domingo, 10 de março de 2013

OPINIÃO - ANO XIX - Nº 205 - MARÇO 2013


Hora de apurar causas e responsabilidades
Depois da tragédia
Após o incêndio da Boate Kiss que vitimou cerca de 240 jovens, a maioria deles universitários, na cidade gaúcha de Santa Maria/RS, sob forte pressão social o Poder Público apura as causas da tragédia prometendo responsabilizar todos os culpados. Enquanto isso, surgem no meio espírita teses conectando o dramático episódio a culpas coletivas do passado a serem resgatadas pelas vítimas. Seria essa uma interpretação legitimamente espírita?

Auschwitz-Santa Maria?
Quem vislumbra, invariavelmente, em tragédias como a de 27 de janeiro, um nexo direto de culpa das vítimas com o evento e seus detalhes aponta dois dados concretos que parecem ir além de mera coincidência: 1º - o incêndio da casa noturna aconteceu justamente no Dia da Memória do Holocausto; 2º - o gás responsável pela intoxicação das vítimas era o mesmo utilizado pelos nazistas nos campos de concentração onde ocorreu o genocídio de milhões de judeus, na primeira metade do Século XX.
A tese do resgate coletivo por obra de meticulosa ação da “espiritualidade”, que reúne, num mesmo lugar, criminosos de ontem para se tornarem vítimas de iguais sofrimentos causados a terceiros em outras encarnações, já foi levantada, diversas vezes, no meio espírita brasileiro. A mais conhecida consta de psicografia de Chico Xavier de texto atribuído ao espírito Humberto de Campos. Veio à tona em 1961, quando do incêndio de um circo em Niterói, RJ, do qual foram vítimas mais de 500 pessoas, a maioria crianças. Pela versão, todos os mortos de Niterói estariam comprometidos por terem participado do martírio em massa de cristãos, também pelo fogo e também num circo, do Império Romano, então governado por Marco Aurélio, no ano de 177.
Da mesma forma, o incêndio do Edifício Joelma (São Paulo/1974) ganhou idêntica versão, atribuindo-se às suas vítimas culpas contraídas como partícipes das Cruzadas.

Manuel Porteiro: tese é contrária à lucidez espírita.
O argentino Manuel S. Porteiro, em sua apreciada obra “Espiritismo Dialético” levantou séria oposição à tese de que “aquele que sofre é porque fez sofrer anteriormente os demais” e que, assim, “necessita de sofrimento para purgar o mal feito”. Para ele, “dar por originários de existências anteriores todos os males, todos os abusos, desmandos, crimes, desigualdades e iniquidades que se contemplam no mundo”, é mais do que uma falsa interpretação, indica “falta de lucidez na consciência dos que assim creem e supõem”. O introdutor da sociologia espírita sustenta que o espiritismo não nos autoriza a crer “na série infinita de causas e efeitos”. Para ele, a doutrina espírita não autoriza interpretar que “o mal deva emendar-se com o mal, a injustiça com a injustiça, a ofensa com a ofensa, porque a lei de causalidade espírita não é unilateral, mas bilateral, isto é, um dano recebido pode ser corrigido por quem o faz com um bem equivalente, sem necessidade de sofrer o mesmo mal”.
Sobre o tema, a pedagoga espírita brasileira Dora Incontri disponibilizou em sua página na Internet - http://doraincontri.com/2013/01/28/reflexoes-espiritas-sobre-a-tragedia-de-santa-maria/ - artigo rejeitando a tendência no meio espírita de dar, nesses casos, “respostas fechadas, apressadas, categóricas, deterministas”. Considera a existência de “muitas variáveis nesse processo: por exemplo, estamos sempre agindo e, portanto, sempre temos o poder de modificar efeitos do passado”. Para ela, “dores nem sempre são efeitos do passado, mas sempre são motivos de aprendizado”.





