segunda-feira, 19 de junho de 2017

OPINIÃO - ANO XXIII - Nº 252 - JUNHO DE 2017


VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita confirma:
Há espaço para o diálogo e a convivência
Um evento que vivenciou a pluralidade e a diversidade de pensamento no meio espírita, celebrando o diálogo e a convivência entre diferentes segmentos do movimento.

CEPA Brasil, TELMA E FEEB juntos
O VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita (Salvador-BA, 26 a 29 de maio-2017) foi uma promoção da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA – CEPABrasil -, juntamente com o TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado (Salvador, BA.). A Federação Espírita do Estado da Bahia, convidada, se fez presente na pessoa de seu presidente, André Luiz Peixinho, um dos expositores da mesa redonda “Caminhos do Espiritismo em Tempos de Intolerância. Múltiplos Olhares sobre a Doutrina Kardequiana”, com o subtema “Superando a Intolerância dos Saberes pela Cosmovisão Espírita”. Da mesma mesa, participaram o ex-presidente da CEPA, Milton Medran Moreira (Porto Alegre/RS), abordando “Pluralismo de Ideias, Antídoto contra a Intolerância”, e o escritor espírita Wilson Garcia (Recife/PE), com “Espiritismo Organizado e Intolerância Dialógica”.

Muitos temas sob a égide do livre-pensamento
O VIII FLPE, aberto na noite de 26/5, com pronunciamentos dos presidentes do TELMA, Júlio Nogueira; da CEPA Brasil, Homero  W.da Rosa; e de Ademar Arthur Chioro dos Reis (foto), em representação à presidência da CEPA (foto), contou com qualificados expositores de diferentes Estados brasileiros. Iniciou com tocante recital, apresentando  músicas de autoria espiritual de Chopin e Brahms, com peças recebidas mediunicamente por Rosemary Brown e executadas pela pianista Elisama Gonçalves. Seguiu-se conferência de abertura proferida por Milton Medran Moreira, com o tema “A Dimensão Laica, Humanista e Livre-Pensadora do Espiritismo”.

A partir de então, temas ligados ao direito e à justiça, ao comportamento, à história do pensamento, à mediunidade, à política, à saúde mental, física e espiritual, e à vida e mensagem de Jesus de Nazaré, foram expostos em conferências, mesas redondas e espaços denominados “circuito de ideias”, pelos seguintes autores, além dos já referidos: Herivelto Carvalho, (Ibatiba/ES); Marcel Mariano (Salvador/BA); Jailson Lima de Mendonça (Santos/SP); Paulo Henrique de Figueiredo (São Paulo/SP); Rodrigo Almeida (Salvador/BA); Sérgio Maurício Pinto (Brasília/DF); Alcione Moreno (São Paulo/SP); Ademar Arthur Chioro dos Reis (Santos/SP); Sandra Regis (Santos/SP); Djalma Argollo  e Júlio Nogueira (Salvador/BA).

Atuaram ainda como coordenadores e mediadores dos debates: Néventon Vargas (João Pessoa/PB), Lucas Sampaio (Salvador/BA), Clarimundo Flores (Porto Alegre/RS), Roseli Regis (Santos/SP) e Kléber Monteiro (Salvador/BA).
Todos os enfoques guardaram plena afinidade com a proposta kardecista, numa perspectiva atualizada, progressista e livre-pensadora.

(Mais notícias sobre o Fórum de Salvador, na página 4)

  



A Revolução Espírita
Abordando, em memorável conferência, o tema “A Teoria Esquecida de Allan Kardec: Caminhos Éticos do Espiritismo”, o escritor Paulo Henrique de Figueiredo trouxe aos participantes do Fórum da Bahia reflexões capazes de ajudar a entender o espiritismo, desde seu nascedouro, e as tantas distorções por que vem passando em sua trajetória.

