A
pergunta que não quer calar:
O Movimento Espírita
está envelhecendo?
O comunicador espírita Ivan Franzolim, administrador de empresa (São Paulo/SP) acaba de divulgar os
resultados de sua 3ª edição da Pesquisa para Espíritas, um retrato das
condições sócio-econômicas dos brasileiros que se declaram espíritas.
Envelhecimento,
um dado que preocupa
A pesquisa se utilizou
de formulário eletrônico do Google, buscando alcançar os espíritas de todos os
estados brasileiros. Foram entrevistadas 2.616 pessoas. Entre outros muitos
dados, formulados em 44 questões, a sondagem levantou a idade de
frequentadores, trabalhadores e dirigentes de Casas Espíritas no Brasil.
O resultado apurado
mostrou que a faixa etária de 51 a 60 anos é a de maior expressão, somando,
entre os entrevistados, 779 pesquisados, o que, no universo da pesquisa,
representa 29,8% do público ouvido. Expressiva também é a faixa entre 61 e 70
anos: 13,3%, contra apenas 1,6% da faixa de 15 a 20 anos, e 9,1% entre 21 e 30
anos. Veja os números, no quadro a seguir:
Geografia
e perfil dos espíritas
Para Ivan Franzolim, responsável pela
pesquisa, esses dados são preocupantes. Segundo registrou em seu blog - http://franzolim.blogspot.com.br –, onde também está
publicada a íntegra da pesquisa, “há quase 30 anos, desde o censo de 1991 do
IBGE, estamos acompanhando que os espíritas estão envelhecendo, que há pouca
renovação com entrada de jovens, que não conseguimos atrair o público das
classes D e E (a pesquisa também mostra que o espiritismo tem a maioria de seus
adeptos entre as classes A e B) e que vários estados do norte e nordeste
possuem a menor quantidade de espíritas e ainda estão diminuindo”. “A pergunta que não quer calar”, segundo
Franzolim, é: “o que as instituições espíritas fazem a respeito? ”.
Desafios de nosso tempo
É
possível que se igrejas, clubes de serviço, instituições maçônicas e até
movimentos jovens que, no passado, foram significativos, como escotismo e
bandeirantismo, fizerem semelhante pesquisa, os resultados serão os mesmos. É
um fenômeno do nosso tempo. Jovens fogem de instituições formais. Veem-nas como
“caretas” ou “quadradas”.
De outra
parte, é provável que a baixa frequência dos jovens nos centros espíritas e a
própria redução de brasileiros que se declaram espíritas não correspondam a uma
queda na aceitação das ideias fundamentais espíritas. Ao contrário, o que se
pode notar é um interesse crescente, tanto nos meios seculares como religiosos,
em torno de propostas como a imortalidade do espírito, sua comunicabilidade,
reencarnação, etc. Bom termômetro para essa averiguação está na Internet, em
suas redes sociais, nos blogs pessoais e institucionais, onde se discutem esses
temas. Grupos internáuticos cujo objetivo é a discussão de temas espíritas têm
recebido a contribuição predominante de jovens. É verdade também que o perfil
dos participantes envolve majoritariamente integrantes das classes A e B, com
boa escolaridade, o que coincide com o perfil tradicional de frequentadores e
dirigentes de instituições espíritas.
A
aceitação das ideias espíritas, porque integrantes estas do que Kardec
denominou “leis naturais”, não está subordinada à adesão ao movimento espírita
ou à frequência regular aos popularmente chamados centros “kardecistas”, suas
uniões e federações.
Sob essa
ótica, pode-se até admitir que, num futuro breve ou remoto, se extinga o
movimento espírita ou que o espiritismo se torne apenas uma referência
histórica, circunscrita no tempo e espaço. Nem por isso suas ideias terão
perecido. Poderão, inclusive, se fortalecer e se universalizar, como era,
aliás, o sonho de Kardec.
Está aí
um jeito mais otimista de se analisar a mesma questão que a outros preocupa.