Resquícios de ira divina

Rejeitar interpretações lineares como a de “quem com ferro fere com ferro será ferido” está longe de se constituir numa recusa ao princípio filosófico da causalidade espírita. Na base da lei de causa e efeito está o princípio de que todo o mal gera sofrimento a quem o praticou. Mas a dor tem um sentido pedagógico. Leva à conscientização e à mudança. A forma mais humana de o espírito resgatar o mal é fazendo o bem. Não é sofrendo o mesmo mal que fez a outros, num círculo vicioso que não teria fim. Isso também vale para a sociedade. O gênero humano, nos milhares de anos de sua evolução, tem aprendido, sucessivamente, com seus erros.

É um acinte à sua memória ver os jovens vitimados pela tragédia de Santa Maria como bandidos, merecedores de uma pena de puro caráter retributivo. Eram quase todos estudantes dedicados, bons filhos, amorosos e honestos. Alguns sacrificaram a vida buscando salvar outros. Deixaram um rastro de dor e saudade. Além disso, a morte de um ente querido é mais dolorosa para quem fica do que para quem parte. Pergunta-se: também seus pais, irmãos, avós, namorados, amigos, todos estariam pagando dívidas contraídas como nazistas? A nação, que sofreu junto, estaria coletivamente comprometida? 

É racional crer na justiça como fator de reabilitação do espírito. Mas não com mecanismos tipo “olho por olho, dente por dente”, resquício de “ira divina”. Preferível ver tragédias assim como efeitos de outra causa: a imprevidência humana.

Mas a lei é dinâmica. A dor que hoje parece insuportável, amanhã será superada. E terá ensinado. Já não cometeremos os mesmos equívocos. A reencarnação tem por fim educar. Não é castigo. É chance de corrigir erros. Ainda que com dor.  
(A Redação).




Simplesmente, humano.
“É uma pessoa que não tem nada de inquisidora, extremamente afável, gentil, absolutamente tranquila”. (Leonardo Boff, sobre Bento XVI, 2005)

Só o tempo ou, quiçá, nem ele, poderá revelar à História todas as razões que levaram o Papa Bento XVI à renúncia de seu pontificado. Demitir-se de um cargo para o qual foi eleito vitaliciamente e que alça seu titular, no imaginário popular e por força da fé e da tradição, à distinguida condição de “representante de Deus na Terra”, é gesto tão singular quanto surpreendente.
Da instituição por ele dirigida reconhece-se, mundialmente, sua força e poder. Mesmo que a História lhe haja imputado, ao curso dos tempos, a autoria de graves violações aos mais caros valores civilizatórios, seus dirigentes e fiéis chamam-na de “santa”. E, conquanto da lista de seus sumos pontífices, constem nomes a quem se atribuem atos da mais abjeta imoralidade e flagrante injustiça, o titular do cargo, recebe, em qualquer circunstância, o tratamento de “Santidade”.
O adjetivo que antecede a nominação da Igreja Católica Apostólica Romana e o tratamento reverencial reservado a seu sumo pontífice, justificam os teólogos, não se vinculam exatamente ao procedimento institucional e pessoal eventualmente adotado por um por outro, mas da missão sacrossanta de que estariam investidos. Em tese, pois, estariam ungidos da perfeição e das virtudes divinas, mas, na prática, como qualquer pessoa ou instituição, sujeitam-se aos erros pertinentes à humana imperfeição.
Difícil entender essa contradição fora do dualismo sagrado/profano. Por muito tempo, enquanto vigia no mundo a crença na existência de uma “ordem divina” em inconciliável contraste com a “ordem humana”, aquela incorrupta, esta corrompida por força do “pecado original”, havia lugar para esse fatal e insuperável maniqueísmo. Dentro dessa concepção, uma única instituição poderia se arrogar o privilégio da origem divina que a faria ponte entre os céus e a Terra. Mas, composta que é de homens, justificava-se fosse, ao mesmo tempo, santa e pecadora, virtuosa e devassa, sem que, com isso, perdesse  autoridade e credibilidade.
 A modernidade, no entanto, sem que, talvez disso se apercebesse claramente a Igreja, foi, pouco a pouco, superando o maniqueísmo sagrado/profano, divino/humano, substituíndo-o simplesmente pelo natural. O fenômeno universal é regido por leis naturais, que abarcam o físico e o moral, o material e o espiritual. Não é preciso tirar Deus dessa nova concepção de universo. Ele aí está presente como “inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas”, consoante tenta defini-lo O Livro dos Espíritos (1857).  Mas, para esse Deus não há pessoas e nem instituições privilegiadas, acima do bem e do mal. “Criados” todos simples e ignorantes, porque resultantes de um longo processo evolutivo, tornamo-nos capazes de nos reconhecer mutuamente como iguais em direitos e obrigações, sujeitos a erros e acertos e subordinados a uma mesma lei universal. Somos, no plano e no estágio em que nos encontramos, simplesmente, humanos. Como humanas serão todas as instituições que formos capazes de criar.
É nesse contexto que o velho conceito de santidade vai dando lugar ao de humanidade. Descobre-se, pouco a pouco, que toda a virtude, antes tida por revelação divina a alguns intermediários privilegiados, está, de fato, ínsita na própria natureza humana, como fagulha da divindade que a tudo deu origem e que a tudo alcança. Na medida em que essa consciência se faz comum entre homens e mulheres, percebe-se que não há mais lugar para distinções entre uns e outros e nem para outorgas representativas da divindade, com leis que assegurem privilégios sejam esses por crença, sexo, ideologia ou etnia.
Essa mesma consciência de humanidade que a todos nos submete a princípios éticos universais é avassaladora. Pouco a pouco, derruba, em todos os quadrantes, as mais resistentes autocracias e aristocracias. Instituições, grupos raciais, políticos ou religiosos que teimam em preservar seus membros da censura imposta por regras que a civilização e a modernidade tornaram mundialmente cogentes, mais cedo ou mais tarde, terão de se submeter a esse tratamento igualitário de que buscaram se furtar. É o tempo da humanização que está um passo à frente da santificação.
Sem ser exatamente um santo, título que, talvez, até o incomodasse, Joseph Ratzinger entendeu, quem sabe antes de seus pares, que é simplesmente um homem e que humana é, simplesmente, a instituição que dirigiu. Seria esse o móvel de sua renúncia?