Abstraindo-se aspectos de ordem histórica, científica e de inserção da proposta kardeciana no cenário cultural do Século 19, fique-se, aqui, com sua concepção de ética ou moral. Figueiredo parte da distinção entre moral heterônoma e moral autônoma. Não hesita o autor em definir a moral sustentada pelo espiritismo como genuinamente autônoma, ou seja, aquela que não advém de dogmas, imposições, regramentos, etc., nem é praticada para recebermos recompensas terrenas ou divinas. Ao revés, funda-se ela basicamente no raciocínio e na compreensão das leis naturais.

A autonomia do ser humano, atributo que o faz diferente dos animais, mesmo daqueles que, ensinados e submissos, fazem tudo que seus donos determinam, é atributo do espírito imortal. Está aí a base da filosofia espírita.

Compreendido assim o espiritismo por seus seguidores e, especialmente, pelos organismos que o querem representar, ele definitivamente deixará de ser uma seita, uma religião, e conquistará condições de realizar a revolução sonhada por seu fundador.
Aprofundando valores de autonomia e liberdade, o Fórum da Bahia contribuiu, mesmo que modestamente, com essa revolução que está mais do que na hora de ser retomada: a Revolução Espírita. (A Redação).
                 




A Terra que herdaremos
À espécie humana apenas uma guerra há de ser permitida: a guerra contra sua própria extinção.  Isaac Asimov

Poucas vezes, ou, talvez, em nenhuma de sua história, uma decisão política tomada pelos Estados Unidos da América do Norte teria sido capaz de gerar tanta e tamanha contrariedade de parte do mundo civilizado.

Talvez nem seja correto afirmar tenha sido uma decisão da Nação americana. Foi, sim, um ato pessoal, arbitrário, prepotente, e contra os sentimentos da maioria de seus cidadãos. Falamos do anúncio do presidente, Donald Trump, ao início deste mês de junho, da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Celebrado em 2015 e com a adesão norte-americana, então sob a presidência de Barack Obama, o festejado acordo internacional tem como objetivo central fortalecer a resposta global à ameaça de mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessa mudança. Aprovado por 195 países, o Acordo de Paris visa à redução de gases de efeito estufa, no contexto do desenvolvimento sustentável.

A retirada dos Estados Unidos, um dos países mais poluidores do Planeta, daquele importante concerto mundial, agrava o risco de graves e, talvez, irreversíveis danos ecológicos à Terra. Os motivos são meramente econômicos, alegados justamente pelo mais rico império mundial. É uma ação marcada por desajuizada e irresponsável valoração do imediato em detrimento da sanidade futura de nossa casa planetária.
Mais do que “mansos e pacíficos”, atributos recomendados por Jesus de Nazaré a tantos quantos desejem se tornar herdeiros da Terra, há que se agir, igualmente, com zelo e prudência para que o pequeno planeta que escolhemos para, quiçá, múltiplas de nossas encarnações, não se torne um mau lugar para viver.

Investimentos em favor do meio ambiente, quando considerados sob uma perspectiva de longo prazo, agem invariavelmente em favor do chamado progresso sustentável. Na visão espírita, em cujo contexto a lei de progresso assinala sua sempre otimista postura perante o homem e a sociedade, progresso tem um sentido que extrapola o econômico. Vai além do aqui e agora, para contemplar a saúde, o bem-estar, a plena adequação do espírito imortal ao meio material em que estagia.

Há, pois, sobradas razões para o mundo civilizado, e, notadamente para quantos vislumbram um sentido espiritual e palingenésico no fenômeno da vida, assumirem posição de condenação à recente decisão do presidente americano, relativamente à saída do Acordo de Paris.
É uma boa causa, é uma guerra justa, pois o que está em jogo é a própria sobrevivência do planeta em que a humanidade vem escrevendo sua fantástica história.






Editorial de maio
Os editoriais de CCEPA OPINIÃO são sempre lições muito pertinentes. Com eles, crescemos na cultura espírita.
Meus cumprimentos pelo editorial da edição de maio: “Ainda há quem fale em pena de morte”.
Nícia Cunha – Cuiabá/MT (pelo Facebook)

Jornal Opinião e o TELMA
Felicito a todos os envolvidos no projeto de mais uma edição (maio) de CCEPA OPINIÃO. Muito importante o apoio que temos recebido de todos para a divulgação do VIII Fórum do Livre Pensar Espírita, que mereceu destacada menção nesta edição.
Nós do TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado -, com satisfação e regularidade, recebemos os exemplares que os editores encaminham. Sempre compartilhamos com os frequentadores da instituição.
Desejamos que continuem tendo sucesso nessa empreitada.
Júlio Nogueira  - TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado, Salvador/BA.

VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita
A CEPA Brasil agradece o apoio do jornal CCEPA OPINIÃO a mais esta edição do Fórum do Livre-Pensar Espírita. Tratando-se de jornal de grande abrangência, o OPINIÃO prestou uma importante colaboração ao expressivo número de inscritos para esta 8ª edição de nosso fórum, em Salvador/BA.
Homero Ward da Rosa – Presidente da CEPA Brasil. 






Recordando Antonio Candido
Antonio Candido, o grande sociólogo que nos deixou mês passado, costumava dizer, para espanto de muitos, que o socialismo era uma doutrina triunfante.
Como assim – objetavam seus interlocutores – se é exatamente o capitalismo que domina o mundo, enquanto os regimes socialistas todos terminam falindo?
Então, o intelectual carioca recordava: na Revolução Industrial, os operários ingleses dormiam embaixo de suas máquinas. Eram acordados com chicotadas, para voltarem a trabalhar em jornadas de 14 horas por dia.
Capitalismo e socialismo, dizia o sociólogo, são filhos da Revolução Industrial, e aquele jamais teria se desenvolvido no mundo, sem que as ideias socialistas amenizassem seus efeitos pérfidos.

Uma ideia triunfante
Antonio Candido muitos anos antes de morrer, abdicou de qualquer atividade político-partidária – ele tinha sido fundador do PT -, por entender que nenhuma agremiação cumpria as metas sociais nas quais acreditava como socialista. Pensava o socialismo como proposta realmente humanitária, igualitária, capaz de estimular e realizar os sonhos de justiça social da qual países como o Brasil se encontram muito distantes. Para ele, socialismo, numa acepção ampla, se identificava com muitos outros movimentos teóricos, tais como o cristianismo social, o cooperativismo, o anarquismo. Inspirado em suas ideias generosas, os trabalhadores foram conquistando direitos no mundo capitalista, como redução da jornada de trabalho, férias, repouso remunerado, auxílio paternidade, e tantas outras. Por isso, dizia, o socialismo é uma doutrina triunfante, e seguirá esse caminho, mesmo que, aparentemente, esteja derrotado. Com esse argumento, mesmo com a falência dos regimes comunistas ou socialistas, Candido se referia ao socialismo como uma ideia vitoriosa.

A alternativa espírita
Penso que esse mesmo raciocínio pode ser aplicado ao espiritismo. Concebida como uma visão grandiosa de homem e de mundo, capaz de se contrapor ao materialismo e oferecendo uma alternativa não religiosa para a espiritualidade, a proposta espírita parecia, ao início, deslanchar como uma poderosa vertente de pensamento.
Entretanto, aprisionado por instituições religiosas e tomado vulgarmente como mais uma das tantas religiões cristãs do mundo, o espiritismo restringiu seus horizontes. Tornou-se nada mais que uma crença e insiste em assim se apresentar justamente quando as religiões perdem significado entre a maioria das pessoas com um mínimo de senso crítico.

A decadência das religiões
Vivemos claramente um momento de decadência das religiões. As crenças tradicionais, entre as quais o catolicismo e a própria “religião espírita”, no Brasil, registram acentuada queda nas estatísticas mais recentes. Crescem apenas as chamadas religiões neopentecostais com visões fundamentalistas e ausência de senso crítico. Mesmo assim, ideias como sobrevivência do espírito após a morte, comunicabilidade dos espíritos e, notadamente, a reencarnação ganham cada vez mais simpatizantes, mesmo no segmento dos “sem religião”. Entre os próprios católicos esse fenômeno é verificável. Se você perguntar, na saída de uma missa, aos frequentadores das igrejas se acreditam em reencarnação, provavelmente metade deles dirá que sim.
Moral da história: na medida em que se verifica uma decadência da “religião espírita”, nota-se um avanço gradual da proposta espírita. Motivo de estímulo aos verdadeiros espíritas kardecistas e livres-pensadores!







