VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita
confirma:
Há espaço
para o diálogo e a convivência
Um evento
que vivenciou a pluralidade e a diversidade de pensamento no meio espírita,
celebrando o diálogo e a convivência entre diferentes segmentos do movimento.
CEPA Brasil, TELMA E FEEB juntos
O VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita (Salvador-BA, 26 a 29 de maio-2017) foi uma promoção da
Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA – CEPABrasil -, juntamente
com o TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado (Salvador, BA.). A Federação
Espírita do Estado da Bahia, convidada, se fez presente na pessoa de seu
presidente, André Luiz Peixinho, um
dos expositores da mesa redonda “Caminhos
do Espiritismo em Tempos de Intolerância. Múltiplos Olhares sobre a Doutrina
Kardequiana”, com o subtema
“Superando a Intolerância dos Saberes pela Cosmovisão Espírita”. Da mesma
mesa, participaram o ex-presidente da CEPA, Milton Medran Moreira (Porto Alegre/RS), abordando “Pluralismo de Ideias, Antídoto contra a Intolerância”, e o escritor espírita Wilson Garcia (Recife/PE), com “Espiritismo Organizado e Intolerância Dialógica”.
Muitos temas sob a égide do livre-pensamento
O VIII FLPE, aberto na noite de 26/5, com pronunciamentos
dos presidentes do TELMA, Júlio Nogueira;
da CEPA Brasil, Homero W.da Rosa; e de Ademar Arthur Chioro dos Reis (foto), em
representação à presidência da CEPA (foto), contou com qualificados expositores
de diferentes Estados brasileiros. Iniciou com tocante recital,
apresentando músicas de autoria
espiritual de Chopin e Brahms, com peças recebidas mediunicamente por Rosemary Brown e executadas pela pianista Elisama Gonçalves. Seguiu-se conferência de abertura proferida por Milton Medran Moreira, com o tema “A Dimensão Laica, Humanista e
Livre-Pensadora do Espiritismo”.
A
partir de então, temas ligados ao direito e à justiça, ao comportamento, à
história do pensamento, à mediunidade, à política, à saúde mental, física e
espiritual, e à vida e mensagem de Jesus de Nazaré, foram expostos em
conferências, mesas redondas e espaços denominados “circuito de ideias”, pelos
seguintes autores, além dos já referidos: Herivelto
Carvalho, (Ibatiba/ES); Marcel
Mariano (Salvador/BA); Jailson Lima
de Mendonça (Santos/SP); Paulo
Henrique de Figueiredo (São Paulo/SP); Rodrigo
Almeida (Salvador/BA); Sérgio
Maurício Pinto (Brasília/DF); Alcione
Moreno (São Paulo/SP); Ademar Arthur
Chioro dos Reis (Santos/SP); Sandra
Regis (Santos/SP); Djalma
Argollo e Júlio Nogueira (Salvador/BA).
Atuaram
ainda como coordenadores e mediadores dos debates: Néventon Vargas (João Pessoa/PB), Lucas Sampaio (Salvador/BA), Clarimundo
Flores (Porto Alegre/RS), Roseli
Regis (Santos/SP) e Kléber Monteiro (Salvador/BA).
Todos os enfoques guardaram plena
afinidade com a proposta kardecista, numa perspectiva atualizada, progressista
e livre-pensadora.
(Mais notícias sobre o Fórum de Salvador, na
página 4)
A Revolução Espírita
Abordando, em
memorável conferência, o
tema “A Teoria Esquecida de Allan
Kardec: Caminhos Éticos do Espiritismo”, o escritor Paulo Henrique de Figueiredo trouxe aos participantes do Fórum da
Bahia reflexões capazes de ajudar a entender o espiritismo, desde seu
nascedouro, e as tantas distorções por que vem passando em sua trajetória.
Abstraindo-se
aspectos de ordem histórica, científica e de inserção da proposta kardeciana no
cenário cultural do Século 19, fique-se, aqui, com sua concepção de ética ou moral.