         

           Resgates coletivos
Muitos espíritas – eu, entre eles, – têm imensas dificuldades em aceitar a tese dos resgates coletivos de espíritos presumivelmente autores de chacinas e genocídios do passado. A versão retorna sempre após as grandes tragédias. Para lhe dar crédito, teremos de admitir fatores que, me parece, fogem inteiramente da racionalidade espírita (embora seja justamente a racionalidade da lei de causa e efeito o argumento de seus defensores.).        Não parece racional que grupos tão grandes de espíritos aceitem ou sejam compelidos a reencarnar juntos, num mesmo país ou cidade, para, juntos, embarcarem em um voo, irem a um circo, ou uma boate, com o objetivo predeterminado de, lá, morrerem exatamente da mesma forma como, em algum lugar do passado, tiraram a vida de outras pessoas. Tragédias e martírios meticulosamente preparados, coordenados e executados por “espíritos superiores” para que sejam cumpridos os desígnios da “justiça divina”

          Reencarnação, um processo complexo que objetiva o progresso
A reencarnação, penso, é um processo complexo, onde nossas faltas e dores de consciência também contam para a tomada de eventuais decisões nossas e dos espíritos chamados a contribuir com nosso progresso. Mas, quando se fala em consciência de nossos erros e imperfeições, está se admitindo, por consequência, uma relativa capacidade de avaliar a nocividade do mal feito e de planejar sua reparação da forma mais inteligente possível. Não é nada inteligente, e, sob os modernos parâmetros de justiça, também nada humano, que se cominem ao faltoso penas de caráter inteiramente retributivo.  Punições que atingirão centenas, milhares ou, talvez, milhões de outras pessoas. Isso lembra a suma injustiça do pecado original judaico-cristão que penaliza não apenas o primeiro casal, mas toda sua descendência. Se para o cristianismo o pecado original só logrou ser redimido pelo sofrimento de “Nosso Senhor Jesus Cristo”, para essa versão melhorada de “justiça divina”, os grandes crimes de ontem só podem ser resgatados pelos próprios pecadores, vitimados por desastres aéreos, incêndios, deficiências físicas que o ser humano e a sociedade sequer poderão evitar, porque pré-agendados em seu mapa de provas e expiações.

