Temas
de vanguarda
O
Espiritismo do Século XXI
A
abordagem de temas como meio ambiente, sexualidade, justiça social, ética e
ideologias, no II Encontro Espírita
Ibero-Americano, realizado na Espanha, pode estar sinalizando para um novo
período a ser vivido pelo espiritismo internacional: a melhor integração com
outros movimentos mundiais voltados ao humanismo e ao progresso ético, político
e social da humanidade.
O (bom)
exemplo de Salou
Os segmentos mais progressistas do movimento
espírita da Europa e das Américas, embora minoritários relativamente ao
tradicional movimento religioso, revelam a tendência de se inaugurar um novo
período na abordagem de temáticas em eventos espíritas. No II Encontro Espírita Ibero-Americano, que aconteceu na cidade de
Salou, Tarragona, Espanha, no início de maio último, painéis como “Espiritismo
e Sociedade”, “Espiritismo e Problemática Social” e “Espiritismo e Consciência”
abriram espaço para temas de palpitante atualidade, vistos a partir de
fundamentos espíritas. No primeiro desses painéis, Gustavo Molfino (Rafaela, Argentina) abordou “Responsabilidade
social e ambiental do espírito na sociedade atual”; Mauro de Mesquita Spínola (São Paulo, Brasil) enfocou “O
espiritismo combate as injustiças sociais”; e Jacques Peccatte (Paris, França) falou sobre “O papel do
espiritismo moderno em nossas sociedades”.
No painel “Espiritismo e Problemática
Social”, desfilaram temas como: “Sexualidade e Espiritismo” (Alcione Moreno – São Paulo/Brasil);
“Criminalidade e Direitos Humanos” (Jacira
Jacinto da Silva – São Paulo/Brasil) e “A essência da mensagem do
espiritismo como resposta aos desafios atuais do ser humano” (Oscar Garcia – La Palma, Espanha).
A partir do tema “Espiritismo e Consciência”,
Maria Cristina Zaina
(Curitiba/Brasil) abordou conceitos modernos distinguindo “Pecado e Erro”. No
mesmo painel, Mauro Barreto (La
Palma, Espanha) enfocou “Espiritualidade e Consciência” e Nieves Granero (Valencia/Espanha) fez atualizada reflexão sobre
“Ser Consciente”. Já o painel “Motores do Espiritismo” oportunizou que se
discutissem temas como amor, ética e ideologias, a partir dos vetores do
pensamento contemporâneo. Assim, Moacir
Araújo Lima (Porto Alegre/Brasil) abordou “Amor, a arte de viver”; Milton Medran Moreira (Porto
Alegre/Brasil) enfocou “A ética espírita no Século XXI” e David Estany (Tárrega/Espanha): “A crise do materialismo”.
O papel do centro espírita no mundo moderno
foi tema do painel “Inserção Social do Espiritismo”, onde José Carlos Miranda Lucas (Óbidos, Portugal) tratou do “Centro
Espírita no Século XXI”; José Arroyo
(Porto Rico) reportou-se a históricas inserções espíritas em temas políticos e
sociais de seu país e o engajamento atual na campanha contra a implantação da
pena de morte; e Victor da Silva
(Caracas/Venezuela) abordou “O grande objetivo do espiritismo”, a partir de uma
visão laica e livre-pensadora.
O próprio enfoque de temas clássicos, como a
mediunidade, mereceu, em Salou, uma abordagem voltada ao desafio das mudanças: Dante López (Rafaela, Argentina) falou
sobe “Os desafios da mediunidade frente ao Século XXI”; Gláucia Lima (Lisboa, Portugal) tratou de aspectos psiquiátricos
relacionados à mediunidade, em “Mediunidade: caminho ou transtorno?”; e Leonor Leal (Alcoçaba, Portugal) trouxe
“Provas científicas da fluidoterapia”.