Figueiredo parte da distinção entre moral
heterônoma e moral autônoma. Não hesita o autor em definir
a moral sustentada pelo espiritismo como genuinamente autônoma, ou seja, aquela que não advém de dogmas, imposições,
regramentos, etc., nem é praticada para recebermos recompensas terrenas ou
divinas. Ao revés, funda-se ela basicamente no raciocínio e na compreensão das
leis naturais.
A
autonomia do ser humano, atributo que o faz diferente dos animais, mesmo
daqueles que, ensinados e submissos, fazem tudo que seus donos determinam, é
atributo do espírito imortal. Está aí a base da filosofia espírita.
Compreendido
assim o espiritismo por seus seguidores e, especialmente, pelos organismos que
o querem representar, ele definitivamente deixará de ser uma seita, uma
religião, e conquistará condições de realizar a revolução sonhada por seu
fundador.
Aprofundando
valores de autonomia e liberdade, o Fórum da Bahia contribuiu, mesmo que
modestamente, com essa revolução que está mais do que na hora de ser retomada:
a Revolução Espírita. (A Redação).
A Terra que herdaremos
À espécie humana
apenas uma guerra há de ser permitida: a guerra contra sua própria extinção. Isaac Asimov
Poucas vezes, ou, talvez, em nenhuma de sua história, uma decisão política tomada pelos Estados Unidos da América do Norte teria sido capaz de gerar tanta e tamanha contrariedade de parte do mundo civilizado.
Poucas vezes, ou, talvez, em nenhuma de sua história, uma decisão política tomada pelos Estados Unidos da América do Norte teria sido capaz de gerar tanta e tamanha contrariedade de parte do mundo civilizado.
Talvez
nem seja correto afirmar tenha sido uma decisão da Nação americana. Foi, sim,
um ato pessoal, arbitrário, prepotente, e contra os sentimentos da maioria de
seus cidadãos. Falamos do anúncio do presidente, Donald Trump, ao início deste
mês de junho, da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Celebrado em
2015 e com a adesão norte-americana, então sob a presidência de Barack Obama, o
festejado acordo internacional tem como objetivo central fortalecer a resposta
global à ameaça de mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para
lidar com os impactos decorrentes dessa mudança. Aprovado por 195 países, o
Acordo de Paris visa à redução de gases de efeito estufa, no contexto do
desenvolvimento sustentável.
A
retirada dos Estados Unidos, um dos países mais poluidores do Planeta, daquele
importante concerto mundial, agrava o risco de graves e, talvez, irreversíveis
danos ecológicos à Terra. Os motivos são meramente econômicos, alegados
justamente pelo mais rico império mundial. É uma ação marcada por desajuizada e
irresponsável valoração do imediato em detrimento da sanidade futura de nossa
casa planetária.
Mais
do que “mansos e pacíficos”, atributos recomendados por Jesus de Nazaré a
tantos quantos desejem se tornar herdeiros da Terra, há que se agir,
igualmente, com zelo e prudência para que o pequeno planeta que escolhemos
para, quiçá, múltiplas de nossas encarnações, não se torne um mau lugar para
viver.
Investimentos
em favor do meio ambiente, quando considerados sob uma perspectiva de longo
prazo, agem invariavelmente em favor do chamado progresso sustentável. Na visão
espírita, em cujo contexto a lei de progresso assinala sua sempre otimista
postura perante o homem e a sociedade, progresso tem um sentido que extrapola o
econômico. Vai além do aqui e agora, para contemplar a saúde, o bem-estar, a
plena adequação do espírito imortal ao meio material em que estagia.
Há,
pois, sobradas razões para o mundo civilizado, e, notadamente para quantos
vislumbram um sentido espiritual e palingenésico no fenômeno da vida, assumirem
posição de condenação à recente decisão do presidente americano, relativamente
à saída do Acordo de Paris.
É
uma boa causa, é uma guerra justa, pois o que está em jogo é a própria
sobrevivência do planeta em que a humanidade vem escrevendo sua fantástica história.
Editorial de maio
Os
editoriais de CCEPA OPINIÃO são sempre lições muito pertinentes. Com eles,
crescemos na cultura espírita.