          A obra de Humberto de Campos na psicografia de Chico
- Ah! – hão de dizer alguns – mas a fonte dessa explicação é fidedigna, pois consta de psicografia de Chico Xavier de insuspeita autoria espiritual de Humberto de Campos.
Tenho um respeito muito grande por Chico e, confesso: ao me tornar espírita, devorei e apreciei demais todas as obras a ele ditadas pelo Irmão X ou Humberto de Campos. Com o mesmo estilo leve, coloquial, elegante, que fez dele, quando encarnado, um dos grandes cronistas brasileiros, Humberto, na espiritualidade, continuou sendo um talentoso contador de histórias. Com elas, buscava transmitir aos leitores do lado de cá conceitos de imortalidade e reencarnação, que ele só foi conhecer no lado de lá. E o fazia, é claro, utilizando-se da ficção e de metáforas com as quais tão bem manejam contistas e cronistas. “Crônicas de Além Túmulo”, “Contos e Apólogos”, “Reportagens de Além Túmulo” e, naturalmente, a bíblia do espiritismo cristão brasileiro, “Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”, são exemplos vivos da ficção e da metáfora a serviço de uma causa ou, neste último exemplo, a serviço de uma política institucional espírita-cristã.

          Livre-arbítrio e autoderminação onde ficam?
É nesse contexto que interpreto versões como as que apontam as vítimas do incêndio do Gran Circus Norte-Americano (Niterói, 1961) como autores da morte dos cristãos num circo romano. Ou os jovens mortos na Boate Kiss (Santa Maria, 2013), como nazistas responsáveis pelo holocausto judeu. Pura ficção.  Metáforas que ajudam na transição da crença das penas eternas para a da reencarnação punitiva, meramente retributiva. Mas, irracional. Até porque a se crer que tudo está previamente determinado, todas as precauções contra as grandes tragédias, todos os esquemas de segurança, as cautelas pessoais, serão inócuos. Será, enfim, a revogação do livre-arbítrio, do engenho e da criatividade humana e do princípio da autodeterminação do ser e da sociedade, caras conquistas do espírito imortal em sua caminhada evolutiva




A Crise da Civilização Atual
Gláucio Coelho Grijó, Enfermeiro pós-graduado em Saúde Pública; Bacharel em Comunicação, Ex-presidente da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade – MEEV – Santos-SP.
 
Não podemos mais permitir que grupos e homens inescrupulosos, com sua loucura pelo lucro, comandem a sociedade e a nossa forma de viver, onde o dinheiro compra tudo, inclusive o tempo, a consciência e honra.