Homenagens
e Caminhada pela Paz
Três figuras importantes do espiritismo
latino-americano e espanhol que, em seu respectivo tempo, contribuíram para a
atualização doutrinária e a inserção do espiritismo na cultura foram
recordadas: Jaci Régis, teve sua
vida e obra exposta por Alexandre Cardia
Machado (Santos/Brasil); Josep
Casanovas Llardent, fundador do Centro Barcelonês de Cultura Espírita,
recebeu a homenagem de David Santamaría;
e Amalia Domingo Soler foi recordada
por Yolanda Clavijo (Caracas,
Venezuela), que sustentou a plena vigência do pensamento da grande dama do
espiritismo espanhol.
Ao final do Encontro, os participantes
fizeram uma Caminhada pela Paz que se estendeu pela linda orla marítima da
cidade mediterrânea da Catalunha.
Um Novo
Tempo
Muitos dos temas apresentados no II Encontro
Espírita Ibero-Americano já o haviam sido no XXI Congresso Espírita
Pan-Americano, de Santos, em 2012. Reprisá-los ou ampliá-los no cenário
espírita europeu é indicativo de que há, lá e aqui, segmentos interessados em
dar um passo a frente na abordagem da teoria espírita e suas consequências.
No artigo “Período de Luta” (Revista
Espírita, dezembro/1863), Allan Kardec prognosticava que, após um período
religioso, seguido de uma fase intermediária, as ideias espíritas tenderiam a
ganhar o mundo, propiciando o que denominou “Período de Regeneração”.
Para o fundador do espiritismo, esse processo
haveria de ser mais rápido e seria alcançado já nos primórdios do Século XX,
por conta do avanço da compreensão mundial acerca da proposta espírita.
Percalços como duas grandes guerras mundiais, o incremento de regimes de força,
o consequente sufocamento de liberdades individuais, fizeram dessa caminhada
algo bem mais lento. O próprio espiritismo, na sua feição mais conhecida,
resignou-se em se apresentar ao mundo apenas como uma nova religião, estratégia
que já não faz sentido, num mundo pluralista, laico e livre-pensador.
Mais do que se desejar a expansão do
espiritismo como uma doutrina religiosa ou moral regeneradora da humanidade,
quase messiânica, a melhor estratégia, neste momento, parece ser a de
harmonizar suas propostas com as tantas tendências progressistas de um mundo em
transformação.
Cabe demonstrar a quem de nós se aproxima que
estamos de acordo com os grandes movimentos em favor da paz, da democracia, das
liberdades, do avanço das ciências, do pluralismo e, enfim, da felicidade
humana. E que nossos fundamentos filosóficos, todos eles, dão suporte racional
a esses objetivos. Parece ser esta, hoje, a melhor estratégia, felizmente bem
compreendida por um segmento espírita, ainda pequeno, mas com enorme potencial
de expansão, porque afinado com a consciência de um novo tempo. (A Redação).
E por
falar em lógica
“Todas
as escrituras sagradas(...) ‘encerram os germens de grandes verdades’. Nos
livros do Cristianismo, que incluem os livros fundamentais do Judaísmo, esses germens
aparecem de maneira mais acessível a nós, por se dirigirem especialmente ao
nosso tempo, através do processo histórico da evolução cristã”. (J.Herculano Pires, em “O Espírito e o Tempo”) ]
Com o título de “A interpretação que excede a
lógica”, o artigo de WGarcia, em “Enfoque” – pag.4 -, tece algumas críticas ao
texto “Contextualizar é preciso”, de nossa edição de maio, mês do 150º
aniversário do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Como é da política deste mensário, acolhemos
e, na medida em que o permita seu exíguo espaço, publicamos opiniões
divergentes das nossas, desde que bem fundamentadas e capazes de contribuir com
o debate espírita, características sempre presentes nos textos do ilustre
subscritor do aludido artigo.
Permitimo-nos, entretanto, convidá-lo, e a
nossos demais leitores, para uma releitura daquele pequeno editorial, não para
que se concorde ou se deixe de concordar com ele, mas apenas com a pretensão de
refutar a crítica central a ele lançada: a de ausência de lógica.
