segunda-feira, 10 de novembro de 2014

OPINIÃO - ANO XXI - Nº 224 - NOVEMBRO 2014

Nobel da Paz 2014:
Um prêmio contra
a discriminação e o preconceito
O Prêmio Nobel da Paz deste ano foi dividido entre uma adolescente muçulmana que luta contra a discriminação à educação da mulher no Paquistão e um hindu que se opõe, na Índia, ao trabalho escravo infantil.

Por um sonho de menina
A ativista paquistanesa Malala Yousafzai tinha apenas 15 anos quando, em 2012, sofreu um atentado perpetrado por extremistas talibãs de seu país. Ao receber um tiro na cabeça, por defender, em seu blog, o direito de as meninas frequentarem a escola, foi levada à Inglaterra, onde se recuperou e passou a residir com sua família. A partir do Reino Unido, liderou campanha mundial em favor de meninas muçulmanas que, em alguns países fundamentalistas, são impedidas de ir à escola.
Aos 17 anos, Malala tornou-se a mais jovem personalidade mundial a receber um Prêmio Nobel, anunciado dia 10 de outubro, em Oslo. Em maio do ano passado, ela encantou o mundo, ao discursar na ONU, dizendo que o tiro recebido não mudou nada em sua vida, “a não ser isto: a fraqueza, o medo e a desesperança morreram, e a força, o poder e a coragem nasceram”. Declarou não odiar o talibã que nela atirou: “Mesmo se eu tiver uma arma em minha mão e ele estiver em minha frente, eu não iria matá-lo”, disse no plenário da Organização das Nações Unidas.

Pela proteção de crianças
Aos 60 anos, o indiano Kailash Satyarthi (foto) foi o outro ganhador do Prêmio Nobel da Paz. Fundador, em seu país, do Movimento Salve as Crianças, ativista incansável pelos direitos infantis, Kailash salvou cerca de 80 mil crianças do trabalho forçado desde 1980. Percorrendo fábricas e com um histórico de vários atentados feitos contra ele por empregadores, lidera missões de resgate de crianças que vivem em condições análogas às de escravos. Em sua biografia, consta também a ajuda a crianças vendidas para pagar dívidas de seus pais.
A Índia, segundo informações coletadas por Kailash Satyarthi, tem cerca de 60 milhões de crianças trabalhando em fábricas, o que representa 6% da população do país.



         


Os Direitos Civis e a Espiritualidade
Duas culturas distintas. Dois corajosos personagens lutando contra costumes ligados ao fundamentalismo religioso. No Paquistão de Malala, talibãs influentes invocam leis religiosas que vedam à mulher o direito à escolaridade. Na Índia de Kailash, onde leis civis formalmente vigentes ainda não lograram impor-se para debelar o preconceito racial e religioso, crianças são mercadorias, especialmente se de castas “inferiores”, como a dos “intocáveis”.
Em todas as culturas, inclusive na ocidental cristã, temas como direitos civis da mulher, a plena abolição da escravidão humana – não apenas no plano legal, mas também social -, a liberdade e a igualdade - independentemente de orientação sexual, crença, origem étnica ou ideológica - são, invariavelmente, conquistas da sociedade civil. Só bem mais tarde esses valores éticos passam a ser tolerados pelos organismos religiosos, graças à “força das coisas”, como diria Allan Kardec. O catolicismo, por exemplo, só agora começa a examinar a possibilidade de um tratamento não discriminatório a homossexuais e divorciados.
A saga do espírito humano por seus direitos fundamentais sempre teve como influentes inimigos o dogmatismo e o fundamentalismo religioso. Os deuses e seus pretensos livros sagrados, decididamente, não revelam competência para acompanhar o progresso ético da humanidade.
Já a espiritualidade livre, presente em apreciáveis segmentos hindus e, também, em insuladas comunidades muçulmanas, harmoniza-se com os anseios progressistas do espírito humano. O mesmo não ocorre, contudo, com as religiões formais e suas hierarquias de poder mancomunadas com o autoritarismo político. Estas, historicamente, são inimigas do progresso e impermeáveis à adoção de uma ética natural, nos moldes daquela cuja fonte primordial é, segundo O Livro dos Espíritos (q.621), a consciência.
Por isso, a comunidade internacional, laica e progressista, sente-se gratificada quando personagens como Malala e Kailash, oriundos de tradições culturais distintas, ousam romper com os grilhões de ambas e, preservando sua espiritualidade interior, comungam entre si e com a consciência que anima homens e mulheres de espírito livre, felizmente presentes em todas as culturas. (A Redação)




