sábado, 12 de agosto de 2017

OPINIÃO - ANO XXIV - Nº 254 - AGOSTO 2017


Ian Stevenson – 1918/2007
Com ele, a reencarnação ganhou dimensão acadêmica
O ano de 2017 assinala o 10º aniversário da desencarnação de um dos maiores pesquisadores do fenômeno da reencarnação: o psiquiatra norte-americano Ian Stevenson.

Pesquisador de vanguarda
Canadense de nascimento, o médico psiquiatra Ian Stevenson exerceu, desde o ano de 1957 até pouco antes de sua morte, em 2007, a chefia do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos.

Estudioso da parapsicologia, venceu, em 1958, uma competição de ensaios sobre fenômenos paranormais e vida após a morte, promovida pela American Society for Psychical Research. A partir de então, aprofundou estudos sobre a reencarnação, tornando-se fundador da moderna pesquisa acerca do tema.

Stevenson focou suas pesquisas particularmente no recolhimento e na análise meticulosa de casos envolvendo crianças que pareciam recordar vidas passadas, sem se utilizar, para tanto, da hipnose. A seriedade e a profundidade de seu trabalho chamou a atenção do milionário Chester Carison, inventor da fotocopiadora Xerox. Foi sob o patrocínio dele e com metas estabelecidas pela Universidade de Virginia que o psiquiatra excursionou à Índia e ao Sri Lanka, na década de 60, para realizar pesquisas com várias crianças que demonstravam nítidas lembranças de vidas passadas.

Vinte casos sugestivos de reencarnação
A meticulosa pesquisa de campo de Ian Stevenson na Índia e Sri Lanka, com centenas de entrevistas, visitas a locais apontados pelas crianças como cenários de encarnações passadas, marcas de nascença, etc., terminou por fazê-lo empreender outras viagens pelo mundo com idênticos propósitos.

De seu trabalho resultaram muitos estudos publicados pela Universidade da Virgínia e também pela Parapsychological Fundation. Várias obras foram publicadas. Uma especialmente consagraria Stevenson, o livro “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”, disponível em português. Nele são minuciosamente detalhadas duas dezenas de casos que sugerem a reencarnação, em diferentes países. Dois dos casos ali descritos tiveram como cenário o Brasil, um no Rio Grande do Sul e outro em São Paulo.Durante toda sua vida acadêmica, Stevenson continuou contando com o patrocínio de Chester Carison que, ao morrer, em 1968, legou à Universidade de Virgínia um milhão de dólares para que as pesquisas continuassem, e mais um milhão para o próprio Stevenson.

As pesquisas, efetivamente, tiveram continuidade na Universidade da Virgínia. Presentemente, estão a cargo da Divisão de Estudos da Personalidade do Departamento de Psiquiatria da instituição. Seu diretor, o psicólogo Jim Tucker tem se destacado como uma das maiores personalidades na pesquisa com crianças que afirmam ter lembranças de vidas passadas. Em entrevista à revista brasileira Superinteressante, em outubro de 2016, Tucker informou que, nos arquivos da Universidade, já estão catalogados mais de 2.500 casos sugerindo a reencarnação.




Sugestões de leitura
Na mesma época de Ian Stevenson, outro pesquisador, também psiquiatra, na Europa, Karl E. Muller, suíço, publicava, em Londres, uma importante obra com o título de “Reencarnação baseada em fatos”. Em sua introdução, Muller destacava a diferença entre evidências diretas e indiretas, nas ciências psíquicas. Para ele, as crianças prodígio seriam um ótimo exemplo de evidência indireta da reencarnação. Já, “o fato de uma pessoa recordar-se de uma vida anterior constitui a evidência direta, pois esse é o significado da palavra reencarnação, isto é, o mesmo EU, vivendo mais de uma vez na Terra”.

Stevenson, na mesma linha teórica de Muller, explorou com perspicácia os fascinantes casos de memórias vivas de crianças que indicavam, com dados concretos (nomes, lugares, circunstâncias, etc) os detalhes de suas vidas anteriores. Mesmo assim, teve a cautela de adjetivar esses fatos como “sugestivos” e não comprobatórios da reencarnação.

