Ian
Stevenson – 1918/2007
Com
ele, a reencarnação ganhou dimensão acadêmica
O ano de 2017 assinala
o 10º aniversário da desencarnação de um dos maiores pesquisadores do fenômeno
da reencarnação: o psiquiatra norte-americano Ian Stevenson.
Pesquisador
de vanguarda
Canadense de
nascimento, o médico psiquiatra Ian
Stevenson exerceu, desde o ano de 1957 até pouco antes de sua morte, em
2007, a chefia do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Virgínia, nos
Estados Unidos.
Estudioso da
parapsicologia, venceu, em 1958, uma competição de ensaios sobre fenômenos
paranormais e vida após a morte, promovida pela American Society for Psychical
Research. A partir de então, aprofundou estudos sobre a reencarnação, tornando-se
fundador da moderna pesquisa acerca do tema.
Stevenson focou suas
pesquisas particularmente no recolhimento e na análise meticulosa de casos
envolvendo crianças que pareciam recordar vidas passadas, sem se utilizar, para
tanto, da hipnose. A seriedade e a profundidade de seu trabalho chamou a
atenção do milionário Chester Carison,
inventor da fotocopiadora Xerox. Foi sob o patrocínio dele e com metas
estabelecidas pela Universidade de Virginia que o psiquiatra excursionou à
Índia e ao Sri Lanka, na década de 60, para realizar pesquisas com várias
crianças que demonstravam nítidas lembranças de vidas passadas.
Vinte casos sugestivos de reencarnação
A meticulosa pesquisa
de campo de Ian Stevenson na Índia e Sri Lanka, com centenas de entrevistas,
visitas a locais apontados pelas crianças como cenários de encarnações
passadas, marcas de nascença, etc., terminou por fazê-lo empreender outras
viagens pelo mundo com idênticos propósitos.
De seu trabalho
resultaram muitos estudos publicados pela Universidade da Virgínia e também pela
Parapsychological Fundation. Várias obras foram publicadas. Uma especialmente
consagraria Stevenson, o livro “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”,
disponível em português. Nele são minuciosamente detalhadas duas dezenas de
casos que sugerem a reencarnação, em diferentes países. Dois dos casos ali
descritos tiveram como cenário o Brasil, um no Rio Grande do Sul e outro em São
Paulo.Durante toda sua vida acadêmica, Stevenson continuou contando com o
patrocínio de Chester Carison que, ao morrer, em 1968, legou à Universidade de
Virgínia um milhão de dólares para que as pesquisas continuassem, e mais um
milhão para o próprio Stevenson.
As pesquisas,
efetivamente, tiveram continuidade na Universidade da Virgínia. Presentemente,
estão a cargo da Divisão de Estudos da Personalidade do Departamento de Psiquiatria
da instituição. Seu diretor, o psicólogo Jim
Tucker tem se destacado como uma das maiores personalidades na pesquisa com
crianças que afirmam ter lembranças de vidas passadas. Em entrevista à revista
brasileira Superinteressante, em
outubro de 2016, Tucker informou que, nos arquivos da Universidade, já estão
catalogados mais de 2.500 casos sugerindo a reencarnação.
Sugestões
de leitura
Na mesma época de Ian Stevenson, outro pesquisador,
também psiquiatra, na Europa, Karl E. Muller,
suíço, publicava, em Londres, uma importante obra com o título de “Reencarnação
baseada em fatos”. Em sua introdução, Muller destacava a diferença entre
evidências diretas e indiretas, nas ciências psíquicas. Para ele, as crianças
prodígio seriam um ótimo exemplo de evidência indireta da reencarnação. Já, “o
fato de uma pessoa recordar-se de uma vida anterior constitui a evidência
direta, pois esse é o significado da palavra reencarnação, isto é, o mesmo EU, vivendo mais de uma vez na Terra”.
Stevenson, na mesma
linha teórica de Muller, explorou com perspicácia os fascinantes casos de
memórias vivas de crianças que indicavam, com dados concretos (nomes, lugares,
circunstâncias, etc) os detalhes de suas vidas anteriores. Mesmo assim, teve a
cautela de adjetivar esses fatos como “sugestivos” e não comprobatórios da
reencarnação.