Tempo de união e diálogo
“Nas democracias, união não significa necessariamente unidade de ideias. Pressupõe, em primeiro lugar, abertura e disposição para o diálogo”. (Dilma Rousseff, Presidente da República).

O Brasil acaba de sair de uma das disputas eleitorais mais acirradas de sua história. O interesse pela Política, característica das democracias, não raro transborda para desvios e excessos, por conta da convicção de que as ideias defendidas por um grupo político terão o condão de resolver definitivamente os problemas de um país. No fundo, mesmo sem o perceber, reproduzimos condutas dos tempos em que, por força da fé religiosa, nos julgávamos detentores da verdade salvacionista. Em seu nome, tudo nos era permitido, inclusive a vil desqualificação das ideias alheias e, por consequência, o cultivo de sentimento bem mais grave: de desprezo, quando não de destruição, do outro.
O pronunciamento da presidente reeleita, logo após a contagem dos votos, soa como um civilizado retorno ao ideário republicano, esquecido na refrega da luta sucessória. Mesmo sob nuanças ideológicas diversas, o período eleitoral deixou claro que, no fundo, os brasileiros perseguem objetivos comuns. Educação, segurança, saúde, vida digna para todos, seriedade de governantes e governados no cumprimento de seus deveres legais... Que mais desejamos, se não isso? Que outros fatores, se não esses, serão suficientes para unir brasileiros de todas as regiões, crenças e ideologias?
A paixão política, exacerbada em períodos eleitorais, cria, muitas vezes, falsos dilemas que, findo o pleito, convém sejam exorcizados. Nesta disputa política, chegamos a esquecer de que as duas forças confrontantes, por sua origem e história, têm imensamente muito mais em comum do que a separá-las. Ambas emergiram da luta pela redemocratização do país. Têm como pressuposto a defesa intransigente das liberdades políticas. Perseguem, francamente, um estágio de progresso e de justiça social.
Se valores comuns as unem no sentido da convergência de ações em uma nação dividida, um objetivo as deve impelir a projeto maior: o combate intransigente à corrupção. Bem, e disso igualmente se ocupou a presidente em sua primeira fala, ao assumir “compromisso rigoroso” de “mudanças para acabar com a impunidade”. Não é sem tempo. Que o diálogo proposto e a união sugerida conduzam, de fato, a esse fim.






Descrença na justiça
O grande poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, em algum momento de profunda descrença na justiça, deixou rascunhada esta observação: “A justiça é tão falível que ela própria se encarrega de reformar suas sentenças, nem sempre para melhor”.
Penso que a falibilidade dos mecanismos de justiça é uma das maiores causas de desencanto do ser humano. A religião, aí, passa a ser o grande elemento de consolo e de conforto: “A justiça humana falha, mas a divina jamais”, costuma-se dizer. O consolo religioso está em pensar que, neste “vale de lágrimas”, a regra é a de fazer o justo penar, e o conforto está em que, depois da morte, os que aqui foram injustiçados, hão de ser bem-aventurados. É a justiça transcendente, valor em que se funda o sistema de penas e recompensas da religião cristã, mãe de nossa civilização.

Justiça imanente
À concepção religiosa da justiça transcendente, Gustavo Geley (1868/1924), o notável psiquiatra francês que presidiu o Instituto Metapsíquico de Paris, contrapôs a tese da justiça imanente, que, para ele, “é o resultado do jogo normal e regular da vida”. Por isso, não está restrita às contingências de uma vida terrena. Acompanha o espírito e os agrupamentos humanos por suas vidas sucessivas. Na concepção da justiça imanente, segundo Geley, “não há qualquer necessidade de um juízo divino e nem de sanções sobrenaturais”. “Somos recompensados ou castigados não por aquilo que fizemos, mas simplesmente porque fizemos”.