O Projeto Kardequizar (I)

Em 23.04.1986, a SELC – hoje CCEPA - completa 50 anos de fundação. Em 2 de Janeiro desse ano, iniciei meu segundo mandato como presidente da FERGS proferindo um discurso que denominei “Projeto: Kardequizar”, de notável repercussão no movimento espírita. Como justificativa para essa análise crítica, apontei o distanciamento ideológico do movimento espírita em relação ao pensamento de Allan Kardec e o afeiçoamento da ação dos espíritas a padrões confessionais e ritualísticos, velados ou explícitos, caracterizando um processo de sectarização do Espiritismo.

Esse discurso torna-se alvo da crítica da Federação Espírita Brasileira tendo eu, inclusive, sido censurado por Francisco Thiesen, que então a presidia, em plena reunião da 5ª Região do Conselho Federativo Nacional, que se realizava em Curitiba, no período de 25 a 27.04.86. Nesse encontro, acompanhado por Milton Medran Moreira, fui instado a mudar a expressão “kardequizar” para “desvios doutrinários” pois a FEB, roustainguista, como se sabe, não avalizava a mensagem recebida pelo Chico Xavier e ditada por Bezerra de Menezes, que continha a frase “Kardequizar é a legenda de agora”, a qual indicava um claro reposicionamento de seu autor, no mundo espiritual, um dos mais notáveis roustainguistas quando encarnado.

Sensibilizada por esses fatos, a Direção da SELC decide promover esforço especial no sentido de adequar sua estrutura e seu funcionamento de forma a compatibilizar-se com a visão que Allan Kardec tinha acerca da Doutrina. No seu relatório administrativo de 1986, seu presidente Maurice Jones assim se manifesta: “O Conselho Deliberativo, eleito em novembro de 1985, bem como o Conselho Executivo, que tomou posse em março de 1986, assumiram, desde logo, compromisso sério com o processo de mudança que a SELC deveria experimentar a partir de uma reflexão sobre o modelo racional, dinâmico, assectário e simples sugerido pelo codificador do Espiritismo. Buscando isto, várias reuniões foram realizadas com o corpo de cooperadores da instituição e, especialmente, com os componentes dos Conselhos Deliberativo e Executivo, delineando-se, assim, as principais medidas que, no seu conjunto, denominamos “Projeto Kardequizar”, aprovado em 05.04.86 pelo Conselho Deliberativo e lançado junto aos trabalhadores em 21.04.86, comemorando-se, assim, de maneira a mais adequada, os 50 anos de existência da SELC, fundada em 23.04.1936.”

Dessa forma, a SELC iniciava um longo processo de “kardequização” de seu modelo institucional, transformando-se, mais adiante em Centro Cultural, num processo crescente de laicização e vinculando-se, definitivamente, ao programa liderado pela CEPA.
Detalhes do “Projeto: Kardequizar”, implementado na SELC, no próximo número.






Carlos Bernardo Loureiro
Escritor baiano – 1942/2006
“Agostinho (considerado Santo) cria que todos os descendentes de Adão e Eva foram maculados pela luxúria. A ‘concupiscência carnal’ de Adão corrompeu ‘toda a sua descendência’. Esse absurdo ensinamento, fruto do delírio, considera que o casamento e a procriação estão conspurcados pelo ‘pecado original’. A teimar, até, que nascemos pecadores porque fomos concebidos através de um ato sexual, a Igreja põe sobre nossos ombros, o fardo inevitável da condenação. Essa culpa atormenta a humanidade ocidental, suscitando dolorosas consequências. Católicos e protestantes creem, firmemente, nessa estultícia (...). O fato de se pensar que Jesus é o filho unigênito de Deus, concebido, na Terra, independente de ato sexual, evidencia a flagrante ignorância (ou esperteza) dos exegetas, lançando a humanidade em inconcebível orfandade.”.
(Do livro A Autenticidade dos Evangelhos – Em Busca da Verdade -  Telma Editora – Salvador/BA)





O Fórum de Salvador visto pelo presidente da CEPA Brasil:

VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita
– um repto à intolerância
    Homero Ward da Rosa

O espaço de diálogo e tolerância entre os espíritas foi ampliado na histórica, bela e hospitaleira cidade de Salvador-Bahia.  Lá, de 26 a 28 de maio, realizou-se o VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita, sob o oportuno eixo temático da ética.

