Hora
de apurar causas e responsabilidades
Depois
da tragédia
Após o incêndio da Boate Kiss que vitimou
cerca de 240 jovens, a maioria deles universitários, na cidade gaúcha de Santa
Maria/RS, sob forte pressão social o Poder Público apura as causas da tragédia
prometendo responsabilizar todos os culpados. Enquanto isso, surgem no meio
espírita teses conectando o dramático episódio a culpas coletivas do passado a
serem resgatadas pelas vítimas. Seria essa uma interpretação legitimamente
espírita?
Auschwitz-Santa
Maria?
Quem vislumbra, invariavelmente, em tragédias
como a de 27 de janeiro, um nexo direto de culpa das vítimas com o evento e
seus detalhes aponta dois dados concretos que parecem ir além de mera
coincidência: 1º - o incêndio da casa noturna aconteceu justamente no Dia da
Memória do Holocausto; 2º - o gás responsável pela intoxicação das vítimas era
o mesmo utilizado pelos nazistas nos campos de concentração onde ocorreu o
genocídio de milhões de judeus, na primeira metade do Século XX.
A tese do resgate coletivo por obra de
meticulosa ação da “espiritualidade”, que reúne, num mesmo lugar, criminosos de
ontem para se tornarem vítimas de iguais sofrimentos causados a terceiros em
outras encarnações, já foi levantada, diversas vezes, no meio espírita
brasileiro. A mais conhecida consta de psicografia de Chico Xavier de texto atribuído ao espírito Humberto de Campos.
Veio à tona em 1961, quando do incêndio de um circo em Niterói, RJ, do qual
foram vítimas mais de 500 pessoas, a maioria crianças. Pela versão, todos os
mortos de Niterói estariam comprometidos por terem participado do martírio em
massa de cristãos, também pelo fogo e também num circo, do Império Romano,
então governado por Marco Aurélio, no ano de 177.
Da mesma forma, o incêndio do Edifício Joelma
(São Paulo/1974) ganhou idêntica versão, atribuindo-se às suas vítimas culpas
contraídas como partícipes das Cruzadas.
Manuel
Porteiro: tese é contrária à lucidez espírita.
O argentino Manuel S. Porteiro, em sua apreciada obra “Espiritismo Dialético”
levantou séria oposição à tese de que “aquele que sofre é porque fez sofrer
anteriormente os demais” e que, assim, “necessita de sofrimento para purgar o
mal feito”. Para ele, “dar por originários de existências anteriores todos os
males, todos os abusos, desmandos, crimes, desigualdades e iniquidades que se
contemplam no mundo”, é mais do que uma falsa interpretação, indica “falta de
lucidez na consciência dos que assim creem e supõem”. O introdutor da
sociologia espírita sustenta que o espiritismo não nos autoriza a crer “na
série infinita de causas e efeitos”. Para ele, a doutrina espírita não autoriza
interpretar que “o mal deva emendar-se com o mal, a injustiça com a injustiça,
a ofensa com a ofensa, porque a lei de causalidade espírita não é unilateral, mas bilateral, isto é, um dano recebido pode ser corrigido por quem o
faz com um bem equivalente, sem necessidade de sofrer o mesmo mal”.
Sobre o tema, a pedagoga espírita brasileira Dora Incontri disponibilizou em sua
página na Internet - http://doraincontri.com/2013/01/28/reflexoes-espiritas-sobre-a-tragedia-de-santa-maria/
- artigo rejeitando a tendência no meio espírita de dar, nesses casos,
“respostas fechadas, apressadas, categóricas, deterministas”. Considera a
existência de “muitas variáveis nesse processo: por exemplo, estamos sempre
agindo e, portanto, sempre temos o poder de modificar efeitos do passado”. Para
ela, “dores nem sempre são efeitos do passado, mas sempre são motivos de aprendizado”.
Resquícios de ira
divina
Rejeitar interpretações lineares como a de
“quem com ferro fere com ferro será ferido” está longe de se constituir numa
recusa ao princípio filosófico da causalidade espírita. Na base da lei de causa
e efeito está o princípio de que todo o mal gera sofrimento a quem o praticou.
