sábado, 11 de março de 2017

OPINIÃO - ANO XXIII - Nº 249 MARÇO 2017


Nova estatística da fé no Brasil
Evangélicos e sem religião os que mais crescem
Em dezembro de 2016, pesquisa da Datafolha traçou novo retrato do Brasil em matéria de religião: apenas 50% se dizem católicos, evangélicos sobem para 29%, enquanto 14% dos brasileiros se declaram sem religião.

Evangélicos em alta, católicos seguem caindo
Em 1994, quando o Instituto Datafolha, um dos mais credenciados em matéria de pesquisas no Brasil, iniciou suas sondagens sobre a fé da população, 75% dos brasileiros se declaravam católicos, 10% evangélicos pentecostais e 4% evangélicos não pentecostais.
Nas últimas duas décadas, em sucessivas pesquisas realizadas pelo mesmo Instituto, duas tendências foram se consolidando: o crescimento das religiões evangélicas pentecostais e neopentecostais e a redução do rebanho católico. A fé católica, em 1994, era declarada por 75% da população brasileira, reduzindo-se, na sondagem de dezembro último, para 50%. Já o contingente de evangélicos subiu para 29% (22% de pentecostais e neopentecostais e 7% de protestantes tradicionais).

Espiritualidade sem religião
Na década de 90 do século passado, somente 5% da população se afirmavam sem religião (pesquisa de 1994). O terceiro milênio da era cristã, no entanto, passou a ser cenário de incremento dessa tendência. Em dezembro de 2016, Datafolha registrou o percentual de 14% de brasileiros declarando não praticar qualquer religião. Sobre esse fenômeno, a Folha de São Paulo, em 24/12 último, ouviu Reginaldo Prandi, professor de sociologia da USP, para quem “no mundo todo é cada vez mais comum que as pessoas não se prendam a uma instituição religiosa” e que “exerçam a espiritualidade sem pertencer a uma igreja”. Para ele, “a religião deixou de ser uma condição para ser um bom cidadão”, e hoje, “socialmente, a religião não tem mais papel algum”.

“Religião espírita” também em queda
A recente pesquisa de Datafolha revela igualmente um dado que deve servir de reflexão ao movimento espírita: o universo de pesquisados que respondem praticar a “religião espírita” também experimenta sucessivas quedas. Na primeira pesquisa de 1994, eles eram 4% da população brasileira. Uma década depois, em 2005, caíram para 3%. Na pesquisa de dezembro último, o percentual encontrado foi de 2% apenas.

Para acessar a íntegra da pesquisa de Datafolha:





Saindo da gaiola
Rubem Alves escreveu que “Deus nos deu asas, mas as religiões inventaram a gaiola”. Para o pensador mineiro, o homem voluntariamente se deixa aprisionar na gaiola das religiões.
As pesquisas de Datafolha vêm mostrando que muitos brasileiros não têm feito mais do que trocar de gaiola. O engorde dos rebanhos evangélicos se deve à migração majoritária de católicos, mas se registra também nelas a presença de antigos praticantes da “religião espírita”. Afinal, lá também tem água e óleos que curam, se fazem rezas e ritos para mandar embora espíritos impuros e, por acréscimo, se promete uma vida próspera àqueles que creem, sem necessidade de questionamentos filosóficos. Basta fazer o que lhes recomendam os “guias”, investidos da condição de pastores, missionários ou apóstolos.

De outra parte, as mesmas pesquisas revelam um dado animador: cada vez mais brasileiros, sejam eles católicos, espíritas e, mesmo, evangélicos, resolvem abandonar as gaiolas e alçar voos livres. Passam a se declarar sem religião. A maioria deles preserva e segue cultivando a espiritualidade de forma livre e consciente. São os livres pensadores, entre os quais, segundo Allan Kardec, devem estar os espíritas. A estes não preocupa o esvaziamento dos templos antes frequentados. Interessa-lhes, contudo, o desenvolvimento de uma cultura fundada nos valores do espírito, capaz de contribuir com o progresso, a paz e a convivência fraterna e solidária entre toda a humanidade.