Vivemos neste começo de século em um mundo extremamente conturbado e, acima de tudo, em crise. Crises financeiras, nas estruturas sociais e de valores. Segundo o sociólogo e filósofo Edgar Morin (2012), o capitalismo financeiro, sua dominação e o fanatismo étnico-racial são graves males da atualidade. Além destes, poderíamos incluir o dinheiro - ditando quase todas nossas relações -, o hiperconsumismo, o individualismo das pessoas, a aceleração do ritmo em nossas vidas e a constatação de que os avanços tecnológicos não tornaram nossas vidas mais tranquilas e indolores.
No atual cenário as empresas transnacionais não param de crescer e engolir os concorrentes em todo o planeta, aumentando ainda mais a riqueza de seus acionistas majoritários em contrapartida ao crescente abismo entre os mais ricos e o restante da população. Com a desculpa de “reduzir os custos” e “aumentar a produtividade” os norte-americanos e europeus deslocaram sua produção manufatureira para a Ásia, onde prevalecem os baixos salários, câmbio desvalorizado e alta produtividade, aponta L.Gonzaga Belluzo (2012). Junto à concorrência desleal dos produtos chineses geraram a destruição dos pequenos artesãos, do operariado organizado e a quebra das pequenas fábricas em todo o mundo, com reflexos acentuados nos Estados Unidos, Europa e em nosso país. Essas holdings e transnacionais, juntamente com os governos dos países mais “ricos” e “desenvolvidos” tratam o meio-ambiente com total desrespeito, basta constatar o fracasso da Rio+20.
A crise americana e europeia tem, em grande parte, origem nas políticas neoliberais e no sistema financeiro que entrou em parafuso entre 2007-2008, e não apenas na má condução dos Estados e nas conquistas e direitos sociais que os países europeus promoveram no pós-guerra. As medidas de “austeridade” impostas aos mais endividados e “gastadores”, como se sabe, estão massacrando os europeus, principalmente do sul, agravando ainda mais os conflitos étnico-raciais, com aumento excessivo do desemprego, e o que é pior, gerando uma ausência de perspectiva de futuro para grande parte das pessoas.
A cada dia temos a sensação de que o tempo passa mais depressa, temos sempre que estar “ocupados” e “produtivos”. O economista e romancista Fernando Trias de Bes (2006) sustenta
que há três tipos de aceleração que se combinam: a aceleração técnica (internet, smartfones, etc.), a aceleração social (troca-se mais de emprego, mudam-se os objetivos), e a aceleração do ritmo de vida (dorme-se menos, fala-se mais rápido, compartilha-se menos com os mais próximos). As comunicações, segundo ele, são cada vez mais intermediadas por celulares e outros. Entretanto, se conectar e se comunicar não são o mesmo, alerta o escritor argentino Sergio Sinay (2012). Segundo ele “A comunicação é o oposto, pois requer presença, compromisso, maturidade, exige que a pessoa encare o mundo, os riscos do encontro e do desencontro”. Isso exige mais tempo, e parece que as pessoas não querem “perdê-lo”. Aproveitá-lo “ao máximo” é a lógica da rentabilidade da atividade econômica, onde o “concorrente não dorme jamais” se estendem a todos os ramos de nossas vidas, explica Bes. Fazer o que realmente nos dá prazer e satisfação, sem a preocupação com o retorno financeiro - como ler este artigo-, parece impossível ou antiprodutivo.
A busca pelo prazer sexual desenfreado, o culto exagerado ao corpo, o hiperconsumismo, o abuso de álcool - principalmente entre os jovens - são valores a todo o momento estimulados pela publicidade e pelos meios de comunicação, sejam através dos livros, novelas, filmes, videoclipe e reality shows.
O dinheiro dita quase todas as nossas relações, afirma Georg Simmel (1978) Segundo este sociólogo alemão: “O dinheiro esvazia o núcleo das coisas, transforma objetos tangíveis em mercadorias comuns, a exemplo a consciência e a honra, que até então não se podia comprar”. A corrupção é um exemplo disso. Seja nas empresas privadas ou no poder público, ela reflete uma doença social.   Para Morin “A humanidade está ameaçada por toda essa loucura da busca pelo lucro, por toda essa insanidade fanática”.  
Isto posto, podemos chegar à conclusão que atravessamos um momento de intensa crise existencial. Nós, espíritas e humanistas, não podemos deixar que grupos e homens com interesses escusos e egoísticos ditem como devemos nos comportar, pensar, sonhar e viver. Não podemos admitir que o dinheiro e o lucro pessoal sejam o fim de tudo. Precisamos marcar espaço no cenário político e nos meios de comunicação, seja na TV, rádio, imprensa ou mídias sociais. Urge mostrarmos nossa visão de mundo, porque outras instituições, grupos econômicos e igrejas – principalmente as pentecostais e neopentecostais - estão cada vez mais tomando um espaço importante na sociedade e, principalmente, nos campos midiático e político-partidário. Algumas com ideias extremamente reacionárias e conservadoras, o que é mais preocupante.
Gostaria de propor uma reflexão. Qual nosso papel na atual crise? Que tipo de sociedade queremos para viver? Acredito que já é hora de refletirmos seriamente sobre isto, porque nesse debate estamos ficando para trás. 