Não será demais recordar a velha lição
aristotélica a partir da qual identificamos em um raciocínio a presença ou a
ausência de lógica. A velha fórmula “Todo o homem é mortal; Sócrates é homem;
Logo, Sócrates é mortal” propõe desdobrarmos o raciocínio em duas premissas - a
maior e a menor - das quais resulte uma conclusão.
O artigo “Contextualizar é preciso” pode,
perfeitamente, ser submetido ao esquema proposto. Senão, vejamos: Partiu da
premissa de que todas as grandes tradições religiosas contêm princípios de uma
moral universal, classificada pelo espiritismo como “lei natural” (premissa
maior). Complementou considerando que o
cristianismo é uma das grandes tradições religiosas, na qual estavam Kardec e
muitos de seus interlocutores espirituais mergulhados (premissa menor). E
finalizou por dizer que o cristianismo, como outras tantas, é uma tradição
religiosa na qual estão contidos importantes elementos constitutivos da lei
natural (conclusão). É possível, pois, que Aristóteles vislumbrasse alguma
lógica na argumentação exposta.
Mais do que isso, o que afirmou o pequeno
artigo? Que “O Evangelho Segundo o Espiritismo” deve ser visto e analisado no
contexto cultural em que viveram Kardec e aqueles espíritos de forte
impregnação cristã e católica que contribuíram para sua publicação. Em momento
algum se afirmou que “a figura de Jesus, as ligações com o cristianismo e
outros aspectos desse mesmo tema” sejam iniciativas isoladas de “O Evangelho
Segundo o Espiritismo” ou que não estejam “amparadas na obra básicas”, que é “O
Livro dos Espíritos”.
Sem a menor dúvida, a França do Século 19,
berço de Kardec e ambiente cultural de todo o conjunto de sua obra, estava
impregnada de ideias cristãs e, especialmente, católicas. Sem qualquer dúvida,
também, o lúcido espírito de Kardec delas partiu, no planejamento e execução de
sua obra, para dali extrair os valores permanentes que compõem a moral
universal apregoada pelo espiritismo. Sem querer fazer da proposta espírita uma
religião, buscou no cristianismo aqueles valores éticos identificados como
“eternos e imutáveis”.
Subsiste, no entanto, a indagação: se em
outra cultura estivesse, ou se, mesmo nos dias de hoje, e no próprio Ocidente,
se dispusesse a reescrever as obras fundamentais do espiritismo, Allan Kardec
escreveria “O Evangelho Segundo o Espiritismo”? E se o escrevesse, seria com as
mesmas impregnações culturais ali presentes? Pensamos que não. As premissas que colocaria em seu silogismo bem que
poderiam ser outras. Que, no entanto, levariam às mesmas conclusões. Porque
estas tendem a ser universais.
Mas, isso é apenas uma opinião. A nossa
opinião. Que, aqui, ratificamos inteiramente. E o fazemos como mero exercício
intelectual, pois que a História está posta e não há como modificá-la. Podemos,
entretanto, interpretá-la, seguindo a lógica que nos pareça a melhor.
Reencarnação
e justiça
Tenho dito sempre: uma das questões que me
aproximou do espiritismo e de sua filosofia, quando já adulto e já nas lides do
Direito, foi a relação que percebi entre reencarnação e justiça. De formação
cristã e católica, nunca conseguira aceitar racionalmente o dogma das penas
eternas. Talvez meu “eureka” tenha se dado no momento em que, pela primeira
vez, li a questão 171 de O Livro dos Espíritos, apontando como base racional da
reencarnação o que os espíritos classificavam como “justiça divina”. Da
resposta dos espíritos, chamou-me especial atenção esta frase: “Não te diz a
razão que seria injusto privar, para sempre, da felicidade eterna todos aqueles
cujo aprimoramento não dependeu deles próprios?” Vislumbrei na sentença um
toque de humanismo que percebia ausente da teologia cristã: a de que a vida de
relação é bem mais complexa do que o mero sentido de “certo e errado” adotado
pelas religiões. E que decretar a bem-aventurança ou a danação eternas de um
espírito a partir de um presumível acerto ou erro seria a mais ignóbil
expressão de injustiça.