Esta é a tendência dos novos tempos, felizmente bem compreendida por alguns setores progressistas do espiritismo. Registre-se, a propósito, o esforço nesse sentido desenvolvido pela CEPA – Associação Espírita Internacional, que, notadamente nas duas últimas décadas, tem investido fortemente no inadiável processo de superação da fase religiosa que segue, engaiolando o pensamento espírita e obstaculizando os espíritas de alçar o voo no rumo da liberdade. (A Redação)





Delinquentes de ocasião
Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal de conduta.  (Immanuel Kant)

Os acontecimentos do Estado do Espírito Santo, no último mês de fevereiro, convidam a refletir sobre o papel do Estado, da sociedade e do cidadão, no grave momento social e político que atravessa o Brasil.

Uma paralisação da Polícia Militar, incumbida do policiamento ostensivo e preventivo da população, gerou onda de violência sem precedentes, ali, com graves atentados ao patrimônio público e privado, e, bem pior, à integridade física e à própria vida das pessoas. Resultaram disso cerca de uma centena e meia de mortes e incalculável passivo patrimonial.
Chamou especial atenção a quantidade enorme de pessoas, muitas das quais de boas condições sociais e econômicas, saqueando estabelecimentos comerciais e  apropriando-se de valiosos bens de consumo.

Muitos, a maioria, talvez, desses “delinquentes de ocasião” não tinham qualquer antecedente criminal e, provavelmente, jamais haviam sequer imaginado cometer um crime contra o patrimônio. Dentre eles, quantos não seriam críticos severos dos atos de corrupção atribuídos a políticos e agentes econômicos que têm trazido tanta vergonha ao Brasil!

Sob uma perspectiva fundada na concepção evolucionista, adotada pelo espiritismo, vale lembrar que a caminhada do espírito é lenta e se faz num gradual processo de superação do egoísmo. Tido, juntamente com o orgulho, como matriz de todos os demais vícios, o egoísmo é a tendência primária do espírito humano de agir apenas em proveito próprio, sem atentar para o bem do próximo.

Foi a necessidade de conviver com os outros (Lei de Sociedade – 3ª Parte de O Livro dos Espíritos) o fator condutor da normatização de procedimentos capazes de priorizar o coletivo sobre o individual, preservando-se o respeito aos direitos naturais de cada um, para que todos  vivam em ordem e harmonia.
Está aí, aliás, a própria origem do Estado moderno. O chamado Pacto Social estabeleceu regras de convivência, tuteladas pela lei e pela autoridade por ela constituída. A ausência do Estado na aplicação da ordem gera o caos, induz ao retorno da barbárie, estimula a revivescência do egoísmo que a civilização buscara controlar, mas que ainda dormita nos escaninhos da alma.

No entanto, a verdadeira cidadania, entendida esta como a soma de predicados éticos amealhados pelo indivíduo, no seu processo de convivência com o semelhante, exige dele, justamente em momentos de graves crises sociais, como este, a tomada de posições compatíveis com o estado civilizatório conquistado. É a oportunidade de demonstrar que cumprir ou não cumprir a lei, delinquir ou não delinquir, exercitar ou não a verdadeira cidadania, não estão subordinados a fatores externos ou meramente de fachada, tampouco ao temor da repressão, mas à íntima retidão de caráter.

Cidadania é via de duas mãos. Seu exercício exige prestação e contraprestação de direitos e deveres entre cidadão e Estado. A ausência do Estado, é certo, produz a derrocada de uma sociedade. Em contrapartida, sem a integridade moral do indivíduo, base ética da verdadeira cidadania, inviabiliza-se a própria ação do Estado no contexto social.

Estado de Direito e cidadania só se sustentam sobre firmes bases ético-morais. E estas só se solidificam quando a prática da virtude deixa de ser imposta pelo medo à repressão ou pelo desejo de recompensa, para fruir naturalmente dos valores amealhados pelo espírito.