Aos espíritas que incorporaram a reencarnação como uma “crença” à qual, frequentemente, ligam, de forma central, a ideia da culpa, é salutar um esforço no sentido de deixar um pouco de lado os romances e as ficções que estimulam a visão da reencarnação punitiva, para visitarem a literatura de cunho científico e filosófico sobre o assunto. Os livros de Stevenson e de Muller, aqui referidos, assim como “Reencarnação no Brasil”, de Hernani Guimarães Andrade, ou “Vida Pretérita e Futura”, do Dr. H. N. Banerjee,  ou, ainda, “Vida Antes da Vida”, de Jim Tucker são obras que podem contribuir para uma visão mais ampla da reencarnação, apresentada como fenômeno inerente à vida em todas as suas dimensões, extrapolando o campo restrito do crime/castigo.

O livro “Perspectivas Contemporâneas da Reencarnação”, disponível nas instituições filiadas à CEPA, e, portanto, também no Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, busca fazer uma síntese desse esforço laico, científico e filosófico, propondo análises mais humanistas e racionais da reencarnação e ligando-a a amplos aspectos da vida que se estendem para além da culpa. (A Redação)





O espiritismo e a reencarnação
A grande contribuição do espiritismo está na sua filosofia, ao propugnar a existência do espírito, a imortalidade da alma, a evolução infinita e a educação para a “morte”.
Ademar Arthur Chioro dos Reis, em “Perspectivas Contemporâneas da Reencarnação”
           
Esta edição abre rememorando Ian Stevenson, no ano que assinala o décimo aniversário da morte do grande pesquisador da Universidade da Virgínia sobre o fenômeno da reencarnação.
Já, em sua coluna “Opinião em Tópicos”, o editor deste jornal se reporta a um popularíssimo cronista gaúcho, recém desencarnado e reproduz trechos de uma coluna do mesmo na qual Paulo Sant’Ana argumenta em favor da imprescindibilidade da reencarnação como instrumento da justiça e do progresso.

Nem Stevenson e os outros nomes americanos e europeus referidos na reportagem de capa, nem Sant’Ana, eram espíritas. O espiritismo é uma filosofia que transcende à simples aceitação ou à própria comprovação científico-experimental da reencarnação. Ele propõe uma visão de universo cuja centralidade e essencialidade residem no ESPÍRITO, definido na questão 23 de O Livro dos Espíritos, como “o princípio inteligente do Universo”. Deste sintético conceito, entretanto, defluem consequências que abrem caminho a uma verdadeira revolução do conhecimento, da ética global e da transformação moral do indivíduo. Sugere-se um novo paradigma a moldar a ciência e o agir humanos, mediante padrões capazes de produzir progresso e felicidade.

O grande filósofo espírita José Herculano Pires afirmava ser o espiritismo “um arquétipo carregado de futuro”. Nesse arquétipo, a reencarnação assume central significação. Parafraseando Paulo que dizia, acerca do cristianismo, “se Cristo não houvesse ressuscitado, vã seria nossa fé”, os espíritas poderíamos afirmar: “Se não incluísse a reencarnação, seria vã e incompleta nossa filosofia”.

A reencarnação confere à visão espiritualista o dinamismo transformador que dá sentido à vida. Liga-se, por isso mesmo, às ideias generosas de liberdade e autonomia do espírito. Liberdade que abre ao ser a responsabilidade plena sobre seus atos e respectivas consequências. Autonomia que o liberta da pressão vinda de fora para dentro, investindo o indivíduo em verdadeiro condutor de seu progresso pelas sendas do conhecimento e da ética.

É por isso que, na visão espírita, nem sempre compartilhada com outros olhares que se possam ter sobre ela, a reencarnação não se aparta da ética evolucionista. Não se compatibiliza com qualquer objetivo que não seja o da permanente transformação cognoscitiva e moral do espírito imortal.

Essa é, enfim, a melhor contribuição que pode o espiritismo trazer à cultura humana, seja qual for o destino que a História lhe reserve como movimento organizado de ideias.