Aos espíritas que
incorporaram a reencarnação como uma “crença” à qual, frequentemente, ligam, de
forma central, a ideia da culpa, é salutar um esforço no sentido de deixar um
pouco de lado os romances e as ficções que estimulam a visão da reencarnação
punitiva, para visitarem a literatura de cunho científico e filosófico sobre o
assunto. Os livros de Stevenson e de Muller, aqui referidos, assim como
“Reencarnação no Brasil”, de Hernani
Guimarães Andrade, ou “Vida Pretérita e Futura”, do Dr. H. N. Banerjee, ou,
ainda, “Vida Antes da Vida”, de Jim
Tucker são obras que podem contribuir para uma visão mais ampla da reencarnação,
apresentada como fenômeno inerente à vida em todas as suas dimensões, extrapolando
o campo restrito do crime/castigo.
O livro “Perspectivas
Contemporâneas da Reencarnação”, disponível nas instituições filiadas à CEPA,
e, portanto, também no Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, busca fazer
uma síntese desse esforço laico, científico e filosófico, propondo análises
mais humanistas e racionais da reencarnação e ligando-a a amplos aspectos da
vida que se estendem para além da culpa. (A
Redação)
O espiritismo e a reencarnação
A
grande contribuição do espiritismo está na sua filosofia, ao propugnar a
existência do espírito, a imortalidade da alma, a evolução infinita e a
educação para a “morte”.
Ademar Arthur Chioro dos Reis, em “Perspectivas Contemporâneas da
Reencarnação”
Esta edição abre rememorando Ian
Stevenson, no ano que assinala o décimo aniversário da morte do grande
pesquisador da Universidade da Virgínia sobre o fenômeno da reencarnação.
Já, em sua coluna “Opinião em Tópicos”,
o editor deste jornal se reporta a um popularíssimo cronista gaúcho, recém
desencarnado e reproduz trechos de uma coluna do mesmo na qual Paulo Sant’Ana
argumenta em favor da imprescindibilidade da reencarnação como instrumento da
justiça e do progresso.
Nem Stevenson e os outros nomes
americanos e europeus referidos na reportagem de capa, nem Sant’Ana, eram
espíritas. O espiritismo é uma filosofia que transcende à simples aceitação ou
à própria comprovação científico-experimental da reencarnação. Ele propõe uma
visão de universo cuja centralidade e essencialidade residem no ESPÍRITO,
definido na questão 23 de O Livro dos
Espíritos, como “o princípio inteligente do Universo”. Deste sintético
conceito, entretanto, defluem consequências que abrem caminho a uma verdadeira
revolução do conhecimento, da ética global e da transformação moral do
indivíduo. Sugere-se um novo paradigma a moldar a ciência e o agir humanos,
mediante padrões capazes de produzir progresso e felicidade.
O grande filósofo espírita José
Herculano Pires afirmava ser o espiritismo “um arquétipo carregado de futuro”.
Nesse arquétipo, a reencarnação assume central significação. Parafraseando
Paulo que dizia, acerca do cristianismo, “se Cristo não houvesse ressuscitado,
vã seria nossa fé”, os espíritas poderíamos afirmar: “Se não incluísse a
reencarnação, seria vã e incompleta nossa filosofia”.
A reencarnação confere à visão
espiritualista o dinamismo transformador que dá sentido à vida. Liga-se, por
isso mesmo, às ideias generosas de liberdade e autonomia do espírito. Liberdade
que abre ao ser a responsabilidade plena sobre seus atos e respectivas
consequências. Autonomia que o liberta da pressão vinda de fora para dentro,
investindo o indivíduo em verdadeiro condutor de seu progresso pelas sendas do
conhecimento e da ética.
É por isso que, na visão
espírita, nem sempre compartilhada com outros olhares que se possam ter sobre
ela, a reencarnação não se aparta da ética evolucionista. Não se compatibiliza
com qualquer objetivo que não seja o da permanente transformação cognoscitiva e
moral do espírito imortal.
Essa é, enfim, a melhor
contribuição que pode o espiritismo trazer à cultura humana, seja qual for o
destino que a História lhe reserve como movimento organizado de ideias.
Asociación Espiritista Constancia
Permitam-me expressar meus
agradecimentos pelo exemplar que é mensalmente enviado à nossa instituição da
publicação CCEPA OPINIÃO, sempre interessante.