Isto não exime o movimento espírita de se atualizar, de se expressar de forma
mais compatível com nosso tempo, para que, de maneira mais eficiente, a
proposta filosófica espírita, sua visão de homem e de mundo, cheguem a pessoas
de todas as idades e segmentos socioculturais. Parece-nos que a grande carência
do movimento espírita está na forma de se comunicar e na sua incapacidade de
interagir com os grandes movimentos de ideias da atualidade. (A Redação)
A vida pede coragem
Devemos
construir diques de coragem para conter a correnteza do medo. Martin Luther King
A coragem
e a esperança de homens e mulheres de Barcelona cunhou a expressão por eles
repetida em coro, nos dias seguintes ao ato terrorista perpetrado em La Rambla:
“No tinc por” (“não tenho medo”, no idioma catalão).
É uma
disposição da alma, provinda da crença no humanismo e na civilização. No
entanto, não reflete o estado psicológico da maioria dos cidadãos do Planeta. É
a expressão de um desejo que, certamente, há de se impor, mas que não
corresponde, hoje, à realidade de um mundo perplexo diante da repetição
sistemática de acontecimentos como o de 17 de agosto.
O mais
insidioso nos atos de terrorismo e o que mais dificulta seu combate é a
imprevisibilidade. Não se pode prever que um avião recém-decolado do aeroporto
de Nova York, cercado de todos os esquemas de segurança, se estatele, por
deliberação de seu condutor, nas torres de um edifício. É totalmente
imprevisível que um veículo circulando pelas ruas de Paris ou de Barcelona, de
repente, abandone a via e invista contra multidões, no passeio.
A repetição
de acontecimentos dessa natureza é, sim, causa de justificado medo. Da mesma
forma, em países como o Brasil, os atos de violência extrema que ocorrem todos
os dias nos grandes aglomerados humanos, dominados pela criminalidade que
despreza a vida, desrespeita o patrimônio e atenta contra a dignidade de
milhares de inocentes, fazem crescer o temor de se andar na rua, de se conviver
normalmente com familiares, com vizinhos, com amigos ou com desconhecidos, em
locais destinados à privacidade ou ao saudável exercício da convivência social.
É natural
e humano que tudo isso cause medo! É o
medo gerado pela imprevisibilidade de tais comportamentos. É o medo que atesta
não ter a civilização alcançado toda a humanidade. Parcela desta demora-se na
barbárie. Não está convencida de que o respeito a outras culturas, a outras
crenças, a outros estilos de vida, ou mesmo a outros estágios socioeconômicos,
é imprescindível para que o mundo todo tenha paz.
É preciso
coragem para viver num mundo assim, mesmo admitindo que o mal é exceção.
Justamente por excepcional, ele surpreende e nos apanha desprevenidos.
À luz do
pensamento espírita, convém não esquecer que vivemos no mundo por nós mesmos
construído. Que mentes enfermas pelo ódio não teriam chegado a esse grau de
insanidade se houvessem recebido, ontem, um mínimo de atenção,
dispensando-se-lhes a ajuda intelectual, moral e material ou propiciando-lhes
uma ordem social e política mais justa. Esse mesmo pensamento nos convida,
neste momento de tantos conflitos, a trabalhar em prol de uma sociedade mais
justa, mais equânime, mais ética, enfim.
Uma
civilização não pode ser medida apenas por seus avanços materiais, produzindo
bem-estar a seus partícipes. Deverá fundar-se em fortes sentimentos de
solidariedade e de comprometimento com os companheiros de jornada situados em
patamares de evolução inferiores. A humanidade é uma só e estamos uns
comprometidos com os outros. Esse é o grande desafio que os mecanismos da
justiça cósmica impõe a um mundo onde “provas e expiações” são apresentadas
figurativamente como degraus de evolução no rumo da plenitude.
Assim, o
que hoje nos parece imprevisível talvez ontem pudesse ser prevenido. Mas a
caminhada prossegue. Administrar convenientemente, agora, esses conflitos,
extirpando o ódio e reafirmando os nobres sentimentos de solidariedade
universal, com critérios de justiça para todos é a garantia de um mundo melhor
amanhã.