Mas a dor tem um sentido pedagógico. Leva à conscientização e à mudança. A
forma mais humana de o espírito resgatar o mal é fazendo o bem. Não é sofrendo
o mesmo mal que fez a outros, num círculo vicioso que não teria fim. Isso
também vale para a sociedade. O gênero humano, nos milhares de anos de sua
evolução, tem aprendido, sucessivamente, com seus erros.
É um acinte à sua memória ver os jovens
vitimados pela tragédia de Santa Maria como bandidos, merecedores de uma pena
de puro caráter retributivo. Eram quase todos estudantes dedicados, bons
filhos, amorosos e honestos. Alguns sacrificaram a vida buscando salvar outros.
Deixaram um rastro de dor e saudade. Além disso, a morte de um ente querido é
mais dolorosa para quem fica do que para quem parte. Pergunta-se: também seus
pais, irmãos, avós, namorados, amigos, todos estariam pagando dívidas
contraídas como nazistas? A nação, que sofreu junto, estaria coletivamente
comprometida?
É racional crer na justiça como fator de
reabilitação do espírito. Mas não com mecanismos tipo “olho por olho, dente por
dente”, resquício de “ira divina”. Preferível ver tragédias assim como efeitos
de outra causa: a imprevidência humana.
Mas a lei é dinâmica. A dor que hoje parece
insuportável, amanhã será superada. E terá ensinado. Já não cometeremos os
mesmos equívocos. A reencarnação tem por fim educar. Não é castigo. É chance de
corrigir erros. Ainda que com dor.
(A
Redação).
Simplesmente,
humano.
“É uma pessoa que não tem nada de inquisidora,
extremamente afável, gentil, absolutamente tranquila”. (Leonardo Boff, sobre Bento
XVI, 2005)
Só o tempo ou, quiçá, nem ele, poderá revelar
à História todas as razões que levaram o Papa Bento XVI à renúncia de seu
pontificado. Demitir-se de um cargo para o qual foi eleito vitaliciamente e que
alça seu titular, no imaginário popular e por força da fé e da tradição, à
distinguida condição de “representante de Deus na Terra”, é gesto tão singular
quanto surpreendente.
Da instituição por ele dirigida reconhece-se,
mundialmente, sua força e poder. Mesmo que a História lhe haja imputado, ao
curso dos tempos, a autoria de graves violações aos mais caros valores
civilizatórios, seus dirigentes e fiéis chamam-na de “santa”. E, conquanto da
lista de seus sumos pontífices, constem nomes a quem se atribuem atos da mais
abjeta imoralidade e flagrante injustiça, o titular do cargo, recebe, em
qualquer circunstância, o tratamento de “Santidade”.
O adjetivo que antecede a nominação da Igreja
Católica Apostólica Romana e o tratamento reverencial reservado a seu sumo
pontífice, justificam os teólogos, não se vinculam exatamente ao procedimento
institucional e pessoal eventualmente adotado por um por outro, mas da missão
sacrossanta de que estariam investidos. Em tese, pois, estariam ungidos da
perfeição e das virtudes divinas, mas, na prática, como qualquer pessoa ou
instituição, sujeitam-se aos erros pertinentes à humana imperfeição.
Difícil entender essa contradição fora do
dualismo sagrado/profano. Por muito tempo, enquanto vigia no mundo a crença na
existência de uma “ordem divina” em inconciliável contraste com a “ordem
humana”, aquela incorrupta, esta corrompida por força do “pecado original”,
havia lugar para esse fatal e insuperável maniqueísmo. Dentro dessa concepção,
uma única instituição poderia se arrogar o privilégio da origem divina que a
faria ponte entre os céus e a Terra. Mas, composta que é de homens,
justificava-se fosse, ao mesmo tempo, santa e pecadora, virtuosa e devassa, sem
que, com isso, perdesse autoridade e
credibilidade.
A
modernidade, no entanto, sem que, talvez disso se apercebesse claramente a
Igreja, foi, pouco a pouco, superando o maniqueísmo sagrado/profano, divino/humano,
substituíndo-o simplesmente pelo natural. O fenômeno universal é regido por
leis naturais, que abarcam o físico e o moral, o material e o espiritual. Não é
preciso tirar Deus dessa nova concepção de universo. Ele aí está presente como
“inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas”, consoante tenta
defini-lo O Livro dos Espíritos (1857).