Fazemos votos que o editor desse
jornal, nosso amigo Milton Medran Moreira, continue, como até agora, com plena
dedicação, inteligência e firmeza no trabalho espírita.
Aproveito para enviar meu forte
abraço a todos os membros do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
Nilda Brunetti – Presidente da Asociación Espíritista
Constancia – Buenos Aires/AR.
Longa mas não interminável
A respeito do editorial deste
jornal do mês de julho – Longa mas não
interminável -, quero registrar que a corrupção não é patrimônio do Brasil
somente. A Argentina e os demais países, inclusive os Estados Unidos, passam
por esse processo, infelizmente. O ser humano ainda não evoluiu
espiritualmente, como muito bem salientou o editorial do Medran, com o qual
tomei contato pelo Facebook. Será que teremos de superar essa experiência para
que possamos evoluir como espíritos? Um forte abraço.
Omar Hamud – Buenos Aires/AR.
Paulo Sant’Ana reencarnacionista
Não há gaúcho que não o tenha
conhecido. Paulo Sant’Ana, que desencarnou dia 19 de julho, foi um dos mais
brilhantes cronistas do jornalismo do Rio Grande do Sul. Gremista fanático,
boêmio inveterado, cantor nas horas vagas, Sant’Ana ocupou por cerca de 40 anos
uma página de Zero Hora, as câmeras e os microfones da mais importante
rede de comunicação do estado. Algumas crônicas suas se tornaram famosas, como
aquela intitulada “Amigos” e que já vi, equivocadamente, atribuída a Vinicius
de Moraes, na Internet. Nela o cronista
dizia que “a amizade é um sentimento mais nobre do que o amor” porque “permite
que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o
ciúme que não admite rivalidade”. E complementava: “Eu poderia suportar, embora
não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se
morressem todos os meus amigos”.
O que talvez nem todos saibam é
que Paulo Sant’Ana era reencarnacionista. Expressou em algumas entrevistas e
crônicas essa sua convicção
.
“Isto não
vai ficar assim”
Com o título acima, em coluna
publicada em 1º.11.2008, surpreendido com a morte prematura de um amigo,
Sant’Ana confessou-se convicto da reencarnação. Escreveu ali: “Eu só posso
admitir a ideia de um Deus bom, de um Deus justo, de um Deus misericordioso e
acima de tudo de suprema lucidez e sabedoria, se concluir que não há uma vida
única, que as pessoas que se tornam mártires, que vivem em extremo sofrimento,
ou sobre as quais se abateram as injustiças e os tormentos, terão em outra vida
recompensas que restituirão à sua vida um plano de justiça e lógica de
proporcionalidade”.
Mais adiante, o comunicador
mostrava toda sua inconformidade com a tese da vida única, dizendo: “Não pode
Deus ter criado ao mesmo tempo uma besta e um filósofo, um rico e um miserável,
um cruel e um bondoso, um feio e um bonito, um dotado de raras virtudes e outro
pleno de todos os defeitos”.
Justiça e evolução
Se nos trechos acima Sant’Ana
usava argumentos coincidentes com a tese de que a reencarnação tem como base a
“justiça divina”, como diz a questão 171 de O
Livro dos Espíritos - obra que, possivelmente jamais tenha lido -, mais
adiante, na mesma crônica, ele conecta a reencarnação com seu principal
objetivo: a evolução: “Uma só passagem pela vida, pela efemeridade em que ela
consiste, pela incompletude das experiências que se desenrolam para um só
indivíduo em particular, pela exiguidade de seu campo de desenvolvimento, será
insuficiente para torná-lo apto a ser considerado um ser que tenha absorvido
todo o húmus da existência e ter encerrado seu ciclo”.
Valorização da vida e fé no futuro
E dando um fecho à reflexão, o
cronista fez uma declaração de fé no futuro: “Não me resta dúvida nenhuma de
que aqui na Terra estou vivendo apenas uma etapa da minha evolução e que outras
missões me serão confiadas em vidas futuras, até que minha formação como
espírito ocorra para que eu ganhe talvez para a eternidade um lugar na planície
de Deus, quando então me reencontrarei com todos aqueles com quem compartilhei
a ocasião maravilhosa da vida”.