Há muito
que ser feito para aprimorar a chamada civilização judaico-cristã. Pouco a
pouco, ela foi privilegiando o ter em detrimento do ser. Esse é o resultado
mais imediato do trabalho, do desenvolvimento da inteligência e da
criatividade, é certo. Mas, como consignou Kardec, comentando a resposta dos
espíritos à questão 793 de O Livro dos Espíritos, “à medida que a civilização
se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou, e esses males
desaparecerão com o progresso moral”.
Diante de
tudo, uma pergunta se impõe: até que ponto concorremos para gerar os males
dessa onda de violência que nos apavora? E sugere outra: de que forma, senão
com a implementação de novos patamares éticos libertos do orgulho e da soberba,
poderemos contribuir para que esses males sejam varridos do Planeta que
elegemos para viver e que continuará servindo de morada a nós próprios e a
nossos pósteros?
Tristemente,
concluiremos no sentido de que somos também os responsáveis pelo medo que nos
enferma a alma e que precisamos de muita coragem para tratar de suas causas.
Opinião de agosto
Excelente
a edição nº 254 do periódico do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
Felicitações ao nosso amigo Milton Medran pela qualidade e profundidade dos
artigos que contém. Quero também registrar que, na edição anterior
(julho/2017), me impactou especialmente o editorial “Longo, mas não
interminável”, uma análise acertada e com grande categoria moral. Obrigado,
Milton, por continuar com essa importante tarefa periodística.
Abraços aos amigos do CCEPA
Gustavo Molfino - Rafaela/AR.
Espiritismo
e Reencarnação
O conhecimento espírita, de que
trata o editorial “Espiritismo e Reencarnação” (agosto/2017), é muito bom para
nos fortalecer moralmente.
Lucy Regis –
Santos/SP.
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho
Sempre
que se criticam obras mediúnicas trazidas por médiuns respeitáveis, como Chico
Xavier e outros, há quem torça o nariz. Médiuns com esse estofo moral não
seriam suscetíveis de serem enganados por espíritos mistificadores ou pouco
conhecedores da matéria sobre a qual escrevem.
Nesse
terreno, o caso mais emblemático é o livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho”, de autoria espiritual de Humberto de Campos. A obra foi tomada pela
chamada “casa mater” do espiritismo brasileiro como relato de um acontecimento
real, ocorrido em dimensões espirituais, tendo como personagem principal Jesus
Cristo, vagando pelo espaço, rodeado de serafins e querubins e elegendo o
Brasil como sede de seu futuro reinado na Terra.
A crítica é no sentido de que a estória é
totalmente inverossímil, à luz da racionalidade espírita.
Significado
e verossimilhança
Nem por
ser inverossímil, “Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho” deixa de ter
significado ou valor:
Significado,
como expressão de uma cultura milenar. No caso, a cultura judaico-cristã, que
vê o mundo como uma criação divina, conspurcada pelo pecado, e Jesus como seu
salvador, entronizado em um determinado lugar da Terra e materialmente
representado por uma instituição à qual delega poderes de representação pessoal
e redentora;
Valor, como manifestação artístico-literária,
captada e produzida pelo escritor brasileiro Humberto de Campos. Ele que,
enquanto encarnado, foi brilhante na arte do conto e da crônica, no mudo
espiritual seguiu valendo-se da ficção literária. Lá, tomou como inspiração as
crenças cristãs, sob a roupagem da “religião espírita”, com a qual, ao que
parece, o autor só teve contato depois de desencarnado.