Justiça: morosidade, falibilidade e infalibilidade
Tanto quanto os nossos falhos mecanismos de justiça, dos quais frequentemente nos queixamos por serem morosos, a justiça imanente também não tem pressa. Como, em matéria de justiça, ainda raciocinamos a partir do parâmetro “fez, tem que pagar, na mesma moeda”, é natural que nos indignemos com a tardança na aplicabilidade da reprimenda ou da reparação. “Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada”, disse Rui Barbosa.
Já, a justiça imanente tem como pressuposto a necessidade vital da evolução e, logo, é um processo lento que, necessariamente, há de se conjugar com outros valores. Assim, Allan Kardec foi muito feliz em enunciar em uma tríade a última das dez leis arroladas na 3ª Parte de O Livro dos Espíritos: Lei da Justiça, do Amor e da Caridade. Por isso mesmo, Geley insiste em mostrar que, vista isoladamente, num dado momento da vida do espírito ou de uma coletividade, a justiça aparece, via de regra, falível e desproporcional. Entretanto, “em uma série suficientemente longa de reencarnações torna-se perfeita, matematicamente perfeita”. A equação matemática que desejamos seja pronta, vai se dar no devido tempo do processo evolutivo.

Justiça divina e justiça humana
Vista sob o aspecto de sua imanência no espírito dos indivíduos de dos povos, mesmo que se apresente falha, como no estágio em que nos encontramos, não faz qualquer sentido essa dicotomização entre justiça divina e justiça humana. Ou cremos ou não cremos na existência da justiça como elemento integrativo da vida e aperfeiçoável sob o impulso evolutivo. A visão materialista leva, necessariamente, à descrença na justiça. A teologia da unicidade de vida, após a qual há de vir o juízo, conduz, igualmente, à total descrença na justiça, entre os homens. Só a teoria reencarnacionista/evolucionista leva à crença do aperfeiçoamento constante dos mecanismos da justiça, em todos os estágios do espírito e dos povos.
Por que escolhi, este mês, tema aparentemente tão hermético e teórico? Porque, na prática, tem se falado muito em corrupção e impunidade. Talvez em sentido contra a corrente, quero dizer que não acredito no êxito nem de uma, nem de outra. E, para isso, não preciso me valer de nenhum conceito de justiça transcendente ou divina. Apenas creio na justiça!




Exercícios para o Espírito
Ângelo Vieira dos Reis
Sociedade Espírita Casa da Prece – Pelotas/RS.