Ambulatório
Experiente e respeitada trabalhadora de uma casa espírita comentava, em uma roda de amigos: “Nossa instituição conta com centenas de trabalhadores que se doam o tempo todo às pessoas que a procuram. Doentes do corpo e da alma ali acorrem em busca de lenitivo às suas dores. Procuram-nos achando que, num passe de mágica, poderemos acabar com seus sofrimentos. Mas nós não temos esse poder e nem somos, como talvez suponham, melhores do que elas. Somos também almas enfermas, buscando resgatar, mediante o serviço na casa espírita, erros de ontem dos quais se originaram os males de que hoje padecemos”.

Pensei cá comigo, sem nada comentar: está aí talvez o melhor retrato do modelo geralmente vigente de centro espírita, entre nós. Ele é um ambulatório. Mas um ambulatório sui generis. Ali, pessoas que se julgam doentes, e que, justamente por isso, chegaram à casa espírita, buscam sua cura tratando de outros doentes.

Baixa autoestima
Não há nada de errado no fato de uma casa espírita se auto organizar também como prestadora de serviços de socorro a pessoas aflitas ou doentes. O espiritismo, graças à sua filosofia libertadora, pode muito contribuir para o equilíbrio bio/físico/espiritual do ser humano.

Mas, sempre que ouço afirmações como as daquela trabalhadora, recordo da observação feita por um psicólogo amigo segundo o qual os espíritas, de maneira geral, cultivam uma baixíssima autoestima. A partir do sentimento da culpa, introjetam a ideia de que só são espiritas porque, em vidas passadas, cometeram faltas muito graves: somente a frequência ou o trabalho na casa espírita lhes oportunizarão “resgatar” essas faltas, pela prática da “caridade”.

Mudança de paradigma
Vamos combinar que: a) não é só no centro espírita que se podem realizar eficientes serviços em prol do ser humano e da sociedade, capazes igualmente de guindar o agente desse trabalho a patamares mais elevados de progresso espiritual; e b) o espiritismo é, mais do que qualquer outra coisa, uma proposta de mudança de paradigma de conhecimento, tendo por base a essencialidade do espírito, sua imortalidade, sua vocação à evolução e ao progresso, capacitando-o a contribuir com o processo de transformação do mundo via o desenvolvimento da inteligência e do amor.

Conhecimento e convivência
Visto nesse contexto, o centro espírita será, sobretudo, uma escola de conhecimento e um rico espaço de convivência. Conhecimento e convivência que qualificam e diferenciam seus frequentadores e ampliam seu leque de opções como organização humana e social. Uma sociedade para atender às necessidades de seus membros não pode dispor apenas de ambulatórios ou hospitais, em sua rede de serviços. O universo espírita, pelo potencial transformador que lhe dá sustentação, também deve ter como meta o desenvolvimento integral do ser humano, compreendendo todos os seus aspectos: sociais, culturais e, especialmente, filosófico-espirituais.

Foi, com certeza, a partir dessa visão que o filósofo espírita brasileiro J. Herculano Pires deixou escrita essa afirmação que pode parecer pretensiosa, mas que dá a dimensão do centro espírita ideal: “Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra”.





INTERCÂMBIO CULTURAL (I)

A partir de 1988, com a criação do Departamento Centro Cultural Espírita, assume importância na casa a realização de eventos culturais. Expositores de renome nacional e internacional são convidados para realizar conferências e coordenar seminários e cursos. Entre eles, merecem destaque Alexandre Sech, Ney Paulo de Meira Albach, André Luiz Peixinho, Djalma Motta Argolo, Adenáuer Marcos Ferraz de Novaes, Henrique Rodrigues, Ney Prieto Peres, Jaci Regis, Jon Aizpúrua, Bárbara Ivanova, Carlos Augusto Perandréa, Moacir Araújo Lima e Divaldo Pereira Franco.

Em 1992, é criado o Departamento de Eventos Externos com a função de organizar eventos abertos ao público espírita e não-espírita. Em 1994, com a realização do I ESPE, os eventos assumem caráter reflexivo e questionador dos rumos do movimento espírita e passam a incentivar a produção cultural, inspirados na experiência paulista do SBPE.