Meus
cumprimentos pelo editorial da edição de maio: “Ainda há quem fale em pena de
morte”.
Nícia Cunha – Cuiabá/MT
(pelo Facebook)
Jornal Opinião e o TELMA
Felicito
a todos os envolvidos no projeto de mais uma edição (maio) de CCEPA OPINIÃO. Muito importante o apoio
que temos recebido de todos para a divulgação do VIII Fórum do Livre Pensar
Espírita, que mereceu destacada menção nesta edição.
Nós
do TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado -, com satisfação e regularidade,
recebemos os exemplares que os editores encaminham. Sempre compartilhamos com
os frequentadores da instituição.
Desejamos
que continuem tendo sucesso nessa empreitada.
Júlio Nogueira - TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado,
Salvador/BA.
VIII Fórum do
Livre-Pensar Espírita
A
CEPA Brasil agradece o apoio do jornal CCEPA
OPINIÃO a mais esta edição do Fórum do Livre-Pensar Espírita. Tratando-se
de jornal de grande abrangência, o OPINIÃO
prestou uma importante colaboração ao expressivo número de inscritos para esta
8ª edição de nosso fórum, em Salvador/BA.
Homero Ward da Rosa – Presidente da CEPA Brasil.
Recordando Antonio Candido
Antonio
Candido, o grande sociólogo que nos deixou mês passado, costumava dizer, para
espanto de muitos, que o socialismo era uma doutrina triunfante.
Como
assim – objetavam seus interlocutores – se é exatamente o capitalismo que
domina o mundo, enquanto os regimes socialistas todos terminam falindo?
Então,
o intelectual carioca recordava: na Revolução Industrial, os operários ingleses
dormiam embaixo de suas máquinas. Eram acordados com chicotadas, para voltarem
a trabalhar em jornadas de 14 horas por dia.
Capitalismo
e socialismo, dizia o sociólogo, são filhos da Revolução Industrial, e aquele
jamais teria se desenvolvido no mundo, sem que as ideias socialistas amenizassem
seus efeitos pérfidos.
Uma ideia triunfante
Antonio
Candido muitos anos antes de morrer, abdicou de qualquer atividade
político-partidária – ele tinha sido fundador do PT -, por entender que nenhuma
agremiação cumpria as metas sociais nas quais acreditava como socialista. Pensava
o socialismo como proposta realmente humanitária, igualitária, capaz de
estimular e realizar os sonhos de justiça social da qual países como o Brasil
se encontram muito distantes. Para ele, socialismo, numa acepção ampla, se
identificava com muitos outros movimentos teóricos, tais como o cristianismo
social, o cooperativismo, o anarquismo. Inspirado em suas ideias generosas, os
trabalhadores foram conquistando direitos no mundo capitalista, como redução da
jornada de trabalho, férias, repouso remunerado, auxílio paternidade, e tantas
outras. Por isso, dizia, o socialismo é uma doutrina triunfante, e seguirá esse
caminho, mesmo que, aparentemente, esteja derrotado. Com esse argumento, mesmo
com a falência dos regimes comunistas ou socialistas, Candido se referia ao
socialismo como uma ideia vitoriosa.
A alternativa espírita
Penso
que esse mesmo raciocínio pode ser aplicado ao espiritismo. Concebida como uma
visão grandiosa de homem e de mundo, capaz de se contrapor ao materialismo e
oferecendo uma alternativa não religiosa para a espiritualidade, a proposta
espírita parecia, ao início, deslanchar como uma poderosa vertente de
pensamento.
Entretanto,
aprisionado por instituições religiosas e tomado vulgarmente como mais uma das
tantas religiões cristãs do mundo, o espiritismo restringiu seus horizontes.
Tornou-se nada mais que uma crença e insiste em assim se apresentar justamente
quando as religiões perdem significado entre a maioria das pessoas com um
mínimo de senso crítico.