 Foram 15 exposições de altíssimo nível, incluindo uma magnífica conferência de abertura, adequadamente precedida com a execução de três magistrais peças clássicas ao piano .  Cerca de 200 participantes puderam dialogar com pesquisadores, autores e estudiosos do Espiritismo, incluindo importantes lideranças Espíritas da CEPA - Associação Espírita Internacional e da Federação Espírita do Estado da Bahia, representante da FEB - Federação Espírita Brasileira naquele estado.

Temas polêmicos foram tratados com seriedade, respeito e naturalidade que caracterizam a proposta aberta anunciada no título do VIII Fórum: “Caminhos Éticos do Espiritismo – Reflexões sob uma perspectiva laica, humanista e livre-pensadora.”

O público (foto) foi questionador e incisivo, com perguntas francas e inteligentes, que receberam dos expositores respostas sinceras e fundamentadas, sem subterfúgios.
O VIII Fórum foi sediado pelo TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado, que organizou o evento em parceria com a CEPABrasil – Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA.

Durante o encerramento, o TELMA recebeu o certificado de instituição filiada à CEPA a qual credenciou três novos de Delegados Especiais na Bahia, a saber:  Júlio Nogueira, Lucas Sampaio e Rodrigo Almeida.

Parabéns aos que lá estiveram e contribuíram para a realização do VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita, momentos inesquecíveis de reflexão, entendimento e amizade. Agradecemos ao TELMA pela cessão do espaço, organização, cordialidade e simpatia que caracterizam o povo da Bahia.

TELMA agora é CEPA
No encerramento do VIII FLPE, o TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado - recebeu o certificado de instituição filiada à CEPA – Associação Espírita Internacional. O documento foi entregue a seu presidente, Júlio Nogueira, por Ademar Arthur Chioro dos Reis (foto), em nome da presidente da CEPA, Jacira Jacinto da Silva, impedida de comparecer ao evento, em razão de problema de saúde - do qual já se recuperou -, surgido às vésperas da viagem, o que impediu também a presença de seu esposo, Mauro de Mesquita Spínola, diretor administrativo da entidade.


Os novos delegados da CEPA em Salvador
Também receberam certificado os novos delegados da CEPA em Salvador: Júlio Nogueira, Lucas Sampaio e Rodrigo Almeida.
Na foto, a partir da esquerda: Lucas, Rodrigo, Homero, Júlio e Ademar.










Jon Aizpúrua: “Loureiro, feliz
do outro lado da vida.”
Em vídeo reproduzido no VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita, Jon Aizpúrua, ex-presidente da CEPA, saudou os participantes do evento, manifestando a certeza de que ele iria proporcionar “resultados notáveis na ordem doutrinária, haja vista a qualidade acadêmica e espírita de todos os expositores”.

Jon referiu que, igualmente, se permitia “imaginar que, do outro lado da vida, nosso querido e lembrado companheiro Carlos Bernardo Loureiro estará feliz e sorridente ao poder verificar que seu sonho de vincular TELMA à CEPA se está concretizando a partir deste magnífico encontro”.


Carlos Bernardo Loureiro, fundador do TELMA, quando encarnado manteve estreito contato epistolar com Jon e foi delegado da CEPA em Salvador.

Jacira e Mauro: sentidas ausências
A presidente da CEPA, Jacira Jacinto da Silva, e seu esposo, Mauro de Mesquita Spínola, impedidos à última hora de viajar a Salvador, em razão de passageiro problema de saúde ocorrido com Jacira, enviaram sucessivas mensagens aos integrantes do Fórum, lamentando o impedimento e vibrando pelo sucesso do encontro.


