo da obra e
suas conclusões, exceto manifestar minha agradável surpresa em ver meu livro -
aqui não resisto a uma oportunidade de autopromoção – “Da Religião Espírita ao
Laicismo: a trajetória do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre” incluído
nas Referências da obra em foco.
Minha percepção é que,
malgrado a isenção que marca o trabalho do Augusto Araújo, seu livro avaliza a
postura religiosa do segmento majoritário do movimento espírita, por tornar
evidente a mutação sofrida pela trajetória do fundador do espiritismo ao longo
de sua elaboração.
Em razão disso, uma questão
restaria para ser discutida pelo segmento espírita laico e livre-pensador: Até
que ponto este segmento pode se definir, verdadeiramente, como espírita kardecista?
CCEPA Opinião
Ao comunicar a transferência para a
conta do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre do valor correspondente a
duas anuidades de assinatura de CCEPA
OPINIÃO, aproveito a oportunidade para informar que leio mensalmente com
muito interesse as matérias publicadas nesse jornal. Mas, sinto falta do
noticiário da CEPA que era antes nele encartado com o boletim América Espírita.
Neuton de Meira Albach – Curitiba/PR
.
NOTA DA REDAÇÃO – O noticiário da CEPA, por decisão da nova
administração da entidade, está sendo veiculado apenas em boletim eletrônico
disponibilizado no seguinte endereço:
https://drive.google.com/file/d/0Bx_8eR8qT5b9RUhJQTVZSURuRE0/view
Confiança
Sobre
o tema abordado pelo colunista Milton Medran Moreira, em Opinião em Tópicos, (edição 248), devo dizer que minha confiança no
ser humano atualmente encontra-se tão fortemente abalada que, se por acaso,
fosse viver numa sociedade isenta dessas perturbações, eu continuaria vivendo
assustado. Síndrome de final de ciclo. Isto é, quando as qualidades opostas ao
Bem se sobrepõem às boas ações.
Pessoas
simples ou incautas que pela fé imaginam poder viver atualmente numa sociedade
fraterna candidatam-se indubitavelmente a pagar um alto preço pela falta de
discernimento. O mundo do futuro, porém, trará as mudanças que os espíritos
tendentes ao Bem aspiram ansiosamente, enquanto se aproxima, inexorável, a
explosão do raio.
Nizomar Sampaio Barros – Rio de Janeiro/RJ
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