O I ESPE – Encontro Estadual do Pensamento Espírita, ocorreu nos dias 17 e 18 de setembro de 1994, do qual participaram 116 pessoas, sendo as principais delegações procedentes da Capital, de Santa Maria, Pelotas e Bagé. Estiveram presentes os confrades Jaci Régis e Roberto Rufo, da redação do jornal “Abertura” de Santos-SP. O I ESPE, que teve caráter de prévia do IV Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (SBPE), ocorrido em Porto Alegre, em 1995, fixou os seguintes objetivos: a) analisar as tendências do movimento espírita frente à cultura; b) discutir o modelo atual do Centro Espírita face ao pensamento kardequiano; c) subsidiar o IV SBPE.

A programação teve início na tarde do sábado, dia 17 de setembro, com a exposição de José Dornelles Budó, dirigente espírita de Santa Maria-RS, fazendo uma análise Histórica do Movimento Espírita no Brasil. Seguiu-se o trabalho em grupos sobre o tema “A Cultura Espírita em Questão”, tendo como provocador Milton Medran Moreira. À noite, o jornalista e psicólogo Jaci Régis proferiu palestra sobre a “Evolução do Pensamento Espírita no Brasil”, seguindo-se debates com o público presente. No domingo, dia 18, pela manhã, novamente os grupos reuniram-se para discutir a questão “O modelo atual do Centro Espírita é fiel ao pensamento kardequiano?”, provocada por Salomão Benchaya.

No período de 12 a 15 de outubro de 1995, após mais de um ano de preparativos, realiza-se, nas amplas e confortáveis instalações do Centro Técnico de Aperfeiçoamento e Formação (CETAF), da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), do Rio Grande do Sul, o IV Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (SBPE), patrocinado pela LICESPE e pelo Jornal ABERTURA, de Santos-SP, e organizado pelo CCEPA.

Com 180 participantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, S.Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, além de uma delegação Argentina, o Simpósio propiciou excelentes momentos de cultura e confraternização. Três conferências e quatorze trabalhos previamente inscritos foram apresentados.
Esteve presente no IV SBPE um grupo de espíritas argentinos da cidade de Rafaela, Província de Santa Fé, integrantes da CEPA, liderados pelo seu Vice-Presidente Alejandro Ruiz Diaz.





Zygmunt Bauman
(Filósofo e sociólogo polonês, falecido, na Inglaterra, em 9.1.2017)

Oh! É muito difícil encontrar uma pessoa feliz entre os ricos.
Uma pessoa pobre que consegue tomar café da manhã, almoçar e, com sorte, jantar... é automaticamente feliz. Nesse dia conseguiu seu objetivo.
O rico – cuja tendência obsessiva é enriquecer mais – costuma meter-se numa espiral de infelicidade enorme.
 A grande perversão do sistema dos ricos é que acabam sendo escravos. Nada os sacia, entram em colapso, uma catástrofe!”.
(Em entrevista concedida ao jornal espanhol “La Vanguardia”, publicada em 17/05/2014)







Agende-se:

O VIII Fórum do Livre Pensar Espírita será na Bahia

Tradicional evento da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA – CEPA Brasil, o Fórum do Livre Pensar Espírita chega à sua 8ª edição abrindo parceria com o TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado, em Salvador, Bahia.

O evento vai acontecer de 26 a 28 de maio próximo. Confira os dados abaixo e agende-se. É uma excelente oportunidade para conhecer o segmento espírita liderado pela CEPA – Associação Espírita Internacional: um espiritismo livre-pensador, laico, humanista e progressista. Vide cartaz do evento no topo da página.



Projeto sobre EQM em Universidade de Portugal
Em correspondência mantida com Maurice Herbert Jones, do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, o médico brasileiro Jorge Luiz dos Santos (foto), radicado em Portugal, informou sobre projeto que começa a desenvolver sobre Experiência de Quase-Morte - EQM.

Santos, que é porto-alegrense e, quando mais jovem, integrou os quadros da antiga Sociedade Espírita Luz e Caridade, da qual o CCEPA é sucessor, atualmente é professor na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, naquele país. Ali, leciona para o Mestrado em Medicina, nas áreas de Sistemas Digestivo, Cárdiopulmonar e Pediatria, sendo também membro do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade.