Mas, para esse Deus não há pessoas e nem instituições privilegiadas,
acima do bem e do mal. “Criados” todos simples e ignorantes, porque resultantes
de um longo processo evolutivo, tornamo-nos capazes de nos reconhecer
mutuamente como iguais em direitos e obrigações, sujeitos a erros e acertos e
subordinados a uma mesma lei universal. Somos, no plano e no estágio em que nos
encontramos, simplesmente, humanos. Como humanas serão todas as instituições
que formos capazes de criar.
É nesse contexto que o velho conceito de
santidade vai dando lugar ao de humanidade. Descobre-se, pouco a pouco, que
toda a virtude, antes tida por revelação divina a alguns intermediários
privilegiados, está, de fato, ínsita na própria natureza humana, como fagulha
da divindade que a tudo deu origem e que a tudo alcança. Na medida em que essa
consciência se faz comum entre homens e mulheres, percebe-se que não há mais
lugar para distinções entre uns e outros e nem para outorgas representativas da
divindade, com leis que assegurem privilégios sejam esses por crença, sexo,
ideologia ou etnia.
Essa mesma consciência de humanidade que a
todos nos submete a princípios éticos universais é avassaladora. Pouco a pouco,
derruba, em todos os quadrantes, as mais resistentes autocracias e
aristocracias. Instituições, grupos raciais, políticos ou religiosos que teimam
em preservar seus membros da censura imposta por regras que a civilização e a
modernidade tornaram mundialmente cogentes, mais cedo ou mais tarde, terão de
se submeter a esse tratamento igualitário de que buscaram se furtar. É o tempo
da humanização que está um passo à frente da santificação.
Sem ser exatamente um santo, título que,
talvez, até o incomodasse, Joseph Ratzinger entendeu, quem sabe antes de seus
pares, que é simplesmente um homem e que humana é, simplesmente, a instituição
que dirigiu. Seria esse o móvel de sua renúncia?
Resgates coletivos
Muitos espíritas – eu, entre eles, –
têm imensas dificuldades em aceitar a tese dos resgates coletivos de espíritos
presumivelmente autores de chacinas e genocídios do passado. A versão retorna
sempre após as grandes tragédias. Para lhe dar crédito, teremos de admitir
fatores que, me parece, fogem inteiramente da racionalidade espírita (embora
seja justamente a racionalidade da lei de causa e efeito o argumento de seus
defensores.). Não parece racional
que grupos tão grandes de espíritos aceitem ou sejam compelidos a reencarnar
juntos, num mesmo país ou cidade, para, juntos, embarcarem em um voo, irem a um
circo, ou uma boate, com o objetivo predeterminado de, lá, morrerem exatamente
da mesma forma como, em algum lugar do passado, tiraram a vida de outras pessoas.
Tragédias e martírios meticulosamente preparados, coordenados e executados por
“espíritos superiores” para que sejam cumpridos os desígnios da “justiça
divina”
Reencarnação, um processo complexo que
objetiva o progresso
A reencarnação, penso, é um processo
complexo, onde nossas faltas e dores de consciência também contam para a tomada
de eventuais decisões nossas e dos espíritos chamados a contribuir com nosso
progresso. Mas, quando se fala em consciência de nossos erros e imperfeições,
está se admitindo, por consequência, uma relativa capacidade de avaliar a
nocividade do mal feito e de planejar sua reparação da forma mais inteligente
possível. Não é nada inteligente, e, sob os modernos parâmetros de justiça,
também nada humano, que se cominem ao faltoso penas de caráter inteiramente
retributivo. Punições que atingirão
centenas, milhares ou, talvez, milhões de outras pessoas. Isso lembra a suma
injustiça do pecado original judaico-cristão que penaliza não apenas o primeiro
casal, mas toda sua descendência. Se para o cristianismo o pecado original só
logrou ser redimido pelo sofrimento de “Nosso Senhor Jesus Cristo”, para essa
versão melhorada de “justiça divina”, os grandes crimes de ontem só podem ser
resgatados pelos próprios pecadores, vitimados por desastres aéreos, incêndios,
deficiências físicas que o ser humano e a sociedade sequer poderão evitar,
porque pré-agendados em seu mapa de provas e expiações.