Maria
Madalena
Faço essa
digressão para registrar que o autor espírita José Lázaro Boberg, em sua
recente obra “O Evangelho de Maria Madalena”, teve que enfrentar, e o fez com
competência, essa tarefa de separar o mito cristão da provável realidade
histórica, mesmo que o mito tenha sido abonado por obras psicográficas
espíritas. Humberto de Campos e Emmanuel, em escritos ditados a Chico,
retrataram Maria Madalena como “a pecadora arrependida”, a mulher de vida
devassa que só se regenerou depois de conhecer Jesus. Os evangelhos canônicos
realmente permitem conceituá-la assim, e interpretações eclesiásticas chegaram
a defini-la como uma prostituta regenerada. Já o evangelho gnóstico, comentado
por Boberg, mostra a mulher de Magdala como figura de raras virtudes
intelectuais e morais, cuja vida e cujas ideias estiveram sempre em sintonia
com Jesus, de quem foi discípula e companheira muito querida.
A sacralização de médiuns e espíritos
Boberg se
posiciona em favor de uma versão distinta daquela assumida pelos interlocutores
de Chico Xavier, sem desmerecê-los ou enquadrar suas obras como mistificação.
Reconhece, sim, que médiuns ou espíritos são humanos e, assim, deles não se
deve esperar, como alertou Kardec, “nem a plena sabedoria, nem a ciência
integral”. Encarnados ou desencarnados, os espíritos movimentam-se por longos
estágios em cenários psíquicos compatíveis com as crenças e costumes que
criaram raízes em suas almas.
Diferentemente
das religiões, o espiritismo, pela ferramenta da mediunidade, propôs-se ao
intercâmbio entre a humanidade encarnada e desencarnada e não com deuses. A
sacralização de médiuns ou espíritos é, ainda hoje, um dos problemas mais
sérios do meio espírita.
A partir desta edição, Salomão Benchaya opinará sobre assuntos doutrinários e da prática espírita.
Sobre
os Anjos da Guarda: Livre-se deles!
Allan
Kardec trata dos anjos da guarda nas questões 489 a 521 de O Livro dos
Espíritos. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII, ele distingue o
“anjo guardião” um “guia principal e superior” dos “espíritos protetores e
familiares, guias secundários”.
O
fundador do Espiritismo poderia ter evitado o uso da expressão “anjo da
guarda”, tanto quanto “céu” e “inferno” pela confusão que se estabelece com os
conceitos do catolicismo. No caso em foco, ainda estabelece uma hierarquia da
equipe protetora para cada indivíduo. As 32 questões do LE esmiúçam as várias
situações e condições de atuação desses personagens junto aos seus protegidos.
Não pense
o leitor que não acredito na existência de espíritos amigos que nos acompanham
e ajudam no nosso processo de aprendizagem durante a encarnação.
Questiono,
sim, o tratamento que tanto Kardec como as lideranças espíritas dão ao tema,
estimulando a submissão e a dependência dos encarnados a forças externas.
Difunde-se a crença, oriunda da Igreja católica de que o Homem nada vale, é um
pecador incapaz de resolver-se sem auxílio de terceiros. Sempre a dependência,
a submissão e a reverência a uma pretensa vontade superior, características dos
estágios primitivos de nossa evolução.
Isso
parece contrariar a natureza libertadora da Doutrina Espírita. A sujeição do
indivíduo ao beneplácito divino através de intermediários é um entrave ao seu
crescimento pela inércia à espera de uma intervenção estranha às possibilidades
que cada um deve desenvolver.
É sabido
que a Educação é coroada de êxito quando o educando atinge a maturidade e
torna-se independente. O verdadeiro Mestre só se dá por satisfeito quando o
discípulo torna sua presença e atuação dispensáveis.
Então,
não teria chegado o momento de se rediscutir o tema dos anjos da guarda para
escoimar os conceitos espíritas da influência católica que ainda permeia as
opiniões dadas pelos Espíritos e pelo próprio codificador nas obras fundadoras?
Talvez,
não seja tão descabida a proposta contida no título deste comentário. Claro,
que não da forma arrogante como, propositadamente, coloquei. Continuo achando
válido recorrer ao auxílio de amigos que, certamente, os temos no mundo
espiritual, em situações especiais. Mas eles, com certeza, se forem mesmo
espíritos superiores, ficarão felizes por verem nosso crescimento a tal ponto
de podermos dispensar a sua tutela.