O projeto sobre EQM envolve aspectos neurofisiológicos, psicossociais, culturais e também paranormais. Integra a equipe um neurologista com especialização em ondas cerebrais, uma enfermeira oriunda da UFRGS e colaboradores da USP, além de “um brilhante investigador em fenômenos paranormais e parapsicologia daquela universidade, com uma formação invejável que inclui a Harvard”, informou Jorge Luiz.

O médico brasileiro, em sua correspondência, diz estarem “estruturando estratégias que vão desde a incidência do fenômeno na população portuguesa-brasileira, à narrativa da experiência com avaliação por EEG associada, etc”. “Vamos ver – acrescentou – se finalmente conseguimos produzir algo interessante nesse assunto, que é muito rico de métodos e também de polêmicas”.

Em seu contato com Jones, Santos reportou-se a estudos feitos por diversas universidades do mundo inteiro sobre o tema. A New York Academy of Science promoveu um simpósio para discutir o trabalho do cardiologista holandês Dr. Pim Van Lommel (foto)  sobre a memória, em episódios de quase-morte, em cujas experiências, os sujeitos investigados “não revelam uma memória de algo imaginado, mas sim uma memória de algo vivido”. É o caso “de um homem que reconheceu uma enfermeira que guardou sua dentadura no bolso durante a parada cardiorrespiratória, no momento em que seu eletroencefalograma já estava plano, sem atividade”.

Em contato pessoal mantido pelo médico brasileiro com o Dr. Pim, este ressaltou a importância de profissionais com formação médica envolverem-se na pesquisa desse tema.
Jorge sugere a assistência a um vídeo com o Dr. Pim Van Lommel, chefe de uma equipe de cardiologistas intensivistas, e que pode ser visto em:



       


Atriz afirma que se comunica
mediunicamente com Marília Pêra

O jornal Correio da Bahia, em sua edição de 19.07.2016 repercutiu entrevista concedida pela atriz Alessandra Maestrini, ao  talk show “Incitarte”, do jornalista Paulo Fernando Góes. Alessandra, que “há tempos vem escrevendo seu nome na história do teatro musical brasileiro em trabalhos cômicos da TV”, segundo o jornal baiano, disse que vem recebendo recados de Marília Pêra, desde sua morte em dezembro de 2015: “Sempre senti uma conexão forte com a Marília“, declarou Alessandra, acrescentando: “Depois que ela faleceu materialmente, recebi vários recados dela, muito claros”.

A presumível comunicação entre as duas estrelas, encarnada e desencarnada, teria, inclusive, se valido do que é denominado tecnicamente como “transcomunicação instrumental”, pois, segundo Alessandra, logo após o falecimento de Marília, apagou o nome desta em seu celular: “Apaguei o nome dela por três vezes, mas sempre aparecia de novo”. Segundo relatou, era a própria Marília Pêra que lhe aparecia, dizendo: “Vai apagar meu nome, é?”.

Alessandra Maestrini informou, na entrevista, que “Marília está fazendo isso com muita gente” e que esse tipo de comunicação “é algo espírita”, acrescentando: “Já senti ela no palco. Marília não vai parar, é maior que isso” (a morte física).

Alessandra e Marília Pêra trabalharam juntas em “Pé na Cova”, série humorística apresentada pela TV Globo, sob a direção de Miguel Falabella. Os três aparecem nesta foto de divulgação da emissora.

                
Reinício das atividades no CCEPA
O presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Salomão Jacob Benchaya, lembra que neste mês de março se reiniciam as atividades de estudos na instituição.
Dia 8, instala-se mais um grupo de estudos constituído pelos participantes do Curso Espírita de Mediunidade, realizado ano passado.
Dia 22/3, 4ª feira, às 19h30, se dará início a mais um Curso Básico de Espiritismo, sob a coordenação de Marcelo Nassar, diretor do Departamento de Estudos Espíritas.