A decadência das
religiões
Vivemos
claramente um momento de decadência das religiões. As crenças tradicionais,
entre as quais o catolicismo e a própria “religião espírita”, no Brasil,
registram acentuada queda nas estatísticas mais recentes. Crescem apenas as
chamadas religiões neopentecostais com visões fundamentalistas e ausência de
senso crítico. Mesmo assim, ideias como sobrevivência do espírito após a morte,
comunicabilidade dos espíritos e, notadamente, a reencarnação ganham cada vez
mais simpatizantes, mesmo no segmento dos “sem religião”. Entre os próprios
católicos esse fenômeno é verificável. Se você perguntar, na saída de uma
missa, aos frequentadores das igrejas se acreditam em reencarnação,
provavelmente metade deles dirá que sim.
Moral
da história: na medida em que se verifica uma decadência da “religião
espírita”, nota-se um avanço gradual da proposta espírita. Motivo de estímulo aos
verdadeiros espíritas kardecistas e livres-pensadores!
O Projeto Kardequizar (I)
Em
23.04.1986, a SELC – hoje CCEPA - completa 50 anos de fundação. Em 2 de Janeiro
desse ano, iniciei meu segundo mandato como presidente da FERGS proferindo um
discurso que denominei “Projeto: Kardequizar”, de notável repercussão no
movimento espírita. Como justificativa para essa análise crítica, apontei o
distanciamento ideológico do movimento espírita em relação ao pensamento de
Allan Kardec e o afeiçoamento da ação dos espíritas a padrões confessionais e
ritualísticos, velados ou explícitos, caracterizando um processo de
sectarização do Espiritismo.
Esse
discurso torna-se alvo da crítica da Federação Espírita Brasileira tendo eu,
inclusive, sido censurado por Francisco Thiesen, que então a presidia, em plena
reunião da 5ª Região do Conselho Federativo Nacional, que se realizava em
Curitiba, no período de 25 a 27.04.86. Nesse encontro, acompanhado por Milton
Medran Moreira, fui instado a mudar a expressão “kardequizar” para “desvios
doutrinários” pois a FEB, roustainguista, como se sabe, não avalizava a mensagem
recebida pelo Chico Xavier e ditada por Bezerra de Menezes, que continha a
frase “Kardequizar é a legenda de agora”, a qual indicava um claro
reposicionamento de seu autor, no mundo espiritual, um dos mais notáveis
roustainguistas quando encarnado.
Sensibilizada
por esses fatos, a Direção da SELC decide promover esforço especial no sentido
de adequar sua estrutura e seu funcionamento de forma a compatibilizar-se com a
visão que Allan Kardec tinha acerca da Doutrina. No seu relatório
administrativo de 1986, seu presidente Maurice Jones assim se manifesta: “O
Conselho Deliberativo, eleito em novembro de 1985, bem como o Conselho
Executivo, que tomou posse em março de 1986, assumiram, desde logo, compromisso
sério com o processo de mudança que a SELC deveria experimentar a partir de uma
reflexão sobre o modelo racional, dinâmico, assectário e simples sugerido pelo
codificador do Espiritismo. Buscando isto, várias reuniões foram realizadas com
o corpo de cooperadores da instituição e, especialmente, com os componentes dos
Conselhos Deliberativo e Executivo, delineando-se, assim, as principais medidas
que, no seu conjunto, denominamos “Projeto Kardequizar”, aprovado em 05.04.86
pelo Conselho Deliberativo e lançado junto aos trabalhadores em 21.04.86, comemorando-se,
assim, de maneira a mais adequada, os 50 anos de existência da SELC, fundada em
23.04.1936.”
Dessa
forma, a SELC iniciava um longo processo de “kardequização” de seu modelo
institucional, transformando-se, mais adiante em Centro Cultural, num processo
crescente de laicização e vinculando-se, definitivamente, ao programa liderado
pela CEPA.
Detalhes do “Projeto: Kardequizar”,
implementado na SELC, no próximo número.