Ademais,
é muito egoísmo de nossa parte mantermos esses amigos aprisionados a um
compromisso que assumiram para conosco, quando, livrando-nos deles,
permitiremos que também prossigam sua caminhada evolutiva.
Um tema
que merece ser atualizado!
Allan Kardec - Fundador do Espiritismo (1804/1869)
“O
emprego dos aparatos exteriores do culto teria idêntico resultado: uma cisão
entre os adeptos. Uns terminariam por achar que não são devidamente
empregados, outros, pelo contrário, que o são em excesso. Para evitar esse
inconveniente, tão grave, aconselhamos a abstenção de qualquer prece litúrgica,
sem exceção mesmo da Oração Dominical por mais bela que seja”.
(Em “Viagem Espírita”, 1862 – “Instruções particulares dadas aos grupos em resposta a algumas das questões propostas”).
III Encuentro Iberoamericano será em Vigo
Com o
tema “Cultura Espírita: Uma Contribuição
ao Progresso da Humanidade”, O III
Encontro Espírita Ibero-americano acontece em Vigo, Galícia, Espanha, no
período de 28 a 30 de abril de 2018.
Uma
delegação de brasileiros está sendo organizada para participar desse evento que
é uma iniciativa conjunta da CEPA – Associação Internacional de Espiritismo, e
AIPE – Associação Internacional para o Progresso do Espiritismo.
A
presidente da CEPA, Jacira Jacinto da
Silva, juntamente com Juan Antonio
Torrijo, coordenador da Comissão Organizadora, ultimam a programação, que
contará com exposições temáticas de vários intelectuais espíritas da Espanha,
Portugal, Brasil, Argentina, Venezuela, Porto Rico e outros países da América e
da Europa.
Homero
visita CCEPA
O
presidente da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA – CEPABrasil,
Homero Ward da Rosa, visitou, dia 26
de agosto último, o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre – CCEPA.
Participou da reunião do grupo que realiza, semanalmente, o denominado “estudo
analítico de O Livro dos Espíritos” e, na sequência da tarde, reuniu-se com
diretores e colaboradores da instituição, na Oficina que trata das questões
administrativas e associativas do CCEPA.
Na
oportunidade, Homero referiu que realizava aquela visita de cortesia para
agradecer a colaboração recebida em duas gestões seguidas na presidência da
CEPABrasil. Destacou especialmente o apoio que sempre teve da Casa e de seu
órgão de divulgação – CCEPA OPINIÃO -, participando, promovendo e divulgando os
eventos realizados no período. O presidente da CEPABrasil expressou especial
gratidão ao companheiro Maurice Herbert
Jones, colaborador exímio e sempre pronto a colaborar na criação de peças
gráficas de divulgação e respectiva veiculação nos meios eletrônicos.
Homero
deixa a presidência em novembro próximo. Por ocasião do XV Simpósio Brasileiro
do Pensamento Espírita, em Santos, de 2 a 4 daquele mês, ocorre a Assembleia
Geral da CEPABrasil para eleger e dar posse à nova diretoria da entidade.
Ainda
é tempo de inscrever-se
para
o XV SBPE
O
tradicional Simpósio Brasileiro do
Pensamento Espírita, criação de Jaci
Regis, realizado de 2 em 2 anos pelo Instituto Cultural Kardecista de
Santos – ICKS – acontece de 2 a 4 de novembro, na antiga sede do ICKS, hoje
Colégio Angelus Domus (Av. Francisco Glicério, 261, Santos/SP).
Doze
pensadores, sendo um deles argentino, inscreveram trabalhos a serem expostos e
debatidos por todos os participantes. Em nossa próxima edição, detalharemos a
programação.
Ainda é
tempo de fazer sua inscrição para participar. E-mail de contato: ickardecista1@terra.com.br .