Ao me deparar com reflexões dessa
natureza, feitas por pessoas que não têm qualquer formação espírita, reforço a
convicção de que a filosofia adotada pelo espiritismo é de meridiana clareza,
singeleza e racionalidade. É intuída por toda gente, e só não flui de forma
mais natural por conta de dois grandes inimigos que, em conluio e
preconceituosamente, lhe obstaculizam a trajetória: o materialismo e o
dogmatismo religioso.
Para ler a crônica “Isto não vai
ficar assim”, acesse:
O CCEPA hoje
Alguém que seja frequentador
habitual de centro espírita, ao visitar o CCEPA poderá ficar intrigado com o
“jeito da Casa”. Não encontrará nenhum indício característico de “pronto
socorro” ou de “casa de oração”.
Atividade socorrista somente em situações específicas. Logo perceberá
que nele há uma preocupação centrada no conhecimento. Ninguém é considerado
“assistido” ou “paciente” nas atividades ali desenvolvidas. Diante de
determinados quadros, as pessoas são orientadas a procurar ajuda médica ou
auxílio espiritual em instituições espíritas especializadas. Na área social, um
grupo constituído por senhoras, reúne-se, semanalmente, com o objetivo de
recuperar peças de vestuário e confeccionar cobertores e agasalhos que são
repassados a instituições de atendimento a pessoas carentes.
Não há nenhuma placa dizendo “O
silêncio é uma prece” que cai muito bem numa igreja. No CCEPA, o “papo” é livre
e estimulado. Ninguém é chamado de “irmão”, mas a cordialidade é marca dos
relacionamentos. O “hall” de entrada é amplo e aconchegante, num convite à
conversa descontraída, informal e fraterna. Nada de compunção ou pieguismo.
Todo o ambiente da Casa é claro, limpo, alegre, simples e de bom gosto.
O visitante poderá ficar
desconcertado – às vezes, indignado – porque não é feita prece para abrir ou
encerrar reuniões públicas. De vez em quando, a direção dos trabalhos esclarece
que o CCEPA não é “contra a prece”. Ao contrário, por valorizá-la, não aceita
sua ritualização como ato maquinal, obrigatório e repetitivo.
Os integrantes do CCEPA são,
exclusivamente, adultos. Há décadas que a Casa deixou de realizar atividades
com crianças e jovens. Estes últimos integram naturalmente os grupos de estudo.
Em consonância com sua Carta de
Princípios, o CCEPA desenvolve, exclusivamente, atividades de estudo da
Filosofia Espírita, através de cursos e grupos de estudo e discussão.
Anualmente, promove um Curso Básico de Espiritismo ou de Mediunidade. Os
participantes que concluem esses cursos são convidados a constituir novos
grupos de estudo que, no devido tempo, passam a realizar, também, sessões de
educação da mediunidade.
Outra atividade que centraliza os
esforços da Instituição é a publicação do jornal CCEPA OPINIÃO que, apesar de
deficitário no aspecto financeiro, desempenha relevante papel na difusão do
espiritismo laico, livre-pensador, progressista, humanista e plural, em
consonância com a programática da CEPA-Associação Espírita Internacional à qual
o CCEPA é filiado.
Aliás, há uma perfeita integração
entre o CCEPA e a CEPA, tanto que alguns dos seus diretores são, também,
membros ou assessores do Conselho Executivo daquela Associação Internacional.
Com esta matéria, encerramos a
coluna “Memória CCEPA” parte da celebração dos 80 anos de fundação do Centro
Cultural Espírita de Porto Alegre.
OPINIÃO DE....
Jaci Regis - Psicólogo e escritor espírita (1932/2010)
“Entre as muitas deturpações que
o espiritismo tem sofrido, incluímos a apropriação de desvio do significado dos
termos ‘espiritismo’ e ‘espírita’. Correntes esotéricas e de base dos cultos
africanos se autodenominam espíritas e as ousadias de dirigentes de centros que
se intitulam espíritas, criando “doutrinas próprias” tornou o ambiente confuso,
de modo que a palavra ‘espírita’ não significa necessariamente o que Allan
Kardec criou. Por isso, acreditamos que a palavra ‘kardecista’ oferece uma
apropriada denominação ao esforço que temos feito de reescrever o pensamento de
Allan Kardec, adequando-o ao processo evolutivo das ideias e da humanidade. Daí
crermos que ‘kardecista’ refere-se mais originariamente ao trabalho de Allan
Kardec, delimitando nosso espaço e definindo nossos propósitos. Certamente
jamais a palavra ‘espírita’ será substituída por ter sido criada por Kardec,
mas ‘kardecista’ está diretamente ligada ao criador da doutrina”.