Carlos Bernardo Loureiro
Escritor baiano –
1942/2006
(Do livro A Autenticidade dos Evangelhos – Em Busca da
Verdade - Telma Editora – Salvador/BA)
O
Fórum de Salvador visto pelo presidente da CEPA Brasil:
– um repto à intolerância
Homero Ward da Rosa
O espaço de diálogo e tolerância entre os espíritas foi ampliado na histórica, bela e hospitaleira cidade de Salvador-Bahia. Lá, de 26 a 28 de maio, realizou-se o VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita, sob o oportuno eixo temático da ética.
Foram 15 exposições de altíssimo nível,
incluindo uma magnífica conferência de abertura, adequadamente precedida com a
execução de três magistrais peças clássicas ao piano . Cerca de 200 participantes puderam dialogar
com pesquisadores, autores e estudiosos do Espiritismo, incluindo importantes
lideranças Espíritas da CEPA - Associação Espírita Internacional e da Federação
Espírita do Estado da Bahia, representante da FEB - Federação Espírita
Brasileira naquele estado.
Temas
polêmicos foram tratados com seriedade, respeito e naturalidade que
caracterizam a proposta aberta anunciada no título do VIII Fórum: “Caminhos
Éticos do Espiritismo – Reflexões sob uma perspectiva laica, humanista e
livre-pensadora.”
O
público (foto) foi questionador e incisivo,
com perguntas francas e inteligentes, que receberam dos expositores respostas
sinceras e fundamentadas, sem subterfúgios.
O
VIII Fórum foi sediado pelo TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado, que
organizou o evento em parceria com a CEPABrasil – Associação Brasileira de
Delegados e Amigos da CEPA.
Durante
o encerramento, o TELMA recebeu o certificado de instituição filiada à CEPA a
qual credenciou três novos de Delegados Especiais na Bahia, a saber: Júlio Nogueira, Lucas Sampaio e Rodrigo
Almeida.
Parabéns
aos que lá estiveram e contribuíram para a realização do VIII Fórum do
Livre-Pensar Espírita, momentos inesquecíveis de reflexão, entendimento e
amizade. Agradecemos ao TELMA pela cessão do espaço, organização, cordialidade
e simpatia que caracterizam o povo da Bahia.
TELMA agora é CEPA
No
encerramento do VIII FLPE, o TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado - recebeu
o certificado de instituição filiada à CEPA – Associação Espírita
Internacional. O documento foi entregue a seu presidente, Júlio Nogueira, por Ademar
Arthur Chioro dos Reis (foto), em nome da presidente da CEPA, Jacira Jacinto da Silva, impedida de
comparecer ao evento, em razão de problema de saúde - do qual já se recuperou -,
surgido às vésperas da viagem, o que impediu também a presença de seu esposo, Mauro de Mesquita Spínola, diretor
administrativo da entidade.
Os novos delegados da CEPA em Salvador
Também
receberam certificado os novos delegados da CEPA em Salvador: Júlio Nogueira, Lucas Sampaio e Rodrigo Almeida.
Na foto,
a partir da esquerda: Lucas, Rodrigo, Homero, Júlio e Ademar.
Jon Aizpúrua: “Loureiro, feliz
do outro lado da vida.”
Em vídeo reproduzido no VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita, Jon Aizpúrua, ex-presidente da CEPA,
saudou os participantes do evento, manifestando a certeza de que ele iria
proporcionar “resultados notáveis na ordem doutrinária, haja vista a qualidade
acadêmica e espírita de todos os expositores”.
Jon referiu que, igualmente, se permitia “imaginar que, do outro
lado da vida, nosso querido e lembrado companheiro Carlos Bernardo Loureiro
estará feliz e sorridente ao poder verificar que seu sonho de vincular TELMA à
CEPA se está concretizando a partir deste magnífico encontro”.
Carlos
Bernardo Loureiro, fundador do TELMA, quando encarnado manteve estreito contato
epistolar com Jon e foi delegado da CEPA em Salvador.
Jacira e Mauro: sentidas ausências
A presidente da CEPA, Jacira
Jacinto da Silva, e seu esposo, Mauro
de Mesquita Spínola, impedidos à última hora de viajar a Salvador, em razão
de passageiro problema de saúde ocorrido com Jacira, enviaram sucessivas
mensagens aos integrantes do Fórum, lamentando o impedimento e vibrando pelo
sucesso do encontro.