Durante o horário de almoço, eu pedalava na bicicleta ergométrica ao lado de um colega na academia de ginástica, e, observando a musculatura hipertrofiada de alguns dos frequentadores, fiz a seguinte indagação: “será que eles também malham a mente? Será que leem com a mesma frequência?” Logo percebi que o comentário fora presunçoso, pois eu também estava lá “malhando” e não tinha certeza de que eu próprio lia o suficiente.
A cena me deixou pensativo. Além de ficar incomodado com o meu próprio comentário, percebi que a leitura não era a única forma de exercitar a “mente” e mais: Nós somos espíritos encarnados. Então, de que adiantaria exercitarmos apenas uma parte do nosso ser? E o espírito, poderia ele também ser “exercitado”, como o corpo, numa academia? Senti que estas questões mereciam um estudo mais atento, o que apresento neste breve escrito.
Partindo dessa visão mais holística do ser humano, comecei a estudar os exercícios para o corpo, para a mente (biológica, física) e para o espírito. Na internet, o oráculo contemporâneo, busquei informações a respeito dos dois primeiros e no Livro dos Espíritos, procurei pelos “músculos” do espírito.
Não foi difícil verificar os benefícios que os exercícios regulares e moderados trazem ao corpo: melhoria da função cardiovascular e respiratória; diminuição da incidência de doença das artérias coronárias e diabetes tipo II; prevenção da osteoporose; aumento da força muscular; retardo em processos do envelhecimento; aumento da sensação de bem-estar e da autoestima; por exemplo. Para obtenção dos benefícios descritos, deve-se realizar, no mínimo, 30 minutos de exercícios diários (que pode ser uma simples caminhada) durante, no mínimo, quatro dias por semana. Por outro lado, segundo autores como Costa (2011), o excesso de exercícios (mais de 5h semanais) pode se configurar numa doença, a vigorexia, que tem como sintomas o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, a insônia, a irritabilidade e queda do sistema imunológico. Permito-me acrescentar que o excesso de exercícios físicos ocupa tempo que poderia ser utilizado em ações de maior proveito para o crescimento espiritual da pessoa.
Da mesma forma, obtive várias páginas sobre exercícios para a mente na internet. O que me chamou mais a atenção foram os escritos de Vale (2010). Segundo ela, o cérebro é exercitado quando estimulamos os cinco sentidos. Isso pode ser conseguido fazendo-se as coisas quotidianas de maneira não usuais, “obrigando o cérebro a um trabalho adicional”. Seguem alguns exemplos dados pela autora: ande pela casa de trás para frente; vista-se de olhos fechados; estimule o paladar, comendo comidas diferentes; leia ou veja fotos de “cabeça para baixo”; veja as horas num espelho; troque o mouse do computador de lado; experimente jogar qualquer jogo ou praticar qualquer atividade que nunca tenha tentado antes. Esses e outros exercícios mantêm a nossa capacidade intelectual e cognitiva em bom estado.
Mas afinal... e os exercícios para o espírito? Achava ingenuamente, de início, que a resposta se resumiria à prece e à meditação. Porém, uma rápida pesquisa no Livro dos Espíritos revelou “exercícios” bem mais complexos. No Livro Terceiro, Capítulo XII “Perfeição moral”, item IV “Caracteres do homem de bem”, lê-se:

918. Por que sinais se pode reconhecer no homem o progresso real que deve elevar o seu Espírito na hierarquia espírita?
– O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da sua vida corpórea constituem a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua mais completa pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos praticados, perguntará se não violou essa lei, se não cometeu nenhum mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém teve de se queixar dele, enfim, se fez para os outros tudo o que gostaria que os outros lhe fizessem.

A partir daí, ao contrário do que inicialmente supus, não foi muito difícil conjecturar que os exercícios que irão deixar o nosso espírito “bem musculoso” e capaz de fazer uma “boa figura” no retorno à espiritualidade, situam-se para além das preces. Essa ginástica compreende, ao menos, a prática do amor, da caridade, do perdão, da gratidão, do conhecimento de si mesmo, da reforma íntima, da paciência, da humildade, do estudo do mundo espiritual e da aceitação das provas. Os exercícios para o espírito, da mesma forma que os para o corpo e para a mente, devem ser praticados com regularidade a fim de que os seus efeitos benéficos se estabeleçam e perdurem, causando uma mudança de fundo em nosso ser, que, por sua vez, produza avanços significativos em nossa jornada evolutiva.
Encarnados, somos espírito com um corpo físico. Portanto, a fim de que realizemos aqui as tarefas planejadas na programação existencial, temos que cuidar bem de todos os aspectos de nosso ser, o que significa exercitar o corpo, a mente e o espírito. Daí o adágio que nos chegou da cultura grega clássica: “mente sã em corpo são”.

Referências:
COSTA, A. J. SOvertraining: o excesso de exercício prejudicando o corpo. 2011. Disponível em:  <http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=578>  acesso em maio de 2011 .

VALE, N. 21 Exercícios de neuróbica que deixam o cérebro afiado. 2010. Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/conteudo/11342-21-exercicios-de-neurobica-que-deixam-o-cerebro-afiado.htm> acesso em junho de 2011.