           


Asociación Espiritista Constancia
Permitam-me expressar meus agradecimentos pelo exemplar que é mensalmente enviado à nossa instituição da publicação CCEPA OPINIÃO, sempre interessante.
Fazemos votos que o editor desse jornal, nosso amigo Milton Medran Moreira, continue, como até agora, com plena dedicação, inteligência e firmeza no trabalho espírita.
Aproveito para enviar meu forte abraço a todos os membros do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
Nilda Brunetti – Presidente da Asociación Espíritista Constancia – Buenos Aires/AR.

Longa mas não interminável
A respeito do editorial deste jornal do mês de julho – Longa mas não interminável -, quero registrar que a corrupção não é patrimônio do Brasil somente. A Argentina e os demais países, inclusive os Estados Unidos, passam por esse processo, infelizmente. O ser humano ainda não evoluiu espiritualmente, como muito bem salientou o editorial do Medran, com o qual tomei contato pelo Facebook. Será que teremos de superar essa experiência para que possamos evoluir como espíritos? Um forte abraço.
Omar Hamud – Buenos Aires/AR.
           






Paulo Sant’Ana reencarnacionista
Não há gaúcho que não o tenha conhecido. Paulo Sant’Ana, que desencarnou dia 19 de julho, foi um dos mais brilhantes cronistas do jornalismo do Rio Grande do Sul. Gremista fanático, boêmio inveterado, cantor nas horas vagas, Sant’Ana ocupou por cerca de 40 anos uma página de Zero Hora, as câmeras e os microfones da mais importante rede de comunicação do estado. Algumas crônicas suas se tornaram famosas, como aquela intitulada “Amigos” e que já vi, equivocadamente, atribuída a Vinicius de Moraes, na Internet.  Nela o cronista dizia que “a amizade é um sentimento mais nobre do que o amor” porque “permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme que não admite rivalidade”. E complementava: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos”.
O que talvez nem todos saibam é que Paulo Sant’Ana era reencarnacionista. Expressou em algumas entrevistas e crônicas essa sua convicção
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 “Isto não vai ficar assim”
Com o título acima, em coluna publicada em 1º.11.2008, surpreendido com a morte prematura de um amigo, Sant’Ana confessou-se convicto da reencarnação. Escreveu ali: “Eu só posso admitir a ideia de um Deus bom, de um Deus justo, de um Deus misericordioso e acima de tudo de suprema lucidez e sabedoria, se concluir que não há uma vida única, que as pessoas que se tornam mártires, que vivem em extremo sofrimento, ou sobre as quais se abateram as injustiças e os tormentos, terão em outra vida recompensas que restituirão à sua vida um plano de justiça e lógica de proporcionalidade”.
Mais adiante, o comunicador mostrava toda sua inconformidade com a tese da vida única, dizendo: “Não pode Deus ter criado ao mesmo tempo uma besta e um filósofo, um rico e um miserável, um cruel e um bondoso, um feio e um bonito, um dotado de raras virtudes e outro pleno de todos os defeitos”.

Justiça e evolução
Se nos trechos acima Sant’Ana usava argumentos coincidentes com a tese de que a reencarnação tem como base a “justiça divina”, como diz a questão 171 de O Livro dos Espíritos - obra que, possivelmente jamais tenha lido -, mais adiante, na mesma crônica, ele conecta a reencarnação com seu principal objetivo: a evolução: “Uma só passagem pela vida, pela efemeridade em que ela consiste, pela incompletude das experiências que se desenrolam para um só indivíduo em particular, pela exiguidade de seu campo de desenvolvimento, será insuficiente para torná-lo apto a ser considerado um ser que tenha absorvido todo o húmus da existência e ter encerrado seu ciclo”.