Jacira: “A pena existe não só para punir,
mas também para ressocializar”

Recomendamos a leitura na gazeta eletrônica Kardec Ponto Com, de fevereiro último. Ali, uma esclarecedora entrevista da presidente da CEPA, a juíza de Direito Jacira Jacinto da Silva, sobre a atualíssima questão dos presídios e execução da pena, no Brasil. Confira no seguinte link: https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxlZHVrYXJhY2FvfGd4OjUzN2Q1YWNmMzU2ODYxMw

Justiça restaurativa – tema de reflexão no Barroso

O tema “Justiça Restaurativa e Cultura da Paz” será abordado no Centro Espírita José Barroso, domingo, dia 12/3, numa iniciativa do CPDOc, Centro de Pesquisa e Documentação Espírita e Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA.
O palestrante será o juiz de Direito paulista Egberto de Almeida Penido.





Esta loucura do Século XIX
Salomão Jacob Benchaya - Economista, presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Secretário Adjunto da CEPA, ex-presidente da FERGS e ex-vice-presidente da CEPABrasil, autor do livro “Da Religião Espírita ao Laicismo” e organizador e coautor dos livros “A CEPA e a Atualização do Espiritismo” e “Espiritismo: o Pensamento Atual da CEPA”.

O título deste artigo refere-se ao livro “Espiritismo, esta loucura do século XIX: ciência, filosofia e religião nos escritos de Allan Kardec” (Fonte Editorial), que o mineiro Augusto César Dias de Araújo lançou, em 2016, como resultado de sua tese de doutorado apresentada, em 2014, ao   Programa   de   Pós-graduação em Ciência da Religião, da Universidade  Federal  de  Juiz  de  Fora-MG, sob a orientação do Prof. Volney José Berkenbrock que também prefacia a obra. Um dos membros da banca examinadora foi o nosso companheiro Luiz Signates.

Augusto Araújo (foto) não é espírita. Teve uma breve participação num centro espírita, por volta de 1990, que o levou a ler as obras de Kardec e outros autores espíritas. Talvez por isso, além de sua brilhante inteligência e lhaneza no tratamento com pessoas, tenha conduzido sua pesquisa com admirável isenção e produzido uma primorosa análise epistemológica da obra de Kardec. Muitos espíritas teriam  ficado incomodados com o fato de um não adepto conhecer tão profundamente a obra do Prof. Rivail e, mais ainda por, apesar disso, não haver se convertido, ainda, ao Espiritismo.

Por cerca de vários meses, Araújo participou como membro da lista de discussão da CEPA, na Internet, onde demonstrou um conhecimento incomum acerca da obra kardeciana, qualificando sobremaneira, com suas abalizadas intervenções, as discussões realizadas naquele fórum onde, também, recolheu preciosos subsídios para sua tese.
A obra tem 305 páginas, formato 16 x 23 e parte da problematização do chamado tríplice aspecto do espiritismo com base em pesquisa nos textos-fonte da Doutrina Espírita e fazendo, naturalmente, referência a outros autores que abordam a questão da identidade do espiritismo. Em seu trabalho de hermenêutica, Araújo leva em consideração o desenvolvimento de toda a obra de Kardec dentro da cronologia por este definida nos chamados “seis períodos da propagação do Espiritismo” – 1. De curiosidade; 2. Filosófico; 3. Período de luta; 4. Religioso; 5. Intermediário; e 6. De renovação social -, demonstrando que o próprio codificador modificou sua postura com relação à identidade da doutrina ao longo de seu trabalho.

Interessante o efeito dessa publicação no interminável debate sobre se o espiritismo é ou não religião já que o autor demonstra que, mesmo que Kardec não tenha se referido explicitamente a esses “três aspectos” em sua obra – a expressão tríplice aspecto do espiritismo surgiria mais tarde, no Brasil -, na verdade, os conceitos de Ciência, Filosofia e Religião nela são articulados de maneira a não poderem ser tratados separadamente. Outro ponto destacado por Araújo é a guinada no pensamento de Kardec a partir do lançamento de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Se, durante a elaboração dos principais tratados doutrinários – O Livro dos Espíritos (1857) e O Livro dos Médiuns (1861) -, o codificador definiu o espiritismo como ciência e filosofia de consequências morais (período filosófico), com a publicação do “Evangelho” (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868), ele definitivamente enquadra o espiritismo como a Terceira Revelação divina e como o Consolador e o incorpora à tradição cristã (período religioso), estabelecendo uma nova religião.