Em
Rafaela/AR Encontro da CEPA
O 4º
Encontro da CEPA na Argentina acontece dias 16 e 17 deste mês, na cidade de
Rafaela. Com uma conferência pública de abertura, seguida de Oficinas de
Participação Ativa tratando dos temas “A Era do Imediatismo” e “Diversidade”,
numa abordagem espírita, o Encontro terá a presença da presidente da CEPA e seu
diretor administrativo Jacira Jacinto da
Silva e Mauro de Mesquita Spínola (São
Paulo/Brasil).
O Evangelho de Maria Madalena
A redação
deste jornal registra e agradece pelo recebimento de um exemplar do livro “O
Evangelho de Maria Madalena”, enviado por seu autor, José Lázaro Boberg.
Baseado
em texto de um dos chamados “evangelhos gnósticos”, o escritor espírita
paranaense busca reconstruir a verdade sobre Maria de Magdala, uma das
personagens femininas mais fortes da literatura antiga e que oferece boas
reflexões a partir das teorias espíritas. Boberg levanta questões como estas: O
que dizem os outros evangelhos sobre Maria Madalena? Teria sido ela esposa de
Jesus? Teria sido prostituta, como chegou a se propagar na história do
cristianismo? Seria ela a verdadeira fundadora do cristianismo?
No livro
também são questionados aspectos da vida daquela personagem enfocados em obras
mediúnicas de autores espíritas.
Medran
estará na Semana Espírita de Osório
O editor
deste jornal, Milton Medran Moreira,
será um dos conferencistas da XVIII Semana Espírita de Osório, a se realizar no
próximo mês de outubro, por iniciativa da Sociedade Espírita Amor e Caridade
(Osório/RS). O evento celebra os 160 anos de O Livro dos Espíritos.
Também serão expositores: Moacir Costa de Araújo Lima, Gladis Pedersen de Oliveira e Arivelto B. Fialho.
Mediunidade – uma vivência real
Matéria do jornal O GLOBO do Rio de Janeiro, edição de 26.7.2017, com a manchete “Cérebro de médium em transe ativa área mais ligada à vivência do real”, relata pesquisa na Universidade de Aachen que avaliou oito médiuns em exames de ressonância magnética.
O artigo com o resultado da pesquisa foi publicado na revista científica Neuroimaging. Reprodução |
A matéria abre com este texto:
RIO —
Chico Xavier relatava ver e conversar com gente que já morreu. Para muitos, o
médium – morto em 2002 - só podia ser esquizofrênico. Tudo seria criado em sua
fértil imaginação. Mas uma pesquisa inédita da Universidade de Aachen, na
Alemanha, examinou o cérebro de oito médiuns e constatou que, durante o transe,
a área relacionada à vivência do real foi a mais ativada. O estudo, liderado
pela psicóloga brasileira Alessandra Ghinato Mainieri (foto) e pelo psicólogo
alemão Nils Kohn, acaba de ser publicado na revista científica Psychiatry
Research Neuroimaging.
Para
saber detalhes da inédita pesquisa com oito médiuns de centros espíritas
brasileiros, acesse:
Marcelo
Henrique – Mestre em Direito – Florianópolis, SC.
Toda
tentativa de analisar o personagem Jesus sob a ótica espírita principia pelo
questionamento de Kardec aos Espíritos, aposto no item 625, de O livro dos
espíritos, sobre o modelo ou guia para a Humanidade planetária. A resposta,
na competente tradução do Professor Herculano Pires é "Vede Jesus".
Obviamente, não estamos falando de Jesus Cristo, o mito inventado pela religião
cristã oficial (Catolicismo) e reproduzido por todas as que lhe sucederam no
tempo, um ser meio homem meio divino, filho único (?) de Deus ou integrante do
dogma da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), como apregoam as
liturgias.
Falamos
do homem, cujos registros físicos (históricos) são mínimos, mas que teria
vivido há pouco mais de dois mil anos, no Oriente Médio, dono de uma filosofia
de vida própria e que marcou a história humana ao ponto de dividi-la entre
antes e depois de sua passagem. Jesus de Nazaré, este o seu nome. Mas é este o
Jesus apresentado nas instituições espíritas? É este o Jesus referenciado nas
obras pós-kardecianas, sobretudo aquelas de origem mediúnica? Cremos que não!