A presença do CCEPA no Fórum
O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre se fez representar no VIII Fórum do Livre-Pensar Espírita com cinco de seus integrantes: os casais Milton R. Medran Moreira e Sílvia, e Clarimundo Flores e Marinês, mais a associada Margarida da Silva Nunes, hoje delegada da CEPA em Florianópolis.
Medran foi responsável pela conferência de abertura, enfocando “A Dimensão Laica, Humanista e Livre-Pensadora do Espiritismo”, tendo também integrado a mesa redonda “Caminhos do Espiritismo em tempos de intolerância: Múltiplos olhares sobre a doutrina kardequiana”.
Clarimundo foi coordenador do painel “Espiritismo, Justiça e Cidadania – Contribuições do pensamento espírita”.
Na foto, a delegação do CEPA aparece em companhia do casal Homero Ward da Rosa e Maria Regina (Pelotas/RS), que completaram a delegação gaúcha ao evento.


Grupos de Estudos no CCEPA
Consolidando seu perfil de instituição voltada prioritariamente ao estudo do espiritismo, o CCEPA mantém, atualmente, cinco grupos de estudo da doutrina e da mediunidade, funcionando nos seguintes horários: 6as. Feiras, às 15h, e 4as. Feiras, às 15 e às 19h30min.
A participação é aberta a interessados, bastando contatar, previamente, a direção da Casa para o adequado encaminhamento. Independentemente de matrícula, são abertas ao público as reuniões das 6as. Feiras, às 15h., em que é feito o estudo analítico de “O Livro dos Espíritos”.

Informações pelo e.mail ccepars@gmail.com ou pelo WhatsApp (51)99231-8922.







Ministra Cármen Lúcia acredita
no Brasil e na reencarnação




Toda a imprensa brasileira repercutiu a entrevista da presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministra Cármen Lúcia, na estreia do programa “Conversas com Bial”, apresentado pelo jornalista Pedro Bial, na TV Globo, na noite de 2 de maio último.
O site “gshow.globo”, em sua edição do dia seguinte, exibiu várias cenas do programa, em que Bial conversou com a ministra e com a atriz Fernanda Torres sobre vários temas da atualidade nacional, e, particularmente sobre a “Lava Jato”.

Merece destaque especial o vídeo mostrando o encerramento do programa, onde Cármen Lúcia pede licença ao apresentador para um recado final, onde diz: “Eu queria que o Brasil acreditasse em duas coisas: dificuldades nós tivemos desde 1500 e vencemos tantas, então vamos vencer mais essa. E que se estivermos unidos, e não desunidos, intolerantes e odientos, nós temos mais chances. Eu continuo acreditando no Brasil. Se eu tiver que nascer 100 vezes, e se tiver reencarnação – e espero que tenha muitas – eu quero nascer brasileira”.

Segmentos do programa, incluindo o vídeo do encerramento, podem ser encontrados neste endereço:
http://gshow.globo.com/tv/noticia/carmen-lucia-deixa-recado-para-povo-brasileiro-eu-continuo-acreditando-no-brasil.ghtml






Ainda não houve Abril… 
para os Espíritas!
               
José Lucas -Tenente-Coronel, membro do Centro de Cultura Espírita de Caldas da Rainha e da Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP)

NOTA DA REDAÇÃO: Em 25 de Abril de 2017, comemoraram-se 43 anos do fim da ditadura iniciada por Salazar e que terminou com a Revolução dos Cravos devolvendo a liberdade aos cidadãos daquele país.
Segundo o autor deste artigo, os injustiçados foram ressarcidos pelo Estado, com exceção dos… espíritas!
José Lucas sustenta que, em Portugal, só falta cumprir o ideal de Abril para o Espiritismo. CCEPA OPINIÃO reproduz a matéria divulgada por ele na imprensa portuguesa, guardando a acentuação ortográfica usual naquele país.


A Doutrina Espírita, doutrina filosófica de consequência morais (in “O que é o Espiritismo”, Allan Kardec), não é mais uma seita ou religião, mas uma filosofia espiritualista.