Bons livros para ler e presentear
* Em tempos de sucesso da chamada literatura de “auto-ajuda”, a editora espírita EME acaba de lançar obra bem fundamentada em conceitos espíritas, demonstrando, com racional lucidez, que o Universo, representado pelas leis divinas, trabalha sempre e incessantemente a nosso favor. José Lázaro Boberg, autor com mais de 100 mil livros vendidos pela Editora EME, depois de vários trabalhos versando sobre aspectos ético-morais espíritas, acaba de lançar “Peça e Receba”. A partir de fatos da vida real, sempre entremeados de conceitos doutrinários espíritas, Boberg sustenta que é possível realizar qualquer sonho, desde que perseguido e trabalhado por quem deseja vê-lo concretizado.
“Peça e Receba – O Universo conspira a seu favor” (236 páginas) pode ser um bom presente de fim-de-ano, e está à venda na Livraria do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre (25 reais).

* Um excelente resgate do conceito de fé racional, em livro do autor gaúcho Jerri Almeida, acaba de chegar ao mercado por iniciativa da Olsen Editora, de Porto Alegre.
“Kardec e a Revolução na Fé”, 160 páginas de pura reflexão filosófica espírita, conduzida em estilo leve, traz novamente ao debate ideias que imortalizaram autores como J.Herculano Pires e Deolindo Amorim, compatibilizando questões de fé com a razão. Mas, é especialmente na obra de Kardec, e muito particularmente em artigos publicados pelo sistematizador do pensamento espírita na “Revista Espírita” que vamos identificar a fonte do pensamento revolucionário do autor. Para Almeida, “o Espiritismo não é uma doutrina profética, ou coisa do gênero, não se apresenta proselitista, muito menos salvacionista. Os que a buscam imaginando receitas simples, místicas e milagrosas para seus problemas, não encontram nele nenhuma resposta”.
“Kardec e a Revolução na Fé” pode ser encontrada na Livraria do CCEPA, ao preço de 35 reais.





Aborto (1)
Parabéns ao autor de “Opinião em Tópicos” da edição de outubro. Foi um dos artigos mais coerentes que já li sobre o tema aborto.
Elazir Silveira Rosa – Rio de Janeiro (manifestação no portal Espiritbook que reproduziu a coluna)

Aborto (2)
Eu sou contra o aborto, salvo se a mulher for vítima de violência sexual. Aí cabe a ela decidir.
Sueli Rodrigues – Praia Grande/SP. (no portal Espiritbook)

Aborto (3)
Sou contra o aborto, pois sou favorável à vida. Aborto para mim é uma grande covardia com um ser que está para nascer e não tem como se defender! Os que admitem o aborto, por que não aceitar matança de um bebê que acabou de nascer, se a mãe apresenta as mesmas carências afetivas, psicológicas, sociais , econômicas, educação, dignidade como mulher? Sabe-se que com poucos meses de gestação o bebê já tem uma certa consciência, por que assassiná-lo? Portanto, pelo meu ver, o embrião com mais de mês, um nascituro e um bebê, praticamente não há diferença. Entretanto, sou favorável meios contraceptivos como: pílula do dia seguinte, DIU, camisinhas, pílulas etc. Com tantos meios para que se evite a formação do embrião, por que esperar sua formação? Por descuidado? Por irresponsabilidade? Por ignorância? Isso não se justifica, como não se justificaria um homicídio qualquer!..
Paulo Cesar – DF (na Lista de Debate da CEPA, que discutiu a questão provocada na coluna)

Aborto (4)
Eu também sou contra o aborto! Só que sou contra sua criminalização indiscriminada. Também considero aceitável a interrupção da gravidez nas primeiras semanas, dependendo das circunstâncias e, principalmente, apoiar e respeitar a liberdade e respectiva responsabilidade das mulheres.
Abraços
Néventon Vargas – João Pessoa/PB (Lista de debates da CEPA)

Aborto (5)
Sobre o aborto, apenas tenho a dizer o que já foi mais ou menos dito aqui por outros membros: o Espiritismo, assim como outras religiões reencarnacionistas, são as mais aptas a possuir alguma aceitabilidade em relação ao aborto, pelo simples fato de a vida, para elas, ser eterna, não se iniciando na concepção e não terminando na morte física. Às vezes eu estranho Espíritas sendo tão ou mais radicais em relação ao aborto do que outros religiosos, como católicos e protestantes.

Luiz Vaz – Rio de Janeiro/RJ. (na Lista de Debates da CEPA)