(Entrevista ao blog “Observador
Espírita” – 2009)
Claudiomar Lopes Barcellos
Aos 82 anos de idade, desencarnou
em Pelotas/RS, no último dia 26 de julho, Claudiomar
Lopes Barcellos, advogado e bancário aposentado.
Espírita, desde criança,
Claudiomar foi muito atuante no
movimento espírita pelotense, integrando o grupo fundador da Sociedade Espírita
Casa da Prece cujo primeiro estatuto, em 1976, foi por ele elaborado.
Além de haver presidido a Casa da
Prece, onde exerceu diversos outros cargos, foi também presidente da Liga
Espírita Pelotense.
Segundo seu amigo pessoal, Homero Ward da Rosa, dirigente da Casa
da Prece e atual presidente da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da
CEPA – CEPABrasil - , Claudiomar “ identificava-se com as ideias laicas,
humanistas e livre-pensadoras do espiritismo, que são as diretrizes filosóficas
da Casa da Prece, instituição filiada à CEPA, desde 30.04.1999”. Registrou
ainda Homero, a respeito de Claudiomar: “Admirado por sua dedicação ao trabalho,
estudo e pesquisa em várias áreas do conhecimento, chegou a organizar grupos de
estudo de espiritismo em sua residência com vistas a motivar pessoas que
quisessem conhecer mais sobre a doutrina”.
Ao lado das atividades espíritas,
segundo Homero, Claudiomar empreendeu intensa atividade maçônica, com
reconhecimento estadual, nacional e internacional. Em 1981 fundou o Capítulo n.
3 da Ordem DeMolay no Brasil e o primeiro no Estado do Rio Grande do Sul.
Atualmente funcionam mais de 60 Capítulos dessa Ordem em nosso Estado e mais de
650 unidades no Brasil. Trata-se de uma instituição paramaçônica, que reúne
jovens do sexo masculino com idade de 12 a 21 anos, propondo o estudo e a
prática de valores filosóficos humanitários, laicos, livre-pensadores e democráticos.
Há uma espécie de versão feminina sob a denominação de Filhas de Jó, e acolhe
jovens de 10 a 20 anos, com objetivos similares aos dos rapazes.
As homenagens de despedida de
Claudiomar, antes do sepultamento de seu corpo, foram prestadas no templo da Loja
Maçônica Fraternidade n.3, que ele integrava.
Na expressão de Homero Ward da
Rosa, Claudiomar “foi um trabalhador dinâmico e cidadão dedicado, sempre
otimista e confiante na transformação positiva da sociedade e do mundo a partir
da educação da juventude. Somos gratos pelos seus relevantes trabalhos e o
aprendizado que tivemos desfrutando de sua amizade”. Ele foi casado com Selma Dioneida de Souza
Barcellos, falecida, e deixou dois
filhos: Álvaro José e Iria.
Na foto, Claudiomar (D) aparece
com Milton Medran Moreira, quando
este, exercendo a presidência da CEPA, visitou e proferiu palestra na Sociedade
Espírita Casa da Prece.
Nova Campanha: “Espiritismo Começa em
Casa”
No espaço do Facebook da
Associação de Divulgadores Espíritas de São Paulo, o comunicador Ivan Franzolim lançou campanha sugerindo a mudança da prática do
“Evangelho no Lar” para o estudo completo das obras de Kardec, segundo a ordem
cronológica de publicação.
“Nada contra o ESE (1864)”,
esclarece Franzolim. Apenas sugere que ele deve ser estudado após o estudo dos
livros anteriores para se garantir um entendimento mais completo, assim: “O
Livro dos Espíritos” (1857), “O que é o Espiritismo” (1859), “O Livro dos
Médiuns” (1861), “O Espiritismo na sua Expressão mais Simples” (1862).