A
primeira palestra
A primeira palestra que fiz num centro
espírita, quando ainda sequer me declarava seguidor do espiritismo, teve por
tema “A justiça divina e a justiça humana”. Foi na Cruzada dos Militares
Espíritas da cidade de Bagé, onde eu era Promotor de Justiça, na década de 70
do século passado. Decorridos tantos anos, minhas reflexões já não mais se
fundam nessa visão dicotômica e maniqueísta: justiça divina x justiça humana.
Busco perscrutar nas leis sábias da vida um sentido de justiça que se aperfeiçoa,
etapa após etapa, por força da evolução dos seres. É certo que, num mundo
desigual como o nosso, provisoriamente, podem triunfar as injustiças. Mas,
nossa capacidade de indignação, que também se aprimora, etapa após etapa, é o
combustível que nos leva a agir no sentido da redução gradativa das injustiças.
Numa perspectiva reencarnacionista, pois, não é justo que se tome como errado um
comportamento individual alheio, atribuindo-lhe uma pena matematicamente
proporcional à lesão praticada. Como sugerem as entidades entrevistadas na
questão 171, a consciência acerca do mal cometido nem sempre depende do próprio
agente. Frequentemente deriva do entorno em que vive e de erradas estruturas
sociais à sua volta. Seu aprimoramento não está a depender dele próprio. Logo,
puni-lo não faz sentido.
A
justiça cósmica
A justiça cósmica deve ser mais inteligente
que os mecanismos crime-castigo por nós adotados e que, numa primeira e
equivocada visão palingenésica, terminamos por atribuir também à reencarnação.
Em uma palavra, a primeira tendência – que foi também a minha e devo tê-la
explicitado na palestra de Bagé – é de substituirmos as penas eternas da
teologia cristã por um rigoroso “olho por olho, dente por dente”
reencarnatório. Mas, reencarnação, mais que tudo, é instrumento de progresso. O
progresso, é certo, não se opera sem alguma dor. A dor do aprendizado, também é
certo, é fruto de nossas deficiências. Tudo o que fazemos em sentido contrário
à lei natural produz sofrimento. Entretanto, os mecanismos inteligentes da
justiça natural não se comprazem com a vingança. Se, no mundo espiritual há
espíritos vingativos, como gostam de mostrar certos “romances espíritas”, é
equivocado chamarmos isso de justiça divina. Serão eles tão carentes de
educação quanto os que, aqui, cometem crimes inspirados na vindita.
O
esquecimento
Para quem visualiza na justiça uma função
meramente retributiva, a memória do mal feito é essencial: “Estou sofrendo esta
pena porque fiz aquilo”. As almas que penam no inferno de Dante são lembradas
disso a cada instante. Já a reencarnação, porque instrumento de educação e
progresso, e não de castigo, apaga da lembrança do espírito os fatos que,
eventualmente, tenham contribuído para seu sofrimento. Não apaga, contudo, as
intuições trazidas no íntimo da consciência a inspirarem a tomada do caminho
retificador. Enfim,
não se faz justiça sem amor. O humanismo espírita se nutre da tríade
justiça/amor/caridade. Se não formos capazes de “humanizar” nossa visão de
justiça, seguiremos tendo também da reencarnação um conceito distorcido. Muito
próximo das penas eternas da teologia cristã.
Equívocos - A
interpretação
que excede a lógica
WGarcia - Recife,
PE
A propósito da publicação no “Opinião”, do
CCEPA, mas, também, da ideia que a matéria representa, cabe um reparo amparado
na lógica da doutrina que Kardec organizou e produziu, denominada Espiritismo.
A matéria diz respeito aos 150 anos de
lançamento de O Evangelho segundo o Espiritismo, tão amplamente comemorados
neste Brasil de nosso tempo, mas pouco, muito pouco mesmo analisada fora desse
lugar comum que é o campo da religião, visto que sua lógica está para além do
mero consolo e da simples aplicação da moral cotidiana.