Valorização da vida e fé no futuro
E dando um fecho à reflexão, o cronista fez uma declaração de fé no futuro: “Não me resta dúvida nenhuma de que aqui na Terra estou vivendo apenas uma etapa da minha evolução e que outras missões me serão confiadas em vidas futuras, até que minha formação como espírito ocorra para que eu ganhe talvez para a eternidade um lugar na planície de Deus, quando então me reencontrarei com todos aqueles com quem compartilhei a ocasião maravilhosa da vida”.
Ao me deparar com reflexões dessa natureza, feitas por pessoas que não têm qualquer formação espírita, reforço a convicção de que a filosofia adotada pelo espiritismo é de meridiana clareza, singeleza e racionalidade. É intuída por toda gente, e só não flui de forma mais natural por conta de dois grandes inimigos que, em conluio e preconceituosamente, lhe obstaculizam a trajetória: o materialismo e o dogmatismo religioso.
                                              
Para ler a crônica “Isto não vai ficar assim”, acesse:





O CCEPA hoje
Alguém que seja frequentador habitual de centro espírita, ao visitar o CCEPA poderá ficar intrigado com o “jeito da Casa”. Não encontrará nenhum indício característico de “pronto socorro” ou de “casa de oração”.   Atividade socorrista somente em situações específicas. Logo perceberá que nele há uma preocupação centrada no conhecimento. Ninguém é considerado “assistido” ou “paciente” nas atividades ali desenvolvidas. Diante de determinados quadros, as pessoas são orientadas a procurar ajuda médica ou auxílio espiritual em instituições espíritas especializadas. Na área social, um grupo constituído por senhoras, reúne-se, semanalmente, com o objetivo de recuperar peças de vestuário e confeccionar cobertores e agasalhos que são repassados a instituições de atendimento a pessoas carentes.

Não há nenhuma placa dizendo “O silêncio é uma prece” que cai muito bem numa igreja. No CCEPA, o “papo” é livre e estimulado. Ninguém é chamado de “irmão”, mas a cordialidade é marca dos relacionamentos. O “hall” de entrada é amplo e aconchegante, num convite à conversa descontraída, informal e fraterna. Nada de compunção ou pieguismo. Todo o ambiente da Casa é claro, limpo, alegre, simples e de bom gosto.
O visitante poderá ficar desconcertado – às vezes, indignado – porque não é feita prece para abrir ou encerrar reuniões públicas. De vez em quando, a direção dos trabalhos esclarece que o CCEPA não é “contra a prece”. Ao contrário, por valorizá-la, não aceita sua ritualização como ato maquinal, obrigatório e repetitivo.
Os integrantes do CCEPA são, exclusivamente, adultos. Há décadas que a Casa deixou de realizar atividades com crianças e jovens. Estes últimos integram naturalmente os grupos de estudo.

Em consonância com sua Carta de Princípios, o CCEPA desenvolve, exclusivamente, atividades de estudo da Filosofia Espírita, através de cursos e grupos de estudo e discussão. Anualmente, promove um Curso Básico de Espiritismo ou de Mediunidade. Os participantes que concluem esses cursos são convidados a constituir novos grupos de estudo que, no devido tempo, passam a realizar, também, sessões de educação da mediunidade.

Outra atividade que centraliza os esforços da Instituição é a publicação do jornal CCEPA OPINIÃO que, apesar de deficitário no aspecto financeiro, desempenha relevante papel na difusão do espiritismo laico, livre-pensador, progressista, humanista e plural, em consonância com a programática da CEPA-Associação Espírita Internacional à qual o CCEPA é filiado.

Aliás, há uma perfeita integração entre o CCEPA e a CEPA, tanto que alguns dos seus diretores são, também, membros ou assessores do Conselho Executivo daquela Associação Internacional.

Com esta matéria, encerramos a coluna “Memória CCEPA” parte da celebração dos 80 anos de fundação do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.
OPINIÃO DE....






Jaci Regis - Psicólogo e escritor espírita (1932/2010)

“Entre as muitas deturpações que o espiritismo tem sofrido, incluímos a apropriação de desvio do significado dos termos ‘espiritismo’ e ‘espírita’. Correntes esotéricas e de base dos cultos africanos se autodenominam espíritas e as ousadias de dirigentes de centros que se intitulam espíritas, criando “doutrinas próprias” tornou o ambiente confuso, de modo que a palavra ‘espírita’ não significa necessariamente o que Allan Kardec criou. Por isso, acreditamos que a palavra ‘kardecista’ oferece uma apropriada denominação ao esforço que temos feito de reescrever o pensamento de Allan Kardec, adequando-o ao processo evolutivo das ideias e da humanidade. Daí crermos que ‘kardecista’ refere-se mais originariamente ao trabalho de Allan Kardec, delimitando nosso espaço e definindo nossos propósitos. Certamente jamais a palavra ‘espírita’ será substituída por ter sido criada por Kardec, mas ‘kardecista’ está diretamente ligada ao criador da doutrina”.
 (Entrevista ao blog “Observador Espírita” – 2009)