A presença do CCEPA no Fórum
O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre se fez representar no
VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita com cinco de seus integrantes: os casais Milton R. Medran Moreira e Sílvia, e Clarimundo Flores e Marinês,
mais a associada Margarida da Silva
Nunes, hoje delegada da CEPA em Florianópolis.
Medran foi responsável pela conferência de abertura, enfocando “A
Dimensão Laica, Humanista e Livre-Pensadora do Espiritismo”, tendo também
integrado a mesa redonda “Caminhos do
Espiritismo em tempos de intolerância: Múltiplos olhares sobre a doutrina
kardequiana”.
Clarimundo foi coordenador do painel “Espiritismo, Justiça e
Cidadania – Contribuições do pensamento espírita”.
Na foto, a delegação do CEPA aparece em companhia do casal Homero Ward da Rosa e Maria Regina (Pelotas/RS), que
completaram a delegação gaúcha ao evento.
Consolidando
seu perfil de instituição voltada prioritariamente ao estudo do espiritismo, o
CCEPA mantém, atualmente, cinco grupos de estudo da doutrina e da mediunidade,
funcionando nos seguintes horários: 6as. Feiras, às 15h, e 4as. Feiras, às 15 e
às 19h30min.
A
participação é aberta a interessados, bastando contatar, previamente, a direção
da Casa para o adequado encaminhamento. Independentemente de matrícula, são
abertas ao público as reuniões das 6as. Feiras, às 15h., em que é feito o
estudo analítico de “O Livro dos Espíritos”.
no Brasil e na reencarnação
Toda a imprensa brasileira
repercutiu a entrevista da presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministra
Cármen Lúcia, na estreia do programa “Conversas com Bial”, apresentado pelo
jornalista Pedro Bial, na TV Globo, na noite de 2 de maio último.
O site “gshow.globo”,
em sua edição do dia seguinte, exibiu várias cenas do programa, em que Bial
conversou com a ministra e com a atriz Fernanda Torres sobre vários temas da
atualidade nacional, e, particularmente sobre a “Lava Jato”.
Merece
destaque especial o vídeo mostrando o encerramento do programa, onde Cármen
Lúcia pede licença ao apresentador para um recado final, onde diz: “Eu queria
que o Brasil acreditasse em duas coisas: dificuldades nós tivemos desde 1500 e
vencemos tantas, então vamos vencer mais essa. E que se estivermos unidos, e
não desunidos, intolerantes e odientos, nós temos mais chances. Eu continuo
acreditando no Brasil. Se eu tiver que nascer 100 vezes, e se tiver
reencarnação – e espero que tenha muitas – eu quero nascer brasileira”.
Segmentos do
programa, incluindo o vídeo do encerramento, podem ser encontrados neste
endereço:
http://gshow.globo.com/tv/noticia/carmen-lucia-deixa-recado-para-povo-brasileiro-eu-continuo-acreditando-no-brasil.ghtml
José
Lucas -Tenente-Coronel,
membro do Centro de Cultura Espírita de Caldas da Rainha e da Associação de
Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)
NOTA DA
REDAÇÃO: Em 25 de Abril de 2017, comemoraram-se 43 anos do fim da ditadura iniciada
por Salazar e que terminou com a Revolução dos Cravos devolvendo a liberdade
aos cidadãos daquele país.
Segundo o autor deste artigo, os injustiçados foram ressarcidos pelo
Estado, com exceção dos… espíritas!
José Lucas sustenta que, em Portugal, só falta cumprir o ideal de Abril
para o Espiritismo. CCEPA OPINIÃO reproduz a matéria divulgada por ele na
imprensa portuguesa, guardando a acentuação ortográfica usual naquele país.
A
Doutrina Espírita, doutrina filosófica de consequência morais (in “O que é o
Espiritismo”, Allan Kardec), não é mais uma seita ou religião, mas uma
filosofia espiritualista.