A matéria do “Opinião” – Contextualizar é preciso – padece de um equívoco argumentativo, uma
vez que deduz houvesse Kardec sido filho de uma outra cultura que não a cristã,
ao seu tempo, teria escrito livro diferente para o aspecto religioso do
Espiritismo. Esquece-se, contudo, da visão de conjunto necessária para
compreender a posição de O Evangelho
segundo o Espiritismo na doutrina de Kardec.
Talvez, ninguém melhor do que Herculano Pires
tenha tido essa visão e deduzido dela a lógica do livro mencionado, lógica essa
que o insere num contexto de uniformidade de vistas, de forma a constituir não
apenas uma parte do conjunto, mas parte que não pode ser excluída porque
deforma o todo e parte que não possui finalidade em si mesma, pois existe por
conta do conjunto.
O argumento de que em outra cultura o livro
seria outro exige do raciocínio um complemento: em outra cultura os
Espíritos-autores seriam outros, logo as ideias também. Então, a dúvida: aquilo
que é universal na doutrina seria defendido ou colocado por estes outros
emissores? Os princípios fundamentais, como imortalidade, reencarnação,
comunicabilidade dos espíritos, evolução, as leis naturais seriam todos
integrantes elementares da obra? Haveria espaço em outras culturas para os
princípios e a lógica que os une?
A questão não pode ser resumida a uma vontade
de Kardec decorrente de sua submissão relativa à cultura na qual estava
inserido. É o que reza Herculano Pires. A vontade de Kardec decorre do conjunto
das ideias que o levou a optar por escrever um livro como sequência natural da
obra iniciada em O Livro dos Espíritos
e desenvolvida em O Livro dos Médiuns.
Herculano vai além: vê toda a Doutrina
Espírita como sequência do conhecimento construído pela humanidade, através das
civilizações. E a toma como um conjunto harmônico em que as partes se enlaçam
de forma precisa, cada uma delas assumindo uma parcela da obra e a
desenvolvendo, sem que haja qualquer tipo de choque com aquela que aparece na
base do edifício: O Livro dos Espíritos.
Se os espíritas fizeram de O Evangelho segundo o Espiritismo o
livro de maior destaque e lhe aplicaram uma importância que minimiza
absurdamente o valor de O Livro dos
Espíritos, numa ação irremediavelmente incoerente; e se O Evangelho segundo o Espiritismo
tornou-se referência de um religiosismo exacerbado, como se o Espiritismo se
resumisse a isso é uma questão para ser discutida. Outra, diferente, é ver o
terceiro livro de Kardec como resultado apenas de uma situação cultural do
autor, o que nos lança a um reducionismo obtuso.
Dizer que O Livro dos Espíritos é a fonte dos
demais livros de Kardec é repetir o lugar-comum. Mas enfatizar que ele é o
gerador dos demais para indicar que forma com eles um conjunto e que neste
conjunto, independentemente de qualquer outra coisa, impera a lógica e a coerência
interna é uma necessidade.
Diz o bom senso que o conjunto em referência
não se refere apenas aos livros e às ideias que defendem, mas inclui, também,
os autores (invisíveis e visíveis), o contexto, o tempo e o espaço dos
acontecimentos. E, evidentemente, um olhar epistemológico. Qualquer conjectura,
por mais legítima que seja, feita com o objetivo de apontar outras
possibilidades, como essa levantada pelo “Opinião”, deveria, portanto, levar em
consideração o conjunto e não uma obra isolada.
Dentro deste raciocínio, a figura de Jesus,
as ligações com o cristianismo e outros aspectos desse mesmo tema não são
iniciativas isoladas de O Evangelho
segundo o Espiritismo, pois que estão amparadas na obra básica – O Livro dos Espíritos. Não é possível,
pois, questionar aquele sem reconhecer a primazia deste e sem atingi-lo, da
mesma forma que não é coerente desconsiderar os laços que unem as partes
fundamentais da doutrina, como a comunicabilidade dos espíritos, as leis da
reencarnação e da evolução, entre outras, laços que, eventualmente desfeitos,
isolariam as partes e as lançariam à orfandade.