A obra de Humberto de Campos na psicografia de
Chico
- Ah! – hão de dizer alguns – mas a
fonte dessa explicação é fidedigna, pois consta de psicografia de Chico Xavier
de insuspeita autoria espiritual de Humberto de Campos.
Tenho um respeito muito grande por
Chico e, confesso: ao me tornar espírita, devorei e apreciei demais todas as
obras a ele ditadas pelo Irmão X ou Humberto de Campos. Com o mesmo estilo
leve, coloquial, elegante, que fez dele, quando encarnado, um dos grandes
cronistas brasileiros, Humberto, na espiritualidade, continuou sendo um
talentoso contador de histórias. Com elas, buscava transmitir aos leitores do
lado de cá conceitos de imortalidade e reencarnação, que ele só foi conhecer no
lado de lá. E o fazia, é claro, utilizando-se da ficção e de metáforas com as
quais tão bem manejam contistas e cronistas. “Crônicas de Além Túmulo”, “Contos
e Apólogos”, “Reportagens de Além Túmulo” e, naturalmente, a bíblia do
espiritismo cristão brasileiro, “Brasil, Coração do Mundo e Pátria do
Evangelho”, são exemplos vivos da ficção e da metáfora a serviço de uma causa
ou, neste último exemplo, a serviço de uma política institucional
espírita-cristã.
Livre-arbítrio e autoderminação onde ficam?
É nesse contexto que interpreto versões
como as que apontam as vítimas do incêndio do Gran Circus Norte-Americano (Niterói,
1961) como autores da morte dos cristãos num circo romano. Ou os jovens mortos
na Boate Kiss (Santa Maria, 2013), como nazistas responsáveis pelo holocausto
judeu. Pura ficção. Metáforas que ajudam
na transição da crença das penas eternas para a da reencarnação punitiva,
meramente retributiva. Mas, irracional. Até porque a se crer que tudo está
previamente determinado, todas as precauções contra as grandes tragédias, todos
os esquemas de segurança, as cautelas pessoais, serão inócuos. Será, enfim, a revogação
do livre-arbítrio, do engenho e da criatividade humana e do princípio da
autodeterminação do ser e da sociedade, caras conquistas do espírito imortal em
sua caminhada evolutiva
A Crise
da Civilização Atual
Gláucio Coelho Grijó, Enfermeiro pós-graduado em Saúde Pública;
Bacharel em Comunicação, Ex-presidente da Mocidade Espírita Estudantes da
Verdade – MEEV – Santos-SP.
Não podemos mais permitir que grupos e homens
inescrupulosos, com sua loucura pelo lucro, comandem a sociedade e a nossa
forma de viver, onde o dinheiro compra tudo, inclusive o tempo, a consciência e
honra.
Vivemos neste começo de século em um mundo
extremamente conturbado e, acima de tudo, em crise. Crises financeiras, nas
estruturas sociais e de valores. Segundo o sociólogo e filósofo Edgar Morin
(2012), o capitalismo financeiro, sua dominação e o fanatismo étnico-racial são
graves males da atualidade. Além destes, poderíamos incluir o dinheiro -
ditando quase todas nossas relações -, o hiperconsumismo, o individualismo das
pessoas, a aceleração do ritmo em nossas vidas e a constatação de que os
avanços tecnológicos não tornaram nossas vidas mais tranquilas e indolores.
No atual cenário as empresas transnacionais
não param de crescer e engolir os concorrentes em todo o planeta, aumentando
ainda mais a riqueza de seus acionistas majoritários em contrapartida ao
crescente abismo entre os mais ricos e o restante da população. Com a desculpa
de “reduzir os custos” e “aumentar a produtividade” os norte-americanos e europeus
deslocaram sua produção manufatureira para a Ásia, onde prevalecem os baixos
salários, câmbio desvalorizado e alta produtividade, aponta L.Gonzaga Belluzo
(2012). Junto à concorrência desleal dos produtos chineses geraram a destruição
dos pequenos artesãos, do operariado organizado e a quebra das pequenas
fábricas em todo o mundo, com reflexos acentuados nos Estados Unidos, Europa e
em nosso país. Essas holdings e
transnacionais, juntamente com os governos dos países mais “ricos” e
“desenvolvidos” tratam o meio-ambiente com total desrespeito, basta constatar o
fracasso da Rio+20.