Sendo
de tríplice aspecto (ciência, filosofia e moral), a Doutrina dos Espíritos (ou
Espiritismo ou Doutrina Espírita) sempre pugnou, desde o seu aparecimento em
1857, pela defesa dos direitos humanos, pela igualdade de todo o ser humano na
sua filiação divina, pelos direitos das mulheres (a 1ª mulher médica em
Portugal, Drª Amélia Cardia, era espírita), pela liberdade de expressão.
Obviamente,
a filosofia espírita era incómoda para o antigo regime, ditatorial, acoplado ao
Cardeal Cerejeira, chefe da Igreja Católica portuguesa, que fazia parceria com
Salazar.
Depois
de várias tentativas ao longo dos anos para ilegalizar o Espiritismo, a 27 de
Junho de 1962, por despacho do Ministro do Interior, todo o património da
Federação Espírita Portuguesa (FEP) revertia para o Estado (Edifício da Rua da
Palma, 251, Lisboa; edifício da Rua Álvares Cabral, 22 a 26, no Porto onde
estava a Sociedade Portuense de Investigações Psíquicas; a sede da FEP na Rua
de S. Bento, 640, Lisboa, recheio, bibliotecas, dinheiro, depósitos na CGD e
muitos outros bens), conforme se pode ler em “Movimento Espírita Português
& Alguns Vultos”, de Manuela Vasconcelos, editora Federação Espírita
Portuguesa.
Com
o advento da liberdade, as pessoas e entidades que foram espoliadas pelo Estado
Novo foram ressarcidas pelo Estado pós-liberdade… menos a Federação Espírita
Portuguesa.
Renascida
das cinzas, a FEP e os espíritas portugueses reorganizaram-se, não num sentido
proselitista mas num sentido de vida: viver servindo o próximo, dentro da moral
que o Espiritismo encerra e que se baseia na mensagem de Jesus de Nazaré.
Os
espíritas portugueses espoliados pelo Estado Novo,
ainda
não foram ressarcidos, 43 anos depois do 25 de Abril.
O
Estado livre não reconhece a actual FEP como sendo a sequência da anterior e,
no meio de vírgulas, interpretações jurídicas e quejandos, ainda hoje, 25 de
Abril de 2017 (43 anos depois), os livros continuam retidos na Biblioteca
Nacional, os arquivos na Torre do Tombo e os bens confiscados e entregues à
Casa Pia, ainda não foram devolvidos.
Se
vivêssemos num país civilizado da União Europeia, decerto estas injustiças já
teriam sido ressarcidas.
Se após o
golpe militar que em 25 de Abril de 1974 restituiu a liberdade aos portugueses,
tivessem aparecido partidos políticos que servissem os interesses do povo,
certamente este caso faria parte do rol do esquecimento histórico.
Mas não,
qual país do 3ª mundo, onde a justiça é feita à medida dos conhecidos e
endinheirados, em Portugal os Espíritas foram e são esquecidos, mantendo-se a
injustiça do Estado.
Quem sabe,
quando um dia formos um país europeu, a própria comunicação social que tem o
dever moral de divulgar casos de injustiça, informar, esclarecer, se interesse
por este assunto, tantas vezes comunicado aos “media” e sempre esquecido.
Isto não é
notícia.
Notícias
são os crimes, os escândalos sociais, o diz-que-disse do futebol, a violência,
a degradação moral que diariamente encharcam as páginas dos jornais.
O
Espiritismo é importante contributo para a pacificação do ser humano e da
sociedade.
O
Espiritismo é o maior preservativo contra o suicídio.
O
Espiritismo sempre esteve na vanguarda contra a diferença de género, contra as
desigualdades sociais, contra a poluição da Natureza, contra a xenofobia,
contra o racismo.
O
Espiritismo defende que “Fora da caridade não há salvação”, isto é, que somente
mudando o nosso sentimento, o nosso pensamento e o nosso agir em consonância
com os ensinamentos ético-morais de Jesus de Nazaré, o Homem se espiritualiza e
se aproxima de Deus.
Por isso o
Espiritismo continua a ser o grande desconhecido e o grande espoliado pelo
Estado Português, 43 anos depois da liberdade…
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