Presidentes da CEPA e da CEPABrasil
visitarão CCEPA
Abril é o mês de aniversário do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre. Um ato singelo, programado para a noite de 19/4 irá marcar o 77º ano de fundação da antiga Sociedade Espírita Luz e Caridade, hoje CCEPA.  Uma mesa redonda com dirigentes da instituição recordará episódios da vida institucional da tradicional Casa Espírita da Rua Botafogo.
A reunião será pública e contará com a presença de dirigentes da CEPA e da CEPABrasil que virão a Porto Alegre para um encontro com cepeanos gaúchos e de outras partes do Brasil, para discutir questões administrativas. De Rafaela, Argentina, virão Dante López, presidente da CEPA, e sua esposa Mónica, juntamente com Gustavo Molfino (3º vice-presidente) e sua esposa Carina. De São Paulo, virá Alcione Moreno, presidente da CEPABrasil, e também Mauro de Mesquita Spínola, 2º vice-presidente da CEPA, e Jacira Jacinto da Silva, assessora jurídica e delegada da CEPA na capital paulista. De Pelotas, já confirmaram presença: Homero Ward da Rosa e esposa Regina.
Estão programadas reuniões administrativas da CEPA e da CEPABrasil para todo o dia de sábado (20), na sede do CCEPA. Serão bem-vindos todos os delegados da CEPA, especialmente, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como dirigentes de instituições espíritas ligadas à CEPA, no Brasil e Argentina.  

CCEPA estuda O Livro dos Espíritos
O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre está criando um grupo com o objetivo de realizar o estudo analítico de O Livro dos Espíritos. 
Segundo o idealizador da atividade, Salomão Jacob Benchaya, Diretor de Estudos e Eventos do CCEPA, o Grupo de Estudo Analítico de O Livro dos Espíritos (GEALE) “é destinado a estudiosos da doutrina fundada por Allan Kardec que tenham interesse numa apreciação crítica dessa obra básica da filosofia espírita num contexto de atualização”.
O grupo se reunirá às sextas-feiras, das 15 às 16h30min, a partir de 8 de março. 


Próximas conferência no CCEPA
 - Na terceira 4ª feira deste mês de março, (20/4, às 15h), Milton Medran Moreira, presidente do CCEPA, discorre sobre "Jesus No Espiritismo".

 - Na primeira seguna-feira de abril, (1º/4,às 20h30), Aureci Figueiredo Martins é o conferencista convidado do CCEPA para falar sobre "Fenômenos Paranormais".

Entrada franca.






Não perder a esperança
O dia em que um espírita perder a esperança é porque algo deu errado em tudo isso. Quero sugerir aos leitores de Opinião um texto escrito para amigos de toda HispanoAmerica. Colocado no Facebook. Aberto. Evidentemente não falo de Espiritismo. Variações sobre um mesmo tema apenas. Confira em:
http://pourkardec.blogspot.com.br/2013/01/o-mundo-possivel-vira.html
            Abraços a todos
 Paulo Cesar Fernandes – Santos/SP.

A idosa maltratada
Sobre “Opinião em Tópicos” (jan/fev), dizem as escrituras sagradas que a verdadeira religião é uma fé sem mácula e o amor ao próximo. Aqueles que são adeptos do espiritismo verdadeiro que prega somente o bem ou a espiritualidade com amor, estudiosos da vida com sinceridade e zelo, integram essa verdadeira religião que religa intimamente o homem a Deus e que é totalmente baseada nos ensinamentos de Cristo.
A lei de causa e efeito se cumpre na medida certa. Nem mais nem menos. Deus é justo. Ninguém passa por algo, seja “bom” ou “ruim”, sem que haja necessidade. Ao opinarmos  sobre o episódio da idosa que foi espancada, devemos fazê-lo sob a ótica espiritual e não por emoções estritamente humanas, ignorando a verdade de que somos espíritos, trazemos nossos créditos e débitos e todo um planejamento reencarnatório de outras vidas
Luciano Cordeiro – Mogi das Cruzes/SP.