Claudiomar Lopes Barcellos
Aos 82 anos de idade, desencarnou em Pelotas/RS, no último dia 26 de julho, Claudiomar Lopes Barcellos, advogado e bancário aposentado.
Espírita, desde criança, Claudiomar  foi muito atuante no movimento espírita pelotense, integrando o grupo fundador da Sociedade Espírita Casa da Prece cujo primeiro estatuto, em 1976, foi por ele elaborado.

Além de haver presidido a Casa da Prece, onde exerceu diversos outros cargos, foi também presidente da Liga Espírita Pelotense.
Segundo seu amigo pessoal, Homero Ward da Rosa, dirigente da Casa da Prece e atual presidente da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA – CEPABrasil - , Claudiomar “ identificava-se com as ideias laicas, humanistas e livre-pensadoras do espiritismo, que são as diretrizes filosóficas da Casa da Prece, instituição filiada à CEPA, desde 30.04.1999”. Registrou ainda Homero, a respeito de Claudiomar: “Admirado por sua dedicação ao trabalho, estudo e pesquisa em várias áreas do conhecimento, chegou a organizar grupos de estudo de espiritismo em sua residência com vistas a motivar pessoas que quisessem conhecer mais sobre a doutrina”.

Ao lado das atividades espíritas, segundo Homero, Claudiomar empreendeu intensa atividade maçônica, com reconhecimento estadual, nacional e internacional. Em 1981 fundou o Capítulo n. 3 da Ordem DeMolay no Brasil e o primeiro no Estado do Rio Grande do Sul. Atualmente funcionam mais de 60 Capítulos dessa Ordem em nosso Estado e mais de 650 unidades no Brasil. Trata-se de uma instituição paramaçônica, que reúne jovens do sexo masculino com idade de 12 a 21 anos, propondo o estudo e a prática de valores filosóficos humanitários, laicos, livre-pensadores e democráticos. Há uma espécie de versão feminina sob a denominação de Filhas de Jó, e acolhe jovens de 10 a 20 anos, com objetivos similares aos dos rapazes.

As homenagens de despedida de Claudiomar, antes do sepultamento de seu corpo, foram prestadas no templo da Loja Maçônica Fraternidade n.3, que ele integrava.
Na expressão de Homero Ward da Rosa, Claudiomar “foi um trabalhador dinâmico e cidadão dedicado, sempre otimista e confiante na transformação positiva da sociedade e do mundo a partir da educação da juventude. Somos gratos pelos seus relevantes trabalhos e o aprendizado que tivemos desfrutando de sua amizade”.  Ele foi casado com Selma Dioneida de Souza Barcellos, falecida, e deixou dois filhos: Álvaro José e Iria.
Na foto, Claudiomar (D) aparece com Milton Medran Moreira, quando este, exercendo a presidência da CEPA, visitou e proferiu palestra na Sociedade Espírita Casa da Prece.

Nova Campanha: “Espiritismo Começa em Casa”
No espaço do Facebook da Associação de Divulgadores Espíritas de São Paulo, o comunicador Ivan Franzolim lançou campanha sugerindo a mudança da prática do “Evangelho no Lar” para o estudo completo das obras de Kardec, segundo a ordem cronológica de publicação.
“Nada contra o ESE (1864)”, esclarece Franzolim. Apenas sugere que ele deve ser estudado após o estudo dos livros anteriores para se garantir um entendimento mais completo, assim: “O Livro dos Espíritos” (1857), “O que é o Espiritismo” (1859), “O Livro dos Médiuns” (1861), “O Espiritismo na sua Expressão mais Simples” (1862).