Argentinos convidam: Tem Encontro em
Rafaela
Dia 16 de setembro próximo
acontece o “Quarto Encontro da CEPA na
Argentina”. O evento será sediado pela Sociedad
Espiritismo Verdadero, de Rafaela, Santa
Fé.
O tema – Diversidade, Preconceito,
Ansiedade na Era do Imediatismo; a Hiperconectividade com as Redes Sociais e
Meios de Comunicação – será desenvolvido e discutido por membros de
instituições filiadas à CEPA e também de entidades ligadas à UEA – União
Espírita Argentina. Participação aberta ao público interessado.
Os trabalhos se estenderão por
todo o dia daquele sábado, das 9 às 18h. Valor da inscrição, incluindo almoço e
cafés: 250 pesos argentinos. Do Brasil, já confirmaram presença a presidente da
CEPA, Jacira Jacinto da Silva e seu
diretor administrativo Mauro Mesquita
Spínola. Interessados deverão confirmar participação até o dia 15 de
setembro.
À noite, encerrando o evento, Jon Aizpúrua proferirá conferência
pública, no auditório Professor Joaquín V. Gonzales, abordando “Novos
Paradigmas -Espiritismo e Espiritualidade”.
Associação Jurídico Espírita da Bahia
No TELMA – Teatro Espírita
Leopoldo Machado, de Salvador/BA, aconteceu, em 15/7, reunião para a fundação da Associação
Jurídico Espírita da Bahia. Foi convocada, então, Assembleia Geral da fundação
da entidade, para o dia 5 de agosto.
O TELMA, entidade filiada à CEPA,
divulgou convite a toda classe jurídica baiana para se fazer presente em sua
sede, naquela assembleia, viabilizando, assim, a criação e o funcionamento de
uma instituição destinada a tratar das questões de direito e de justiça, numa
perspectiva genuinamente espírita.
Nelson Xavier – 1941/2017:
“Chico me deu serenidade”
Noticiando a morte do ator Nelson Xavier, que protagonizou os
filmes “Chico Xavier” (2010) e “As Mães de Chico Xavier” (2011), em sua edição
digital do dia 10.05.2017, a revista VEJA destacou que o personagem vivido pelo
artista “mudou sua forma de ver o mundo”.
Nelson Xavier faleceu naquela
data, em Uberaba, em decorrência de um câncer de próstata. Segundo a
publicação, “a médica Clarissa Aires, que acompanhou o ator nos últimos quatro
meses, contou a VEJA que ele queria se ‘despedir do planeta’ em Uberaba, terra
de Chico Xavier”. Segundo ela, a vontade dele era de ser cremado com um terno
que foi de Chico Xavier. Nos últimos meses, ele voltou a andar e morreu sem
dor, não estava sedado ou tomando analgésicos”.
De ateu a admirador do espiritismo
Quando do lançamento do filme
“Chico Xavier”, baseado em livro biográfico sobre a vida do médium espírita
mineiro escrita por Marcel Souto Maior,
Nelson Xavier deu inúmeras entrevistas aos mais importantes jornais e revistas
do Brasil, relatando a transformação sofrida em sua vida, a partir das
filmagens da versão cinematográfica. Ganhou
grande repercussão entrevista então concedida a ISTOÉ GENTE, onde o ator fez a
seguinte declaração: “Quando recebi o livro do Marcel, há seis anos, eu me envolvi
profundamente e me comovi muito com a infância dele (Chico). Fiquei deslumbrado
com um ser que eu tinha ignorado a vida toda”.
Nelson declarara-se durante toda
a vida ateu, embora relatasse, naquela entrevista: “Mas o espiritismo não era
novidade para mim. Desde criança, minha mãe chamava espíritos. Assisti
manifestações mediúnicas. A proximidade com o Chico apenas trouxe isso presente
na minha vida. Eu sempre desprezei essa coisa de ‘depois da morte’. Ele me
corrigiu, me fez ver que é preciso ter uma vida espiritualizada, acreditar mais
no amor”.
“Fiquei melhor como pessoa”
Em Fortaleza, Ceará, quando lá
esteve em excursão artística, Nelson Xavier deu longa entrevista ao jornal O
POVO, em sua edição de 4.11.2013. Na oportunidade, já se tratava do câncer.