Sendo de tríplice aspecto (ciência, filosofia e moral), a Doutrina dos Espíritos (ou Espiritismo ou Doutrina Espírita) sempre pugnou, desde o seu aparecimento em 1857, pela defesa dos direitos humanos, pela igualdade de todo o ser humano na sua filiação divina, pelos direitos das mulheres (a 1ª mulher médica em Portugal, Drª Amélia Cardia, era espírita), pela liberdade de expressão.

Obviamente, a filosofia espírita era incómoda para o antigo regime, ditatorial, acoplado ao Cardeal Cerejeira, chefe da Igreja Católica portuguesa, que fazia parceria com Salazar.

Depois de várias tentativas ao longo dos anos para ilegalizar o Espiritismo, a 27 de Junho de 1962, por despacho do Ministro do Interior, todo o património da Federação Espírita Portuguesa (FEP) revertia para o Estado (Edifício da Rua da Palma, 251, Lisboa; edifício da Rua Álvares Cabral, 22 a 26, no Porto onde estava a Sociedade Portuense de Investigações Psíquicas; a sede da FEP na Rua de S. Bento, 640, Lisboa, recheio, bibliotecas, dinheiro, depósitos na CGD e muitos outros bens), conforme se pode ler em “Movimento Espírita Português & Alguns Vultos”, de Manuela Vasconcelos, editora Federação Espírita Portuguesa.

Com o advento da liberdade, as pessoas e entidades que foram espoliadas pelo Estado Novo foram ressarcidas pelo Estado pós-liberdade… menos a Federação Espírita Portuguesa.

Renascida das cinzas, a FEP e os espíritas portugueses reorganizaram-se, não num sentido proselitista mas num sentido de vida: viver servindo o próximo, dentro da moral que o Espiritismo encerra e que se baseia na mensagem de Jesus de Nazaré.

Os espíritas portugueses espoliados pelo Estado Novo,
ainda não foram ressarcidos, 43 anos depois do 25 de Abril.
O Estado livre não reconhece a actual FEP como sendo a sequência da anterior e, no meio de vírgulas, interpretações jurídicas e quejandos, ainda hoje, 25 de Abril de 2017 (43 anos depois), os livros continuam retidos na Biblioteca Nacional, os arquivos na Torre do Tombo e os bens confiscados e entregues à Casa Pia, ainda não foram devolvidos.
Se vivêssemos num país civilizado da União Europeia, decerto estas injustiças já teriam sido ressarcidas.

Se após o golpe militar que em 25 de Abril de 1974 restituiu a liberdade aos portugueses, tivessem aparecido partidos políticos que servissem os interesses do povo, certamente este caso faria parte do rol do esquecimento histórico.

Mas não, qual país do 3ª mundo, onde a justiça é feita à medida dos conhecidos e endinheirados, em Portugal os Espíritas foram e são esquecidos, mantendo-se a injustiça do Estado. 

Quem sabe, quando um dia formos um país europeu, a própria comunicação social que tem o dever moral de divulgar casos de injustiça, informar, esclarecer, se interesse por este assunto, tantas vezes comunicado aos “media” e sempre esquecido.
Isto não é notícia.

Notícias são os crimes, os escândalos sociais, o diz-que-disse do futebol, a violência, a degradação moral que diariamente encharcam as páginas dos jornais.

O Espiritismo é importante contributo para a pacificação do ser humano e da sociedade.
O Espiritismo é o maior preservativo contra o suicídio.

O Espiritismo sempre esteve na vanguarda contra a diferença de género, contra as desigualdades sociais, contra a poluição da Natureza, contra a xenofobia, contra o racismo.

O Espiritismo defende que “Fora da caridade não há salvação”, isto é, que somente mudando o nosso sentimento, o nosso pensamento e o nosso agir em consonância com os ensinamentos ético-morais de Jesus de Nazaré, o Homem se espiritualiza e se aproxima de Deus.


Por isso o Espiritismo continua a ser o grande desconhecido e o grande espoliado pelo Estado Português, 43 anos depois da liberdade…

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