Argentinos convidam: Tem Encontro em Rafaela
Dia 16 de setembro próximo acontece o “Quarto Encontro da CEPA na Argentina”. O evento será sediado pela Sociedad Espiritismo Verdadero,  de Rafaela, Santa Fé.
O tema – Diversidade, Preconceito, Ansiedade na Era do Imediatismo; a Hiperconectividade com as Redes Sociais e Meios de Comunicação – será desenvolvido e discutido por membros de instituições filiadas à CEPA e também de entidades ligadas à UEA – União Espírita Argentina. Participação aberta ao público interessado.
Os trabalhos se estenderão por todo o dia daquele sábado, das 9 às 18h. Valor da inscrição, incluindo almoço e cafés: 250 pesos argentinos. Do Brasil, já confirmaram presença a presidente da CEPA, Jacira Jacinto da Silva e seu diretor administrativo Mauro Mesquita Spínola. Interessados deverão confirmar participação até o dia 15 de setembro.
À noite, encerrando o evento, Jon Aizpúrua proferirá conferência pública, no auditório Professor Joaquín V. Gonzales, abordando Novos Paradigmas -Espiritismo e Espiritualidade”.


Associação Jurídico Espírita da Bahia
No TELMA – Teatro Espírita Leopoldo Machado, de Salvador/BA, aconteceu, em 15/7,  reunião para a fundação da Associação Jurídico Espírita da Bahia. Foi convocada, então, Assembleia Geral da fundação da entidade, para o dia 5 de agosto.

O TELMA, entidade filiada à CEPA, divulgou convite a toda classe jurídica baiana para se fazer presente em sua sede, naquela assembleia, viabilizando, assim, a criação e o funcionamento de uma instituição destinada a tratar das questões de direito e de justiça, numa perspectiva genuinamente espírita.







Nelson Xavier – 1941/2017:
“Chico me deu serenidade”
Noticiando a morte do ator Nelson Xavier, que protagonizou os filmes “Chico Xavier” (2010) e “As Mães de Chico Xavier” (2011), em sua edição digital do dia 10.05.2017, a revista VEJA destacou que o personagem vivido pelo artista “mudou sua forma de ver o mundo”.
Nelson Xavier faleceu naquela data, em Uberaba, em decorrência de um câncer de próstata. Segundo a publicação, “a médica Clarissa Aires, que acompanhou o ator nos últimos quatro meses, contou a VEJA que ele queria se ‘despedir do planeta’ em Uberaba, terra de Chico Xavier”. Segundo ela, a vontade dele era de ser cremado com um terno que foi de Chico Xavier. Nos últimos meses, ele voltou a andar e morreu sem dor, não estava sedado ou tomando analgésicos”.

De ateu a admirador do espiritismo
Quando do lançamento do filme “Chico Xavier”, baseado em livro biográfico sobre a vida do médium espírita mineiro escrita por Marcel Souto Maior, Nelson Xavier deu inúmeras entrevistas aos mais importantes jornais e revistas do Brasil, relatando a transformação sofrida em sua vida, a partir das filmagens da versão cinematográfica.    Ganhou grande repercussão entrevista então concedida a ISTOÉ GENTE, onde o ator fez a seguinte declaração: “Quando recebi o livro do Marcel, há seis anos, eu me envolvi profundamente e me comovi muito com a infância dele (Chico). Fiquei deslumbrado com um ser que eu tinha ignorado a vida toda”.

Nelson declarara-se durante toda a vida ateu, embora relatasse, naquela entrevista: “Mas o espiritismo não era novidade para mim. Desde criança, minha mãe chamava espíritos. Assisti manifestações mediúnicas. A proximidade com o Chico apenas trouxe isso presente na minha vida. Eu sempre desprezei essa coisa de ‘depois da morte’. Ele me corrigiu, me fez ver que é preciso ter uma vida espiritualizada, acreditar mais no amor”.