Perguntado pelo repórter como se sentira ao descobrir a doença, o ator fez a
seguinte revelação: “Primeiro você entende o que é abismo. Porque você cai
nele. Mas, depois, o fato de encontrar Chico, você passa a entender que isso
pode melhorar você. E acho que melhorei por causa disso. Perdi muito de uma
incrível arrogância. Só aí tive noção da dimensão da minha arrogância
intelectual e psicológica. Então comecei a encarar o fim, porque a noção de
finitude te humaniza. Acho que fiquei melhor como pessoa por causa do Chico,
mas também por causa do câncer. Descobrir o Chico me deu serenidade”.
“Espiritismo com Kardec” – um Grupo que
cresce
Fruto de iniciativa de
companheiros espíritas livres-pensadores familiarizados com o Facebook, surgiu
o grupo de debates “Espiritismo com Kardec”. Contando, hoje, com cerca de 1500
participantes, aproximadamente outros 600 estão com seus pedidos de participação
pendentes. Segundo o moderador do grupo, Marcelo
Henrique Pereira, “o interessado, ao solicitar inscrição, recebe três
perguntas básicas, para que seja verificado o real interesse do mesmo e evitar
que eventuais adeptos de certas religiões ou seitas adentrem com o intuito
apenas de tumultuar o ambiente”.
Apesar da triagem, Marcelo afirma que “o
perfil dos partícipes é bastante variado, havendo pessoas que militam em
instituições espíritas ou de federativas e centros adesos, assim como outras
que, mesmo sendo espíritas se encontram afastadas de instituições
tradicionais”. Esclarece ainda Marcelo que “o grupo não se destina à circulação
de mensagens de caráter moral, evangélicas, de autoajuda ou similares, e, sim,
à discussão das obras de Kardec e de todos os autores encarnados ou
desencarnados”.
Para participar basta acessar o
link abaixo, clicando no botão “Participar”. Automaticamente, serão enviadas as
perguntas para resposta:
XV SBPE espera sua inscrição
O 15° SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, um dos mais
tradicionais eventos reunindo estudiosos do espiritismo, acontece de 2 a 4 de
novembro próximo em Santos/SP.
Promovido pelo Instituto Cultural Kardecista de Santos, o SBPE
caracteriza-se pela inteira liberdade conferida a seus participantes de
inscreverem e apresentarem suas teses ligadas ao espiritismo.
As inscrições para apresentação de trabalhos já estão encerradas, desde
julho último. Mas, ainda há tempo de se inscrever como participante, o que lhe
dará direito a questionar, nos espaços destinados aos debates, os autores dos
trabalhos.
Para saber mais
sobre a inscrição e participação, acesse: http://icksantos.blogspot.com.br/2017/02/15-sbpe-inscreva-se-ja.html
Antônio Cezar L. Fonseca - Procurador de Justiça. Estudioso do
Espiritismo, associado ecolaborador do Centro Cultural Espírita de Porto
Alegre.
Não é de hoje a polêmica sobre a ligação entre Física Quântica e Espiritualidade, espaço no qual se sustenta a afirmativa acerca da influência do pensamento humano como ‘poder’ para modificar a realidade ou mesmo a prova da existência do mundo espiritual e do Espírito.
Afinal, o que é a
Física Quântica? Do que trata a Física Quântica? A Física Quântica comprova a
existência do Espírito? Por quê a Física Quântica é seguidamente invocada pelos
espíritas?
Para os cientistas, a matéria e a energia, ao lado do tempo e do espaço surgiram há cerca de 13,5 bilhões de anos naquilo que é conhecido como
o Big Bang, sendo a Física uma ciência que estuda todas essas características do universo (Yuval Noah
Harari, Sapiens, 14ª ed., LPM, p.
11).
A Física, ao lado da
Química, da Biologia, da Psicologia e da Sociologia, foi apontada na Doutrina
Espírita como ‘ciência fundamental’ ao Espiritismo (Emmanuel. O Consolador,
FEB, p. 17).
A Física Quântica
surgiu nos primeiros anos do século XX, também polemizando com a Física
clássica, sendo o físico Max Planck (1858-1947) um dos pioneiros a desenvolver
seus princípios básicos contrariando grande parte das leis fundamentais da
física clássica. A Física quântica é também conhecida como ‘mecânica quântica’,
ou seja, aquela que investiga o
comportamento dos átomos e das partículas subatômicas (Torchi, p. 496).