Em suma, a perspectiva de um outro livro
implica um outro conjunto de ideias. Fora disso, não é possível refletir.
Nota do
Editor:
Leia também o editorial “E por falar em
lógica”, na página 2
Ecos de Salou no CCEPA
A
Hitória do ESDE contada em Osório
A Sociedade Espírita Amor e Caridade, de
Osório/RS, por iniciativa de seu presidente Jerri Almeida, promoveu, dia 28 de março último, o Seminário “O
Estudo do Espiritismo no Cenário Contemporâneo”. No evento, Aureci Figueiredo Martins resgatou a
história do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, cuja campanha de
lançamento completou 30 anos em 2013, lançada que foi pela Federação Espírita
do Rio Grande do Sul, quando era seu presidente Maurice Herbert Jones, tendo como Diretor Doutrinário Salomão Jacob Benchaya.
Na segunda parte do Seminário realizado em Osório, o pensador espírita Vinicius Lousada, abordou o tema “Estudar Kardec numa Perspectiva Problematizadora”, destacando, especialmente, o caráter livre-pensador da proposta espírita, que deve ser levada em conta no estudo das obras do fundador do espiritismo.
Os pensadores espíritas Jerri Almeida (Osório/RS) e Vinicius
Lousada (Bento Gonçalves/RS) participarão como expositores do VI Fórum do Livre-Pensar Espírita, que
acontece na sede do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, com o tema “Os
Desafios do Espiritismo no Século XXI”.
O Seminário realizado em Osório está gravado em vídeo que pode ser acessado em http://seacosorio.wordpress.com/palestras-e-seminarios/ .
Le Journal Spirite
Por
favor, envie-me cópia da edição 96 de “Le Journal Spirite” (referido na edição
de maio do boletim América Espírita).
Como espírita religioso, sou agradecido pela imensa contribuição dos espíritas
laicos.
Fraternalmente
Gilberto
Guimarães da Silva - gilbertoguima@uol.com.br
(Revista em PDF enviada
ao leitor, e poderá sê-lo igualmente a todos os interessados).
“Opinião”
na Venezuela
Informo
que “Opinião” sigue llegando
regularmente a CIMA, Venezuela, aunque com um atraso de dos a três meses. Leo
la version digital, pero sigo disfrutando más del papel. Realmente “Opinião” es
nuestra voz, nuestra referencia, nuestra mejor carta de presentación. Espero
que nunca deje de editarse. Cumple uma función isustituible.
Jon
Aizpúrua – Caracas, Venezuela.
“Opinião”
em Cuba
Estimados
amigos:
Mis
mayores saludos para vosotros, esperando se encuentren bien. Por esta estoy
tratando de comunicarme para dicir que “Opinião” y el boletin “América
Espírita” estan llegando sin dificuldad. Por eso quisiera agradecer por su
apoyo. Um abrazo fuerte.
Justo
Pastor – La Havana – Cuba.
Espíritas:
Um pequeno contingente.
Já
tive oportunidade de acompanhar os dados divulgados pela ARDA (Association of
Religion Data Archives) citada por Guillermo Reyes Pozo, do Centro Barcelonês
de Cultura Espírita, no Encontro de Salou, (matéria
de CCEPA Opinião de maio). A informação divulgada pela ARDA
provoca confusão ao afirmar que existem aproximadamente 13 milhões de espíritas
no mundo, pelo fato de que classificam como "Spiritists" não apenas
os kardecistas, mas também os seguidores da santeria, da mesa blanca, do vudu,
da umbanda, do culto marioloncero, dentre outras expressões religiosas animistas,
muito comuns em todo o continente americano.
Herivelto
Carvalho – Ibatiba/ES).
(Trecho de manifestação na Lista da CEPA, na
Internet. CCEPA Opinião convidou
Herivelto a desenvolver mais amplamente o tema em artigo a ser publicado numa
de nossas próximas edições).