“Fiquei melhor como pessoa”
Em Fortaleza, Ceará, quando lá esteve em excursão artística, Nelson Xavier deu longa entrevista ao jornal O POVO, em sua edição de 4.11.2013. Na oportunidade, já se tratava do câncer. Perguntado pelo repórter como se sentira ao descobrir a doença, o ator fez a seguinte revelação: “Primeiro você entende o que é abismo. Porque você cai nele. Mas, depois, o fato de encontrar Chico, você passa a entender que isso pode melhorar você. E acho que melhorei por causa disso. Perdi muito de uma incrível arrogância. Só aí tive noção da dimensão da minha arrogância intelectual e psicológica. Então comecei a encarar o fim, porque a noção de finitude te humaniza. Acho que fiquei melhor como pessoa por causa do Chico, mas também por causa do câncer. Descobrir o Chico me deu serenidade”.

“Espiritismo com Kardec” – um Grupo que cresce
Fruto de iniciativa de companheiros espíritas livres-pensadores familiarizados com o Facebook, surgiu o grupo de debates “Espiritismo com Kardec”. Contando, hoje, com cerca de 1500 participantes, aproximadamente outros 600 estão com seus pedidos de participação pendentes. Segundo o moderador do grupo, Marcelo Henrique Pereira, “o interessado, ao solicitar inscrição, recebe três perguntas básicas, para que seja verificado o real interesse do mesmo e evitar que eventuais adeptos de certas religiões ou seitas adentrem com o intuito apenas de tumultuar o ambiente”.

Apesar da triagem, Marcelo afirma que “o perfil dos partícipes é bastante variado, havendo pessoas que militam em instituições espíritas ou de federativas e centros adesos, assim como outras que, mesmo sendo espíritas se encontram afastadas de instituições tradicionais”. Esclarece ainda Marcelo que “o grupo não se destina à circulação de mensagens de caráter moral, evangélicas, de autoajuda ou similares, e, sim, à discussão das obras de Kardec e de todos os autores encarnados ou desencarnados”.

Para participar basta acessar o link abaixo, clicando no botão “Participar”. Automaticamente, serão enviadas as perguntas para resposta:

XV SBPE espera sua inscrição


O 15° SBPE – Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, um dos mais tradicionais eventos reunindo estudiosos do espiritismo, acontece de 2 a 4 de novembro próximo em Santos/SP.
Promovido pelo Instituto Cultural Kardecista de Santos, o SBPE caracteriza-se pela inteira liberdade conferida a seus participantes de inscreverem e apresentarem suas teses ligadas ao espiritismo.
As inscrições para apresentação de trabalhos já estão encerradas, desde julho último. Mas, ainda há tempo de se inscrever como participante, o que lhe dará direito a questionar, nos espaços destinados aos debates, os autores dos trabalhos.
Para saber mais sobre a inscrição e participação, acesse: http://icksantos.blogspot.com.br/2017/02/15-sbpe-inscreva-se-ja.html
           

             
Física Quântica e espiritualidade
Antônio Cezar L. Fonseca - Procurador de Justiça. Estudioso do Espiritismo, associado ecolaborador do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.


Não é de hoje a polêmica sobre a ligação entre Física Quântica e Espiritualidade, espaço no qual se sustenta a afirmativa acerca da influência do pensamento humano como ‘poder’ para modificar a realidade ou mesmo a prova da existência do mundo espiritual e do Espírito.

Afinal, o que é a Física Quântica? Do que trata a Física Quântica? A Física Quântica comprova a existência do Espírito? Por quê a Física Quântica é seguidamente invocada pelos espíritas?

Para os cientistas, a matéria e a energia, ao lado do tempo e do espaço surgiram há cerca de 13,5 bilhões de anos naquilo que é conhecido como o Big Bang, sendo a Física uma ciência que estuda todas essas características do universo (Yuval Noah Harari, Sapiens, 14ª ed., LPM, p. 11).

A Física, ao lado da Química, da Biologia, da Psicologia e da Sociologia, foi apontada na Doutrina Espírita como ‘ciência fundamental’ ao Espiritismo (Emmanuel. O Consolador, FEB, p. 17).

A Física Quântica surgiu nos primeiros anos do século XX, também polemizando com a Física clássica, sendo o físico Max Planck (1858-1947) um dos pioneiros a desenvolver seus princípios básicos contrariando grande parte das leis fundamentais da física clássica. A Física quântica é também conhecida como ‘mecânica quântica’, ou seja, aquela que investiga o comportamento dos átomos e das partículas subatômicas (Torchi, p. 496).
Quântico é uma referência ao evento físico da quantização, que consiste na alteração instantânea dos elétrons que contêm um nível mínimo de energia para um superior, caso sejam aquecidos (www.significados.com.br).