A crise americana e europeia tem, em grande
parte, origem nas políticas neoliberais e no sistema financeiro que entrou em
parafuso entre 2007-2008, e não apenas na má condução dos Estados e nas
conquistas e direitos sociais que os países europeus promoveram no pós-guerra.
As medidas de “austeridade” impostas aos mais endividados e “gastadores”, como
se sabe, estão massacrando os europeus, principalmente do sul, agravando ainda
mais os conflitos étnico-raciais, com aumento excessivo do desemprego, e o que
é pior, gerando uma ausência de perspectiva de futuro para grande parte das
pessoas.
A cada dia temos a sensação de que o tempo
passa mais depressa, temos sempre que estar “ocupados” e “produtivos”. O
economista e romancista Fernando Trias de Bes (2006) sustenta
que há três tipos de aceleração que se
combinam: a aceleração técnica (internet, smartfones, etc.), a aceleração
social (troca-se mais de emprego, mudam-se os objetivos), e a aceleração do
ritmo de vida (dorme-se menos, fala-se mais rápido, compartilha-se menos com os
mais próximos). As comunicações, segundo ele, são cada vez mais intermediadas
por celulares e outros. Entretanto, se conectar e se comunicar não são o mesmo,
alerta o escritor argentino Sergio Sinay (2012). Segundo ele “A comunicação é o oposto, pois requer
presença, compromisso, maturidade, exige que a pessoa encare o mundo, os riscos
do encontro e do desencontro”. Isso exige mais tempo, e parece que as pessoas
não querem “perdê-lo”. Aproveitá-lo “ao máximo” é a lógica da rentabilidade da
atividade econômica, onde o “concorrente não dorme jamais” se estendem a todos
os ramos de nossas vidas, explica Bes. Fazer o que realmente nos dá prazer e
satisfação, sem a preocupação com o retorno financeiro - como ler este artigo-,
parece impossível ou antiprodutivo.
A busca pelo prazer sexual desenfreado, o
culto exagerado ao corpo, o hiperconsumismo, o abuso de álcool - principalmente
entre os jovens - são valores a todo o momento estimulados pela publicidade e
pelos meios de comunicação, sejam através dos livros, novelas, filmes,
videoclipe e reality shows.
O dinheiro dita quase todas as nossas
relações, afirma Georg Simmel (1978) Segundo este sociólogo alemão: “O dinheiro esvazia o núcleo das coisas,
transforma objetos tangíveis em mercadorias comuns, a exemplo a consciência e a
honra, que até então não se podia comprar”. A corrupção é um exemplo disso.
Seja nas empresas privadas ou no poder público, ela reflete uma doença
social. Para Morin “A humanidade está ameaçada por toda essa loucura da busca pelo
lucro, por toda essa insanidade fanática”.
Isto posto, podemos chegar à conclusão que
atravessamos um momento de intensa crise existencial. Nós, espíritas e humanistas,
não podemos deixar que grupos e homens com interesses escusos e egoísticos
ditem como devemos nos comportar, pensar, sonhar e viver. Não podemos admitir
que o dinheiro e o lucro pessoal sejam o fim de tudo. Precisamos marcar espaço
no cenário político e nos meios de comunicação, seja na TV, rádio, imprensa ou
mídias sociais. Urge mostrarmos nossa visão de mundo, porque outras
instituições, grupos econômicos e igrejas – principalmente as pentecostais e
neopentecostais - estão cada vez mais tomando um espaço importante na sociedade
e, principalmente, nos campos midiático e político-partidário. Algumas com
ideias extremamente reacionárias e conservadoras, o que é mais preocupante.
Gostaria de propor uma reflexão. Qual nosso
papel na atual crise? Que tipo de sociedade queremos para viver? Acredito que
já é hora de refletirmos seriamente sobre isto, porque nesse debate estamos
ficando para trás.