Há uma diferença muito grande entre a realidade e a imagem que foi construída -
muito fortemente em função da influência das religiões sobre o arquétipo
coletivo.
Alguns
dos problemas mais graves na abordagem "espírita" de Jesus já
principiam pela gravidez de Maria (dita Santíssima pela tradição religiosa e,
portanto, submetida a uma gestação sem ato sexual, sob a interferência do
Espírito Santo), o que levou à consideração de que o carpinteiro seria um
agênere, posto que detentor de um corpo não físico, mas fluídico, porquanto não
teria ele suportado as dores e lacerações a que foi submetido, na paixão e
crucificação.
Tais
teorias nunca seriam concordes à Filosofia Espírita, porque representariam a
negação dos mínimos princípios ou fundamentos básicos espiritistas. Maria e
José, tidos como pais de Jesus, tiveram um relacionamento normal - como o de
qualquer casal - e Jesus, inclusive, teve vários irmãos, sendo o primogênito da
prole (vide a passagem "Quem são minha mãe e meus irmãos", a
propósito). De uma gestação, portanto, natural e "normal", decorreu
um corpo físico muito parecido com o nosso, guardadas as proporções decorrentes
do distanciamento temporal entre os nossos dias e os de dois milênios atrás.
Como a
fábula cristã enquadra situações aparentemente sobrenaturais (como diversas
passagens evangélicas relacionadas aos feitos de Jesus e, também, todo o
tétrico relato das torturas a que teria sido submetido desde sua prisão, no
Horto das Oliveiras até sua crucificação no Gólgota), muitas delas teriam sido
construídas e moldadas pelos doutores da Igreja, interessados na construção de
um super-homem, mítico e até mitológico, dotado de superpoderes ilimitados.
Jesus foi
um homem "normal" e "comum", em relação às suas
características físicas. Sua distinção em relação aos demais homens (daquele
tempo e até hoje), evidentemente, pertence ao plano moral, das virtudes e das
características egressas de sua evolutividade espiritual. Seu principal traço é
o de uma moralidade bem acima da média da população terrena de todos os tempos
conhecidos, daí porque os Espíritos o teriam sugerido como referência (não a
única, fique bem claro) para a esteira de progresso espiritual compatível com
este orbe.
Mas,
ainda que distante da maioria dos homens em termos de moralidade, não deixou de
"participar" da vida encarnada como a grande maioria de nós. Sentiu
dores, sofreu decepções, alegrou-se com situações favoráveis, teve amigos e
relacionou-se SIM sexualmente com uma mulher - provavelmente Maria de Magdala,
de cuja relação teria nascido uma criança, como, aliás, vários escritores -
entre os quais, mais presentemente, Dan Brown - já referenciaram.
Incrível
é que, em muitas instituições espíritas, que deveriam se pautar pela "fé
raciocinada", pelo exame lógico de todas as situações e circunstâncias e
pela abordagem livre e baseada nos princípios espíritas, se verifique um certo
ar "pudico" quando o assunto vem à baila, como se uma (muito) provável
experiência conjugal e sexual de Jesus de Nazaré pudesse diminuir o alcance de
sua missão e papel perante os homens. Uma abstinência da simbiose
energético-sexual não seria, nem de longe, "natural" e oportuna.
Ademais, todos nós que, sob a esteira da dicção espiritual contida no item
sublinhado da obra pioneira, nos espelhamos em Jesus para a construção de nossa
senda evolutiva, ao buscarmos conhecer melhor o intercâmbio das relações
humanas, sabemos que a sexualidade é um vértice de aprendizado espiritual e,
antes de tudo, uma necessidade humana, rumo ao equilíbrio.
Mas há os
que, não tão ingenuamente, pensam o contrário e tentam "importar"
para o Espiritismo visões que pertencem aos dogmas das igrejas. Estes ainda não
se tornaram espíritas!
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