Os princípios da Física Quântica são aplicados em vários setores do conhecimento humano, sendo que a principal ligação entre a Física Quântica e os conceitos espirituais está na condição de causalidade e incerteza, que diz ser possível a existência de duas situações diferentes e simultâneas para determinado corpo subatômico (www.significados.com.br).

No Brasil, s.m.j., quem melhor didaticamente discorre sobre a relação entre Física Quântica e Espiritualidade é o Prof. Moacir Costa de Araújo Lima, em várias obras, especialmente, na conhecida trilogia ‘Quântica’ (Espiritualidade e Saúde, O caminho da Felicidade e Espiritualidade e Sucesso, ed. AGE, Porto Alegre).
Moacir sustenta que a Física Quântica não tem por objetivo comprovar a existência do Espírito, mas refere que suas ideias apresentam uma extraordinária abertura para a espiritualidade (Livro: Quântica, O caminho da felicidade, AGE, p. 102).
Isso porque, segundo sustenta, a Física Quântica veio dizer-nos que somos emissores e receptores de energia: continuamente trocamos energia, trocamos informações, trocamos experiências com o Universo e com outros (Quântica. Espiritualidade e Saúde, AGE, p. 11). 
E o que é Energia? Energia não se define, diz Moacir; energia não se cria nem se destrói, o que equivale a dizer que o total energético existente hoje no Universo é o mesmo desde o instante de sua criação (Espiritualidade e saúde, p. 9).
No século passado sucedeu uma revolução nas pesquisas sobre a matéria, sabendo-se, agora, que há influência da consciência sobre a matéria e o próprio pensamento pode se tornar energia.

Como diz Araújo Lima, nós somos energia e hodiernamente somos descritos como energia inteligente, isto é, consciências (Espiritualidade e Saúde, p. 9).
A Física Quântica trouxe uma descrição completamente nova do Universo (Espiritualidade e Sucesso, p. 13) apresentando uma extraordinária abertura para a espiritualidade (O Caminho da Felicidade, p. 102), pois a quântica fala em consciência, uma consciência que vai além dos limites da máquina física e a dirige, sinalizando para a existência do Espírito (O caminho da felicidade, p. 102).

Embora todas as descobertas nesse campo, não podemos ter a Física Quântica como se fosse ‘o caminho’ para a descoberta de Deus, do Espírito ou como sendo a solução de todos os enigmas do Universo.

Christiano Torchi, aliás, afirma que: (...) apesar dos inúmeros avanços que a teoria quântica proporcionou ao entendimento da estrutura e dinâmica da matéria e dos acontecimentos vaticinados ou preditos pelos Espíritos superiores, devemos ainda aguardar maiores desenvolvimentos na área científica, antes de afirmarmos, objetivamente, que a Física esteja demonstrando os conceitos espíritas (Espiritismo passo a passo com Kardec, p. 496).

André Luiz, psicografado por Waldo Vieira, no prefácio do livro Mecanismos da Mediunidade, em 1959, já reconhecia o caráter passageiro dos apontamentos científicos humanos, concluindo que a experimentação constante induz os cientistas de um século a considerar, muitas vezes, como superado o trabalho dos cientistas que o precederam (ed. FEB 26ª ed. 2012, p. 21).

Dessa forma, o que se pode afirmar, por enquanto, é que a certeza que buscamos e que nos dá a sensação de domínio foi abalada pela Física Quântica, pois é uma Física de possibilidades (Espiritualidade e sucesso, p. 14).

Como diz Moacir Araujo, ainda, o estudo de como nos construímos, de nossas expectativas a respeito da vida e da influência das emoções encontra abrigo na Física Quântica e a troca de certezas por possibilidades pode contemplar efetividade de nossa intervenção, ou seja, de podermos escolher, de podermos planejar, tornando-nos os construtores de nosso próprio destino (Livro: Amor a Arte de viver, p. 127).








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