Presidentes da CEPA e
da CEPABrasil
visitarão CCEPA
Abril é o mês de aniversário do Centro
Cultural Espírita de Porto Alegre. Um ato singelo, programado para a noite de
19/4 irá marcar o 77º ano de fundação da antiga Sociedade Espírita Luz e
Caridade, hoje CCEPA. Uma mesa redonda
com dirigentes da instituição recordará episódios da vida institucional da
tradicional Casa Espírita da Rua Botafogo.
A reunião será pública e contará com a
presença de dirigentes da CEPA e da CEPABrasil que virão a Porto Alegre para um
encontro com cepeanos gaúchos e de outras partes do Brasil, para discutir
questões administrativas. De Rafaela, Argentina, virão Dante López, presidente da CEPA, e sua esposa Mónica, juntamente com Gustavo
Molfino (3º vice-presidente) e sua esposa Carina. De São Paulo, virá Alcione
Moreno, presidente da CEPABrasil, e também Mauro de Mesquita Spínola, 2º vice-presidente da CEPA, e Jacira Jacinto da Silva, assessora
jurídica e delegada da CEPA na capital paulista. De
Pelotas, já confirmaram presença: Homero
Ward da Rosa e esposa Regina.
Estão programadas reuniões administrativas da
CEPA e da CEPABrasil para todo o dia de sábado (20), na sede do CCEPA. Serão
bem-vindos todos os delegados da CEPA, especialmente, do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina, assim como dirigentes de instituições espíritas ligadas à CEPA,
no Brasil e Argentina.
CCEPA
estuda O Livro dos Espíritos
O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre
está criando um grupo com o objetivo de realizar o estudo analítico de O Livro
dos Espíritos.
Segundo o idealizador da atividade, Salomão Jacob Benchaya, Diretor de
Estudos e Eventos do CCEPA, o Grupo de Estudo Analítico de O Livro dos
Espíritos (GEALE) “é destinado a estudiosos da doutrina fundada por Allan
Kardec que tenham interesse numa apreciação crítica dessa obra básica da
filosofia espírita num contexto de atualização”.
O grupo se reunirá às sextas-feiras, das 15
às 16h30min, a partir de 8 de março.
Próximas
conferência no CCEPA
- Na terceira 4ª feira deste mês de março,
(20/4, às 15h), Milton
Medran Moreira, presidente do CCEPA, discorre sobre "Jesus
No Espiritismo".
- Na primeira seguna-feira de abril, (1º/4,às
20h30), Aureci
Figueiredo Martins é o conferencista convidado do CCEPA para
falar sobre "Fenômenos Paranormais".
Entrada franca.
Não perder a esperança
O
dia em que um espírita perder a esperança é porque algo deu errado em tudo
isso. Quero sugerir aos leitores de Opinião um texto escrito para amigos de
toda HispanoAmerica. Colocado no Facebook. Aberto. Evidentemente não falo de Espiritismo.
Variações sobre um mesmo tema apenas. Confira em:
http://pourkardec.blogspot.com.br/2013/01/o-mundo-possivel-vira.html
Abraços
a todos
Paulo Cesar Fernandes – Santos/SP.
A
idosa maltratada
Sobre
“Opinião em Tópicos” (jan/fev), dizem as escrituras sagradas que a verdadeira
religião é uma fé sem mácula e o amor ao próximo. Aqueles que são adeptos do
espiritismo verdadeiro que prega somente o bem ou a espiritualidade com amor,
estudiosos da vida com sinceridade e zelo, integram essa verdadeira religião
que religa intimamente o homem a Deus e que é totalmente baseada nos
ensinamentos de Cristo.
A
lei de causa e efeito se cumpre na medida certa. Nem mais nem menos. Deus é
justo. Ninguém passa por algo, seja “bom” ou “ruim”, sem que haja necessidade.
Ao opinarmos sobre o episódio da idosa
que foi espancada, devemos fazê-lo sob a ótica espiritual e não por emoções
estritamente humanas, ignorando a verdade de que somos espíritos, trazemos
nossos créditos e débitos e todo um planejamento reencarnatório de outras vidas
Luciano
Cordeiro – Mogi das Cruzes/SP.