Quântico é uma
referência ao evento físico da quantização, que consiste na alteração
instantânea dos elétrons que contêm um nível mínimo de energia para um
superior, caso sejam aquecidos (www.significados.com.br).
Os princípios da Física
Quântica são aplicados em vários setores do conhecimento humano, sendo que a
principal ligação entre a Física Quântica e os conceitos espirituais está na condição de causalidade e incerteza,
que diz ser possível a existência de duas
situações diferentes e simultâneas para determinado corpo subatômico (www.significados.com.br).
No Brasil, s.m.j., quem
melhor didaticamente discorre sobre a relação entre Física Quântica e
Espiritualidade é o Prof. Moacir Costa de Araújo Lima, em várias obras,
especialmente, na conhecida trilogia ‘Quântica’ (Espiritualidade e Saúde, O
caminho da Felicidade e Espiritualidade e Sucesso, ed.
AGE, Porto Alegre).
Moacir sustenta que a
Física Quântica não tem por objetivo
comprovar a existência do Espírito, mas refere que suas ideias apresentam uma extraordinária abertura para
a espiritualidade (Livro: Quântica, O caminho da felicidade, AGE, p. 102).
Isso porque, segundo
sustenta, a Física Quântica veio dizer-nos que somos emissores e receptores de energia:
continuamente trocamos energia, trocamos
informações, trocamos experiências com o Universo e com outros (Quântica.
Espiritualidade e Saúde, AGE, p. 11).
E o que é Energia? Energia não se define, diz Moacir; energia não se cria nem se destrói, o que
equivale a dizer que o total energético existente hoje no Universo é o mesmo
desde o instante de sua criação (Espiritualidade e saúde, p. 9).
No século passado
sucedeu uma revolução nas pesquisas sobre a matéria, sabendo-se, agora, que há
influência da consciência sobre a matéria e o próprio pensamento pode se
tornar energia.
Como diz Araújo Lima, nós somos energia e hodiernamente somos descritos como energia inteligente, isto é, consciências (Espiritualidade e Saúde, p. 9).
A Física Quântica
trouxe uma descrição completamente nova
do Universo (Espiritualidade e Sucesso, p. 13) apresentando uma extraordinária abertura para a
espiritualidade (O Caminho da Felicidade, p. 102), pois a quântica fala em consciência, uma
consciência que vai além dos limites da máquina física e a dirige, sinalizando
para a existência do Espírito (O caminho da felicidade, p. 102).
Embora todas as
descobertas nesse campo, não podemos ter a Física Quântica como se fosse ‘o caminho’
para a descoberta de Deus, do Espírito ou como sendo a solução de todos os
enigmas do Universo.
Christiano Torchi,
aliás, afirma que: (...) apesar dos
inúmeros avanços que a teoria quântica proporcionou ao entendimento da
estrutura e dinâmica da matéria e dos acontecimentos vaticinados ou preditos
pelos Espíritos superiores, devemos ainda aguardar maiores desenvolvimentos na
área científica, antes de afirmarmos, objetivamente, que a Física esteja
demonstrando os conceitos espíritas (Espiritismo passo a passo com Kardec,
p. 496).
André Luiz,
psicografado por Waldo Vieira, no prefácio do livro Mecanismos da Mediunidade,
em 1959, já reconhecia o caráter
passageiro dos apontamentos
científicos humanos, concluindo que a
experimentação constante induz os cientistas de um século a considerar, muitas
vezes, como superado o trabalho dos cientistas que o precederam (ed. FEB
26ª ed. 2012, p. 21).
Dessa forma, o que se
pode afirmar, por enquanto, é que a certeza
que buscamos e que nos dá a sensação de domínio foi abalada pela Física Quântica, pois é uma Física de possibilidades (Espiritualidade e
sucesso, p. 14).
Como diz Moacir Araujo,
ainda, o estudo de como nos construímos, de nossas expectativas a respeito da
vida e da influência das emoções encontra abrigo
na Física Quântica e a troca de certezas
por possibilidades pode contemplar efetividade de nossa intervenção, ou
seja, de podermos escolher, de
podermos planejar, tornando-nos os construtores de nosso próprio destino
(Livro: Amor a Arte de viver, p. 127).
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