Essa percepção epistemológica de Araújo não é exatamente nova, pois que bastante discutida pelo segmento espírita laico. Mas, o que torna impar sua tese é a vasculhagem minuciosa nos escritos kardecianos, infelizmente limitada pela falta dos textos originais sobre os quais Kardec se debruçou para a construção do edifício doutrinário do Espiritismo.
Em seus quatro capítulos, Araújo tece considerações gerais sobre o tríplice aspecto e aprofunda a análise e a discussão sobre cada um desses “aspectos”. Na Introdução, o autor declara “o desejo de que meu trabalho (...) se caracterizasse por uma tentativa de dar voz a  Kardec.  Em  meio  às  tantas  vozes  que  hoje falam em  nome  de  Kardec,  minha  intenção  era  a  de ouvir  Kardec.” Refere-se à estranheza que lhe causavam as afirmativas que ouvira em palestras espíritas de que o Espiritismo era simultaneamente ciência, filosofia e religião e, ao mesmo tempo, ser superior a essas formas de conhecimento, o que o teria motivado a confrontar esse posicionamento com o do próprio Kardec.

Nem por isso, Araújo deixa de oferecer sua crítica ao modo como o codificador se coloca frente aos conceitos de Ciência, Filosofia e Religião.
Face à limitação deste espaço, dispenso-me de comentar, em maiores detalhes, o qualificado conteúdo da obra e suas conclusões, exceto manifestar minha agradável surpresa em ver meu livro - aqui não resisto a uma oportunidade de autopromoção – “Da Religião Espírita ao Laicismo: a trajetória do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre” incluído nas Referências da obra em foco.

Minha percepção é que, malgrado a isenção que marca o trabalho do Augusto Araújo, seu livro avaliza a postura religiosa do segmento majoritário do movimento espírita, por tornar evidente a mutação sofrida pela trajetória do fundador do espiritismo ao longo de sua elaboração.

Em razão disso, uma questão restaria para ser discutida pelo segmento espírita laico e livre-pensador: Até que ponto este segmento pode se definir, verdadeiramente, como espírita kardecista?





CCEPA Opinião
Ao comunicar a transferência para a conta do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre do valor correspondente a duas anuidades de assinatura de CCEPA OPINIÃO, aproveito a oportunidade para informar que leio mensalmente com muito interesse as matérias publicadas nesse jornal. Mas, sinto falta do noticiário da CEPA que era antes nele encartado com o boletim América Espírita.
Neuton de Meira Albach – Curitiba/PR
.
NOTA DA REDAÇÃO – O noticiário da CEPA, por decisão da nova administração da entidade, está sendo veiculado apenas em boletim eletrônico disponibilizado no seguinte endereço:
https://drive.google.com/file/d/0Bx_8eR8qT5b9RUhJQTVZSURuRE0/view

Confiança
Sobre o tema abordado pelo colunista Milton Medran Moreira, em Opinião em Tópicos, (edição 248), devo dizer que minha confiança no ser humano atualmente encontra-se tão fortemente abalada que, se por acaso, fosse viver numa sociedade isenta dessas perturbações, eu continuaria vivendo assustado. Síndrome de final de ciclo. Isto é, quando as qualidades opostas ao Bem se sobrepõem às boas ações.
Pessoas simples ou incautas que pela fé imaginam poder viver atualmente numa sociedade fraterna candidatam-se indubitavelmente a pagar um alto preço pela falta de discernimento. O mundo do futuro, porém, trará as mudanças que os espíritos tendentes ao Bem aspiram ansiosamente, enquanto se aproxima, inexorável, a explosão do raio.
Nizomar Sampaio Barros – Rio de Janeiro/RJ